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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O que não te contam sobre Síria – Repetição do mesmo script da Líbia (Parte I)

 Por: Alfredo Embid


Algumas concordâncias entre a agressão à Líbia e a agressão à Síria. 

Igual que em Líbia os meios de desinformação têm ocultado as manifestações em apoio ao governo Sírio.

Igual que na Líbia na Praça Verde de Trípoli em 1 de julho [1], na Praça das Sete Fontes de Damasco, capital da Síria, em 12 de outubro de 2011, um milhão de manifestantes se concentrou para apoiar o governo, opondo-se a agressão ocidental contra o país. Ir a semelhante manifestação não estava isento de risco dado ao incremento de atos terroristas armados contra os partidários do governo. [2].

Três fotos das manifestações a favor do governo em 12 de outubro em Damasco, Síria [3].

Porém, diferente da Líbia, os manifestantes agradeciam a China e a Rússia seus vetos no Conselho de Segurança da ONU as sanções contra a Síria.


Foto: Veto Russo na ONU
Foto: Veto Chinês na ONU



 

 Globos com as bandeiras das nações amigas foram levantadas em grandes quantidades aos céus de Damasco. Ademais, a bandeira nacional quilométrica, as bandeiras nacionais da Rússia e da china também presidiram a festa. 
Foto: Bandeira da China na manifestação
Foto: Bandeiras da Rússia na manifestação.

As sanções como sabemos foram à antessala da agressão militar da OTAM no caso Líbia quando Rússia e China simplesmente se abstiveram e desgraçadamente não exerceram seu direito ao veto como agora tem feito para proteger a Síria.
As manifestações apoiando ao governo tem sido constantes desde o principio. Em ambos os casos os meios de comunicação às tem ocultado o as tem minimizado.
Pelo contrario, se tem maximizado as manifestações da oposição como no caso de Hama em 15 de julho de 2011, onde a Agencia France Press converteu uma manifestação de 10.000 pessoas em meio milhão como denuncia o professor de história e de ciências politicas Pierre Piccinin que esteve ali e cujo artigo reproduzimos neste boletim. [4].

 Foto: Hama – Quadro 1 na mídia a manifestação aparece muito densa
Foto: Hama – Quadro 2 não resulta tão densa




























   
 
Inclusive se tem inventado manipulação das imagens de outras manifestações por outros motivos como veremos na sessão dedicada a Al Jazira.

Foto: manifestação a favor do governo sírio.

Porém, como não tinham muitos contra se voltaram, como no caso da Líbia, a por fotos das manifestações a favor do governo como ilustração de artigos que diziam o contrario. 

Foto: manifestação a favor do governo sírio apresentada ao contrario.

Esta foto, por exemplo, difundida por toda a emprensa internacional, mostra o funeral de um manifestante em Banias (Síria). Porém, os manifestantes que vocês vêem não estão responsabilizando ao governo como dizem os artigos que a acompanha, mas exatamente o oposto. Você pode ver claramente porque tem um retrato do presidente Bashar Al-Assade no meio das bandeiras da Síria.
De fato, os manifestantes haviam sido assassinados por franco-atiradores nos telhados, alguns dos quais foram capturados e confessaram pertencer aos grupos armados pelos sauditas, os membros do partido de Hariri do Líbano e o Serviço Secreto dos EUA. [5].
Igual sucedeu na Líbia onde se utilizaram fotos de manifestações pro Gadafi para ilustrar manifestações antigovernamentais.
Em geral os meios de comunicação não têm informado disto, salvo exceção, como Robert Fisk reconhece: “a massiva manifestação em apoio de Bashar Al-Assad, que reuniu a um milhão de pessoas” e também de que em seus melhores momentos nas manifestações antigovernamentais “não eram mais de 26.000 manifestantes, o que é baixo em relação com os 23 milhões de sírios, porém, o mais importante, se sabemos que os recursos financeiros e meios de comunicação são usados afim de mobilizar a multidões”. 

Foto: A grande manifestação de apoio ao governo sírio de 15 de julho de 2011 em Damasco.

Estas manifestações a favar do presidente Al-Assad não são novas em Damasco, embora que as agencias e os meios de comunicações que se nutrem de suas comunicações às tem minimizado. Por exemplo, a massiva manifestação de 29 de março, segundo Reuters apenas teve “dezenas de milhões de partidários” e foi brevemente mencionada.
O mesmo sucedeu com a de 15 de julho, quando milhões de pessoas caminharam quilômetros na avenida principal de Damasco com uma bandeira síria, que tinha 2,3 km de largura que não pode ser ignorada e nem relegada a um fato sem importância. [6].
Vocês podem ver os vídeos das manifestações de 20-21 de julho de 2011 em apoio a seu presidente, Bachar Al-Assad. [7].
Na Líbia, a falta de vergonha dos meios de comunicação (presentes no lugar) chegou a ocultar manifestações de um milhão e meio de pessoas em Trípoli como temos documentado com fotos e vídeos anteriormente.
Não é algo novo, o mesmo se fez antes nas republicas soviéticas. Por exemplo, durante a <>, em Georgia, no final de 2003, uma manifestação entre 5 a 10.000 pessoas foi convertida pela mídia <> para por no poder o fantoche de Mijail Saakashvili. [8].
As massivas manifestações de apoio aos governos da Líbia ou da Síria demonstram que não eram tão impopulares como nos pretende fazer acreditar. Em ambos os casos não é certo que a maioria da população estivesse contra os governantes, diferente dos casos de Tunes, Egito ou Barein. Muito pelo contrario; Gadaffi passeava pela Líbia em carro descoberto e Bachar o deixou inclusive sem escolta.     

As mesmas falsificações difundidas pelos meios de desinformação encabeçados pela Al Jazira. 

Manipulação de todas as informações. 


O médico sírio Nabio Antaki cita em seu artigo alguns exemplos de como os meios de comunicação manipulam as informações, emitem vídeos falsos, exageram os fatos e a rebelião, incitando a insurreições e, na pratica são mais desinformadores que informadores. Eis aqui alguns de seus exemplos: [9].
- Um monte de mentiras: Os títulos de um dia de sábado, 18 de junho: “Aleppo vencida pela contestação, um morto...”. Isto é completamente falso, não há costume de manifestações em Aleppo e uma pessoa morreu ontem depois de sair da oração da sexta-feira e sucumbir de um ataque do coração (informe do medico forense e o testemunho do irmão do falecido que estava com ele)
- uma grande quantidade de exageração e a incitação à sedição, “o horror em Síria”, “se atira sem prévio aviso contra os manifestantes desarmados”, “como podemos permanecer em silencio diante destes atos de barbárie?”, “Como é que a OTAN não tem intervido ainda na Síria?, “E assim sucessivamente...”

Nota em que o último título chama descaradamente a intervenção colonialista.

- “Muito partidarismo: 05 de junho, o triste aniversário da Guerra dos Seis Dias, os manifestantes pacíficos sem armas decidiram cruzar a fronteira entre Síria e Galã (todos os países, inclusive os mais pro-israelenses admitem que Galã esta ocupada e não reconhecem sua anexação por Israel). O exercito israelense lhes disparou e matou a 20 pessoas. Estas informações foram quase eclipsadas nos meios de comunicação ocidentais, e quando falaram delas foi para repetir com convicção o que o primeiro ministro Netanyahu disse! Que Israel teria direito a defende-se.
- Muito dos vídeos difundidos tem demonstrado ser reprodução de arquivos das guerras no Líbano e Iraque.
- Uma grande quantidade de informações errônea.  Há dez dias, a televisão por satélite tem anunciado, com o apoio de vídeos, que os helicópteros dispararam contra os manifestantes em Marrot. Dois dias mais tarde, confirmam a historia dos helicópteros, porém acrescentaram que não ouve disparos contra os manifestantes. Todavia, o dano já estava feito com os protestos e ameaças de sanções”. Quer dizer uma intoxicação calcada como a que se produziu na Líbia quando se disse que Gadafi bombardeava os seus próprios cidadãos, apesar de que foi desmentida imediatamente pelo exercito russo que observava desde seus satélites como já informamos. [10].
- O embaixador da França na Síria, Eric Chevallier, um homem extraordinário, foi objeto de um duro ataque dos meios de comunicação franceses porque se atreveu a dizer-lhes que estavam mentindo. Se lhe acusou de ser o Embaixador de Assad na França.
- A televisão francesa tem anunciado, sem se preocupar em comprovar; a renúncia do embaixador da Síria na França que havia se unido ao protesto. Negou-se no dia seguinte.
- Os refugiados de Jiser na Turquia: dez mil no total, a maioria são as famílias das pessoas armadas que haviam espalhado o terro ou pessoas que tem fugido das zonas de combate. Não obstante, isto está em todos os noticiários durante seis dias. Quando você pensa que durante a invasão do Iraque pelos militares dos EUA e seus aliados em 2003, havia um milhão e meio de refugiados iraquianos na Síria, e que esta informação nunca teve lugar nos meios de comunicação, embora que destes dez mil se deva falar todos os dias.... E ademais, os iraquianos permaneceram na Síria como refugiados durante anos enquanto que os de Jiser se lhes tem pedido para voltar para casa, agora que sua cidade tem recuperado a calma.”
Como vês, a falsificação não apenas se refere às manifestações, mas a todas as notícias e é sistemática.  
As falsas informações difundidas pelas redes sociais e os rumores sobra à divisão do exercito forma parte desta estratégia de guerra psicológica.
As advertências fabricadas sobre as lutas e divisões entre as facções rivais do exercito sírio, que haviam dado lugar a demissões, eram falsas. Por exemplo: o general al-Rifai (retido) negou a informação emitida pela televisão via satélite alegando que ele encabeçou uma divisão no exercito, como carente de fundamento acrescentando que estava aposentado fazia dez anos. [11].

Al Jazira a cabeça da desinformação


A ponta de lança nas campanhas de desinformações tanto na Líbia como na Síria tem sido a cadeia qatarí Al-Jazira. 



O 1 de maio de 2011, a cadeia qatarí Al-Jazira transmitiu imagens de uma grande manifestação com dezenas de milhões de pessoas em Moscou que apresentou como um protesto contra o governo Sírio. Entrevistou entre a multidão a alguns moscovitas que condenaram o “governo que derrama o sangue de seu povo”. Só que se tratava de outra fabricação da realidade por gentileza da Al-Jazira. Foi muito simples, colocou atores nos eventos anais de 1 de maio que reuniu a 40.000 pessoas em Moscou para rodar as imagens deste informe falso. Nunca houve uma manifestação contra Assad em Moscou. [12].
Ghassan Bem Jeddo, o conhecido periodista da nova emissora de televisão, chefe da  sucursal de Al Jazira em Beirut renunciou a seu cargo em protesto contra a parcialidade da Al Jazira, destacou a “campanha de difamação contra o governo sírio” que transformou o canal de televisão em um “vulgar órgão de propaganda”. [13]

E prepare-se...

Al-Jazira está construindo cenários que reproduzem a Plaça dos Omíadas e das Abadias de Damasco igual que a que aconteceu com a Praça Verde em Trípoli.
A Televisão síria, na quinta-feira, 06 de outubro de 2011, difundiu um programa especial com uma longa entrevista de Thierry Meyssan, presidente da Rede Voltaire. [14]. Nela relata sua experiência na Líbia sobre o terreno [15].
Al final da entrevista volta a dar uma volta ao primeiro lugar, como fez antes, já sendo o primeiro em advertir que Al Jazira estava preparando cenários que reproduziam a Praça Verde de Trípoli no Qatar. Para isso, ele foi novamente acusado de difundir “teorias da conspiração” igual quando alertou de que não havia provas de que nenhum avião tivesse caído no Pentágono em 11 de setembro de 2001.
Mas, Tierry de novo tinha razão, o cenário foi utilizado na batalha de Trípoli, como se demonstrou imediatamente. Desde o começo da batalha de Trípoli, Al-Jazira transmitiu imagens de propagandas falsas da Praça Verde com o povo celebrando a chegada dos “rebeldes”. A fraude foi rapidamente desmontada e se demonstrou que as imagens estavam filmadas em um estúdio do Qatar, onde a cadeia teve sua sede, para fazer parecer que os rebeldes haviam entrado na cidade, quando, todavia, estavam sobre os bombardeios da OTAN. Tratava-se de romper a moral dos líbios sugerindo que tudo estava perdido.  
Inclusive o chefe do Conselho Nacional de Transição, Mustafa Abdul Jalil, não teve mais remédio que reconhecer a fraude qualificada de propaganda de guerra [16].
Thierry Meyssan já havia anunciado anteriormente esta intoxicação mediática antes de acontecesse, pois a preparação dos estúdios de TV não passou despercebida e o governo líbio se advertiu por ela.
Agora acaba de anunciar que “Al-Jazira está preparando cenários que reproduzem a praça dos Omidias e das Abadias de Damasco. A cadeia de TV prevê também reproduzir as praças centenárias do Qatar de quatro cidades provincianas. Qatar prevê sua participação numa ação militar ocidental contra Síria”.

A falsificação das imagens alcança deste modo alturas surrealistas, chegando a fabricar completamente uma realidade virtual para alimentar a propaganda de Guerra.



Referencias









[4]

[5]

[6]

[7]

[8]

[9]










Fonte de todo o texto em espanhol:

Tradução:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)




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