O FBI informou que está investigando o caso do
ataque de ‘hackers’ que bloqueou na quinta-feira os sites da web do FBI, Casa
Blanca, Departamento de Justiça dos EUA e alguns sites de campanha da indústria
musical.
As autoridades dos EUA fecharam ontem o portal de download
Megaupload, deixando mais de 150 milhões de usuários sem o serviço do
intercambio de arquivos. Passados apenas 180 minutos, desde que a notícia se
tornou pública, o grupo de ‘hacktivistas’ Anonymous realizou o que chamou de ‘Operação
Represália’.
Antes da notícia sobre o fechamento do site
Megaupload, Anonymous anunciou uma série de ataques dirigidos contra os sites
do FBI, Casa Branca, Departamento de Justiça dos EUA e da companha Universal
Music Group (UMG), entre outros.
Como resultado, a página da web do Departamento de
Justiça e da UMG caíram. Outras páginas que sofreram a ação dos ‘hackers’ foram
a MPAA (Motion Picture Association of America) e a RIAA (Recording Industry
Association of America).
Mais tarde, apontaram também como sucesso as
páginas de Warner Mesic e Copyright dos EUA.
A ação foi tão exitosa que na conta @yourAnonNews
se informou que foi o maior ataque coordenado com a participação dos usuários.
Mas de 5500 pessoas utilizaram os recursos de Anonymous para produzir ataques
de negação de serviços (DDoS).
O analista político Lajos Szaszdi disse a RT que no
meio desta confrontação entre os governos e os usuários da Internet, os
primeiros vão tratar de reforçar as medidas de proteção para não ser vitimas de
ataques semelhantes em suas páginas de internet.
“Depois do ataque de Anonymous, os governos vão usá-lo
como desculpa para espionar as páginas que nem sequer são de seus cidadãos, mas
que estão presentes no ciberespaço de outros países”, opina o especialista.
Uma represália
a nível mundial
O FBI em seu comunicado sublinhou que a
operação recente “se encontra entre os maiores casos criminais contra os
direitos autorais realizados nos Estados Unidos”. Através de uma Corte Federal
da Virginia, foram confiscado 18 domínios associados à Megaupload. Ademais,
confiscaram aproximadamente 50 milhões de dólares em ativos. Embora, em Nova Zelândia,
se tenha declarado a prisão preventiva para o fundador do portal, Kim Schmitz, conhecido
como Kim DotCom (≪pontocom≫, em
espanhol). Schmitz e outros três diretores de Megaupload foram presos em
diversas operações policiais levadas a cabo em Auckland.
A polícia de Nova Zelândia também confiscou
armas, objetos de artes, mais de oito milhões de dólares americanos e automóveis
de luxo, cujo valor ronda em torno dos cinco milhões de dólares. Os presos permaneceram
sobre custódia até a próxima segunda-feira. Todavia, continuam livres outras
três pessoas mencionadas na acusação. Além de Nova Zelândia, se realizaram incursões
nos Estados Unidos e em mais nove países, entre eles Holanda e Canadá.
A última
palavra de Megaupload
Segundo uma agência de classificação, Alexa, o site
Megaupload se encontra em 72.º lugar das páginas mais visitadas da Internet, é
especialmente popular entre os usuários da Espanha e América Latina e se
encontra entre os 20 sites mais populares nos países como Argentina, México e
Chile. Também, Megaupload tinha gozado do apoio de figuras da cultura popular
como os artistas e músicos Will.i.am, P Diddy e Alicia Keys.
Antes do fechamento da página, Megaupload publicou um
comunicado em que assegurava que as acusações são “grotescamente pretenciosa”. “O
caso é que a vasta maioria do tráfico da Internet de “Mega” é legitimo e
estamos aqui para ficar”, expressou. “Se a indústria de conteúdo quiser
aproveitar nossa popularidade, estamos felizes de dialogar. Teremos boas
ideias. Por favor, ponham-se em contado”.
O conteúdo legal,
também ameaçado
No Twitter a tag #Megaupload é um dos temas do
momento. Os usuários estão indignados pela medida. David Montalvo, usuário do
serviço “Premium”, disse em sua conta de Twitter: “A Internet hoje da um giro,
pode-se perder teus arquivos legais se o FBI o decide. Informa-te um usuário Premium
de #Megaupload”.
Não obstante, numerosos usuários, igual que vários
especialistas, duvidam que esta medida do Governo dos Estados Unidos seja
efetiva na luta contra download de obras intelectuais, sempre haverá numerosos
portais que facilitem este serviço.
O encerramento de Megaupload e a prisão de seus
executivos se realizaram só um dia depois que uma “greve” mundial on-line
apareceu para questionar a aprovação dos projetos de lei que poderiam facilitar
o bloqueio daqueles sites suspeitos de infringirem os direitos autores (direito
do autor).
Os autores da operação indicaram que não tem nenhum
vinculo entre a polémica sobre a SOPA E PIPA e a recente ofensiva contra
Megaupload.
No entanto, o porta-voz do partido Pirata de Catalunha,
Kenneth Peiruza, comentou a RT que a operação é um sinal de que não há
necessidade de aprovar essas leis, pois já existem leis que podem fechar um site
inteiro porque alguns usuários intercambiaram de conteúdos ilegais.
Fonte:
Tradução de:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)
Nenhum comentário:
Postar um comentário