terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Chegarão à Síria mais observadores
Outros 47 observadores, 22 do Iraque e 25 do
Conselho de Cooperação do Golfo, viajarão em breve à Síria para somarem-se aos
quase 70 que percorrem localidades deste país, no meio de persistente
hostilidade midiática e política externa.
Síria enterra outros 21 militares e policiais
A informação foi dada por Adnan Issa Al-Khoudhir,
chefe do Escritório de Operações da Missão Observadora da Liga Árabe (LA),
amplamente divulgada hoje pela imprensa local.
Dezenas de inspetores percorreram as cidades de
Homs, Hama, Daraa, Idleb, povoados de Damasco Campo, nos quais visitaram
bairros, hospitais, prisões e dialogaram com autoridades e residentes.
A LA estabeleceu o escritório de operações,
dirigido por Al-Khoudhir, no dia 22 de dezembro, se mantendo em constante
comunicação com os enviados, ao mesmo tempo em que recebe os relatórios enviados
por eles, assegurou seu diretor.
Al-Khoudhir disse, segundo notas da imprensa
divulgadas aqui, que as principais queixas antes do envio da missão se
centravam principalmente no que se refere a prisioneiros e pacientes
hospitalizados.
Entre seus percursos, os observadores estiveram em
cárceres e centros hospitalares de Homs, Hama e Idleb.
Nos dois últimos dias dialogaram com uma comunidade
de armênios e com os moradores dos bairros de Al-Zahraa e Al-Abbasiya, em Homs,
onde também visitaram os feridos no hospital militar dessa importante cidade.
Em Damasco Campo, visitaram o povoado de
Al-Muaddamya, entre outros.
A televisão nacional informou que um grupo de
inspetores conversou com locais de Bab Draib, Wadi Al-Dahab e Al-Hadara, nessa
província.
Imagens transmitidas pela televisão mostraram
moradores de algumas dessas localidades com fotos de familiares mortos por
grupos armados e que expressaram suas condenações pela violência terrorista que
aflige suas comunidades.
Enquanto isso, os canais Al-Jazeera e Al-Arabiya,
assim como outros ocidentais, prosseguem o guião de uma ofensiva incessante
contra a Síria na qual mostram um suposto observador, sobre o qual a própria LA
teve que declarar que é um impostor.
No domingo, o chefe da missão observadora, o
general sudanês Mohammed Ahmed Mustafa Al-Dabi viu-se na necessidade de
desmentir que um dos membros de sua equipe, como propalaram canais
estrangeiros, tivesse visto francoatiradores do governo em tetos de edifícios
em Daraa.
Se tal depoimento fosse verdadeiro, teríamos
recebido um informe imediato, disse Al-Dabi.
Por sua vez, Al-Khoudhir assinalou que os
inspetores estão equipados com todas as ferramentas de observação e
autenticação e que a delegação está se movendo na Síria de acordo com o
protocolo assinado pela LA.
O funcionário chamou os meios a noticiar de forma
objetiva e precisa sobre o trabalho da missão, porque se não haverá um impacto
negativo sobre todo o trabalho.
Sírios consultados pela Prensa Latina expressam
reservas sobre as verdadeiras intenções dos observadores e que tal missão
responde à agenda para aniquilar seu país, inclusive alguns estimam que o
relatório final já foi redigido a priori.
Neste contexto, o Parlamento Árabe somou-se à
hostilidade contra a Síria e chamou no domingo a LA a retirar imediatamente a
equipe de inspeção com o argumento de que o governo de Damasco continua
supostamente reprimindo a população e violando o protocolo assinado.
Tal chamado foi anunciado no Cairo, Egito, pelo presidente
desse organismo, Ali Al-Salem Al-Dekbas, que argumentou que a violência na
Síria continua provocando vítimas, e a culpa disso é o governo, da mesma forma
como fazem os centros de poder ocidentais.
No entanto, ignora o terrorismo desatado pelos grupos
armados, dos quais participam inclusive mercenários pagos infiltrados na Síria,
e que são a fonte principal da violência que aflige localidades do país, de
acordo com os próprios moradores.
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