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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Cuba recusa campanha propagandística

Com o título “As verdades de Cuba”, o jornal Granma publica hoje um editorial no qual recusa a campanha de propaganda desatada internacionalmente que utiliza o recente falecimento de um preso comum.

Nos últimos dias, meios de imprensa e representantes de alguns governos tradicionalmente comprometidos com a subversão contra Cuba iniciaram uma nova campanha de acusações, aproveitando inescrupulosamente um fato lamentável: o falecimento de um preso comum, que quiçá só no caso de Cuba, se converte em notícia de repercussão internacional.

O método utilizado é o mesmo de sempre, que pretende se impor infrutiferamente, por meio da repetição, para satanizar Cuba, neste caso, a partir da deliberada manipulação de um acontecimento totalmente inusual em nosso país, diferentemente de outros.

O denominado “preso político” cumpria uma condenação de privação de liberdade de 4 anos, depois de um processo justo durante o qual esteve em liberdade e de um julgamento conforme a lei, por ter agredido fisicamente de forma bruta e em público sua esposa, agredido os policiais e ter resistido violentamente à prisão.

Esta pessoa morreu devido a uma falência múltipla dos órgãos associada a um processo respiratório séptico severo, apesar de ter recebido todo atendimento médico necessário, incluídos os medicamentos e o tratamento especializado na sala de cuidados intensivos do principal centro hospitalar de Santiago de Cuba.

Por que algumas autoridades espanholas e da União Europeia se apressaram em condenar Cuba sem tentar sequer informar-se sobre o tema? Por que usam, sempre e de antemão, a mentira quando de Cuba se trata? Por que, além de mentir, censuram a verdade? Por que à voz e à verdade de Cuba é negado, sem nenhuma dissimulação, o mínimo espaço nos meios de comunicação internacionais?

Atua-se com grande cinismo e dupla moral. Que qualificativo dariam eles à brutalidade policial posta de manifesto na Espanha e na maior parte da “culta e civilizada Europa”, muito recentemente, contra o movimento dos “indignados”?

Quem se preocupou pela dramática situação de amontoamento nos cárceres espanhóis que abrigam uma população penal imigrante muito alta, a qual ultrapassa 35 % do total de presos no país, segundo o último relatório disponível do sindicato de prisões ACAIP, datado de 3 de abril do 2010? Quem se preocupou em investigar o falecimento em julho de 2011, no centro penitenciário de Teruel, na Espanha, de Tohuami Hamdaoui, um preso comum de origem marroquina, que perdeu a vida depois de uma greve de fome voluntária que durou vários meses? Quem mencionou que o preso tinha se declarado inocente?

Talvez tenha perdido a memória e a noção da realidade o porta-voz chileno que nos calunia quando afirma que o falecido era um dissidente político que se manteve 50 dias em greve de fome? Deve conservar lembranças de seus dias de líder estudantil vinculado aos militares golpistas de Pinochet que massacraram seu povo e estenderam o desaparecimento e a tortura a todo o Cone Sul mediante o “Plano Condor”, mas não lhe são conhecidas declarações sobre a brutal repressão contra os estudantes que se manifestam pacificamente em defesa do direito humano à educação universal e gratuita. Será dos que quiseram rebatizar nos livros escolares a ditadura como regime militar? Terá dito algo sobre a repressiva e arbitrária Lei Antiterrorista que é aplicada aos mapuches em greve de fome?

Não podia faltar nesta campanha o governo dos Estados Unidos, principal instigador de qualquer esforço por desacreditar Cuba, com o único propósito de justificar sua política de hostilidade, subversão e bloqueio econômico, político e midiático contra o povo cubano.

Impressiona a hipocrisia dos porta-voz dos Estados Unidos, país que ostenta um triste recorde em assuntos de direitos humanos, tanto dentro de seu território como no mundo. O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas reconheceu que nesse país ocorrem diariamente graves violações dos direitos da mulher, tráfico de pessoas, discriminação racial e contra minorias étnicas, condições desumanas nas prisões, desamparo aos detentos, um padrão racial diferenciado e os frequentes erros judiciais na imposição da pena de morte, execução de menores e doentes mentais, abusos do sistema de detenção migratório, mortes na militarizada fronteira sul, atos atrozes contra a dignidade humana e os assassinatos de vítimas inocentes da população civil por parte de efetivos do exército estadunidense no Iraque, Afeganistão, Paquistão e outros países, e detenções arbitrárias e torturas perpetuadas no ilegal centro de detenção da Base Naval de Guantánamo que usurpa nosso território.

Mal se conhece no mundo que em novembro de 2011, nos Estados Unidos, três pessoas morreram no meio de uma greve de fome em massa de prisioneiros na Califórnia. Segundo os depoimentos dos presos alojados nas celas vizinhas, os guardas não lhes ofereceram nenhuma assistência e inclusive deliberadamente ignoraram seus gritos de auxílio, diferentemente de sua abusiva prática de submeter os grevistas à alimentação forçada.

Semanas antes, havia sido executado o afro-americano Troy Davis, apesar das abundantes evidências que demonstravam o erro judicial, sem que a Casa Branca nem o Departamento de Estado fizessem nada.

Nos Estados Unidos, 90 prisioneiros foram executados desde janeiro de 2010 até hoje, enquanto outros 3.222 réus esperam sua execução no corredor da morte. Seu governo reprime assiduamente e com brutalidade os que atrevem-se a denunciar a injustiça do sistema.

Este novo ataque contra nosso país tem uma franca intenção política que nada tem a ver com uma legítima preocupação pela vida das cubanas e dos cubanos. Fustiga-se com a cumplicidade de empórios financeiro-midiáticos como o Grupo Prisa e o que administra a CNN em Espanhol, no melhor estilo das máfias de Miami. Acusa-se de maneira irracional o governo de Cuba, ao que se culpa, sem sequer ter investigado minimamente a realidade dos fatos. Condena-se primeiro e julga-se, na melhor das hipóteses, depois.

É visível neste caso que nem as autoridades que se referiram com rapidez e inverdade a este fato nem o aparelho a serviço da agressão midiática contra Cuba tiveram sequer o trabalho de confirmar a informação. Pouco importa a verdade se o que se pretende é fabricar artificialmente e vender uma imagem falsa de supostas violações flagrantes e sistemáticas das liberdades em Cuba, a qual algum dia possa justificar uma intervenção com o fim de “proteger cubanos civis indefesos”.

É evidente a intenção de impor uma matriz de opinião diabólica, encaminhada a mostrar um deterioramento sensível da situação de direitos humanos em Cuba, construir uma suposta “oposição vitimizada que morre nos cárceres”, onde inclusive lhe seria negado o acesso aos serviços de saúde.

O mundo inteiro conhece a vocação humanista de nossos médicos e pessoal da saúde, que não medem esforços nem os escassos recursos com que conta o país -em grande parte devido ao criminoso bloqueio que sofre nosso povo há mais de 50 anos- para salvar vidas e melhorar o estado de saúde de seu povo e de muitos outros em todos os cantos da Terra.

Cuba conta com o respeito e a admiração dos povos e de muitos governos que reconhecem seu trabalho social na ilha e no mundo.

Os fatos falam mais que as palavras. As campanhas anticubanas não apagarão o brilho da Revolução Cubana nem de seu povo, que continuará aperfeiçoando seu socialismo.

A verdade de Cuba é a do país onde o ser humano é o que há de mais valioso: uma média de expectativa de vida ao nascer de 77,9 anos; uma cobertura de saúde gratuita para todo seu povo; um índice de mortalidade infantil de 4,9 por cada mil nascidos vivos, cifra que supera as cifras norte-americanas e é a mais baixa no continente, ligeiramente inferior a do Canadá; toda uma população alfabetizada e com pleno acesso a todos os níveis de educação de maneira gratuita; 96% de participação nas eleições gerais de 2008, um processo democrático de discussão dos alinhamentos econômicos e sociais, prévio ao VI Congresso do Partido.

A verdade de Cuba é a do país que levou suas universidades e escolas aos centros penitenciários, nos quais os detentos foram oportuna e imparcialmente julgados, recebem salário igual por seu trabalho e dispõem de elevados níveis de atenção médica sem distinção de raça, sexo, credo nem origem social.

Ficará outra vez demonstrado que a mentira, por muitas vezes que seja repetida, não necessariamente se converte em verdade, porque “um princípio justo, do fundo de uma cova, pode mais que um exército”.

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