Ao recordar os frutos, produzidos pelo ódio racial, elevado à categoria da ideologia de Estado, é preciso tem em mente, em primeiro lugar, a origem deste fenômeno. É que manifestações pequenas do nazismo, com que começou outrora a grande tragédia européia, não faltam também na Europa de hoje.
Aliás, os movimentos de tendências neonazistas não apostam mais no anti-semitismo quotidiano. Em compensação o tema de repulsa aos imigrantes não pode ser qualificado de maneira alguma de periférico. Este é um excelente caldo de cultura para o desenvolvimento do neonazismo, de preferência, para o neonazismo oculto. Fala o politólogo Alekssei Makarkin.
O neonazismo existe e ele tem como base o temor ante os emigrantes, o desejo de obter o apoio por parte de um braço forte, capaz de restabelecer a ordem. Isto é inerente a muitos países. Faz-se sentir também um certo cansaço dos europeus com as elites tradicionais – tão justas, cautelosas, tão politicamente corretas. Quando a sociedade fica cansada com a sua infinita cautela, começa a exigir algo mais radical. No entanto, aí existe também um aspecto positivo: acontece que os radicais da direita também acabam por aborrecer e por vezes até mais rapidamente do que as elites politicamente corretas. Quando os radicais da direita alcançam sensíveis êxitos no Ocidente, entram nos parlamentos e chegam a ter representantes no governo, como se deu na Áustria e na Holanda, revela-se que eles são administradores fracos. Portanto, o êxito dos radicais pode resultar no seu fracasso e na desilusão do seu próprio eleitorado. Por outro lado, na sociedade surge um movimento inverso que pode ser taxado de mobilização antifascista.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2010/11/09/32850182.html
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