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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Falsificando a história

Uma nova  tentativa de reescrever a História acaba de ser empreendida na Europa. Reunidos em Praga, representantes de várias organizações não-governamentais do Velho Mundo assinaram a chamada “Plataforma de Memória e Consciência Europeia”. O documento proclama responsabilidade igual dos governos nazista e comunista pelos crimes cometidos no século XX, nomeadamente pela eclosão da Segunda Guerra Mundial.

A vontade de equiparar o comunismo ao nazismo não é mais que uma tentativa realizada em vários países europeus de desculpar os regimes criminosos que colaboraram com o hitlerismo e também de apresentar como “combatentes contra o estalinismo” os que pessoalmente massacraram milhares e milhões de inocentes. A opinião foi manifestada em entrevista à nossa emissora por Boris Spiegel, presidente do movimento pelos Direitos Humanos “Mundo Sem Nazismo”, ao comentar a posição assumida pelos presentes no encontro em Praga. Disse mais adiante:

Seu objetivo principal consiste em mostrar que a União Soviética e a Alemanha tiveram igual culpa pela eclosão da Segunda Guerra Mundial, de modo a que se possa formular futuramente pretensões patrimoniais à Federação Russa. Porém, o mais importante é que o nazismo vai hoje assumindo formas novas e que a assinatura da referida declaração visa submeter a juventude a um tratamento ideológico.

Entre os signatários da “Plataforma” surgem forças políticas radicais de direita e movimentos não-governamentais auto-intitulados sucessores espirituais e políticos dos colaboracionistas, dos legionários das tropas “Waffen SS” nos países ex-Repúblicas Socialistas Soviéticas do Báltico, assim como dos “Irmãos da Floresta” nos mesmos países, dos combatentes ucranianos encabeçados por Stepan Bandera e demais cúmplices dos nazis. Também a própria iniciativa nasceu em um pano de fundo marcado pelo processo de nazificação e radicalização no mundo inteiro – indica o historiador russo Viktor Mizin. E continua:

O espírito pró-nazista e as tendências conservadoras marginais vão se propagando. A prova mais recente disso é o assassinato de umas dezenas de inocentes na Noruega. Sim, é uma tendência patente. Atualmente, podem-se ouvir cada vez com mais frequência na Europa, que ainda há pouco convidava numerosos imigrantes, especialmente pela sensação de culpa pelo passado colonial, conversas no sentido de estarem já essas pessoas causando um aborrecimento geral.

A ideologia pró-nazista é o melhor caldo de cultura para a xenofobia. Aí, os exemplos mais vivos são as ex-Repúblicas Socialistas Soviéticas do Báltico, onde na época pós-soviética nenhum ex-nazista local foi condenado a penas de prisão. Antes pelo contrário: o Governo estoniano libera recursos orçamentais especiais para apoiar os veteranos ex-nazistas. Na Letônia, o partido neonazista tem todas as chances de ganhar pastas ministeriais no novo Executivo, Já a Lituânia está perseguindo com recursos legislativos pessoas que durante a última guerra combateram contra os colaboradores dos Nazis.

Igualmente, os Governos em outros países pós-soviéticos da Europa procuram não ficar atrás, ora aprovando, como na Moldova, uma lei determinando a demolição dos monumentos aos soldados do Exército Vermelho, ou se propondo rebatizar uma rua em homenagem ao batalhão das Forças Armadas hitleristas formado por habitantes locais na Ucrânia. Naquele país, os moradores de uma aldeia por pouco não batizou a rua da Paz de rua Nachtigal, em memória dos soldados daquele famigerado batalhão que lutaram ao lado da Alemanha nazista.

Agora, os radicais de direita lançaram-se em uma batalha pelas mentes da juventude. A “Plataforma de Memória e Consciência Europeia”, assinada em Praga, proclama, por exemplo, a intenção de escrever novos manuais de Históriade todos os níveis de ensino. O plano visa criar na jovem geração um espírito tolerante em relação aos que durante a Segunda Guerra Mundial tomaram o lado do nazismo, sendo essa posição argumentada com a tese de terem sido a Alemanha e a União Soviética igualmente culpadas pelos horrores daquela guerra. Porém, segundo sustentam defensores dos Direitos Humanos na Rússia, é uma posição absurda, porque “não se pode equiparar aqueles que mandavam seres humanos para os fornos de Auschwitz aos que os salvaram desses fornos”.

Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2011/10/17/58885008.html


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