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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ONU mostra-se descontente com novas autoridades da Líbia

O Comissário Supremo da ONU para os direitos humanos, Navi Pillay, e o enviado especial do Secretário-Geral da ONU na Líbia, Ian Martin, estão preocupados com as acções empreendidas pelos partidários de Muammar Kadhafi. Numa reunião do CS, que decorreu esta quarta-feira, eles reconheceram que as novas autoridades líbias não conseguiram tomar sob o controlo a situação no país.

Na segunda-feira, os grupos armados dos adeptos de Kadhafi ocuparam a vila de Bani Walid onde os decanos locais se manifestaram desconfiantes em relação aos poderes centrais. Os confrontos que se seguiram passaram a ganhar proporções alarmantes, tendo-se estendido a Benghazi e a Trípoli. Bani Walid voltou a ser controlada pelas forças governamentais somente na quarta-feira.

Os ataques dos partidários de Kadhafi ocorrem sob o pano de fundo da aguda crise atravessada tanto pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), como pelo país inteiro, afirma o perito do Instituto de Pesquisas Orientais, Aleksei Podcerob, que nos revelou o seguinte:

– Atualmente, estão patentes montes de contradições entre as tribos diversas e entre várias nações e etnia locais, por exemplo, entre os árabes e berberes. Deve-se levar em linha de conta mais um aspecto. Não esqueçamos que os assim chamados combatentes pela liberdade e democracia chegaram ao poder apoiados pela aviação da OTAN, pelas  forças terrestres do Qatar, dos Emirados Árabes Unidos, pelas tropas especiais britânicas e pela legião estrangeira da França. Por isso, a população não encara o CNT como um órgão legitimo do poder. Com efeito, o Presidente Obama pode, mais de uma vez, colocar a questão da legitimidade das partes conflitantes, mas nós estamos perante um facto consumado.

Além  disso, os próprios  revolucionários continuam descontentes com a falta de transparência na atividade do governo, o não pagamento de compensações aos combatentes e até com a presença na direção do país de antigos funcionários do regime derrubado. Eis porque vários peritos estão unânimes na opinião de que o CTN não está em condições de controlar a situação na Líbia. Mais do que isso, o diretor do Centro de Pesquisas do Oriente junto da Academia Diplomática do MNE, Andrei Volodin avança com um parecer seguinte:

– De facto, não houve alguma revolução. Aquilo que designamos de  revolução não passa de uma invencionice da comunicação social do oeste. Desde o princípio era evidente que as pessoas que tomaram conta do poder na Líbia não seriam capazes nem de dirigir o país, nem de manter a unidade e a integridade nacional. Naquela altura, os peritos russos em matéria árabe prediziam que o novo regime, passado algum tempo, se teria defrontado com numerosos problemas. E a primeira desavença veio à tona muito antes das previsões mais pessimistas. Portanto, devemos aceitar o facto de o país ter entrado numa fase da guerra civil.

As revoluções da Primavera árabe vão se transformando paulatinamente em guerras civis do inverno árabe, afirma Evgueni Satanovski, presidente do Instituto do Médio Oriente. Na sua óptica, no futuro próximo nem se poderá falar de estabilidade dos novos regimes, uma vez que, estes regimes, pura e simplesmente não existem. O perito aponta para o perigo iminente de a situação criada na Líbia poder vir a desestabilizar a África Setentrional, enquanto que a situação no Iêmen poderá afetar toda a península Arábica.

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