quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Ministro grego afirma estar à beira da bancarrota
O ministro de Estado e porta-voz do governo,
Pantelis Kapsis, afirmou hoje que o país se encontra à beira da bancarrota
oficial, configurando o momento atual como o momento de adotar decisões
difíceis.
Por tal
motivo, o dirigente anunciou, em declarações à Mega TV, a celebração de uma
reunião de urgência entre os líderes políticos dos três partidos que sustentam
o governo de coalizão para sentar posições sobre três pontos exigidos pela
troika- a União Européia (UE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo
Monetário Internacional (FMI)- e sobre os quais ainda não se chegou a um
acordo.
Kapsis enumerou os pontos: salário, aposentadoria e
resgate bancário, e disse que a reunião convocada pelo premiê Lukas Papademos
seria realizada esta mesma noite ou ao longo da tarde de sexta-feira.
Sobre os salários do setor privado, lembrou que
empresários e sindicatos estão negociando uma reforma trabalhista que satisfaça
à UE e ao FMI, e que o resultado final pode supor decisões difíceis e
dolorosas.
Afirmou que o governo acha que a redução dos
salários pode ter efeitos muito negativos, mas sublinhou que em última
instância se trata de decidir se as "linhas vermelhas" serão mantidas
ou o contrário, para assim poder aceder ao empréstimo do resgate financeiro.
Neste tema, a troika mantém uma dura pressão sobre
o governo tripartito, no qual o conservador Nova Democracia (ND) estaria a
favor de reduzir o salário mínimo, mas não de eliminar os dois pagamentos
extraordinários atuais, enquanto que o PASOK está contra tal disposição.
Também não parece fácil chegar a um acordo sobre
aposentadorias, pois o ND mostrou sua oposição ao plano preparado pelo
ministério de Trabalho no qual está contemplada uma redução média de 15 pontos
percentuais.
Por último, Kapsis afirmou que o executivo espera
que o resgate bancário ajude pessoas que investiram em bônus gregos como forma
de poupança e não com fins especulativos, mas existem diferentes posições
dentro do PASOK, enquanto que os conservadores ainda não esclareceram sua
posição.
O que não escapa aos líderes políticos é que os
termos exigidos pela UE, o BCE e o FMI para aceder ao segundo pacote de
resgate, de 130 bilhões de euros, podem gerar uma explosão social sem
precedentes.
O presidente do ND, Antonis Samaras, advertiu que a
Grécia não aguenta mais austeridade e Yorgos Karatzaferis, líder do terceiro
partido no governo, o agrupamento de ultra-direita LAOS, advertiu que novos
recortes causariam um colapso econômico e distúrbios como "a Europa não há
visto em décadas".
Na mesma linha manifestou-se ontem Poul Thomsen,
membro da equipe de supervisão do FMI, ao diário local Kathimerini, ao
assegurar que os recortes orçamentas por si só não salvariam a economia grega,
já que o país chegou ao limite do que a sociedade pode suportar.
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