sábado, 3 de março de 2012
Carreira mundial na procura das terras raras
A carreira mundial pelo desenvolvimento de
sofisticadas tecnologias e a substituição do uso de combustíveis fósseis,
encarecidos e poluentes, pelas chamadas energias limpas, demanda maior
quantidade de terras raras.
China concentra hoje 97 por cento da produção
mundial de terras raras, depois de começar a explodir jazidas na década de 80
do século XX.
Trata-se de 17 elementos químicos da série dos
lantanídeos entre os que se encontram o lântano, cério, praseodímio, neodímio,
európio, gadolínio, térbio, túlio, itérbio, ítrio e o escândio.
Para aqueles familiarizados com a nomenclatura
química, uns e outros poderiam ser apenas isso: puros minerais. No entanto, seu
valor cresce por dia, na medida em que se descobrem maiores aplicações na
tecnologia moderna.
São, sem dúvida, os minerais do futuro.
Por exemplo, seu uso em produtos de alta tecnologia
como carros elétricos, turbinas eólicas, telas planas, discos duros,
reprodutores de Mp3, eletroímãs e baterias nucleares, entre outros usos
relevantes.
A denominação de raras vai para além de possuir estranhas
propriedades, deve-se, aliás, a que são minerais escassos e não estão bem
distribuídos no planeta.
Daí que os países desenvolvidos, por natureza
despossuídos destas riquezas estratégicas, envidem esforços na procura de
jazidas. Por quê a invasão ao Afeganistão, além de qualquer outra
"justificação" esgrimida por seus agressores?
Apesar de ser um país onde reinam a pobreza e os
terrenos montanhosos, peritos asseguram que o Afeganistão está sentado em um
banco de ouro ou de riquezas virtualmente inexploradas, desde cobre, lítio,
gás, petróleo e pedras preciosas, até terras estranhas, todo isso estimado em
mais de três trilhões de dólares.
Não é à toa que a nação asiática é cobiçada por
grandes corporações purificadoras de ar do mundo e seus parceiros. Bancos,
fabricantes de equipes pesadas e de tecnologias de ponta, entre outros,
competem pelo usufruto de seus abundantes recursos.
BUSCAM-SE
TERRAS RARAS
Estados Unidos, Europa, Canadá, Japão, todos
procuram terras raras.
Recentemente o Departamento de Energia americana
publicou seu 2011 Critical Materiais Strategy, no que destaca seis minerais
desse tipo essenciais para desenvolver tecnologias que fazem possível as
energias renováveis. Nenhum deles existe em sua geografia.
Por sua parte o Joint Reserach Centre da União
Europeia divulgou outro relatório que alerta a respeito da dependência que tem
a região em relação às terras raras e o impacto que um corte em seu
fornecimento poderia ter no cumprimento dos objetivos energéticos europeus para
2020.
Ambos os documentos recomendam iniciar a busca de
jazidas próprias, explorar a mineração e implementar estações processadoras.
Deste modo exortam, como solução parcial, recuperar
esses minerais dos produtos e artigos que culminam sua vida útil.
Enquanto, a nível global está em andamento uma
vintena de grandes projetos de exploração. Deles uma quarta parte se centra no
Canadá, país que tenciona se tornar em potencial produtor desses elementos
químicos.
Um dos projetos é a jazida da Kipawa, situado na
província canadense do Québec. A companhia de exploração mineira Matamec
assinou um acordo com a fabricante de automóveis japonesa Toyota para levar a
cabo as pesquisas.
De se encontrarem terras raras no local , ambas as
empresas se unirão para sua exploração e Toyota comprará toda a produção para
empregá-la na produção de seus veículos elétricos e outros.
"Há muitos outros em carreira e os projetos do
Québec estão muito bem posicionados a nível mundial", afirmou o presidente
da Associação de Mineração dessa província, Jean-Marc Lulin, quem prevê que
Canadá exportará terras raras nos próximos anos.
A esta procura se somam a Austrália e os Estados
Unidos. Estes países, junto com Canadá, exploraram-nas em seus territórios até
a década de noventa do passado século, quando deixaram de fazê-lo por não poder
concorrer com os preços baratos dos metais chineses.
Lourdes Pérez Navarro
Jornalista da Redação de Economia de Prensa Latina
Havana (Prensa Latina) [Modificado el ( martes, 21
de febrero de 2012 )]
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