quinta-feira, 15 de março de 2012
Chefe da CIA esteve na Turquia para analisar contexto sírio
O diretor da CIA, David Petraeus, viajou à Turquia
para analisar a crise na Síria, em momentos em que as forças de Damasco miram
duros golpes aos grupos que são armados e amparados do exterior.
Segundo informam hoje o canal de satélite Jazeera e
meios turcos, o general Petraeus sustentou reuniões na segunda-feira e na
terça-feira a porta fechada com o premiê Recep Tayyip Erdogan e Hakan Fidan, chefe
da Organização Nacional Turca de Inteligência na qual avaliaram a evolução dos
acontecimentos na Síria.
De acordo com T. J. Grubisha, identificado pela
Jazeera como porta-voz da embaixada norte-americana em Ancara, o chefe da CIA
discutiu com Erdogan e Fidan "áreas de mútua preocupação, incluídos
assuntos de segurança regional e cooperação contra o terrorismo".
O citado porta-voz disse sem entrar em detalhes que
eles, em referência a Petraeus, Erdogan e Fidan, "preveem uma cooperação
mais estreita e frutífera nos assuntos mais polêmicos na região nos próximos
meses".
A publicação turca Today's Zaman informa por seu
lado que Petraeus e Erdogan também abordaram as manifestações sectaristas no
Iraque, no meio do conflito político que vive Bagdá depois que o premiê Nouri
Maliki emitiu uma ordem de detenção contra o vice-presidente Tariq Hashimi,
acusado de dirigir esquadrões da morte.
As autoridades turcas prestaram áreas do país para
a criação de campos de treinamento onde se armam e adestram grupos que têm
vindo infiltrando-se para a Síria pela fronteira comum, e em cuja preparação
participam -segundo investigações jornalísticas- operativos da CIA, agentes da
firma de mercenários Blackwater e assessores franceses e cataris.
Igualmente, permitiram a formação e brindaram sede
em Istambul ao chamado Conselho Nacional Sírio, que Ocidente e seus aliados
árabes apresentam como oposição ao governo a Damasco, mas que se encontra hoje
mais dividido que nunca, depois da renúncia de três de seus dirigentes e a
ameaça de uma deserção em massa.
A visita do general Petraeus tem lugar no meio de
um novo falhanço no campo diplomático da troika ocidental antissíria que
integram Washington, Paris e Londres, mais seus aliados árabes Catar e Arábia
Saudita, em impulsionar uma resolução na ONU contra Damasco, ante a firme
postura da Rússia e China.
Igualmente, sucede depois dos chamados de armar à
oposição síria e de servidores públicos de agências da ONU a despregar a
supostos ativistas humanitários ao longo da fronteira com Síria para
supostamente coletar depoimentos sobre a situação interna neste país.
Acontece também quando as forças sírias têm mirado
duros golpes às bandas armadas, que segundo informou hoje a o-Jazeera, foram
desalojadas da cidade de Idleb, próxima à fronteira com Turquia, agora baixo
controle das autoridades, e em Homs, onde os remanentes dos grupos que ali
operavam estão recorrendo aos assassinatos em massa de famílias indefesas.
A viagem do diretor da CIA a Ancara é visto aqui
como preludio de prováveis novas operações destinadas a seguir pressionando por
tratar de derrocar ao governo do presidente Bashar Assad, que em troca aprofunda
as reformas integrais agora com a convocação a eleições legislativas
pluripartidistas sob os preceitos pluralistas da nova Constituição.
Damasco, 14 mar (Prensa Latina) [Modificado el (
miércoles, 14 de marzo de 2012 )]
Fonte: Prensa Latina
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