Cuba denunciou hoje os dois pesos e medidas, assim
como as mentiras no tratamento do tema nuclear iraniano e fez um chamado ao
diálogo e à cooperação, durante a Junta de Governadores do Organismo
Internacional de Energia Atômica (OIEA).
"É muito importante que neste processo se
preserve integralmente a credibilidade, o profissionalismo e a imparcialidade
que devem caracterizar em todo momento a atuação da Secretaria do OIEA"
declarou o representante cubano Rodolfo Benítez.
No relatório apresentado a essa Junta, afirmou,
foram reconhecidos fatos relevantes ignorados pelos grandes meios de difusão,
entre eles que as atividades nucleares no Irã, incluindo as de enriquecimento
de urânio, estão sob rigoroso controle do OIEA.
Além disso, o documento admite que esse país opera
suas instalações em plena correspondência com o declarado ao Organismo e em
nenhum momento se evidencia uma dimensão militar nesse programa.
O OIEA pode verificar, uma vez mais, que não se
desviou nenhum material nuclear das instalações declaradas pelo Irã, todas as
quais estão submetidas aos controles do Organismo.
Estes são os fatos, indicou Benítez, os quais devem
ser separados das distorsões e manipulações daqueles interessados em impedir
qualquer avanço.
Denunciou que alguns dos que acusam o Irã de
desenvolver armas nucleares mantêm em seus arsenais milhares desses artefatos,
se opõem à eliminação dos mesmos e defendem doutrinas militares nas quais se
inclui seu possível uso contra outros Estados.
A existência comprovada de quase 23 mil armas
nucleares capazes de destruir a vida em nosso planeta, sim é uma ameaça real e
grave para a humanidade, advertiu.
Os mesmos que reiteram uma e outra vez as ameaças
contra o Irã, guardam total silêncio com respeito aos arsenais atômicos do
único Estado no Oriente Médio (Israel) que não aceita o Tratado de Não
Proliferação, disse.
São os mesmos que se negam a considerar a proposta
do Movimento de Países Não Alinhados, que estabeleceu um Plano de Ação com
medidas concretas para eliminar todas as armas nucleares antes do ano 2025,
agregou Benítez.
Enquanto persistir a hipocrisia, a seletividade e
os padrões duplos, não existirá soluções, declarou o delegado cubano, que assegurou
que a posição oficial reiterada pelo Governo do Irã sobre seu programa tem
relevância e não deve ser ignorada.
Alguns Estados tratam de levar uma e outra vez o
tema da segurança do Irã ao Conselho de Segurança da ONU, que utilizam como
arma seletiva e de chantagem política.
Este assunto é da estrita responsabilidade do OIEA
e de jeito nenhum deve ser objeto de manipulações, advertiu.
O embaixador cubano concluiu que os diferendos não
se resolvem através da guerra, as mentiras, as sanções ou os padrões duplos.
São resolvidos, disse, mediante a cooperação, o diálogo e a negociação sem
pré-condições entre as partes interessadas, sem ingerência e com pleno respeito
ao Direito Internacional.
O uso da força não pode ter lugar neste processo,
assegurou.
Viena, 8 mar (Prensa Latina) [Modificado el (
jueves, 08 de marzo de 2012 )]
Fonte: Prensa Latina (Link aqui)
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