quarta-feira, 7 de março de 2012
Denunciam cancelamento de matrícula de cinco mil estudantes chilenos
O porta-voz da Coordenadora Nacional de Estudantes
Secundários, Rodrigo Rivera, denunciou hoje que ao menos cinco mil adolescentes
chilenos foram expulsos por ter participado de mobilizações no ano passado.
Rivera, que anunciou uma manifestação para o
próximo dia 15 de março como início do movimento estudantil em 2012, chamou o
governo a assegurar as matrículas de todos os educandos do nível de ensino
médio.
Ninguém deve sofrer represálias por ter participado
do movimento estudantil, sublinhou Rivera, que chamou também o ministro do
setor, Harald Beyer, a não fazer-se de desentendido sobre os numerosos
cancelamentos de matrículas.
"Nos foi tirado o direito de continuar só por
apoiar uma causa justa", disse Moisés Paredes, um dos jovens expulsos,
citado pelo jornal El Mostrador.
O jovem pertence a um dos liceus da comuna
capitalina Providência, onde se aplicou a referida medida a quase cem alunos.
Ontem centenas de estudantes mobilizaram-se junto a
seus pais em frente aos escritórios de governo da citada municipalidade com o
objetivo de reivindicar a renovação das matrículas ao prefeito Cristián Labbé.
O prefeito, ex-membro da polícia secreta de Pinochet
(1973-1990), não os recebeu e em seu lugar falou com os estudantes a diretora
de Educação do município, Karla Frauenberg, que alegou que as administrações
dos colégios atuavam autonomamente.
"Disse-nos que os colégios tinham autonomia
para expulsar seus alunos... Nós acreditamos que aqui houve perseguição
política e vamos esgotar todas as instâncias judiciais", denunciou o
porta-voz dos estudantes do liceu José Victorino Lastarria da Providência,
Elioska Zárate.
Organizações sociais e setores da oposição chilena
advertiram que a expulsão das instituições docentes foi aplicada sobretudo
contra os líderes do movimento estudantil e não contra jovens que causaram
danos materiais nas escolas ou que transgrediram o regulamento escolar como
alegam as autoridades locais.
Na opinião do porta-voz da Confederação de
Estudantes do Chile (Confech) e representante dos educandos mapuches, José
Ancalao, as suspensões de matrículas estão sob a lógica de uma perseguição
política de tipo pinochetista.
Esperemos que prime a sensatez e que os colegas
secundários que se mobilizaram possam ter as matrículas nos colégios aos quais
pertencem, agregou por sua vez o também porta-voz de Confech, Gabriel Boric.
As pessoas que se sacrificaram estando em greves e
ocupações durante todo este tempo não fazem isso por um capricho infantil, mas
sim porque a educação que temos no Chile realmente é um desastre, sentenciou o
líder universitário.
Santiago do Chile, 6 mar (Prensa Latina) [Modificado
el ( martes, 06 de marzo de 2012 )]
Fonte: Prensa Latina (Link aqui)
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