sábado, 3 de março de 2012
Mercado trabalhista sob pressão
A economia mundial, marcada por sinais de recessão
no velho continente, acrescenta pressões adicionais sobre o mercado trabalhista
ante a necessidade de criar novas capacidades visando enfrentar o
constantecrescimento da força de trabalho.
As cifras da Organização Internacional do Trabalho
(OIT) para 2012 confirmam a complexidade do cenário, onde os países estão
chamados a contribuir ao menos 600 milhões de empregos em um prazo de 10 anos.
Essa quantidade, indicou a entidade, é a requerida
para assimilar aos quase 200 milhões de parados existentes na atualidade, unido
aos 40 milhões de pessoas que se incorporam cada ano à população economicamente
ativa.
Para os peritos, essa previsão representa um
desafio urgente, toda vez que as opções envolvidas no crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB) na Eurozona poderiam levar a uma conjuntura ainda mais
adversa.
Já o Fundo Monetário Internacional (IMF) revistou
os prognósticos de crescimento da economia mundial em 2012, como conseqüência
dos efeitos negativos gerados pela crise da dívida soberana na Europa.
A entidade multilateral situou em 3,3 por cento a
expansão do PIB global no atual exercício, com uma descida de sete décimos em
relação à avaliação precedente.
Do mesmo modo, para 2013 o avanço do PIB se
localizou em 3,9 por cento, o qual implica um recuo de 0,6 por cento.
Enquanto, no caso da América Latina o crescimento
este ano se estima em 3,6 por cento, com uma contração de quatro décimos em
comparação com as previsões anteriores.
Os problemas se concentram na Eurozona, pois o IMF
considerou para os 17 países envolvidos à moeda única uma descida de 0,5 por
cento no atual exercício.
Nesse sentido, a instituição admitiu que a economia
européia ingressará para 2012 em um cenário de moderada recessão devido ao
impacto das medidas fiscais adicionais e o aumento nas primas de risco
soberano.
Desse jeito, com uma expansão mundial média
inferior a dois por cento, 2012 fecharia com 204 milhões de parados em 2012 e
209 milhões o próximo exercício.
Pelo contrário, uma eventual recuperação só
recortaria um milhão de desocupados aos prognósticos para este ano (200
milhões), daí que a taxa de desemprego se manteria em seis por cento como
média.
A OIT qualificou de efêmera a recuperação que começou
em 2009, pois na realidade se contabilizam 27 milhões mas de desempregados em
comparação com os dados reportados ao início da crise.
Unido a isso, os peritos mencionam outros 29
milhões de pessoas menos na população ativa, aos quais qualificam como
desalentados pela busca de emprego, os que de somar-se à parada elevariam o
indicador do seis aos 6,9 por cento como média mundial.
Nessa categoria se classificam os que decidem
abandonar a busca de trabalho porque sentem que não têm oportunidades de
encontrá-lo e por isso não se contabilizam entre os desempregados.
Isto também se aplica aos jovens que continuam seus
estudos mais tempo do que tinham previsto e esperam para procurar trabalho
porque percebem uma falta de opções.
Em efeito, já em ano passado se detectou que 74,8
milhões de jovens com idades entre 15 e 24 anos estavam desempregados, para um
incremento de mais de quatro milhões do 2007.
A escala planetária, os jovens têm três vezes mais
possibilidades que os adultos de estarem desempregados e a taxa mundial de paro
nesse setor é de 12,7 por cento, um ponto percentual por cima dos níveis
anteriores à crise.
Outra provocação adicional esta relacionado com o
de trabalho decente, pois os dados da organização mencionam a necessidade de
estender esse conceito a 900 milhões de trabalhadores que vivem com suas
famílias por debaixo da linha da pobreza de dois dólares ao dia.
Enquanto, o número de trabalhadores em emprego
vulnerável no 2011 se estimou em mil 520 milhões de pessoas a nível mundial,
com um incremento de 136 milhões de 2000 e perto de 23 milhões mais comparado
com o 2009.
Este problema afeta em maior medida às mulheres,
com 50,5 por cento delas em ocupações vulneráveis, enquanto que no caso dos
homens esse indicador se localizou em 48,2 por cento.
Além disso, persiste a fenda em matéria de
produtividade entre os industrializados e os países em desenvolvimento, onde nos
primeiros foi de 72 mil e 900 dólares por trabalhador em 2011 e 13 mil e 600
dólares para os segundos.
Os dados para 2012, disse a OIT, "são um
reflexo da crescente desigualdade e a contínua exclusão que sofrem milhões de
trabalhadores e suas famílias a nível mundial".
A entidade alertou também que as políticas de
austeridade sem dúvidas vão piorar os problemas do mercado de trabalho, pois a
experiência demonstra que terá que investir em opções ativas de criação de
empregos e estimular o investimento.
Pelo Mario Esquivel
Chefe da Redação de Economia de Imprensa Latina.
Havana (Prensa Latina) [Modificado el ( miércoles,
22 de febrero de 2012 )]
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