sexta-feira, 9 de março de 2012
Síria aceita visão da China para solução de crise interna
A Síria aceitou o que denominou a "visão chinesa" para encontrar
uma solução aos problemas internos e expressou sua disposição à aplicá-la, mas
considerou que todo acordo depende também da vontade das forças externas que
impulsionam a crise.
"Em uma crise na qual estão envolvidas várias partes, todas devem
cooperar e contribuir a resolvê-la; no caso sírio não importa que o governo
esteja disposto a cumprir este ou aquele plano, se as outras partes não se
somam ao processo com igual vontade", esclarece o doutor em ciências
políticas Bassam Abu Abdullah.
Antes de partir de Damasco, o enviado especial de Beijing Li Huaxin,
foi recebido pelo chanceler Walid Al-Moallen que agradeceu a firme postura
chinesa de apoio à Síria e manifestou-lhe a disposição de Damasco a cooperar de
forma positiva para colocar em prática a proposta de seis pontos.
Em resumo, a China propõe o fim incondicional da violência de todo tipo
de qualquer fonte, facilitar os esforços da ONU na esfera humanitária, cooperar
com o enviado da organização mundial Kofi Annan, convocar todas as partes para
um diálogo nacional integral e acelerar o processo de reformas em curso na
Síria.
O plano chama também todos os países a respeitar a soberania,
independência e integridade territorial do país árabe e reforça a rejeição de
Beijing a uma intervenção armada e a toda tentativa de forçar uma mudança de
regime no país.
Li enfatizou a rejeição da China às tentativas de explorar a situação
humanitária para interferir nos assuntos internos sírios sob qualquer pretexto.
Na Síria -assinala Abdullah-, a oposição política que hoje pode se
organizar em partidos e que reclama espaços está de acordo em empreender um
diálogo nacional e participar de um governo de unidade nacional.
"Os sírios estão cansados de toda esta violência armada e
terrorista e querem paz e tranquilidade, pois eles e o país já sofreram
muito", reforça.
Mas a pergunta fundamental é, acentua o acadêmico: "Aceitarão o plano
chinês os governos que fomentaram e avivam a crise e apoiam grupos de chamados
opositores articulados no exterior em conveniência das circunstâncias?"
E responde: "Acredito que creio; têm investido demasiado e ao
acolher um projeto assim, estariam aceitando sua derrota que, de fato, já a
estão sentindo e o desespero com que estão atuando é evidência disso",
opina.
A visita de Li coincidiu com a
da subsecretária geral da ONU para Assuntos Humanitários, Valerie Amos, que
também foi recebida pelo chanceler Al-Moallen, que lhe manifestou a disposição
do governo a cooperar com a assistência que a organização internacional possa
coordenar, mas sempre a partir do respeito à soberania e independência da
Síria.
Amos respondeu que todo gerenciamento seria feito sobre uma base de
neutralidade e independência.
Agora o governo do presidente Bashar Al-Assad também se apresta a
receber Kofi Annan, recém designado como enviado especial da ONU para a Síria,
que se encontra no Cairo, Egito, para se reunir primeiro com os representantes
da Liga Árabe antes de viajar, segundo se previsto, na sexta-feira a Damasco.
Damasco, 8 mar (Prensa Latina) [Modificado
el ( jueves, 08 de marzo de 2012 )]
Fonte: Prensa Latina (Link aqui)
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