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segunda-feira, 2 de maio de 2016

FORÇAS ARMADAS BRASILEIRA: VAI APOIA A NOVA ORDEM GOLPISTA OU VAI MANTER "LEALDADE À PRESIDÊNCIA DE DILMA ROUSSEFF"?

Por: Luis Carlos

Tenho ouvido e lindo em diversos lugares várias lideranças políticas dizerem que os modernos golpes de estado do Século XXI se diferenciam, quanto ao método adotado, daqueles que ocorreram no Século XX em termos das Armas, pois, se de um lado, esses últimos tiveram como ponta de lança os exércitos com seus fuzis e tanques nas ruas, de outro, os atuais não, dado que, são executados por "civis" parlamentares da burguesia via Parlamento, que através da figura do impeachment, falsificam provas ilegais ou situações supostamente inconstitucionais para quebrar a ordem democrática e colocarem no governo, indiretamente, políticos que representam os interesses do capitalismo e do império americano.

Mas, isso é apenas uma mudança aparente, no fundo só mudou a ordem da tática, porém, a estrategia continua a mesma.

Ao procurar investigar, por meio da internet, sobre os golpes de estado ocorridos em Honduras e no Paraguai (e muitos de nós tivermos a oportunidade de denunciar) se identifica e se reconhece, em alguns estudos e artigos jornalísticos, um fenômeno importante que devemos observar com muito cuidado: depois dos golpes consumados nos Parlamentos a direita burguesa se vale da ARMAS dos órgãos repressivos do Estado (Forças Armadas e Policias) para assegurar a "nova ordem golpista" e sufocar os movimentos sociais e populares.

HONDURAS

Depois do Golpe desferido (pelo Congresso Nacional, Tribunal Supremo Eleitoral e Corte Suprema de Justiça) contra o governo de Manuel Zelaya, em junio de 2009, as Forças Armadas foram chamadas a consolidar a NOVA ORDEM GOLPISTA, ao tempo que, sufocar os partidos políticos de esquerda, movimentos sociais e populares.

O Portal CADTM (Comitê para a Anulação da Divida do Terceiro Mundo), em artigo publicado um dia depois do Golpe Estado/Parlamentar hondurenho, denunciava a participação do Exército de Honduras, bem como, sua ação repressiva contra os movimentos populares e sociais.  

"A Marcha Mundial das Mulheres e a Rede Latinoamericana Mulheres Transformando a Economia nos unimos a todas as organizações feministas e do movimento social de Honduras para condenar e repudiar veementemente o golpe de Estado contra o presidente Manuel Zelaya Rosales, dirigido pelas Forças Armadas e pelo presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti, com apoio dos meios de comunicação controlados pela oligarquia deste país"

Executado pelas forças armadas às 5 da manhã do domingo, 28 de junho, o golpe truncou as aspirações democráticas da população, que se preparava para realizar uma consulta à sociedade hondurenha, para verificar se estava de acordo em convocar uma Assembléia Nacional Constituinte, com o objetivo de elaborar uma nova constituição. Além disso, o golpe militar colocou na presidência Roberto Micheletti, fantoche da oligarquia hondurenha".

Um ano depois da consumação do Golpe de Estado em Honduras, a OEA alertava em relatório o seguinte:

"Segundo relatório preliminar apresentado por um grupo da OEA que visitou o país em maio de 2010, os direitos humanos em Honduras continuam sendo violados em virtude do golpe de Estado que depôs o Governo no ano passado. A OEA também denunciou a militarização da sociedade hondurenha como resultado do golpe de Estado. Segundo a CIDH altos comandantes do Exército ou ex-membros das forças armadas que são alvos de denúncias por participação no golpe de Estado estão ocupando a gerência de dependências públicas de alto nível no governo do presidente Porfirio Lobo, eleito para ocupar o lugar de Zelaya após um período de governo militar. A comissão visitou Honduras entre os dias 15 e 19 de junho de 2010 e constatou que há informações sobre o assassinato de várias pessoas, entre elas jornalistas e defensoras de direitos humanos do país".

PARAGUAI

O sitio mas.org, em 22 de junho de 2012, publicou uma nota do Comité Executivo Nacional do Partido dos Trabalhadores confirmando a tese de que depois do Golpe ser levado a efeito, ou seja, executado pelos políticos da classe dominante através do Parlamento e Corte Suprema de Justiça, as Forças Armadas entrou em sena ferindo de morte a democracia e o povo do país vizinho, apoiando a Nova Ordem Golpista. 

A nota intitulada de "Golpe da direita depõe presidente do Paraguai", apreciava a questão da seguinte forma:

"Tão logo foi anunciado o resultado, o comando das Forças Armadas reconheceu o impeachment e o novo presidente. Jornais do país já anunciavam uma movimentação de tropas do Exército nos quartéis nesses dois dias de preparação do golpe. Em tempo recorde, o vice de Lugo, Federico Franco, do PLRA (Partido Liberal Radical Autêntico), recebeu a faixa presidencial. O PLRA, um partido de direita, fez parte da coligação que apoiou Fernando Lugo nas eleições de 2008. Nos últimos dias, rompeu com o governo e aliou-se ao Partido Colorado, antecessor de Lugo que governou o país por 61 anos.

Do lado de fora do Parlamento, a polícia reprimia uma manifestação que ocorria na Plaza de Armas. Policiais investiram contra os manifestantes com balas de borracha, gás lacrimogéneo e jatos de água".

BRASIL

Na conjuntura atual brasileira, estamos vivendo um processo de Golpe de Estado patrocinado pelas forças conservadoras da direita capitalista e entreguista, que por intermedio da Câmara dos Deputados e, agora, do Senado, tentam impor uma NOVA ORDEM GOLPISTA e antidemocrática.

Pouco se tem debatido sobre qual vai ser a atuação das Forças Armadas Brasileiras. Hoje, Luis Nassif (02/05/2016) em artigo vinculado no Jornal GGN, não entra especificamente no merito da tese aqui levantada, mas já antecipa um prognóstico de que teremos um: "Xadrez de um período obscurantista que se espera breve".

Se o mando de governo cair nas mãos de um "presidente interino, prestes a assumir o poder, com escassa legitimidade, dentro de um caso clássico de golpe parlamentar", os dias que se seguirão:

"Será um período de intensa repressão, de ajuste de contas, até que haja uma relativa unificação do poder de Estado e uma reação das vozes democráticas contra os abusos. Não será uma repressão centralizada, de Estado, mas uma vendetta generalizada em todos os setores onde houve disputa política e resistência ao golpe".

O próprio traidor e golpista Michel Temer já anda nos bastidores especulado em (segundo Natuza Nery, Brasil247) procurar o Lula para pedir ao ex-presidente que venha "segurar a pressão das ruas", em outras palavras, que Lula tome a mesma atitude de Fernando Lugo em relação ao Paraguai. Seria uma ironia se Lula e o PT, que criticaram o comportamento de Lugo...

[Tal heroísmo, porém, não foi seguido pelo próprio presidente deposto que, num discurso vergonhoso que surpreendeu até mesmo os seus partidários, acatou o golpe. Enquanto milhares de pessoas eram reprimidas nas ruas, um sorridente Fernando Lugo afirmava às câmaras de TV que se tratava de “um golpe contra a democracia”, mas que acatava a decisão do Parlamento]

...concordem agora com uma atitude covarde em relação aos movimentos sociais e populares. Depois de consumado a NOVA ORDEM GOLPISTA, seria uma fatalidade dessas que descem do além, pedir a Lula que faça o mesmo só para atender aos caprichos do golpista Michel Temer e mercenários do PSDB, que sempre apoiaram Golpes de Estado (falam por aí até que FHC é um guru que apoia golpes de estado).

O comportamento das Forças Armadas Brasileiras ainda tem sido contraditório. Se de um lado, não estão com seus fuzis e seus tanques nas ruas, por outro, também é verdade, que estão como espectadores da luta de classe, que está em voga no campo da democracia e da soberania do povo que, por sufrágio universal, elegeu um governo com mais de 54 milhões de votos).

Das poucas falas das Forças Armadas Brasileiras a impressa, ficamos sabendo que desmentiram a dois colunistas da Rede Globo sobre suposta "entrada dos militares na crise política". Na nota das Forças Armadas, reafirmam "lealdade à presidência de Dilma Rousseff", todavia, temos que prestar atenção no texto, pois, eles vincula esta "lealdade" ao exercício do cargo de "Presidência da República".

A pergunta é: se estiver na "Presidência da República" um governo parido de um Golpe de Estado, via Parlamento, eles vão prestar lealdade a NOVA ORDEM GOLPISTA ou a verdadeira Presidenta do Estado Democrático de Direito do Brasil, Dilma Rousseff?   

A julgar pelos exemplo de Honduras e Paraguai, a julgar pela historia recente das Forças Armadas Brasileiras, que não estão alhures a sociedade e suas lutas de classes, como bem relata Anita Leocádia Prestes em algumas de suas obras, a tendencia é que os Comandantes das Forças Armadas Brasileiras venham rezar a cartinha do Governo Golpista.

Não obstante, o povo brasileiro, os amantes de uma Democracia Participativa e Protagonista, os movimentos sociais e populares, as forças de esquerda e avançadas do país, face à sombra de um GOLPE DE ESTADO, há de a VINGANÇA MARCHAR...

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