ESPERAMOS QUE VOCÊ DEIXE SUAS OPINIÕES, IDÉIAS E QUE VENHA PARTICIPAR CONOSCO DEIXANDO SUAS PROPOSTAS

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Irã prepara-se para reagir ao embargo europeu

O governo de Teerã está a elaborar um projeto-lei que prevê o cessar imediato das exportações de petróleo iraniano para a União Européia antes que esta última introduza o embargo petrolífero em relação ao Irã. De seguida, o comentário de Vladimir Sajin.

Pelos vistos, o Irã não tenciona acompanhar com calma o decurso paulatino de preparativos da UE para a introdução do embargo petrolífero a entrar em vigor a partir de 1 de julho do ano corrente. No entanto, uma contra-medida iraniana poderá abalar as economias frágeis de alguns países, sobretudo, da Grécia, Espanha e Itália que se vêem dependentes, em grande parte, das importações iranianas. Assim, a Grécia satisfaz, graças ao petróleo iraniano, cerca de 30% do consumo interno da energia, Espanha – 15% e a Itália – 12%. É pouco provável que estes países possam reorientar-se, de forma rápida, para as outras fontes de hidrocarbonetos, uma vez que novas opções pressupõem a escolha de novos itinerários de escoamento e novas tecnologias de refinação. Tudo isso implicará, claro, adicionais despesas.

O analista Valeri Nesterov partilha tal cenário.

– Se o Irã concretizar suas ameaças, a Europa ver-se-á numa situação difícil, devendo proceder a uma reestruturação acelerada. Isto provocará a tensão, e se calhar, um pânico ligeiro no mercado de petróleo, causando a alta dos preços mundiais que, contudo, não se prolongará por muito tempo. Outra coisa é que a subida de preços será pouco durável, dado que existem possibilidades de compensar a falta das exportações iranianas à custa de fornecimentos provenientes de reservas estratégicas e comerciais que são significantes e se estimam em cerca de 4 mil milhões de barris. Trata-se das reservas dos países membros da Agência Internacional da Energia (AIE). Deste modo, num primeiro mês, poderão ser retiradas e fornecidas mais de 50 milhões de toneladas destas reservas que se destinarão aos consumidores europeus.

Entretanto, segundo os dados da AIE relativos ao mês de outubro de 2011, as reservas nacionais serão suficientes, perante normas de consumo atuais, no caso da Grécia, para três meses, na Espanha – para 3 meses e meio e no caso da Itália para quatro meses. De qualquer maneira, a UE irá defrontar-se com imensas dificuldades.

Existe também mais um enfoque do problema. Há quem diga que, em face da iminência de operações militares contra o Irã pode-se tirar da agenda a questão de fornecimento do petróleo iraniano. Então, decretando as sanções, a UE pensa em buscar outros candidatos que substituam o Irã como exportador.

Mesmo que esta hipótese não passe de mais uma teoria de conspiração, o Irã não terá uma vida calma. Para não falar do facto de Teerã começar a perder bilhões de dólares enfrentando a perspectiva pessimista de pagar multas sensíveis pelos contatos de exportação vigentes com a UE. Claro que na realidade as multas deverão ser pagas quando forem concluídos processos em diversas instâncias judiciais.

Mas na etapa presente, o proveito destas batalhas será tirado pelos concorrentes do Irã pela divisão do "bolo" petrolífero. Antes de mais, pelos países do Golfo que se prontificam a suprir a falta do Irã no mercado energético mundial, praticando preços que continuarão a subir na atual situação nervosa.

FONTE: http://portuguese.ruvr.ru/2012/01/26/64683997.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home