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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

EUA ‘cultiva’ combustíveis em vez de produzir alimentos (+Vídeo)

Combustível por comestíveis. O destino dos cultivos de milho nos Estados Unidos gera polêmica porque, apesar do governo anular a concessão atribuída a uma parte destinada a criar combustível etanol, é o próprio executivo quem ainda incentiva a presença desse combustível nas bombas.

Por isso, a população americana protesta para que a maioria da colheita seja para fins alimentares.

Um processo que tem seu preço, não só pela exploração do produto alimentar, mas também, para a produção de combustível. Durante 33 anos o governo dos EUA subsidiou aos produtores de milho para aumentar a produção e o consumo de etanol. Essa situação mudou, parcialmente, e alguns efeitos já são visíveis.

“Agora 15% do crescimento da produção de comida neste país, durante o último ano, se deve a esta política. Uma política que custou mais de 20.000 milhões de dólares aos contribuintes”, disse o senador americano, Tom Coburn.

Este senador de Oklahoma liderou a campanha para eliminar o subsidio e conseguiu. Porém, o encargo do Governo as empresas de usar álcool etílico segue de pé. Assim, agora, em qualquer posto de gasolina dos EUA, 10% do combustível é etanol.

“40% da colheita de milho do ano passado foi usado para produzir etanol. Ficando os 60% restante para a comida, para a gente e os animais”, acrescentou Coburn.

A celulosa, as proteínas, a gordura e o aceite de milho são então usados para produtos que alimentam os animais, assegurou um dos funcionários da companhia Lincolnway Energy.

Com o preço do etanol elevado, duas vezes nos últimos cincos anos, não é nada surpreendente que os preços do alimento também aumentem. E isto não só ocorre nos EUA. Em outros países onde o milho é um dos ingredientes principais da alimentação, o aumento dos preços resultou devastador.

“Quando cresce a demanda de etanol, os produtores plantam mais milho para produzi-lo e não podem plantar uma quantidade suficiente de outros cultivos”, explicou Tim Searchinger, cientista da Universidade de Princeton.  

Uma sexta parte do fornecimento de milho mundial é utilizada nos carros americanos. É uma quantidade suficiente para alimentar a 350 milhões de pessoas durante um ano inteiro. Qual é a justa competição entre alimento e o combustível? Uma pergunta que ainda não tem sido respondida.




Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)

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