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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

GRUPO BILDERBERG é uma criação da OTAN

A ideia de que o Grupo Bilderberg é um embrião do governo mundial tem vindo se espalhando faz anos. Por ter tido acesso aos arquivos desse clube tão secreto, Thierry Meyssan assinala que essa imagem é uma pista falsa destinada a mascara a verdadeira identidade e a real função do Grupo: o Bilderberg é uma criação da OTAN. Seu objetivo é convencer aos lideres e manipular através deles a opinião publica para levá-la a aceitar os conceitos e ações da aliança atlântica.

Por Thierry Meyssan*


Desde 1953, uma centena de eminentes personagens da Europa Ocidental e Norte Americana se reúne anualmente – a portas fechadas e sobre condições de estreita proteção – dentro do grupo bilderberg. A reunião dura três dias e nada se publicam sobre os temas tratados.

Depois da desaparição da União Soviética, alguns jornalistas começaram a se interessar pelo grupo bilderberg. Vários autores tem visto nele o embrião de um governo mundial e das principais decisões politicas, culturais, econômicas e militares da segunda metade do século XX, uma interpretação que Fidel Castro tem retomado. Nada permite, no entanto, confirmá-la ou desmenti-la.

A fim de saber o que realmente é e o que não pode ser o grupo bilderberg, me dei à tarefa de buscar documentos e testemunhos. Tive acesso a todos os arquivos correspondentes ao período que vai de 1954 a 1966 e a muitos documentos posteriores e tenho podido conversar com um de seus antigos convidado, a quem conheço faz muito tempo. Nenhum jornalista, nem certamente os famosos autores que tem popularizado os atuais clichés, têm tido acesso a tantos documentos internos do Grupo Bilderberg.

És aqui o que tenho conseguido descobri e compreender. 

A primeira reunião

Setenta (70) personalidades provenientes de 12 países participaram, em 1954, da primeira reunião do Grupo, um seminário de três dias, de 29 a 31 de maio, que se desenvolveu perto de Arnhem, nos Países Baixos. Os convidados se dividiram entre dois hotéis próximos, porém, os debates se desenvolveram no estabelecimento principal com cujo nome se conhecerá o Grupo. 

Os convites, que levam o timbre do Palácio de Soestdijik, resultam bastantes obscuros: “Apreciaria muitíssimo sua presença no congresso internacional, sem caráter oficial, que acontecerá nos Países Baixos no final do mês de maio. Este congresso deseja estudar certo número de questões de grande importância para a civilização ocidental e teria como objetivo estimular o goodwill [em espanhol, “boa vontade” (em português ‘boa vontade’)] e o entendimento reciproco graças ao livre intercambia de pontos de vistas”. Os convites levam a firma do príncipe consoante dos Países Baixos, Bernhard Zur Lippe-Biesterfeld, e vão acompanhadas de varias páginas informativas de natureza administrativa sobre o transporte e o alojamento. O mais que permitem saber é que haverá delegados dos Estados Unidos e de 11 Estados da Europa Ocidental e que se realizarão seis (6) sessões de trabalho de 3 horas cada uma.

Dado ao passado nazi do príncipe Bernhard, que foi membro da cavalaria da SS até seu matrimônio, em 1937, com a princesa Juliana, e o contexto do macarthismo daquela época, resulta evidente que as “questões de grande importância para a civilização ocidental têm haver com a luta contra o comunismo.

Já no local do encontro, os dois presidentes da reunião – o empresário estadunidense John S. Coleman e o Ministro enviado de Relações Exteriores da Bélgica Paul Van Zeeland – mitiga a impressão dos convidados. Colemam é um militante do livre mercado enquanto que o ministro Van Zeeland é um partidário da Comunidade Europeia de Defesa (CED). Finalmente, os participantes iram ver, em um extremo da tribuna, a Joseph Retinger, a eminencia gris (eminência parda) dos britânicos. Tudo isso parecem indicar que as monarquias holandesa e britânica apadrinharam a realização da reunião em apoio a Comunidade Europeia de Defesa e ao modelo econômico do capitalismo de livre mercado em oposição ao antiamericanismo que promovem comunistas e gaullistas.

As aparências, no entanto, são enganosas. Não se trata de fazer campanha a favor da CED, mas de mobilizar as elites a favor da Guerra Fria.

A personalidade escolhida para convocar aos convidados foi Sua Alteza Real, o príncipe Bernhard, porque sua condição de príncipe consorte confere um caráter estatal, sem ser oficial.

Atrás dele se esconde o verdadeiro promotor do encontro: uma organização intergovernamental interessada em manipular aos governos de alguns Estados que a constituem. 

Naquela época, John S. Colemam não tinha se convertido ainda em presidente da Câmara de Comércio dos Estados Unidos, porém, acabava de criar o Comité de cidadão pela Politica Nacional de Comércio (Citizen’s Committee for a National Trade Policy, CCNTP). Afirma que a liberdade de comércio absoluta, ou seja, a renúncia a todos os direitos aduaneiros permitiria aos aliados dos Estados Unidos aumentarem suas próprias riquezas e financiar a Comunidade Europeia de Defesa, leia-se, empreender o rearmamento da Alemanha e integrar sua potência militar a OTAN. 

Os documentos que estão em nosso poder demonstram, no entanto, que o CCNTP só tem de “cidadão” o nome. Trata-se na realidade de uma iniciativa de Charles D. Jackson, conselheiro da Casa Branca a cargo da guerra psicológica. Na cabeça da operação se encontrava William J. Donovan, ex-chefe da OSS (o serviço de inteligência estadunidense, criado durante a Segunda Guerra Mundial), agora encarregado de criar a filial estadunidense o Gladio, novo serviço secreto da OTAN.

Paul Van Zeeland não é apenas o promotor da Comunidade Europeia de Defesa. Também é um político de muita experiência. Ao termino da ocupação nazi presidiu a Liga Independente de Cooperação Europeia (LICE) que teria como objetivo a criação de uma união aduaneira e monetária, organização que foi instaurada por ele, já mencionado por Joseph Retinger. 

O próprio Retinger que trabalha como secretário no encontro de Bilberberg serviu durante a guerra nos serviços secretos ingleses (SOE) do general Colin Gubbins. No Reino Unido, Retinger, um verdadeiro polaco, foi conselheiro do governo de Sikorki no exílio.  Em Londres, protagonizou o microcosmo dos governos criados no exilio, o qual lhe proporcionou múltiplos contados na Europa libertada do fascismo.

Seu amigo, Senhor Gubbins, abandonou oficialmente os serviços secretos britânicos e o SOE foi dissolvido. Dirige então uma pequena empresa de tapetes e produtos têxtis que lhe serve de “janela”. Na realidade, Gubbins está a cargo da criação da filial inglesa do Gladio. Despois de haver participado de todas as reuniões preparatórias do congresso de Bilderberg, se encontra entre os convidados, sentado ao lado de Charles D. Jackson.

Os participantes ignoram que são em definitiva os serviços secretos da OTAN quem realmente dão origens ao encontro de Bilderberg. O príncipe Bernhard, Coleman e Van Zeeland servem de fachada.

Embora jornalistas imaginativos tenham tentando encontrar no grupo bilderberg a vontade de criar um governo mundial secreto, este grupo de personalidades influentes não é mais que uma ferramenta de cabide que a OTAN utiliza para promover seus próprios interesses. Isto é muito mais sério e muito mais perigoso, já que é a OTAN quem ambiciona converter-se em um governo mundial secreto capaz de perpetuar o status quo internacional e a influência dos Estados Unidos.

Ademais, nas reuniões seguintes a segurança do grupo bilderberg não estará nas mãos da polícia do país aonde se organiza o encontro, mas que será questão dos soldados da OTAN.

Guy Mollet
Entre os 10 oradores escritos se destacam dois ex-primeiros ministros – o francês Guy Mollet e o italiano Alcide de Gasperi -, três responsáveis do Plano Marshall, o falcão da Guerra Fria Paul H. Nitzer e, sobretudo, um poderosíssimo financeiro, David Rockefeller.

Segundo os documentos preparatórios, vinte (20) participantes estão cientes do segredo. Conhecem mais ou menos em detalhes quem são os que realmente manejam o show e escrevem de antemão suas intervenções. Até os menores detalhes estão previstos e não se deixa nem o mais mínimo espaço a improvisação. Por sua parte, os demais participantes, uns cinquentas (50), ignoram por completo o que se esta tramando. Foram escolhidos para que exerçam sua influencia sobre seus respectivos governos e sobre a opinião pública de seus países respectivamente. Assim, o seminário foi organizado para convertê-los e para levá-los a se envolver na propaganda das mensagens que querem divulgar.

Em vez de abordar os grandes problemas internacionais, as intervenções analisam a suposta estratégica ideológica dos soviéticos e explicam o método a seguir para combatê-las no “mundo livre”.

As primeiras intervenções avaliam o perigo comunista. Os “comunistas conscientes” são indivíduos que pretendem pôr sua pátria ao serviço da União Soviética, para impor-lhe ao mundo um sistema coletivista. E há que combatê-los. Porém, se trata de uma luta difícil já que estes “comunistas conscientes” estão espalhados por toda Europa, dentro de uma massa de eleitores comunistas que nada sabem de seus sinistros propósitos e que os seguem com a esperança de obter melhores condições sociais. 

A retórica se endurece pouco a pouco. O “mundo livre” deve enfrentar o “complô comunista mundial”, não só de forma geral, mas dando também respostas aos problemas concretos, vinculados aos investimentos estadunidenses na Europa e na descolonização.

Finalmente, os oradores abordam o problema principal que, segundo afirmam eles, os soviéticos estão explorando em seu próprio beneficio: por razões culturais e históricas, os responsáveis políticos do “mundo livre” utilizam argumentos diferentes nos Estados Unidos e na Europa, argumentos que às vezes se contradizem. O caso mais emblemático é o dos expurgos que organiza o senador McCarthy nos Estados Unidos. Estas resultam indispensáveis para salvar a democracia, porém, o método utilizado é visto na Europa como uma forma de totalitarismo.

A mensagem final é que não há negociação diplomática nem compromisso possível com os “Vermelhos”.  Há de impedir, custe o que custar que os comunistas consigam desenvolver um papel na Europa Ocidental. Porém, haverá que atuar com astúcia. Como não podemos prendê-los e mata-los, haverá que neutralizá-los com discrição, sem que os eleitores se deem conta. O seja, a ideologia que emprega no encontro é a da OTAN e do Gladio. Nunca se disse ali que se recorria à fraude eleitoral nem que os indecisos seriam assassinados, porém, todos os participantes admitiram que, para salvar ao “mundo livre” haveria que por as liberdades entre parentes.

Embora o projeto da Comunidade Europeia de Defesa (CED) fracassasse três meses mais tarde, devido ao golpe que acertaram tanto deputados comunistas como “nacionalistas extremistas”, ou seja, os gaullistas, seu objetivo não era na realidade apoiar a criação da CED e nenhuma outra medida politica em particular, mas divulgar uma ideologia no seio da classe dirigente e transmiti-la depois, através da dita classe, ao resto da sociedade. Objetivamente, os cidadãos da Europa Ocidental dispunham cada vez mais de informações sobre as liberdades que não tinham os habitantes da Europa Oriental, porém, tinham cada vez menos consciência das liberdades que eles mesmos iam perdendo na Europa Ocidental.

O Grupo Bilderberg se converte em uma organização

Um segundo congresso se organiza então na França, de 18 a 20 de março de 1955, na localidade de Barbizon.

Pouco a pouco vai se impondo a ideia de que estes congressos vão se realizar a cada ano e de que é necessário constituir uma secretaria permanente. O príncipe Bernhard se aparta logo que se evidênciou sua participação em um caso de tráfico de influência – o escândalo Lockhe/Martin. Cede então a presidência ao primeiro ministro britânico Alex Douglas Home (de 1977 a 1980). A presidência do grupo bilderberg será ocupada posteriormente pelo ex-chanceler e presidente da RFA Walter Sheel (de 1981 a 1985), pelo ex-governador do Banco da Inglaterra Eric Roll (de 1986 a 1989), pelo ex-secretário geral da OTAN Perte Carrington (de 1990 a 1998) e finalmente pelo ex-vice-presidente da Comissão Europeia Etienne Davignon (desde 1999).

O presidente do grupo bilderberg contou durante muito tempo com a ajuda dos secretários gerais, um para Europa e Canada – os Estados Vassalos – e outro para Estados Unidos – o monarca. Porém, atualmente existe apenas um secretário, desde 1999.

De um ano a outro, os debates são muito repetitivos. É por isso que não são os mesmo convidados. Há sempre um núcleo central que se encarrega de preparar o seminário de antemão e outros personagens que vem pela primeira vez, aos que lhe inculcam a retórica atlantista do momento.

Os encontros anuais reúnem atualmente mais de 120 participantes, um terço dos quais são membros do núcleo. A aliança atlântica os selecionam segundo a importância de seus contatos e sua capacidade de influencia, independentemente das funções que exerçam na sociedade, e seguem sendo membros do núcleo central quando mudam de ocupação.

Vejamos a lista exata destes núcleos, incluindo aos membros do Conselho de Administração, que servem de vitrine para os convidados, e alguns dos membros que se mantem menos visíveis para não assustar aos novos.

Conselho de administração

Josef Ackermann – Banqueiro suíço, diretor do Deustche Bank, vice-presidente do Foro de Davos.

Roger C. Altman – Banqueiro estadunidense, ex-conselheiro das campanhas eleitorais de John Kerry e de Hillary Clinton, diretor do banco de negócios Evercore Partners Inc.

Francisco Pinto Balsemao – Ex-primeiro ministro socialista de Portugal (de 1981 a 1983), presidente fundador do principal grupo português de televisão SIC (T).

Fran Bernabe – Banqueiro italiano, atual proprietário da Telecom Itália (T).

Henri de Castries – Presidente-diretor da companhia francesa de seguros AXA.

Juan Luis Cebrián – Diretor do grupo espanhol de imprensa escrita e audiovisual Prisa.

W. Edmund Clark – Banqueiro canadense, Presidente do Toronto-Dominion Bank Financial Group.

Kenneth Clarke – Ex-vice-presidente da British American Tobacco (de 1998 a 2007), chanceler e ministro britânico da Justiça, vice-presidente do Movimento Europeu UK.

George A. David – Presidente-diretor geral da Coca-Cola.

Etienne Davignon – Homem de negócios belga, ex-vice-presidente da Comissão Europeia (de 1981 a 1985), atual vice-presidente da Suez-Tractebel.

Anders Eldrup – Presidente-diretor geral da companhia dinamarquesa de Gás e Petróleo DONG energy.

Thomas Enders – Diretor da Airbus.

Victor Halberstadt – Professor de economia na Universidade holandesa de Leiden serve como conselheiro de diversas empresas como Goldman Sachs e Daimler-Chrysler.

James A. Johnson – Financeiro estadunidense, foi um dos principais responsáveis do Partido Democrata e esteve entre os artífices da investidura de Barack Obama. É vice-presidente do banco de negócios Perseus.

John Kerr of Kinlochard – Ex-embaixador do Reino Unido em Washington, vice-presidente do grupo petroleiro Rayal Dutch Shell (T).

Klaus Kleinfeld – Presidente-diretor geral alemão do gigante estadunidense de alumínio Alcoa.

Mustafa V. Koç – Presidente-diretor geral do Holdign Koç, a empresa mais importante da Turquia.

Marie-Josée Drouin Kravis - Editorialista sobre temas econômicos na imprensa escrita e audiovisual do Canadá. Investigadora do extremadamente militarista Hudson Institute. É a terceira esposa de Henry Kravis.

Jessica T. Mathews – Ex-diretora de assuntos globais no Conselho de Segurança Nacional dos Estados Um idos. Atual diretora da Fundação Carnegie.

Thierry de Montbrial – Economista, diretor fundador do Instituto Francês de Relações Internacional (IFRI) e da World Policy Conferencie.

Mario Monti – Economista italiano, ex-comissário europeu para a concorrência (de 1999 a 2005), cofundador do Spinelli Group pelo Federalismo europeu.

Egil Myklebust – Ex-presidente do patronato norueguês, diretor de Scandinavian Airlines Sistem (SAS).

Matthias Nass – Diretor adjunto do diário alemão Diez Zeit.

Jorma Ollila – Homem de negócios finlandês, ex-presidente-diretor geral da Nokia, atual presidente do grupo petroleiro Rayal Dutch Shell.

Richard N. Perle – Ex-presidente do Conselho de Consulta da Defesa do Pentágono, é um dos principais lideres dos chamados straussianos (os discípulos de Leo Strauss) e, portanto, importante figura dos neoconservadores.

Heather Reisman – Mulher de negócios canadenses, Presidenta-diretora geral do grupo de edições Indigo-Chapters.

Rudolf Scholten – Ex-ministro das Finanças da Autria, presidente do Banco Central.

Peter D. Sutherland – Ex-comissário europeu irlandês para a concorrência. Foi posteriormente diretor geral da Organização Mundial do Comercio (OMC). Atual presidente de Goman Sachs Internacional. Ex-presidente da filial europeia da Comissão Trilateral e vice-presidente da Europa Round Table of Industrialists, atual presidente de Honra do Movimento Europeu na Irlanda. 

J. Martin Taylor – Ex-deputado britânico, Presidente-diretor geral da gigante da química e da atividade agroalimentares Syngenta. 

Peter A. Thiel – Chefe de empresa estadunidense, Presidente-diretor geral da PayPal, presidente de Clarium Capital Managemente e, devido a essa posição, acionista do Facebook.

Daniel L. Vasella – Presidente-diretor geral do grupo farmacêutico suíço Navartis.

Jacob Wallenberg – Banqueiro sueco é administrador de numerosas companhias transnacionais.

Kenry Kissinger – principal responsável por convidar as pessoas dentro do Grupo Bilderberg. 
    
Membros dissimulados do núcleo

Carl Bildt – Ex-primeiro ministro liberal da Suíça (de 1991 a 1994), ex-enviado especial da União Europeia e posteriormente da ONU nos Balcãs (de 1995 a 1997 e de 1999 a 2001), atual ministro sueco de Relações Exteriores. (T).

Oscar Bronner – Presidente-diretor geral do diário austríaco Der Standart.

Timothy C. Collins – Financeiro estadunidense, diretor do fundo de investimentos Ripplewood. (T).

John Elkann – Presidente-diretor geral do grupo automobilístico da italiana Fiat (seu avô Gianni Agnelli foi durante 40 anos um dos promotores do clube bilderberg. Herdou a fortuna familiar logo à morte, por causas naturais, de seu avô Giovanni e da prematura morte de seu tio Eduardo, que havia se convertido ao Islam xiita. Existe a convicção, em fontes policiais, de que Eduardo foi assassinado para que a fortuna voltasse a filial judia da família).

Martin S. Feldstein – Ex-conselheiro economista da Ronald Reagan (de 1982 a 1984) e atual conselheiro econômico de Barack Obama. Foi também conselheiro de George W. Bush para a inteligência exterior. Leciona em Harvard (T).

Henry A. Kissinger – Ex-conselheiro da Segurança Nacional dos Estados Unidos e ex-secretário de Estado, personalidade central do complô militar-industrial estadunidense, atual presidente da firma de consultoria Kissinger Associates.

Henry R. Kravis – Financeiro estadunidense a cargo do manejo de fundos de investimentos KKR. É um dos principais captador de fundos do Partido Republicano.

Neelie Kroes – Ex-ministra holandesa de Transporte, comissária europeia para a concorrência e atual comissária para a sociedade Digital.

Bernardine Léon Gross – Diplomata espanhol, secretário geral da presidência do governo socialista de José Luis Rodrigues Zapatero.

Frank McKenna – Ex-membros da Comissão de Vigilância dos serviços de inteligências canadenses, embaixador do Canadá em Washington (de 2005 a 2006), vice-presidente do Banco Toronto-Domínio.

Beatriz dos Países Baixos, Rainha da Holanda. É a filha do príncipe Bernhard.

George Osborne – Ministro britânico das Finanças. Este personagem neoconservador é considerado como um eurocéptico, o qual implica que se opõem a integração do Reino Unido a União Europeia, embora seja partidário da organização do continente no seio da EU.

Robert S. Prichard – Economista canadense, diretor do grupo de imprensa escrita e audiovisual Torstar.- É o patriarca de uma longa dinastia de financeiros e o mais antigo membro do núcleo do clube bilderberg. É também presidente da Comissão Trilateral, organização similar na qual participam personagens asiáticas.

James D. Wolfensohn – Financeiro australiano que aceitou a nacionalidade estadunidense para converte-se em presidente do Banco Mundial (de 1995 a 2005). Atual diretor da firma de consultoria Wolfensohn & Companhia.

Robert B. Zoellick – Diplomata estadunidense, ex-delegado do Comercio dos Estados Unidos (de 2001 a 2005), atual presidente do Banco Mundial.

Os membros do Grupo bilderberg não estão envolvidos nas empresas ou instituições em que trabalham. É, no entanto, interessante observar a diversidade de setores nos quais desenvolvem suas atividades.   
     
O grupo de influencia da organização militar mais poderosa do mundo

A quantidade de temas abordados nos encontros anuais do grupo bilderberg tem ido aumentando nos últimos anos, em função da atualidade internacional. Porém, isso não nos diz nada de novo, já que essas discursões não tem em si mesmo nenhum objetivo. Não passam de pretextos para comunicar mensagens. Não temo tido acesso, infelizmente, aos documentos preparatórios mais recentes, assim, então, só podemos inferir as consignas que a OTAN trata de divulgar através destes lideres formadores de opiniões. 

A reputação do grupo bilderberg tem levado a alguns a atribuir-lhe capacidades de anonimato. Isso também é um absurdo, porque esconde também a identidade de quem realmente manejam as cordas nos seio da aliança atlântica.

Disse-se, por exemplo, que durante a mais recente campanha para a eleição presidencial estadunidense, Barack Obama e Hillary Clinton desapareceram durante um dia inteiro, em 6 de junho de 2008, para negociar o fim das suas rivalidades. Na realidade, foram ao seminário anual do grupo bilderberg, na localidade estadunidense de Chantilly, Estado da Virginia. No dia seguinte, a senhora Clinton, anunciava sua saída da corrida presidencial. Alguns autores concluíram então que a decisão tinha sido tomada durante a reunião do grupo bilderberg, a qual é ilógica, na medida em que aquela decisão já era um fato três dias antes devido à quantidade de votos que o senador Obama havia obtido no comité de investidura do Partido Democrata. 

Segundo mostram as fontes, o que aconteceu naquele dia foi outra coisa. Barack Obama e Hillary Clinton se reuniram em particular para concluir um acordo financeiro e político. O senador Obama (reinyectó fondos en la caja de su rival) e lhe ofereceu um posto em sua administração – a senhor Clinton rechaçou a vice-presidência e escolheu o Departamento de Estado – em troca de seu ativo apoio na campanha contra o candidato republicano. James A. Johnson apresentou depois os dois líderes no seminário de Bilderberg, aonde ambos asseguraram aos participantes que trabalhariam juntos. Desde muito antes, Barack Obama era o candidato da OTAN. O senhor Obama e sua família sempre trabalharam para a CIA e o Pentágono [3]. Também, os primeiros fundos para sua campanha eleitoral foram proporcionados pela carona da Inglaterra através do homem de negócios Nadhmi Auchi. Antes de apresentar o senador negro aos participantes do encontro de Bilderberg, a aliança atlântica já estava organizando em escala internacional as relações públicas do futuro presidente dos Estados Unidos.

Também se reportou que o grupo bilderberg organizou então uma cena que não estava prevista, fora do marco do seminário, e que se desenrolou em 14 de novembro de 2009, no castelo de Val Duchesse, propriedade do rei da Bélgica. O ex-primeiro ministro belga Herman Van Rompuy pronunciou um discurso naquela ocasião. Cinco dias depois, Van Rompuy foi eleito presidente do Conselho Europeu. Também neste caso vários autores concluíram erroneamente que o grupo bilderberg o havia “posto no cargo”.

Na realidade, o presidente da União Europeia não pode ser uma personalidade que não forme parte dos círculos da OTAN já que – e é importante recordá-lo – a própria União Europeia é fruto das cláusulas secretas do Plano Marshall. E a personagem escolhida deve contar, portanto, com o aval dos Estados membros da OTAN. Trata-se, por consequente, de uma decisão que exige longas negociações e que não se toma simplesmente durante uma cena entre amigos.

Também segundo nossas fontes, o presidente do grupo bilderberg, Etienne Davignon, convocou aquela cena imprevista para propiciar a apresentação de Van Rompuy diante de seus vetores de influências. Aquilo se fazia indispensáveis ainda na medida em que o homem escolhido para converte-se em primeiro presidente da União Europeia – cargo que acabava de ser criado – era um perfeito desconhecido fora de seu próprio país. Durante aquela cena, o senhor Van Rompuy expões seu programa de criação de um imposto europeu destinado a financiar diretamente as instituições da União Europeia sem ter que depender dos Estados membros. O papel dos participantes no encontro do grupo bilderberg não era outro que dizer depois em todas as partes que já conheciam a Herman Van Rompuy e que eram testemunhas de suas qualidades como presidente da EU.

A realidade sobre o grupo bilderberg é, portanto, menos românticas do que alguns autores de êxito têm imaginado. A incrível demonstração de forças militares que garante sua segurança não esta tão destinada a protegê-los como a impressionar aos próprios participantes. Não expressa o poderio destes últimos, mas que o demonstram que o único verdadeiro poderio no Ocidente é o da OTAN. Fica por parte dos participantes decidirem se o apoia para que ela os apoie ou se os combatem e então os expõem para ser esmagados.

Ademais, apesar de ter desenvolvido em seu começo uma retórica anticomunista, o grupo de bilderberg não era antissoviético, como tão pouco é hoje antirussa. O que faz é seguir uma estratégia da aliança atlântica que não constitui um pacto contra Moscou, mas que esta destinada a defender – e de se possível a estender – a zona de influencia de Washington. No momento de sua criação, a OTAN concebeu a esperança de conseguir que a União Soviética se integrasse a ela, o que teria acarretado um compromisso de Moscou para manter a distribuição do mundo que havia resultado das conferências de Postdam e de Yalta. A aliança atlântica acolheu recentemente ao presidente russo Dimitri Medvedev na conferencia de Lisboa e propôs que a Rússia se unisse a ela. Não se tratou então de uma relação de vassalagem, mas de reconhecimento da Nova Ordem Mundial, na qual toda Europa Centra e Oriental tem caído na órbita estadunidense. Uma adesão russa seria em certa forma como uma espécie de tratado de paz: Moscou reconheceria, assim, sua derrota na Guerra Fria e na nova repartição do mundo. 

Nesses casos, o grupo bilderberg convida a personalidades russas a suas reuniões anuais. Não lhes pediriam para influenciar a opinião pública russa para americaniza-la, mas para convencê-la de que renuncie definitivamente aos sonhos de grandeza do passado.  

    
Por Thierry Meyssan*


Intelectual francês, presidente-fundador da Rede Voltaire. Pública análise de política externa na imprensa árabe, latino-americana e russa.


 


Fonte:

Tradução:
Luis Carlos (Redação do Blog o povo na luta faz história)


Pode-se conferir ainda os seguintes Vídeos: 




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