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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

O CHE jornalista

Por: Juan Morales Aguero

O jornalismo foi uma profissão consubstancial ao Comandante Ernesto Guevara desde os tempos da sua adolescência argentina. Contam os seus contemporâneos que, sendo um rapaz, fundou na sua cidade natal Rosário a revista Tackle, cujas páginas costumavam resenhar com conhecimento de causa os resultados dos torneios locais de rugby.

Durante sua estadia no México, em 1954, fez a cobertura como repórter fotográfico, para uma agências de notícias, dos VII Jogos Esportivos Centro-Americanos e do Caribe. Divertido, revelaria anos depois que os proprietários da citada agência desapareceram com o dinheiro e não pagaram nem mesmo um centavo pelas suas fotos instantâneas atléticas.

Mas foi o jornalismo de barricada que marcou com maior nitidez a sua forte personalidade de homem novíssimo. No seu exercício, seu talento guerrilheiro se desdobrou em capacidade comunicadora. Em uma e outra deixou uma marca indelével em diferentes momentos da sua exemplar existência revolucionária em várias publicações cubanas e estrangeiras.

Quando a legendária Sierra Maestra sentiu sobre seu lombo a presença dos primeiros barbudos, o Che começou a editar em El Hombrito (combate ocorrido na Sierra Maestra) a sua versão de El Cubano Libre, o jornal fundado pelos nossos mambises (guerrilheiros independentistas cubanos) em 1868 e impresso novamente na manigua (região afastada da cidade) em 1985. A publicação se inspirava novamente nos nobres propósitos de seus predecessores, cheios de patriotismo e fervor revolucionário.

O primeiro número de El Cubano Libre não apresenta em nenhuma parte a data de edição. Está "lançado" em mimeógrafo e leva no corpo da matéria o seguinte título: "De novo na manigua redentora. Orgão do Exército Revolucionário. Sierra Maestra. Nova Era".

Seu editorial, intitulado Un nombre glorioso, dizia:

"Quando nossa Pátria estava nas árvores da sua existência como nação independente, surgiu da manigua a voz magnífica do jornalismo mambí. Seu título era uma profissão de fé no futuro: El Cubano Libre. E qual melhor tema para este momento angustiante da nossa história?".

Em El Cubano Libre da manigua serrana o Che redatou a seção nomeada Sin bala en el directo, e assinava com o pseudônimo de El Francotirador. Anos depois, quando se concretizou o triunfo do Exército Rebelde sobre as tropas da ditadura batistiana, continuou escrevendo e assinando como na revista Verde Olivo.

Dessa época de sua trajetória, do Che Guevara jornalista, diria um autor: "Escreve crônicas ocasionais, dardos agudos, afiados ao calor da atualidade, plenos de ironia, onde se faz visível o seu estilo, seu sentido do humor, sua capacidade de polemista...".

Mas não ficou na tinta a sua propensão ao jornalismo comprometido. Também em Sierra Maestra participou da fundação da emblemática emissora guerrilheira Radio Rebelde, cujas frequências buscava a cada noite o povo cubano para conhecer a verdade do que estava acontecendo no país e desmentir os relatórios do Governo.

O que logo seria um livro intitulado Pasajes de la guerra revolucionária foram, primeiro, artigos jornalísticos na imprensa dos anos iniciais da alvorada redentora. O Che continuou sendo depois do triunfo o mesmo homem preocupado com o que ocorria ao seu redor e nessa direção dirigiu a sua pluma.

Quando se fala de jornalismo pleno e comprometido, seu nome não necessita ser convocado nem sugerido. Aparece por direito próprio.

Fonte:
http://multimedia.telesurtv.net/pt/opinion/o-che-jornalista/

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