domingo, 11 de março de 2012
Meio milhão nas ruas de Madrid contra as reformas de Rajoy
As manifestações que preparam a greve geral de 29
de março realizam-se em mais de 60 cidades espanholas. Os sindicatos acusam a
direita de fazer "um aproveitamento imoral da crise para acabar com
tudo" e de usar os desempregados para chantagear e fazer refém toda a
sociedade.
As manifestações convocadas pelas centrais
sindicais espanholas juntaram muitas centenas de milhares de pessoas este
domingo nas 60 principais cidades. Em Madrid, a dimensão do cortejo que
arrancou ao meio dia obrigou mesmo ao adiamento dos discursos por algumas
horas, com os organizadores a falarem em mais de meio milhão de participantes.
Na faixa que abriu a manifestação lia-se "Não à reforma laboral inútil e
ineficaz. Defende os teus direitos e os serviços públicos".
Outros números da participação recolhidos pela
imprensa espanhola junto dos sindicatos indicam 450 mil manifestantes em
Barcelona, 80 mil em Gijón, 70 mil em Sevilha, 50 mil em Málaga, 35 mil em
Valencia, 30 mil em Murcia, 25 mil em Córdoba e 20 mil em Alicante, com dezenas
de outras cidades a juntarem também milhares de pessoas contra a reforma
laboral.
Os líderes da UGT e Comisiones Obreras falaram aos
jornalistas antes da partida na capital espanhola, alertando para o facto dos
cortes previstos na reforma das leis laborais do Governo trarão uma regressão
social para toda a vida. Segundo os sindicalistas, Rajoy e o PP espanhol estão
a fazer "um aproveitamento imoral" da crise para acabar com tudo, o
que torna urgente a resposta dos trabalhadores.
A Greve Geral de 29 de março é a sexta na história
de Espanha e a segunda a confrontar um governo do PP. O movimento sindical
começou a prepará-la com outra grande manifestação em dezenas de cidades também
num domingo, a 19 de fevereiro, mas o Governo continuou a recusar qualquer
negociação sobre as reformas previstas, que irão facilitar ainda mais os
despedimentos e diminuir bastante as indemnizações. A Espanha é o país com mais
elevada taxa de desemprego na União Europeia, com 22%. Apenas a Grécia se
aproxima, a meio ponto de distância, depois de submetida a três anos da receita
da austeridade que destruiu a economia.
As duas centrais responderam ainda aos ataques da
direita, que procurou fazer campanha contra a manifestação marcada para o dia
em que se homenageiam as vítimas dos atentados do 11 de Março. Os sindicatos
participaram nas homenagens promovidas pela Associação 11-M Afetados pelo
Terrorismo, que representa a maioria das famílias das vítimas do atentado e se
distingue da Associação de Vítimas do Terrorismo, que qualificou as
manifestações sindicais de "infâmia". A AVT é uma organização próxima
do PP e que ainda hoje tenta associar a ETA aos atentados dos terroristas
jihadistas nos comboios de Madrid e assim capitalizar politicamente o sofrimento
das famílias.
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