ESPERAMOS QUE VOCÊ DEIXE SUAS OPINIÕES, IDÉIAS E QUE VENHA PARTICIPAR CONOSCO DEIXANDO SUAS PROPOSTAS

terça-feira, 11 de maio de 2010

História e Música

A seleção de letras de músicas que constitui o texto abaixo é fruto de uma pesquisa que venho há algum tempo realizando. A intenção de disponibilizar uma primeira versão vem no sentido de tentar contribuir com os professores de história que se interessam em usar a música em sala de aula. Esta primeira versão é apenas uma seleção sem classificação ou analise teórica, mas que seguiu três passos. A princípio buscou-se identificar e reconhecer se as letras tinham alguma relação com o pensamento e conhecimento histórico. Dai a classificação seguindo um determinado método e uma teoria historiográfica. Por ultimo, se realizou a seleção dos conteúdos de história do ensino fundamental e médio, reclassificando as letras segundo a particularidade de cada forma do conhecimento histórico. Quanto à interpretação e analise das músicas/letras e os conteúdos históricos, ficam a cargo da realidade histórica em que estão os alunos, seus conhecimentos e habilidades intelectuais e da visão de mundo do educador.
Posteriormente estarei disponibilizando uma nova versão com aproximadamente setecentas letras com uma proposta de classificação e analise teórica, de seleção de conteúdos e letras, bem como, da minha vivência pedagógica com a música em aulas de história nas escolas públicas municipais (Campina Grande) e Estaduais da Paraíba.


SELEÇÃO COM 335 LETRAS DE MÚSICAS COM CONTÉUDOS DE HISTÓRIA

1. 500 Anos de História - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

500 anos de história
Se não me falha a memória
Não há muito que comemorar
Melhor que se investir de glórias ilusórias
E se por em seu devido lugar
Os anos e danos da colonização
Índios dizimados, a escravidão
Ainda se fazem lembrar
De que vale Ter riquezas em demasia
No mundo ser a oitava economia
Se poucos podem desfrutar
A educação entre as piores do terceiro mundo
A saúde é um poço profundo
(que humilhação)
Onde se lança a sorte da população
A dignidade não se irá conquistar
Nem com dez copas mundiais
Se a injustiça é a premissa da
Ordem a nos desgovernar
Com a ditadura sem compostura
De quem pode mais
O salário mínimo é um salário mísero
O máximo da hipocrisia
(Tente Sr. Presidente, passar ao menos um
dia com um salário tão indecente)
É uma afronta a cidadania
Uma ofensa aos direitos do cidadão
Do trabalhador, da família
Uma verdadeira agressão
A justiça omissa e submissa
Poderosos imunes a punição
(A impunidade é uma crônica enfermidade
que corrói o corpo da sociedade assim
como a corrupção
Sem falar no fisiologismo
Na politicagem e no banditismo
De um capitalismo selvagem
Sem lei e sem restrição)

2. Quinhentos Anos de Que? - Belchior
Composição: Belchior/Eduardo Larbanois

Eram três as caravelas
que chegaram alem d`alem mar.
e a terra chamou-se América
por ventura? por azar?
Não sabia o que fazia, não,
D. Cristóvão, capitão.
Trazia, em vão, Cristo em seu nome
e, em nome d`Ele, o canhão.
Pois vindo a mando do Senhor
e de outros reis que, juntos,
reinam mais...
bombas, velas não são asas
brancas da pomba da paz.
Eram só três caravelas...
e valeram mais que um mar
Quanto aos índios que mataram...
ah! ninguém pôde contar.
Quando esses homem fizeram
o mundo novo e bem maior
por onde andavam nossos deuses
com seus Andes, seu condor ?
Que tal a civilização
cristã e ocidental...
Deploro essa herança na língua
que me deram eles, afinal.
Diz, América que es nossa.
só porque hoje assim se crê
Há motivos para festa?
Quinhentos anos de que?

3. 2000 anos - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

Dois mil anos se passaram
E o planeta encolheu assim,
Muitas guerras se travaram,
Tantas outras não chegaram ao fim,
Muitos homens, quantos homens já viveram?
Quantos ainda virão à luz?
Só um homem, mais que todo homem,
Nos mostrou o caminho que conduz à paz.
Novos povos se formaram,
Expandiram-se as civilizações,
Fronteiras se remarcaram,
Sob a força de dominações.
Muitos homens, quantos homens sucumbiram?
E a história não mudou em nada,
Nem a fome, nem a opressão sumiram,
Mas coexistem com a tecnologia avançada.
Deux mille ans out passé,
Et la planète est si retrecie,
Bien de guerres on a déclaré,
Combien d’autres ne sont pás finies?
Deux mille asn, combien d’hommes en ont dejá vécu?
Combien encore connaîtront la vie?
Un seul homme, plus que tous nous a fait,
Voir le chemin qui conduit à la paix
De nouveux peuples se sont formés,
Se sont étendues lês civilizations,
Des frontières on a rédémarques,
Sous la force de dominations.
Deux mille ans, combien d’hommes en ont succombés?
Et i’histoire n’a rien changé,
Ni la faim, ni i’opression finirent,
Mais co-existent avec la tecnologie avancé.

4. A Internacional
Música: Magno e Fred | Letra: Eugénne Potier

De pé ó vitimas da fome
De pé famélicos da terra
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai, o mal pelo fundo
De Pé, De pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos todos produtores
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem Amos
A Internacional
Senhores patrões chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre comum
Para não ter protestos em vãos
Para sair deste antro estreito
Façamos nós com nossas mãos
Tudo a que nos diz respeito
O crime do rico a lei o cobre
O estado esmaga o oprimido
Não há direito para o pobre
Ao o rico tudo é permitido
A opressor não mais sujeitos
Somos iguais a todos seres
Não mais deveres sem Direitos
Não mais Direitos sem Deveres

5. A Paz (Leila 4)
(João Donato/Gilberto Gil)

A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão na paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"

6. A Praiera - Chico Science

No caminho é que se vê a praia melhor para ficar
Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor
E eu piso onde quiser, você está girando melhor garota!
Na areia onde o mar chegou, a ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praiera! Segura bem forte a mão
E é praiera! Vou lembrando a revolução, vou lembrando a revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão
E na praia é que se vê a areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor
Você pode pisar onde quer
Que você se sente melhor
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praiera! Segura bem forte a mão
E é praiera! Vou lembrando a revolução, vou lembrando a reolução
Porque há fronteiras nos jardins da razão?
No caminho é que se vê a praia melhor pra ficar
Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor

7. Abandonados Pelo Sistema (Babylon System) - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

Nestes dias confusos
Vibrações negativas rolando pelo mundo afora
Como sentir-se feliz, sentir-se seguro
Se a realidade a cada dia piora
Todos os dias notícias explodem
Revelam um novo problema
Enquanto crianças padecem e morrem
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Vitimadas pelo sistema (babylon system)
Órfãos do sistema (babylon system)
Omisso sistema (babylon system)
Todos os dias novas notícias revolvem
Raízes de um mesmo e velho dilema
Mundo globalizado com tantas conquistas do homem
Crianças à mingua padecem com fome
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Esquecidas pelo sistema (babylon system)
Omisso do sistema (babylon system)
Corrupto sistema (babylon system)
Nestes dias confusos é tão difícil encontrar uma verdadeira razão para viver
Não confunda sua mente com as coisas que você ouve e vê pela tv
Veja jah, acima de todas as coisas, em primeiro lugar
E não se esqueça de lutar por seus irmãos e irmãs
Abandonados pelo sistema (babylon system)
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Babilônio sistema (babylon system)
Injusto sistema (babylon system)
Bandido sistema (babylon system)
Sistema babilônio (babylon system)
Capitalismo selvagem.

8. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1990
Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1990

Depois de Cabral
Era preciso o paraíso conquistar
Mas o índio em pé de guerra
Manchou de sangue a terra
Flechando Estácio de Sá
Malandreou e não deixou se escravizar
Era um continente para se explorar
Aproveitar a natureza
Matas Virgens e o rio Carioca
Onde a nação Tamoio
Cultivou sua beleza
Ayimberê morreu no mar
Foi a glória o invasor, ô ô ô ô (bis)
Depois da casa de pedra
O branco cariocou
Dessa mistura de raça
A mulatinha gerou
Propagando esta massa
Com seu jeito gozador
Gente que é otimista, versátil, esportista
Festeira e feliz
Com talento e euforia
E um humor sem igual
Embaixador da alegria
Ensina ao mundo a fazer carnaval
Ah! Meu povo
Somos cariocas da gema do ovo (bis)
É tão feliz se sentir
O dono da festa na Sapucaí

9. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1991

De um raio de luz brilhou a vida
Gerando um paraíso sem igual
O homem primitivo não sabia
Desfrutar das regalias
Tecendo assim o irracional
E na ilusão do cavalgar
Guiado pelas mãos das ambições
Sufocando os direitos
Sem pudor com preconceitos
Construiu os seus brasões
Gafanhotos viram mísseis
Vírus bem alimentados (bis)
São os frutos da maldade
Pelo mundo espalhados
Da força fez a taça do poder
Galopando um horizonte irreal
Usando o vigor e a rebeldia
O que mais ele queria
A submissão universal
Ao perdurar as incertezas
Chora a Mãe Natureza
Uma sinfonia de amor
Despertando o sonhador
Pois o bem venceu o mal
Brindando nesta festa colorida
O florescer da nova vida
Sonhando com a paz universal
Gira baiana
Gira o Sol e gira a Lua (bis)
Gira o girar do tempo
E a Grande Rio continua

10. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1992

É hora de seguir com fé
E pedir axé, para o deus maior
Chega, de violência, sofrimento e dor
O Pelourinho ainda não findou
Para os ocultos opressores da nação
Há de vir um negro rei, para purificar
Nossa libertação com as águas de Oxalá
Sapucaí, meu quilombo (vou cantar)
Grande Rio é a bandeira (vou lutar)
Se é isto que nos resta
Vamos fazer nossa festa
Nos costumes de além-mar
Tem frutos da natureza
É bom demais (bis)
Vamos dar em oferendas
Para o rei dos Orixás
Todo mundo quer saber, quer saber
Da real libertação
O anseio de um povo
De nascer um Brasil novo
Livre dessa servidão
Será, que quem traçou nosso caminhos
Deixou outro pergaminho pra nova libertação
Voa divina pomba da paz, igualdade vê se traz
Para todos eu espero
E quando esse milagre então fluir
Todos vão se juntar se produzir
Nas cores verde e amarelo
(Porque)
Para ser livre
Nunca é tarde demais (bis)
Onde há fé e esperança
A crença não se desfaz

11. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1994

África... Misteriosa África
Magia, no rufar dos seus tambores se fez reinar
Raiz que se alastrou, por esse imenso Brasil
Terra dos santos que ela não viu
Da negra terra é lei
Veio o meu negro rei
Ogum de fé que neste solo se encantou
No mercado os ciganos lhe venderam ao senhor
Do tumbeiro à senzala seu lamento ecoou
Plantou caiana
Socou café (bis)
Pilou dendê
Pra benzer filho de fé
(E no culto de malê)
Viu no culto de malê (malê, malê)
Preto velho catimbó (catimbó)
De um povo morenado
Conheceu caboclo bravo
Fascinado por Tupã... (Yara)
Yara no rio, sereia no mar
É Janaína que seduz com seu cantar
Correu gira pelo norte
Cpoeira azar ou sorte
No Nordeste conheceu
Quem viveu na boemia
Malandragem, valentia e até hoje não morreu
Eu sou jongueiro baiana
Sapucaí eu vou passar
E a Grande Rio vem comigo, saravá
Quem sou eu... Quem sou eu?
Tenho o corpo fechado (bis)
Rei na noite sou mais eu!!!


12. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1995

Nessa história em verde e amarelo
A Grande Rio deu um toque tão sutil,
Nas terras do rei Amazonas
Do continente do imperador Brasil
Vamos viajar, nas matas de tantas riquezas
Entre rios e igarapés
Vivia Manaus, a linda princesa
Das lendas que os índios conviviam
O artista resolveu criar
Neste enredo de encantos e magias
Onde tem o boto rosa com o dom de conquistar
Um brinquedo de criança
Virou tesouro profundo (bis)
Despertando a cobiça
Do outro lado do mundo
Perguntou:
Espelho, espelho meu
Será que existe alguém mais rica do que eu?
Minha rainha poderosa,
Manaus é um tesouro muito maior que o seu
A Inglaterra mandou, um emissário pra cá
Tudo que viu ele voltou pra confirmar
Teatro, casa de chá, boemia,
Muito mais a fidalguia tinha aos seus pés
Os barões da borracha tinham ousadia
De acender os charutos com 500 mil réis
Um navio sorrateiro apareceu
Levando quase ao mundo inteiro
As seringueiras, com isso a princesa adormeceu
Entre fadas-madrinhas, no seu sono prosseguia
Pra despertar do berço da ecologia
E o príncipe encantado, Manaus ele beijou
Para tecnologia a princesa acordou
Embala eu, embala eu
Pátria mãe, gentil (bis)
No despertar deste sono
Encontrei meu sonhado Brasil...

13. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1996
Composição: Barbeirinho, Bebeto Do Arrastão, Jailson Da Grande
Barbeirinho, Bebeto Do Arrastão, Jailson Da Grande Rio

Viajando no tempo eu vou eu vou
Eu sou a arte e vim brilhar nesta história
Na era dos Felipes o Brasil era espanhol
E lá vou eu
Desfolhando um livro de memórias
Os mensageiros da Coroa Imperial
Comunicam o domínio de Espanha em Portugal
Sangue na terra o seu filho derramou
Em defesa deste chão que a Espanha conquistou
Indo em busca de um tesouro
Procurei o Eldorado (bis)
Numa terra preciosa
Onde o solo é cobiçado
Interesses no poder
Aliam-se em busca de um reinado
Em cada crença uma fé
E continua o embate no mercado
(Mas o Índio)
Mas o índio se catequizou
Com braço forte o Maranhão se defendeu
Bahia envolvida nessa guerra
Holandeses nessa terra
Em solo fértil a liberdade então se deu
Imponho sou Grande Rio, amor
Dando um banho de cultura, eu vou (bis)
Pro abraço da galera, me leva
Lindo como o pôr-do-sol eu sou

14. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1997

Sonha, a Grande Rio é um sonho
Em águas claras eu quero sonhar
Enfeitar a vida de alegria
Pra quem um dia, o Sol não quis despertar
Chegaram cheios de esperança
Não sabiam dos mistérios que teriam de enfrentar
Essa mata tem segredos
Que o homem não consegue desvendar
É um mundo de encanto e magia, perfume e fantasia
Cicatriz que a Amazônia fez chorar
Olha o índio no caminho, é caçador
Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou (bis)
Se a selva é perigosa, meu amor
Rondônia é alegria, esqueça a dor
Era o eldorado do látex no Brasil
A riqueza que a cobiça alimentou
Nessa história Tio Sam também entrou
No Tratado de Petrópolis tudo começou
O Acre da Bolívia ganhei
E a borracha para o mundo eu exportei
Cada dormente é uma vida, a vida uma flor
Na Maria Louca delirando eu vou
Em sucata o meu sonho terminou
Vou voltar pra onde não fui
O seu encanto é que me seduz (ai, iê, iê, ô)
Cacagibe, Orum de Oiá, Oiá, Oiá
O Guaporé está em festa (bis)
Os vudus vêm pra brincar

15. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1998

Desperta, nasceu
Cem anos nos Pampas que Herança
Coração vermelho a palpitar
Cavaleiro da esperaça
Luis do proletário
Carleando a nação
Derrubou adversários
Fez do verbo seu canhão
Sonhos de "P" de coragem
Cheios de "C" de paixão
É!
Pelas trilhas dessas terras, dessas terras
Explosão de arte e guerra, não se encerra
Liberdade em seu pensar
Bolívia, Rússia, China o exílio que ensina
Proporciona um novo lar (2x)
Fruto de sua batalha
Fez-se a tropicália
E o Senado sorrir
E a coroa foi-se embora
Prestes sou e fez a hora, eperar
É perceber
Hoje, de cara pintada
Grande Rio hermanada
Com imenso prazer
Tocantins se manifesta
A hora é esta
Prestes a acontecer
Ah! Eu tô maluco amor!
Ah! Quero reformas já!
Ah! Quero paz e amar!
So Caxias vou marchar! (2x)

16. Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2000

Naveguei e cheguei
Bons ventos me trouxeram d'além-mar
Monstros marinhos, tempestades vieram pra me assustar
Ao chegar, festeja o dono da terra
Fui rezar, Primeira Missa e esse solo abençoar
Na Brasilindia melodia curumins
Terra Brasilis e o seu cantar feliz
Toca gaiteiro e espanta a tristeza
Que a festa é tupiniquim e portuguesa
E o cordão que não parava de aumentar
Quem vem pra conhecer, já não quer mais voltar
Margeando o Chico eu vou
Ouvindo a batucada de Sergipe
Bate bumbo, bate Zé Pereira
E sambando venha quem vier
Se deixar eu canto a noite inteira
Mas batuque no terreiro, meu sinhô não quer
Verdade
Se tornou realidade
Enfim o carnaval da liberdade
Pega o tambor, me leva que eu quero ir
Amor vem fazer sorrir
Abram alas Grande Rio vem aí, vem brindar
Lança-perfume pois o baile já vai começar
A praça é nossa e o povo quer sambar
Desperta Brasil!
Eu quero é paz, tristeza nunca mais
Se alguém cuidar da juventude
Oh, pátria mãe gentil
Outros 500 serão nos anos 2000

17. Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2002

Na França ficou o rei, menino !!!
No Brasil se viu chegar, p’ra conquistar ! Oh!!!
Merci Beaucoup au revoir
E o índio nada entendeu
De "papagaios amarelos" foi chamar
Tem missanga tem(hê,hê), tem espelho tem
Para o índio um presente, pros franceses um harém
De além-mar quem vem (hê, hê), Portugal meu bem
Expulsando o francês, e o bravo holandês também
No balaio tem a revolução, a balaiada!
Negro Cosme quer seu povo feliz
O imperador das liberdades bem-te-vis
Me leva que eu quero ver, eu quero ver
Touro Negro Coroado
Ele é Dom Sebastião
Que no mar fez o seu reino
Num palácio Iluminado
Hê, povo hê povo hê
Hê Maranhão, povo encantado
Nhá jança é assombração
No alto do divino eu vou
Com os caretas pro pato, pato pelado
Do poeta uma voz ecoou (uooo!)
Minha terra se ouve cantar (o sabiá!)
Grande Rio é samba, é amor
Bumba-meu-boi tua estrela vai brilhar

18. Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2003

Valeu brasil
Terra onde o tempo é o senhor ô ô ô
Trago sonhos bordados em ouro
És um gigante na alegria, és meu tesouro
Nas matas viajei sou desse chão um rei
Onde pisei deixei meu coração aventureiro
Cheguei em minas o eldorado brasileiro
Andrei, criei cidades coloniais
A história o vento nos trás
Salve o barroco estilo igual jamais
Uma luz brilhou no céu eu vi (bis)
Um sol de bronze a reluzir
Nuvens de prata vão cobrir
As montanhas de ferro é o progresso a surgir
Vê meu bem quanta beleza
A mãe natureza tem pra dar
Tudo que o bom deus criou
O homem tem que preservar
O orvalho molha as flores
Pro vale do rio doce eu vou
Os passarinhos voando entoam um canto de paz
Enquanto danço com índios em carajás
Deixa o futuro chegar
Que a criançada vai ver
Quanta magia tem na arte no saber
Vem meu povo a festa começou (bis)
Vem que a voz da alegria eu sou
Solta o grito da garganta a grande rio chegou

19. Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 2008
Composição: Mingau, Emerson Dias, Edu da Penha, Maurição

Da explosão, um novo planeta
Água berço da vida
Com a destruição
Das plantas e dos animais
Origem do petróleo e do gás
Surgiu na Pérsia
Bem usado no Japão
"Fogo eterno" adoração
Desprezado na Europa
Nova York iluminou
No Brasil, medo e deslumbramento
O gás é natural é nosso dia-a-dia
É energia desenvolvimento
Com todo gás vou te dar amor
Com muito amor vem me dar paixão
É tão brilhante nossa chama que clareia
Incendeia o meu coração

Lindo!!!
Como se fosse a primavera
O guardião da vida "pai-mãe-terra"
No ritual araueté
Repousa no lago senhor
Exala o perfume da flor
Na aldeia a paz do luar
Pássaros cantando, borboletas pelo ar
Então vamos cuidar, pra não se acabar
Em Urucu o amanhã é um novo dia
Onde o Brasil vai estudar!
Se formar e ensinar
Ecologia
Grande Rio vem cantar
Minha Escola

21. Acadêmicos Do Tatuapé - Samba-Enredo 2005
Enredo: "A heróica história de nossa história, berço
cultural de nosso povo, Pará"

Terra encantada
Iluminada ao sol do Equador
Rica floresta, a fauna e a flora
seu grande valor
Chegou... o viajante então se encantou
com o nativo o povo se formou
se fez a miscigenação
Grão-Pará... de gente heróica sim senhor,
em busca da liberdade
a Cabanagem então lutou
Em Marajó arte cabocla
É berço cultural
Mãe-terra mãe, é o meu Pará
Lugar melhor não há
Herança... é cabocla a pajelança
é magia que encanta,
faz a ilha delirar
as águas dançam no rio mar
A Pororoca é beleza do lugar,
Cordão de Bichos, Çairé...
Alegria no ar, vem festejar
é Carimbó, Lundú e Siriá,
no Ver-o-peso açaí e tacacá
Oh! Virgem Santa de Nazaré ô...
Ilumina esta avenida
o Círio é festa de amor e fé
Quem é Tatuapé... vem sambar
eu sou arte, sou cultura
a pura emoção...
Tatuapé é tradição

22. Águia de Ouro - Samba-Enredo 2000

A minha Águia a brilhar......é ouro
E a bateria arrepiar....no couro
Nossa Pompéia tá que tá.....a mil
Eu vou zoar, vou gritar.....Brasil
Águia de Ouro na avenida
Vem.....e faz sonhar
Sou o povo brasileiro
Hoje feliz e festeiro
Divina foi a minha formação
Fui um bravo bandeirante.....conquistei
Vindo em busca de riqueza.....encontrei
Do além do mar cheguei
Formei uma nação
Um paraíso de fascinação
Índio canta, índio bate tambor
Índio caça, índio é arte......e amor

Em morena eu vi o sol e a lua
Nas missões novamente eu plantei
Sou rei Zumbi....ô ô ô
Sou força, sou graça ô ô ô
Guerreiro da raça ô ô ô
Um sonho de liberdade
Meu Brasil
Mistura e magia é é é
É minha alegria

23. Águia de Ouro - Samba-Enredo 2002

Quero ouvir toda galera... cantar
Com a nossa bateria... vibrar
Minha águia da pompéia festeja
E lá no céu uma estrela vai brilhar
Sob a luz do criador
Vi um futuro promissor
Pra esta cidade, que eu mario de andrade, me apaixonei
Chegaram, bandeirantes de aço
Imigrantes em teus braços
Acelerando a industrialização
"lembra da revolução?"
Pela constituição, calou-se um ditador... ôôôô
A democracia é a nossa diferença
Vamos a luta, vamos sem pedir licença
És grande pela própria natureza
Pólo cultural deste país
És o eldorado brasileiro
Terra do trabalho e do dinheiro
A tua moda traz fascinações
Em devaneios e ilusões
Festeira, tua noite é pioneira
Da tropicália a bossa nova e o rock nacional
Tem gente boa, olha a cinderela negra
Na terra da garoa
Vem anhembi, bate na palma da mão
Sou suburbano, paulistano, sou da gema
E neste samba vou mandando o meu poema

24. A HORA DA VIRADA - Vibrações Rasta
Idioma original: POR

Assassinaram nossa cultura
Pelo menos é o que pensam
Fizeram nossa vida mais dura
Os invasores são praga, e não bênção
Trouxeram a imposição, condicionamento
A catequização, um mundo de cimento
A imposição, condicionamento
A catequização, e um mundo de cimento

O explorador já deu muita risada
Agora chegou a hora da virada
Subestimaram nossa inteligência
Somos frutos da resistência!

Saia-se das amarras
Não durma, irmão, fique esperto
Siga com paz e garra
Lute se quiser estar liberto

Assissanaram nossa cultura
Pelo menos é o que pensam
Fizeram nossa vida mais dura
Os invasores são praga, e não bênção
Trouxeram a imposição, condicionamento
A catequização, um mundo de cimento
A imposição, condicionamento
A catequização, e um mundo de cimento

O explorador já deu muita risada
Agora chegou a hora da virada
Subestimaram nossa inteligência
Somos frutos da resistência!

Saia-se das amarras
Não durma, irmão, fique esperto
Siga com paz e garra
Lute se quiser estar liberto

25. Akhenaton e Nefertiti - Olodum
Olodum Composição: TONHO MATÉRIA
“amenófis soberano

Rei akhenaton
Foi um faraó da décima oitava dinastia
Que iniciou o culto de adoração ao sol
Fundando em tebas a religião monoteísta
Agradável para aton ele se permaneceu
Destruindo o clero de amon pra adorar um único deus
Construiu akhenaton horizonte do disco solar
Dividindo opiniões entre os povos de lá
Egito ê akhenaton
Olodum navega o nilo com os seguidores de aton
Ê karnak, ê karnak
Cidade do templo de amon-rá
Ê karnak, ê karnak
Santuário de um povo milenar
Nefertiti, nefertiti, nefertiti e akhenaton
O olodum vem apresentar o reino do casal solar
Segundo a história, o rei amen-hotep III
Preocupado com a invasão e o poder dos hititas
decidiu enviar um mensageiro pra conversar com o rei
Pra lhe pedir em casamento a sua filha
O rei dusratta aceitou e enviou a princesa taduhepa
Que chegou tão divina na corte do senhor das duas terras
Mas o encontro logo acabou e a princesa desapareceu
Tão misteriosamente
Ninguém sabe no que sucedeu
O pai de tutankamon casou-se com nefertiti
A bela que chegou a ser grande sacerdotisa
Tiveram o império arruinado a mando de horehmeb
Que fizera de tutankamon politeísta
E o amon-rá olodum
Unicidade ao destino onde aton e olodumaré tem o mesmo sentido”.

26. Alexandre - Caetano Veloso

Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante
E o rei seu pai, um conquistador tão valente
Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria
Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só.
Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário:
O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol.

(Refrão)

Alexandre,
De Olímpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu | 2x
Que o seu pai foi um raio que veio do céu
Ele escolheu seu cavalo por parecer indomável
E pôs-lhe o nome Bucéfalo ao domina-lo
Para júbilo, espanto e escândalo do seu próprio pai
Que contratou para seu perceptor um sábio de Estagira
Cuja a cabeça sustenta ainda hoje o Ocidente
O nome Aristóteles - nome Aristóteles - se repetiria
Desde esses tempos até nossos tempos e além.
Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia
Pra que mais que forte e valente chegasse ele a ser sábio também.
(Refrão)
Ainda criança ele surpreendeu importantes visitantes
Vindos como embaixadores do Império da Pérsia
Pois os recebeu, na ausência de Felipe, com gestos elegantes
De que o rei, seu próprio pai, não seria capaz.
Em breve estaria ao lado de Felipe no campo de batalha
E assinalaria seu nome na história entre os grandes generais.

refrão

Com Hefestião, seu amado
Seu bem na paz e na guerra,
Correu em honrra de Pátroclo
- os dois corpos nus -
Junto ao túmulo de Aquiles, o herói enamorado, o amor
Na grande batalha de Queronéia, Alexandre destruía
A esquadra Sagrada de Tebas, chamada e Invencível.
Aos dezesseis anos, só dezesseis anos, assim já exibia
Toda a amplidão da luz do seu gênio militar.
Olímpia incitava o menino do Sol a afirma-se
Se Felipe deixava a família da mãe de outro filho dos seus se insinuar.

(Refrão)
Feito rei aos vinte anos
Transformou a Macedônia,
Que era um reino periférico, dito bárbaro
Em esteio do helenismo e dois gregos, seu futuro, seu sol
O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia
Fundou cidades , cortou o nó górdio, foi grande;
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo,
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel;
Casou com uma persa, misturando raças, mudou-nos terra, céu e mar,
Morreu muito moço, mas antes impôs-se do Punjab a Gilbraltar.

27. Alívio Imediato - Engenheiros do Hawaii

O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
Holofotes iluminam
a libido e o vírus
o álibi perdido
o elo de ligação
Não há nada de concreto
entre nossos lábios
Só um muro de batom
e frases sem fim
É que tido se divide
tudo se separam
Uma república no pampa
com pompas circunstâncias
um muro nos divide
uma grade nos separa
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A noite cai de alturas clandestinas
Cai o aparelho
o espelho vai ao chão
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
que a noite caia de repente caia
tão demente quanto um raio
Que a chuva traga
alívio imediato

Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a chuva traga alívio imediato
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder e o pudor
os lábios e o batom

os lábios e o batom
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder e o pudor
os lábios e o batom

Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato

Há espaço pra todos
há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração

Há um muro de concreto
entre nossos lábios
Há um muro de Berlim
dentro de mim
Tudo se divide
tudo se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
tudo se separam
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato

28. Anjo Avesso - Alceu Valença

Safada era a cara do anjo
Que no quarto noturno pintou
No meu ouvido falou
Loucuras de amor
Pegou minha mão e saímos na troca de passos
Um beijo molhado escandalizado
Que até minha gata se escandalizou
E com um penacho de índio ele me coroou

Sou anjo avesso sou Tupã presente
Guerreiro sempre galho da semente

Do algodão do pau-brasil
Da serpentina que coloriu
Os olhos do cego a voz do anão
A vida e o meu coração de leão


29. Anos de Chumbo - Face da Morte
Composição: Aliado G, Mano Ed e DJ Viola

Anos sessenta no Brasil e mais de quinhentos mil;
Procurados, torturados, cassados e massacrados;
Por motivos políticos, não é conto de fada;
História pra criança, é o demônio de farda;
Promovendo a matança;
Aqui é Face da Morte resgatando as lembranças;
Desse passado sujo;
Escrito com sangue durante os anos de chumbo;
Os movimentos sociais, culturais;
Trabalhadores, estudantes e mais, artistas intelectuais;
Todos correndo atrás da democratização;
Da cultura e educação pensando no futuro;
Foi implantada a lei de remessa de lucro;
Durante a gestão do presidente João Goular;
Discutiu-se amplamente a reforma agrária;
Tendo como referência as ligas camponesas;
Então organizadas por Francisco Julião;
Isso causou o desespero da elite brasileira;
E o capital estrangeiro se sentindo ameaçado;
Resolveram revidar;
Implantando o terror da ditadura militar;
Que de cara permitiu dez mil funcionários públicos;
Prendeu quarenta mil, destruiu vinte e cinco mil livros;
Cassou os direitos políticos de dois mil e setecentos;
Malditos, nojentos, sem respeitar as condições humanas mano;
Bombas de gás, muitas armas, cavalos, espadas;
Dessa forma começava a ditadura da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Pra se consolidar no poder os militares malditos;
Destruíram treze partidos políticos;
Criaram as leis de imprensa e segurança nacional;
Mas ainda era pouco pros cavaleiros do mal;
Sem respeitar a dignidade destruíram sindicatos;
Jogaram a CGP na ilegalidade;
Enquanto isso aí sim se institucionava a desgraça;
Os centros de morte e tortura uma loucura realmente;
Mas não pense que o povo não lutou;
Por que o povo lutava através de passeatas, de greves;
Manifestações diversas acontecem;
A UNE assume a vanguarda do protesto;
O processo é mais que louco;
Em quanto isso no calabouço morre Edson Luiz;
Seu sangue foi a chama que acendeu o pavio da Passeata dos Cem Mil;
E na rua o povo clama;
Vem, vamos embora que esperar não é saber;
Simbolizações do PC o Partido Comunista, se liga nessa lista;
MR8, COLINA, POLOQUITA;
Logo mais ALN e o POC entre outras;
Fazendo dura a resistência contra a ditadura;
Assaltos á banco para financiar a luta revolucionária;
A invasão de rádios para a divulgação de manifestos;
Seqüestros de diplomatas para serem trocados por revolucionários;
Enquanto o Pelé fazia gol lá no México;
Nas ruas do Brasil o povo enfrentava um exército;
Choques idealistas vendidos pela mídia como terroristas;
Cassados, torturados, muitos deles pagaram com a vida;
Vítimas da ira;
Que morreram pela Pátria durante o massacre da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Em setenta e quatro ressurgem as passeatas, as greves e os atos;
Cada vez mais altos os clamores;
Donas de casa, estudantes junto com trabalhadores;
Sindicatos e setores progressistas da Igreja sem dar moleza;
CNBB, ABIOT, valeu UNE;
Todos juntos contra a fome e as espadas na era da farda;
As torturas e as mortes como a de Vladmir Herzog;
Jornalista de brilho, trabalhador Manoel Fiel Filho;
Coisa de louco, a luta pela anistia vai ganhando aos poucos;
Balançando a estrutura;
O governo acuado já fala em abertura;
Mas a elite se segura sangue bom;
Promove atentados á bomba contra jornais de oposição;
Personalidade se entidades democratas;
Não tem mais jeito ta acabando o regime da farda;
Finalmente em oitenta e quatro eles abaixaram suasarmas;
Um civil assumiu;
Mas muita gente que sumiu ainda não foi encontrada;
Paradeiros á desvendar, muitos mortos á enterrar;
As armas frias derramaram o sangue quente dessa gente da gente;
Esse sangue na terra nunca mais se apaga;
Essa ferida no peito no Brasil nunca vai sarar;
Será que um dia a gente apura;
Toda sujeira que rolou nos porões da ditadura.

30. Garotos Podres — Arriba! Arriba!

Arriba! el Subcomandante Marcos!
Arriba! el Ejercito Zapatista de Liberación Nacional!

Tenho algo a dizer
Sempre que ouço os lamentos
de um continente que geme de dor
"Tão longe de Deus... tao perto do Tio Sam"!
Pelas trilhas que rasgam a floresta
Caminham os sonhos, trilha a liberdade
De pés descalços, de armas na mão
Assim caminha a Revolução!

Arriba! el Subcomandante Marcos!
Arriba! el Ejercito Zapatista de Liberación Nacional!
Arriba!Arriba!Arriba!...

31. Babilônia Brasileira - Tribo de Jah

Como pode um país continente?
De extensas terras, incontáveis riquezas
Dominado por uma elite tão inconsequente,
Saqueando o povo, semeando a incerteza.
Empresários, políticos,corruptos, oportunistas
Constroem seus impérios manipulando a massa,
Prepotentes senhores escravagistas,
Tão hábeis em suas trapaças
A lei do mais forte é sua segurança,
Tornando pessoas mais e mais oprimidas,
Famílias inteiras sofridas , sem esperanças,
Carentes e subnutridas crianças.
Brasil babilônia,
Terra da pouca vergonha,
De que vale tamanha riqueza,
Terras boas. Tão bela natureza,
Se o povo não pode almejar,
Ao menor bem estar, de Ter o pão sobre a mesa.
Babilônia brasileira,
Paraíso dos safados,
Regime do Demônio,
Sugando a nação inteira,
Capitalismo selvagem, sistema babilônio,
Jamais irá suplantar,
O sistema e os desígnios de Jah.

32. Babilônia Em Chamas - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Os dias são esses
(Esses!)
Dias de hoje
(Hoje!)
O mundo é confuso
Hum! Hum!
Mundo imundo...
Todos têm suas verdades
Todos têm suas mentiras
Os sábios da iniqüidade
Não temem as chamas da ira
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Ninguém se lembra de Jah....
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Olhe pr'os guetos
E veja a escravidão
As vítimas da pátria
Filhos da opressão
Vivendo, sofrendo, morrendo
Vivendo, sofrendo, morrendo
Prá alimentar
Os donos da situação
Quem são?
Os donos do poder!
O cérebro do sistema
Hum!
Donos da situação...
-"Jah-Jah, proteja meus filhos
Das Chamas da Destruição
faya, faya, faya faya inna babilon town
faya, faya, faya faya inna babilon town
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição...

33. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2004

A ambição cruzou o mar
Trazida pelo invasor
A Espanha veio explorar
Pilhar e semear a dor
Amazônia Terra Santa
Dos igarapés, mananciais
Alimenta o corpo, equilibra a alma
Transmite a paz
Brilhou o Eldorado no coração da mata as guerreiras
Belezas naturais, riquezas minerais
O reino de Tupã ergue a bandeira
Êh! Manôa
Minha canoa vai cruzar o Rio Mar
Verde paraíso é onde Iara me seduz com seu cantar
Força, mistério e magia
Fruto da energia o meu guaraná
A lágrima que o trovão derramou
A terra guardou semente no olhar
Maués, Anauê cultura milenar
Anauê, Manaus, Mamirauá
Viva a Paris Tropical
Água que lava minh´alma
Ao matar a sede da população
Caboclo ê a homenagem hoje é
A todo povo da floresta um canto de fé
Se Deus me deu vou preservar
Meus filhos vão se orgulhar
A Amazônia é Brasil, é luz do criador
Avante com a tribo Beija-Flor

34. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1962

Como é para o bem de todos
E felicidade geral da nação
Diga ao povo que fico
Isto aconteceu
No dia nove de janeiro de 1822
Data que o brasileiro
Jamais esqueceu
Data bonita e palavras bem ditas
Que todo o povo aplaudiu
Preconizando D. Pedro I
O grande defensor perpétuo do Brasil
Foi uma data de glória
Exuberante em nossa história
Esta marcante vitória deste povo varonil
Também exaltamos agora
Homens que lutaram pelo Fico no Brasil
José Clemente Pereira e José Bonifácio
Que entregaram no palácio a petição
Rogando a D. Pedro I
Que permanecesse em nossa nação

36. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1979
Composição: Savinho, Luciano E Walter De Oliveira

Ao ressoarem os clarins da folia
O sonho
Filho da noite e do infinito é o rei
No paraíso da loucura
Ao povo proclamou
A seguinte lei:
Esqueçam os problemas da vida
O trem, o dinheiro e a bronca do patrão
Não pensem em suas marmitas
E no alto preço do feijão
Joguem fora a roupa do dia-a-dia
E tomem banhos no chuveiro da ilusão
Olhem o céu que maravilha
Retalhos de nuvens, bordados de estrelas
Quando o Sol e a Lua brilham
A natureza vem mostrar sua beleza
Tudo neste mundo é encanto
Com o despontar da primavera
Tirem do passado a nobreza
E do futuro a magia da surpresa
Entrem no jardim das delícias
Pela porta da imaginação
Criem a fantasia mais linda
Delirem neste canto de emoção
Hoje sou livre
Sou criança Beija-flor
Amante da beleza
Sou um ser espacial
Ô ô ô ô ô ô ô brindando a vitória do amor

37. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1983
Composição: Neguinho Da Beija-flor E Nêgo

Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1983
Neguinho Da Beija-flor E Nêgo
Ô ô ô Yaôs quanto amor )
Quanto amor )
As pretas velhas Yaôs ) BIS
Vêm cantando em seu louvor )
A constelação
De estrelas negras que reluz
Clementina de Jesus
Eleva o seu cantar feliz
A Ganga-Zumba
Que lutou e foi raiz
Do negro que é arte, é cultura
É desenvoltura deste meu país
Êh ! Luana
O trono de França será seu baiana
Pinah êêê Pinah
A Cinderela negra
Que ao príncipe encantou
No carnaval com o seu esplendor
Grande Otelo homem show
Em talento dá olé
E o mundo inteiro gritou, Gol !
(É gol)
Gol do grande Rei Pelé
Ô Yaôs

38. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1984
Composição: Neguinho Da Beija-flor E Nêgo

Navegando rumo as Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os Deuses, outros caminhos destinaram
Ecoou
Terra à vista um grito emocionante
Era o berço do gigante
Esbanjando esplendor
Índios, selvas, mitos
E os negros com a força e magia
Fizeram pulsar com alegria o coração
De uma criança nação
Mas na ânsia de crescer
Do berço fértil se afastou
O seu olhar marejou o sofrer
Em lágrimas que servem de lições
E o gigante é o nosso povo
Reconstruindo um Brasil novo
Cheio de vida organizando mutirões
E tem fuzuê alegrando o patropi )
No samba lê lê ) BIS
Vamos cantar e sorrir )

39. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1987

Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1987
" As Mágicas Luzes Da Ribalta"
Ao descerrar a cortina
O palco se ilumina
Tudo é brilho, luz e cor
Mergulhei na poesia
Drama, riso e fantasia
Num cenário multicor
Surgiu de uma era distante
Esta arte fascinante
Que o mundo inteiro deslumbrou
Com encanto e magia
O teatro irradia
A mais pura emoção
E, hoje, esta beleza infinita
Acontece na Avenida
É a minha escola a sensação
(E lá no céu)
E lá no céu
Uma estrela brilhou
Anunciando a alegria BIS
Que a passarela contagia
Com beleza e esplendor
(Para que chorar)
Para que chorar
O que passou
Lamentar perdidas ilusões BIS
O meu povo vibra
Cheio de euforia
Extasiando os corações

40. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1988
Composição: Ivancué, Cláudio Inspiração, Marcelo Guimarães, Aloísio Santos

Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1988
Ivancué, Cláudio Inspiração, Marcelo Guimarães, Aloísio Santos
Vem amor contar agora
Os cem anos da libertação
A história e a arte dos negros escravos
Que viveram em grande aflição
E mesmo lá no fundo das províncias do Sudão
Foram o braço forte da nação
Eu sou negro
E hoje enfrento a realidade
E abraçado à Beija-flor, meu amor
Reclamo a verdadeira liberdade (já raiou)
Raiou o Sol, sumiu
E veio a Lua (bis)
Eu sou negro, fui escravo
E a vida continua
Liberdade raiou
Mas a igualdade não (não, não, não)
Resgatando a cultura
O grande negro revestiu-se de emoção
(Ih! A Mãe Negra!)
Oh, Mãe Negra faz a festa
O povão se manifesta
Cantando para o mundo inteiro ouvir
Se faz presente a força de uma raça
Que pisa forte na Sapucaí
Dunga Tara Sinherê
Êre rê rê rê (bis)
Êre ré rê rê

41. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2000

Luz celestial que ilumina
Astros abrem a porta divina
Guiando a navegação
Descobrindo esta nova nação
Semente de uma nova era
Paraíso de belezas naturais
Índios guerreiros de pele dourada
E alma purificada
Habitavam este solo colossal
Corsários e aventureiros
Invadem Cruzeiro pela ambição
Lutaram e colonizaram
A pátria de todos os povos então
E o negro aqui chegou... chegou
O seu canto de fé ecoou... ecoou
Liberdade pra ser feliz... feliz
O braço forte que ergueu nosso país
Assim
São Vicente veio a encantar (obá, obá)
Berço da democracia
A primeira cidade do Brasil
Meu Rio, eu sonhei!
Que o Senhor havia nos dado a mão
Que havia ordem, progresso e perdão
E um ser de luz a iluminar
E hoje eu canto
Ó pátria amada! Me envolvo em seu manto
Por essa terra sem dono, sem leis
Pra ver o sonho que sonhei
Me abraça amor com seu calor
Faz pulsar meu coração
Sou Beija-flor e trago a paz
Nos olhos da geração

42. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1974

É estrada cortando
A mata em pleno sertão
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Sim chegou a hora
Da passarela conhecer
A idéia do artista
Imaginando o que vai acontecer
No Brasil no ano dois mil
Quem viver verá
Nossa terra diferente
A ordem do progresso
Empurra o Brasil pra frente
Com a miscigenação de várias raças
Somos um país promissor
O homem e a máquina alcançarão
Obras de emérito valor
É estrada cortando
A mata em pleno sertão
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Na arte na ciência e cultura
Nossa terra será forte sem igual
Turismo o folclore altaneiro
Na comunicação alcançaremos
O marco da potência mundial

43. Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1984
Composição: Neguinho Da Beija-flor E Nêgo

Navegando rumo as Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os Deuses, outros caminhos destinaram
Ecoou
Terra à vista um grito emocionante
Era o berço do gigante
Esbanjando esplendor
Índios, selvas, mitos
E os negros com a força e magia
Fizeram pulsar com alegria o coração
De uma criança nação
Mas na ânsia de crescer
Do berço fértil se afastou
O seu olhar marejou o sofrer
Em lágrimas que servem de lições
E o gigante é o nosso povo
Reconstruindo um Brasil novo
Cheio de vida organizando mutirões
E tem fuzuê alegrando o patropi )
No samba lê lê ) BIS
Vamos cantar e sorrir )

44. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 1996

Ô... Ô... Ô... Ô...
"Mãe negra" África
Diga quem eu sou...
De onde vim
Pra onde vou...
A nossa "aurora" é assim
Começo... Desconheço... Que dirá o fim
Meu Beija-flor querido
Encontra o fóssil até então perdido
É carnaval... Que tal...
Falarmos da evolução... Que bom... Que bom
Meu ancestral é um "barato"
Daí surgiu a confusão
Pinta a pedra em "bacanal"
Ai... Que coisa sensual
É o macaco excitando o pessoal
No Piauí nasceu
Mãe de "mim" e de vocês
(Na serra da Capivara)
"Mim" quem fala é índio
A língua que falava os "Jês"
E hoje...
Dos gigantescos animais
Somos vestígios naturais
Da transformação da vida
Que da... Ai que emoção
Eu descobri enfim
O Brasil inteiro é meu irmão

45. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2010
Composição: Picolé da Beija Flor, Serginho Sumaré, Samir Trindade, Serginho Aguiar,

Dison Marimba e André do Cavaco
Dádivas o criador concedeu
Fez brotar num sonho divinal o mais precioso cristal
Lágrimas, fascinante foi a ira de Tupã
Diz a lenda que o mito Goyás nasceu
O brilho em Jaci vem do olhar
Pra sempre refletido em suas águas
A força que fluiu desse amor é Paranoá... Paranoá
Óh! Deus sol em sua devoção
Ergueu-se no Egito fonte de inspiração
Pássaro sagrado voa no infinito azul
Abre as asas bordando o cerrado de norte a sul
Ah! Terra tão rica é o sertão
Rasga o coração da mata desbravador!
Finca a bandeira nesse chão
Pra desabrochar a linda flor
No coração do Brasil, o afã de quem viu um novo
amanhã
Revolta, insurreições, coroas e brasões
Batismo num clamor de liberdade!
Segue a missão a caravana em jornada
Enfim a natureza em sua essência revelada
Firmando o desejo de realizar
A flor desabrochou nas mãos de JK
A miscigenação se fez raiz
Com sangue e o suor deste país
Vem ver... A arte do mestre num traço um poema
Nossa capital vem ver ...
Legião de artistas, caldeirão cultural!
Orgulho, patrimônio mundial
Sou candango, calango e Beija-Flor!
Traçando o destino ainda criança
A luz da alvorada anuncia!
Brasília capital da esperança

46. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2003

Luz divina luz que me conduz
Clareia meu caminhar clareia
Nas veredas da verdade: cadê a felicidade
Aportei, num santuário de ambição
E o índio muito forte resistiu (bis)
A tortura implacável assistiu
Enquanto o negro cantava saudade
Da terra mãe de liberdade
Na frança é tomada a bastilha
O povo mostra a indignação
Revoltado com o diabo
Que amassou o nosso pão
Grito forte dos palmares... zumbi (bis)
Herói da inconfidência... tiradentes
Nas caatingas do nordeste... lampião
Todos lutaram contra força da opressão
Nasce então
Poderosa, guerreira
E desenvolve seu trabalho social
Cultural aos pobres, abrigou maltrapilhos
Fraternidade, de modo geral
Brava gente sofrida, da baixada
Soltando a voz no planeta carnaval
Eu quero: liberdade, dignidade e união
Fui lata, hoje sou pirata
Lixo ouro da região
Chega de ganhar tão pouco
Tô no sufoco: vou desabafar
Pare com essa ganância, pois a tolerância
Pode se acabar...
Oh!!! meu brasil (bis)
Overdose de amor nos traz
Se espelha, na família "beija-flor"
Lutando eternamente pela paz

47. Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2005

Clareou...
Anunciando um novo dia
Clareou...
Abençoada Estrela-guia
Traz do céu a luiz menino
Em mensagem do divino
Unir as raças pelo amor,fraternizar
Acompanhia de jesus
Restaura a fé e a paz semear
Os jesuítas vieram de Além-mar
Com a força da fé catequizar...E civilizar
Na liberdade dos campos e aldeias
Em lua cheia,canta e dança o guarani
Com tubichá e o feitiço de crué
Na yvy maraey,aiê...Povo de fé
Surgiu
Nas mãos da redução a evolução
OÁSIS para a vida em comunhão
O paraíso
Santuário de riquezas naturais
Onde ergueram monumentos
Imensas catedras
Mas a ganância
Alimentada nos palácios de madri
Com o tratado assinado
A traição estava ali
OH,pai.olhai por nós
Nesse rincão brasileiro
Em nome do pai,do filho
A beija-flor é guarani
Sete povos na fé na dor
Sete missões de amor

48. Nas Veias do Brasil - Beth Carvalho
Composição: Luiz Carlos da Vila

Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, à terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria - mãe gentil
É preciso altitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil.

49. Olho por Olho - Zé de Maranhão

A justiça dos homens
Condena a bigamia
Nenhuma mulher pode ter dois Josés
Nenhum homem ter duas Marias (por isso)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)

Você que se diz malandro
Malandro você não é
Porque não existe homem malandro pra mulher

Você já fez a primeira
Mas a segunda não faz
A partir de hoje os direitos são iguais (eu falei)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)

Diz o velho ditado
Com muita sabedoria
Gato escaldado sente medo de água fria

Meu amor vê se manera
Não é hora de brigar
Dançou fora do compasso eu pra lá você pra cá (e por isso)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)

50. Bibliotecas Públicas - Edson Gomes

As bibliotecas públicas andam cheias de coisas que nunca irei usar
Os seus livros andam cheios de histórias, são contos que nunca irei contar
Porque, brother, eu não quero...
Porque, brother, não eu não quero...

*Quero saber porque o povo vive assim
Eu quero saber porque a lei é tanto oprimida-a
Preciso saber porquê na mesa falta a comida
E quero saber se a gente vai ser feliz na vida *(BIS)

De que vale tanto saber, de que vale o homem ter tanto saber?

51. Black Bahia - Tribo de Jah

Paranauê, paranauê paraná
Paranauê, paranauê
Paraná
Capoeira!
Capoeira chegou na bahia
Fez escola e encontrou seu lugar
Primeiro com mestre pastinha
Que passou pra mestre bimba
Continuar
E o reggae também aportou
Na orla de salvador
Se entranhou e ganhou o recôncavo
Rolando por todo campo do interior
Black bahia
Bahia-ya-ya-ya-ya
Black bahia
Bahia-ya-ya-ya-ya
Formosura e cultura de um povo
Devagarinho, unindo o velho e o novo
No pelourinho, o grito de dor dá
Lugar ao rufar do tambor
Explendor tropical, caribe, africa brasileira
Poesia e magia na ladeira
Clamor de uma nação musical
De tanta beleza me vem a certeza
Que um dia aqui até os
Pobres eram felizes
Na riqueza de suas raízes
Até que a miséria tomasse a cidade
Gerando a violência como
Cruel consequência
Da absurda desigualdade
De uma falsa sociedade
Refrão
Eh capoeira!
Viva meu deus camará
Quem me ensinou camará
Eh capoeira!
Alô mestre jamaica, itacaré!
Capoeira!

52. BLACK IS BEAUTIFUL - ELIS REGINA -
Composição: Marcos Valle/Paulo Sergio Valle

Hoje cedo, na rua Do Ouvidor
Quantos brancos horríveis eu vi
Eu quero um homem de cor
Um deus negro do Congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black I wanna a beautiful
Hoje a noite amante negro eu vou
Vou enfeitar o meu corpo no seu
Eu quero este homem de cor
Um deus negro do congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black I wanna a beautiful

Ébano e Marfim
Live Together In Perfect Harmony

REFRÃO:

Ébano e Marfim
Vivem juntos em perfeita harmonia,
Lado a lado no teclado do meu piano.
Oh, Senhor, por quê nós não?
Nós todos sabemos que as pessoas são iguais
onde quer que você vá,
Existe o bem e o mal em todos.
Nós aprendemos a viver, aprendemos a dar um ao outro
O que precisamos para sobreviver,
Juntos, vivos.

REFRÃO

Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia.
Ébano, Marfim...
Nós todos sabemos que as pessoas são iguais
onde quer que você vá,
Existe o bem e o mal em todos.
Nós aprendemos a viver, aprendemos a dar um ao outro
O que precisamos para sobreviver,
Juntos, vivos.

REFRÃO

Lado a lado no teclado do meu piano.
Oh, Senhor, por quê nós não?
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia,
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia,
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia...


53. Bola de Meia, Bola de Gude - Fernando Brant / Milton Nascimento

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão...
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E ele fala de coisas bonitas
Que eu acredito que não deixarão de existir:
Amizade, palavra,
respeito, caráter,
Bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver
Com o que toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem,
Isso é coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solitário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão...


54. Bora Bora - Olodum

E se viajo o mundo inteiro com o meu canto
Não paro num só momento é assim que eu chego
As Antilhas do meu novo pensamento
E se viajo o mundo inteiro com o meu canto
Não paro num só momento é assim que eu chego
As Antilhas do meu novo pensamento
É preciso pensar pra depois agir
Se você quer dançar, pois se junte a mim
Já fui a Ipanema e também ao Japão
Cogumelo Hiroshima, terror Cubatão
Se eu sei ou não sei você que vai dizer
Se meu canto satisfaz sua cabeça pra valer
Bora...bora, bora, dá-lhe Olodum !
Êeeeeeeeee bora bora, vamos embora, chegou a hora!!!

55. BURGUESIA - CAZUZA

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras

Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal

A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos

Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua

Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo

A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia


56. Cabra da Peste - Olodum
Composição: Julinho

Oh luar do meu sertão
Cabra macho lampião
Nordestino
Respeitosos tuaregues
Olodum cabra da peste do nordeste
Boiadeiro eu sou peão
A luz, reo do baião
Nordestino
Negro da tal formosura
Do terreiro a rapadura
Oh xente amor
A historia consagrou
Cangaceiro e trovador
Nordestino
É zumbi, é gangazumba
É a luta carnaxe do Pelô
Oh xente amor

57. Milagres do Povo - Caetano Veloso

Quem é ateu
E viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem deus
Não cessam de brotar
Nem cansam de esperar
E o coração
Que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão
Não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória
E paira para além da história

Ojú obá ia lá e via
Ojú obá ia
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe oxum chora
Lágrima alegria
Pétala de iemanjá
Iansã oiá ria
Ojú obá ia lá e via
Ojú obá ia
Obá

É no xaréu
Que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu
Que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou
Sobrevivente num navio
Quem descobriu o brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente

Ojú obá ia lá e via...



58. Pra Não Dizer que Não Falei das Flores - Geraldo Vandré

Caminhando e cantando, seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhado e cantando e seguindo a canção

| Vem, vamos embora, que esperar não é saber
| Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome, em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Inda fazem da flor o seu mais forte refrão
E acreditam nas flores, vencendo canhão

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de arma na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

59. Canção Nordestina - Tribo de Jah
Composição: Tribo De Jah

Ê todo povo nordestino, esse povo esquecido, ainda é tempo de
lembrar, toda essa gente brasileira, essa gente hopitaleira, que
ilumina esse lugar.
Na chapada Guarari, no pé do cariri, nas margens do parnaíba que
pesei quere quere, no rasu da catarina, Arapiraca Itabaiana,
subindo o São Francisco na cerra pernambucana.
Caruaru, Cerra Talhada, Juazeiro, Pedrolina, Garanhuns, Campina
Grande, Mossoró, Arraialina, toda gente diz: alô, oprimida no
sertão, povo bom trabalhador mas não parece cidadão.
São anos de abandono e submissão, descaso dos governantes,
completa omissão, tanta terra desprezada e a miséria semeada
corroendo coração. A corrupção e a ganância, a incompetência
inoperância, praga que não se acaba e consome a cada um, tanto
dinheiro desviado e projetos enviáveis, interesse só de
alguns.`
É preciso dar mais atenção a causa do nordestino que segue o seu
destino à margem da nação, a causa do nordestino que segue o seu
destino sempre à margem.
E por falar em projeto... se o sertão fosse irrigado, seria o
novo El Dorado celeiro da federação, o nordestino não saía
emigrado, retirante humilhado pelo resto do país sem destino
são. Agora veja aí: transamazônica, ferrovia do aço, usina
nuclear, bilhões desperdiçados só em idéia infeliz, o geverno só
não fez por que não quis, até os Incas irrigaram boa parte do
celeiro quando o Brasil nem tinha sido ainda descoberto, não
havia carro, trem nem caminhão, até parece que querem manter o
nordestino na miséria para facilitar ainda mais a exploração.
Pra mim foi um capitão, Virgulino Lampião, verdadeiro rei,
cangaceiro do sertão, caiu no cangaço cedo, não topo por
desmazelo, do clientelismo assassino e opressor, e foi líder
guerrilheiro, Robin Hood brasileiro, homem de palavra cabra bom
e brigador, tocava um fole e dançava como ningué, ainda era
compositor e cantava muito bem, mulher rendeira de sua autoria,
implacou pelo sertão quando nem rádio existia, cantava o bom,
cantou que era mau essa ficou no sucesso nacional:
Olê mulé rendera, olê mulé renda, tu me ensina a fazê renda que
eu te ensino a namora.bis
61. Canto Ao Pescador - Olodum
Composição: Jauperi - Pierre Onasis

Jogou sua rede
Oh pescador
Se encantou com a beleza
Deste lindo mar

É dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
para lhe ofertar

E sem idolatria
o Olodum seguirá
É, como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar
meu bem querer
Sei que o mar da história
é agitado
E o Olodum a onda que virá
Em forma de dilúvio vem
me despertar amor
Em forma de dilúvio vem
Exterminar

Com sequelas racistas
E trazendo ideais de amor e paz
Com sequelas racistas
E trazendo ideais
Oloxum, Inaê
Janaína
E mara, mara, mara,
marabôcaiala, sobá
Viaja ê
Se baila
Me leva Olodum em sua onda
que eu quero ir (viajar...) (pro mar...) - 2a. vez
Viaja ê,
Se baila
Me leva Olodum em sua onda
Que eu quero ir
Olodum, Navio Negreiro
Atracou em Salvador
Trouxe a música emitindo
Ideais da negra flor
E hoje eu sou do mar
Condutor da embarcação
E hoje é sal do mar
Condutor da embarcação

62. Canto Das Três Raças - Clara Nunes
Composição: Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor

64. Canto Pro Senegal - Olodum

Sene Sene Sene Sene Senegal
Sene Sene Sene Sene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
A grandeza do negro, se deu quando houve este grito infinito
E o muçulmanismo que contagiava como religião
Ilê-Ayê traz imensas verdades ao povo Fulani
Senegal faz fronteira com Mauritânia e Mali
Os sere ê ê ê, a tribo primeira que simbolizava
Salum, Gâmbia, Casamance, seus rios a desembocar
Mandigno, Tukuler, Uolof, são os povos negros
E uma das capitais mais lindas hoje se chama Dakar, Ilê
Ilê ê ê ê, Dakar á á, obatalá
Agô iê ê ê ê
Esses são os meus sentimentos do antepassado
Senegal narrado como tema Ilê Ayê
(Refrão)
Sene Sene Sene Sene Senegal
Sene Sene Sene Sene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região

65. Capturados - Edson Gomes

Somos filhos dos escravos
Não temos vergonha, de assumir
Somos filhos dos capturados
Não temos vergonha de admitir
Somos filhos dos escravos
E estamos afim, de tirar essa máscara
Revelando a história
De um povo roubado, adulterado, e negado a ser feliz
Um povo castrado, lesionado, e negado a ser feliz
Somos filhos dos escravos
E estamos afim, de arrancar essa máscara
Revelando a história
De um povo que habita, lá dentro do gueto
Capital da miséria
Crianças que vivem, circulando os sinais
São, aprendizes de marginais
E estamos afim, de arrancar essa máscara
Revelando a história
Crianças que vivem, circulando os sinais
São, aprendizes de marginais
Somos filhos dos escravos...
Somos filhos dos capturados...
Somos filhos dos escravos
Somos filhos dos escravos, somos, somos, somos e somos...
Somos filhos dos capturados
Somos filhos dos escravos, somos, somos, somos e somos...

66. Caprichosos de Pilares - Samba- Enredo 2007
Com Todo O Gás, A Caprichosos Acende A Chama Do Carnaval
Aurelio Proença, Paulo Aparício, Mário Gordo, Célio Cebolinha E Baixinho

Sob a luz de um sonho
Caprichosos rasga a avenida
Se fez pioneiro o Barão de Mauá
E o gás brasileiro ganhou vida
O véu da noite se abriu
A corte sorriu ao se ver iluminada
Nas ruas lampiões
Profetas e seresteiros
Romantismo no meu Rio de Janeiro
Tudo se transforma
Ao sair da escuridão
O petróleo é nosso (bis)
São novos sonhos
Sonhos de um novo Barão
Essa nobre fonte de energia
Impulsiona e modifica o dia-a-dia
Dando novo gás à nossa vida
E hoje é o rei nessa folia
Enquanto nações companheiras
Disputam o poder da exploração
Pilares segue em frente
Abastece de alegria o seu coração
A Caprichosos vem com todo gás
E muito mais que você possa imaginar (bis)
Acendendo a chama do carnaval
Provando ser uma escola "especial"

67. Caprichosos de Pilares - Samba-Enredo 1985

Oh! Saudade, ô
Meu carnaval é você
Caprichosamente
Vamos reviver, vamos reviver...
"Saudadeando" o que sumiu no dia-a-dia
Na fantasia de um eterno folião
O bonde
O amolador de facas
O leite sem água
A gasolina barata
Aquela Seleção Nacional
E derreteram a taça na maior cara-de-pau
Bota, bota, bota fogo nisso
A virgindade já levou sumiço
(Quero votar!)
Diretamente, o povo escolhia o presidente
Se comia mais feijão
Vovó botava a poupança no colchão
Hoje está tudo mudado
Tem muita gente no lugar errado
Onde andam vocês, ô ô ô
Antigos carnavais?
Os sambistas imortais
Bordados de poesia
Velhos tempos que não voltam mais
E no progresso da folia...
Tem bumbum de fora pra chuchu
Qualquer dia é todo mundo nu...

68. Caprichosos de Pilares - Samba-enredo 1989
Wanderlei Novidade, Paulinho Rocha, Vanico Do Beco, Walter Pardal E Jorge 101
O QUE É BOM TODO MUNDO GOSTA

Vem de lá dos tempos de Cabral
A exploração do meu país (meu país)
Ganhavam no grito
Deram pro índio um apito (fiu-fiu)
Levaram todo o nosso pau-brasil
Eu já mandei buscar
A minha figa de Guiné (de Guiné)
Vou rezar não sei aonde
Pra espantar este olho grande
Da terra que o "mundo" todo quer
É só papo, é caô
Ninguém sabe, ninguém viu
Depositam na Suíça
O que levam do Brasil
(Caprichosos...)
Caprichosamente
Vai o meu grito de alerta pro povão (na Sapucaí)
Preservar este lugar
Tudo que se planta dá
Do Oiapoque ao Chuí
Estão matando jacaré no Pantanal
Pra virar bolsa e cinto
Na maior cara de pau
Vigie este olho negro que apareceu
Tem país de olho pequeno
Azarando o que é meu
Todos gostam do que é bom
Tira a mão do meu país
Se liga no que a história diz

69. Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 1996

Sabor de amor
Me leva de volta ao passado
Viajando em terras astecas
De um tesouro abençoado
Bebida de rei
Colombo provou
Foi numa caneca
Que um reino adoçou
É, bendito o solo que dá
Esse fruto dos deuses
O cacau brasileiro
Floresceu no Pará
Pisa forte no sequeiro
No gosto doce da vida
Que a minha Caprichosos
Pisa forte na avenida
Reinou na Bahia
É capixaba também
Fabricando alegria
No presente do meu bem
Na Suíça, virou barra
Dá prazer de coração
Me lambuza e me amarra
No inverno e no verão
Marrom, na cor da ginga da mulata
Com poesia e serenata
Me envolve no branco da paz
É campeão de energia
É chocolate, eu quero é mais
É bom, que bom, bombom
Gostoso é o que você me dá
Chora cavaco, bate bum bum
Vem no meu samba, vou comer mais um

70. Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2000

Brasil eu amo você
Meu país abençoado
Brasil de JK, JQ, JG
Memórias de um passado
Brasil virou o jogo na arena
Roubou a cena
O bom senso idolatrado
E a Caprichosos
Agradece e bate palma
Se Deus é brasileiro
O povo é a alma
O violão, a bossa nova
Uma canção do Rei
Um hippie sem compromisso
O coração, a lei
Nos caminhos da saudade
A esperança, a paz
Diretas a sua vontade
Na alegria dos carnavais
Vencemos, dançamos
De cara pintada tiramos
Deu pra ver
O que é amar
Nossa pátria mãe gentil
Hoje a festa é sua
É só comemorar
Meu Brasil
Capricha na virada, amor, amor
O futuro é todo seu
Teu Espírito é Santo, é guerreiro
Sou mais você, valeu

71. Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2002

Vem amor
Eu sou Porto Alegre na avenida
Índio jovem vim do sul, paraíso céu azul
Vou cantando a minha vida
Eu te chamei primeiro Porto dos Casais
Troquei fiquei prosa
Na guerra eu fui mui leal e valorosa
Liberta irmão essa escravidão
Sou orgulho da nação
Getúlio é macho é firme e forte! Amei!
Sou gaúcho e tenho sorte! Eu sei!
De bombacha e chimarrão sou alto astral
Sou sedução, sou trialegre e trilegal
Chora! O poeta hoje chora!
Ao fazer o poema que tchê faz ser assim
Tchê lembro canções de tantas paixões
Eterno canto de amor
Guaíba e o meu pôr do sol
Beleza que meu Deus criou
Gostosa, linda e cultural! Fácil de adorar!
Sou eu! Sou o grenal que faz o chão vibrar
Sou a paixão no jeito de gritar! Eu sou a voz do povo
Imperador! O teu vermelho me traz feliz cidade
O meu azul é bamba de verdade! Me faz vibrar de novo!
Eu posso até me declarar!
A Caprichosos vai te conquistar
Gauchei, caprichei, tô que tô
Parabéns pra você meu amor
Bate forte o meu peito varonil
Sou Caprichosos! Porto Alegre do Brasil

72. Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2003

África
Dos guerreiros de angola, de gege e yorubá
Na escravidão, que agonia
Ai, como o negro sofria
No destino de além-mar
O europeu no troca-troca conseguiu
Levar as "peças da guiné" para o brasil
Nesse comércio, a pirataria surgiu
Ilu-ayê, ilu-ayê, um canto triste ecoou ô ô (bis)
Ilu-ayê ô, na senzala, sofrimento e dor
Veja, ifá falou
Que os orixás vão enviar um libertador
Canta pilares
Zumbi foi rei lá no quilombo dos palmares
Na cultura o negro se agiganta
A fé da "terra mãe" é seu alento
Existe um grito preso na garganta
Só oxalá segura o fio da esperança
Quero ser livre
Esse lamento ressoou na sociedade
Que tem as chaves
Mas prende seus heróis na marginalidade
Vi nos olhos verdes do holandês outro país
Caiu palmares, liberdade não se mata na raiz
No batuque bateria, sou zumbi (bis)
Onde há paz e alegria, eu tô ai
Quero amar e muito mais dignidade
A caprichosos luta pela igualdade

73. Cara Pintada - Olodum
Composição: Fernando de Itapuã e Neuber Moreno

Muito tempo se passou
Voce nao cumpriu o que prometeu
Quatro anos no poder
Voce desapareceu
Chega de tanta conversa
Queremos educação
Queremos educação
Eu pintarei o meu rosto
Prá acabar com a corrupção
Prá que chorar
Pra que chorar
Se o futuro nos pertence
Então temos que lutar
Diga pra que
Pra que chorar
Pra que chorar
Se ficamos de braços cruzados
Nada vai adiantar
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Se for pra pintar
Eu pintarei
Para conseguir educação
Eu pintarei o meu rosto
Prá acabar com a corrupção

74. Cara Preta - Olodum
Composição: Reni Veneno / Marquinhos / Germano Meneghel

A cara preta pintou na cidade
Com o som estridente do tambor
Levante, agite, não fique parado não
Vem bailar com o canto do Olodum
Bailar, bailar, bailar (amor)
Bailar, bailar, bailar (2x)
Poeira ô, olha poeira ai, ai, ai, ai
Acordou José e levantou Mari
A união vai nos fortalecer
Em busca da paz nessa sociedade
Avante Olodum não vá retroceder
Poeria ô, olha poeira ai, ai, ai, ai

75. Catedral - Biquini Cavadão
Composição: Alvaro, Bruno, Miguel, Sheik, Coelho
A igreja é ao mesmo tempo mãe e filha
Mas até hoje ninguém sabe quem é o pai
Catedral, isto aqui não é seu céu
Deuses não são maiores dentro de você
Em nome de um santo,
Um santo sem nome
Um monumento ao templo
Grande colosso
Que até me esqueço que seria tão bonito
Se fosse dito que cada cidadão,
Religioso em devoção
Tivesse em sua crença natal
A riqueza não material
Materializada em casa
E não em uma catedral
Catedral, a capela se humilha
A igreja é mãe e filha e ninguém sabe quem é o pai
Aos Deuses, o primor da arquitetura:
Paredes de ouro, metais em lingotes
E sumos sacerdotes,
Em sinal dos tempos,
Conservam seus templos,
Atraindo, aliciando,
Mas não quebrando o encanto
Daqueles que até hoje vivem
Rezando para terem um dia
A falsa sorte prometida
Pelos senhores dessas catedrais

76. Portuga - Cazuza
Composição: Cazuza / Orlando Morais

Eu sou um "portuga" burro
E tenho mil caravelas na cabeça
Juntou com preto e com índio
Mas no fundo é "portuga"
Com seus sonhos de mar
Seu destino de fado
A eterna espera na praia
E a coragem de enfrentar tormentas
Eu sou "portuga" com meu dinheirinho contado
E meu gosto pela desgraça
Pelo meu corpo peludo
Pelo meu amor pelo acaso
Vou ter um dia uma mulher valente
Que vai ser a leoa da casa
E Portugal, África e Brasil
Vão ser uma grande comunidade
Se fala mais português que japonês, sabiam?
Se fala mais português que japonês, sabia?
E a gente vai se impor no mundo
O vinho, o fado, o porto
Sou triste, quase um "portuga" triste
Mas as vezes bebo e danço
E sou doce como um toucinho do céu
Portugal, meu útero
Acorda com os teus filhos
E vamos embarcar de novo
Nas novas caravelas
Vamos dominar o mundo
Só que de um modo mais belo
Só que de um modo mais belo
A liberdade já chegou em Angola
E vai chegar no Brasil
Mistura a culpa do teu fado
Com a alegria que veio da África
Mas, "portugas", esqueçam
Esse destino de fado
Mas, "portugas", esqueçam
Esse destino de fado
É preciso mudar e lutar
Eu acredito na força do português
No mundo do português burro no mundo
Porque a grande piada é o Brasil…

77. João e Maria - Chico Buarque/Sivuca

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedéu e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não

Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no meu mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim

78. Como Nossos Pais - Belchior

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina!
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se faz o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando
Mas é você que ama o passado é que não vê
Mas é você que ama o passado é que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem deu me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais


79. Conversando no Bar - Milton Nascimento/Fernando Brant

Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso
Nas asas da Pan Air
Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno
Nas asas da Pan Air
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo fruto
Sem nenhum pecado, sem pavor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que a minha arma é o que a memória guarda
Dos tempos da Pan Air
Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi
Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Pan Air
A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Pan Air
A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Pan Air
Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade...

81. Corsário - João Bosco/Aldir Blanc

Meu coração tropical
Está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E a voz vibra e a mão escreve: Mar
Bendita a lâmina grave
Que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roseirais! Nova Granada de Espanha!
Por você, eu, teu corsário preso,
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar,
Me arrastar até o mar,
Procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical
Partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos e as rosas
Partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar!

82. INDÍOS - Edson Gomes


Cadê nossos índios?
Nossos índios estão morrendo, desaparecendo, sendo exterminados, pela ganância, pela prepotência,
Daquele que diz ser o melhor, oh!
Aquele que diz fazer tudo perfeito,
Aquele que diz fazer tudo direito
Aquele que diz ser o melhor, Oh! Oh! Ah!

Então devolvam a terra desses homens! (3 X)

Para que tudo fique direito
Para que tudo se torne perfeito
E a alegria retorne aquele lar
Em fim a paz se restabeleça

Aquele que diz fazer tudo perfeito,
Aquele que diz fazer tudo direito
Aquele que diz ser o melhor, Oh! Oh! Ah!

Então devolvam a terra desses homens!
(Devo, devolu, devo, devolução).

83. É Ladrão Que Não Acaba Mais - Bezerra da Silva
Composição: Bezerra da Silva

Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A lapidação do ambiente...
Roubaram o ouro
Roubaram o pau
Prá ficar legal
Ainda tiraram o couro
Do povo
Desta terra original...
E só deixaram
A má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente...
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(2x)
Hiiiiiii!
A terra boa
Mas o povo
Continua escravizado
Os direitos são os mesmos
Desde os séculos passados
O Marajá
Ele só anda engravatado
Não trabalha, não faz nada
Mas tá sempre
Endinheirado...
E se entrar no supermercado
Você é roubado!
E se andar despreocupado
Você é roubado!
E se pegar o bonde errado
Você é roubado!
E também se votar prá deputado
Você é roubado!
Certo!
Tem sempre 171 armando fria
Tem ladrão lá no congresso
Na quitanda e padaria
Ladrão que rouba de noite
Ladrão que rouba de dia
Dentro da delegacia
Ninguém entendia
A maior confusão
O doutor delegado
Grampeou todo mundo
Porque o ladrão
Roubou outro ladrão
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(2x)
Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A lapidação do ambiente...
Roubaram o ouro
Roubaram o pau
Prá ficar legal
Ainda tiraram o couro
Do povo
Desta terra original...
E só deixaram
A má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente...
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(4x)

84. ...E Você? – Gabriel, O pensador
Agostinho Ferreira da Silva/Gabriel O Pensador/Fabio Fonseca/Marcelo Mansur)

Brasileiro é o que eu sou
Rapper brasileiro
Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
Mas sei que nasci no Rio de Janeiro - Brasil
Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia cantar assim ou assado
Porque eu vou me expressar na forma e na hora que eu escolher
Aqui ou em qualquer lugar
Valorizando sempre as nossas
Raízes Costumes Cultura musical em geral
Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
(Você é um burro e não vê a excelente cultura e os costumes do seu próprio país
E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis)
Mas também não adianta o xenofobismo radical
Eu vou jogáforanolixo o que é ruim e usar o que é bom da cultura mundial
Vou ler assistir escutar e cantar
E nem por isso deixando de lado a produção cultural aqui do meu lugar
E no fundo no fundo todos os homens vieram da África
Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido e formado aqui nessa pátria
E não (se) esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma e cada sociedade cultiva suas normas mas junto nós todos formamos a Humanidade que engloba todos os seres humanos
Que podem se destacar dos outros animais pela sua capacidade de pensar
Capacidade que muitas vezes não é utilizada
E sendo assim não serve pra nada
Mas eu penso logo existo
Existo logo penso e tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
Posso pensar na forma de Rap Livro Pintura ou Baião
Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar
Vacilão
Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
E eu falo pra todos aquelesque querem me ouvir e vão concordar ou discordar
Talvez acordar
Talvez me seguir ou talvez me vaiar (mas eu vou defecar)
E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
Mas "eu sou apenas um rapaz latino-americano"
Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
Inclusive pras "Lôrabúrras" pros playboys pros militares e pros crentes
Pra todos os fdp carentes que sofrem com a dominação cultural
Seja com a doutrinação social militar religiosa ou de origem internacional
Humanamente também tô do lado desses coitados que tão no caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor nacional
Cultural natural e da nossa história
É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
E por culpa da gente é que nada muda no país
A miséria é permanente desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo:
Fome Corrupção Desigualdade Povo covarde Desemprego...
Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
Hoje os problemas são outros
O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
E mesmo hoje em dia é bom que se lembre:
Os que trabalham não são homens livres e continuam escravizados como sempre
-Escravos- é isso o que somos
Escravos da própria falta de atitude
Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude...
Os mais afetados esquecem onde tão e aplaudem tudo o que for importado
Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
Apesar de ser um terráqueo
Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do planeta de onde ele saiu:
Esse pedaço bonito cansado sofrido e explorado chamado Brasil
Então se você só dá atenção para o que vem de fora não me dê atenção
Me jogue fora
(Tchau! Vou embora)(Vai!)(Não! Fica aí)
Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
Que não tinha Ibope porque muitos não entendiam
Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
Na veia Na mente Na frente Nas costas No peito
E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico Hip Hop do meu jeito
Do nosso jeito
Desse jeito que você nunca conheceu
Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample que a Fernanda Abreu (Rio 40')
É somente a capital cultural do território nacional que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar sorrindo para eles continuam negando e cuspindo naqueles que tão pedindo e sentindo "o gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações"
Será só imaginação?
Não Não Acho que não
E se você não quer realidade então vai ver televisão
Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho e enxergasse um covarde
Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
E "apesar de você" não se mexer
Não sei porquê sua anta
Me escuta
De que adianta ser filho da Santa?
Melhor seria ser filho da luta
Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse estivesse tudo lindo e pronto
Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo no ponto
Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
E também não sou de nenhuma tribo urbana porque eu não sou totalmente índio
Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue é vergonha de ser o que eu sou
E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e não se dão valor
Mas eu me valorizo
Minha cabeça
Minhas idéias
Meus amigos
Minha liberdade de pensamento
Minha terra
O chão onde eu piso
Meu estilo
Minha cultura
Os costumes e o povo de onde eu vivo
Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que depois você vai entender
E você amigo? Valoriza o quê?

85. É Pra Rir ou Pra Chorar? - Gabriel O Pensador/Liminha

O Brasil proclamou sua independência, mas o filho do rei é que assumiu a gerência.
O povo sem estudo não dá muito palpite, e a nossa república é só pra elite.
(E quem faz greve o patrão ainda demite).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil aboliu a escravidão, mas o negro da senzala foi direto pra favela.
Virou um homem livre e foi pra prisão.
Só que a tal da liberdade não entrou lá na cela.
(E a discriminação ainda é verde e amarela).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil foi parar na mão dos militares, que calaram o povo no tempo da ditadura.
Torturaram e prenderam e mataram milhares, mas ninguém foi condenado pelos crimes de tortura.
(E tem até torturador lançando candidatura).
É pra ri ou pra chorar?
O Brasil conseguiu as eleições diretas, mas a gente que vota ainda é semi-analfabeta.
O Collor foi eleito e roubou até cansar.
O povo deu um jeito de cassar o marajá.
Mas ele não foi preso e falou que vai voltar!
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem mais terra do que a china tem chinês, mas a terra tá na mão dos grandes latifundiários.
A reforma agrária, ninguém ainda fez.
Ainda bem que os sem-terra não são otários.
(E tudo que eles querem é direito a ter trabalho).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem miséria mas tem muito dinheiro, na mão de meia dúzia, no banco suíço.
O rico sobe na vida feito estrangeiro, e o pobre só sobe no elevador de serviço.
(E você aí fingindo que não tem nada com isso?)
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem um povo gigante por natureza que ainda não percebe o tamanho dessa grandeza.
Sempre solidário no azar ou na sorte, um povo generoso, criativo e risonho.
Poderoso, e tem um coração batendo forte que põe fé no futuro do mesmo jeito que eu ponho.
E vai ter que ser independência ou morte. Um por todos, e todos por um sonho.
É pra rir ou pra chorar?
É pra rir ou pra voltar?
Pra seguir ou pra parar?
Pra cair ou levantar?
É pra rir ou pra chorar?
Pra sair ou pra ficar?
Pra ouvi ou pra falar?
Pra dormir ou pra sonhar?
É pra ver ou pra mostrar?
Aplaudir ou protestar?
Construir ou derrubar?
Repetir ou transformar?
É pra rir ou pra chorar?
Pra se unir ou separar?
Agredir ou agradar?
Pra torcer ou pra jogar?
Pra fazer ou pra comprar?
Pra vender ou pra alugar?
Pra jogar pra perder ou pra ganhar?
Dividir ou endividar?
Dividir ou individualizar?
É pra rir ou pra chorar?!

86. Fato Consumado - Edson Gomes

Toda miséria que o povo passa
Quem vai pagar?
Toda essa fome que o povo passa
quem vai pagar?
por todo esse sangue derramado
nas pedras do pelo
de cada homem chicoteado
nas pedras do pelo
por todo esse sangue derramado
nas pedras do pelo
de cada homem chicoteado
por essa indigencia que o povo vive...
quem vai pagar?
por todo esse lixo que o povo divide...
quem vai pagar?
por todo esse leite derramado..
nas pedras do pelo
por esse fato consumado
nas pedras do pelo
por todo esse leite derramado
nas pedras do pelo
e por esse fato consumado...
agora nao há tempo pra voltar atrás
não há
agora não há tempo pra voltar atrás
não há
quando Deus vier vai eliminar...
o mal pela raiz
quando Deus vier vai separar...
o joio do trigo
quando Deus vier vai eliminar
o mal pela raiz
quando Deus vier vai separar
o joio do trigo
e o homem de boa vontade reinará
o homem de boa vontade governará
a nação
uiea ohh
agora nao há tempo pra voltar atrás...

87. Os Sertões (1976) - Em Cima da Hora
Composição: Edeor de Paula

Marcados pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra e seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida e triste nesse lugar
Sertanejo e forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Ate o final
Defendendo canudos
Naquela guerra fatal

88. Embarcação - Francis Hime & Chico Buarque

Sim, foi que nem um temporal
Foi um vaso de cristal
Que partiu dentro de mim
Ou quem sabe os ventos
Pondo fogo numa embarcação
Os quatro elementos
Num momento de paixão

Deus, eu pensei que fosse Deus
E que os mares fossem meus
Como pensam os ingleses
Mel, eu pensei que fosse mel
E bebi da vida
Como bebe um marinheiro de partida, mel
Meu, eu julguei que fosse meu
O calor do corpo teu
Que incendeia meu corpo há meses
Ar, como eu precisava amar
E antes mesmo do galo cantar
Eu te neguei três vezes
Cais, ficou tão pequeno o cais
Te perdi de vista para nunca mais

Mais, mais que a vida em minha mão
Mais que jura de cristão
Mais que a pedra desse cais
Eu te dei certeza
Da certeza do meu coração
Mas a natureza vira a mesa da razão

89. Toda Forma de Poder - Engenheiros do Hawaii

Eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada
Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada

se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz
se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz

toda forma de poder é pura forma de morrer por nada
toda forma de conduta se transforma numa luta armada

se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz
se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz

90. Era pra Durar - Guilherme Arantes/Paulinho Lima

No meu diário
Eu escrevi
A linda história dum País
Agora eu vou ter que apagar
Era pra dar certo
À esperança
De ninguém levar vantagem
Era bom demais
Pra gente acreditar
Num quarto negro
O que se escreve
É tão fácil de apagar
Palavras ao vento
São pra ir, o vento levar
No meu diário
O que eu escrevo
É pra perpetuar
A linda história dum País
Era pra durar
Era pra durar
Era pra dar certo, sim
Era pra durar


91. Era Um Garoto que como Eu Amava Os Beatles e Os Roling Stones - Engenheiros do Hawaii

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Roling Stones
Girava o mundo sempre a cantar as coisas lindas da América
Não era belo mas mesmo assim, havia mil garotas, sim
Cantava "Help and Ticket to ride, Oh, Lady Jean, Yesterday"
Cantava "Viva a liberdade" mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra o separou, fôra chamado na América
Stop com Rolling Stones, stop com Beatles'songs
Mandado foi ao Vietnam brigar com o Vietcong

Tá, tá...

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones
Girava o mundo mas acabou fazendo a guerra no Vietã
Cabelos longos ñ usa mais, nem toca sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá, a mesma nota, ratatatá
Não vê amigos, nem mais garotas, só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará pois está morto no Vietnã
Stop com Rolling Stones, stop com Beatles' songs
No peito um coração não há
Mas suas medalhas, sim

Tá, tá...

92. O Espírito de 17 - Subversivos
Letra: Camilo eFred | Música: Magno

O exército vermelho iniciou uma nova era,
Com armas em mãos gritaram "Paz, pão e terra"
Economias liberais criaram meninos de rua,
vamos logo, camarada, nossa luta continua!

O Espírito de 17,
Sempre será lembrado com os ventos do leste!
O Espírito de 17,
Nunca se curvará diante de cassetetes !
Operários em greve, unidos contra o estado
Abaixo a exploração e lucros saqueados.
Não ligue a TV, você já sabe o que vai ver
Mentiras e ilusões mascaram o seu sofrer
Essa força que existe em nossas veias,
é o que Impulsiona nossas bandeiras vermelhas!
Trabalhadores se levantam numa tarefa histórica,
Você tem que acreditar nessa luta tão heróica!

93. Esperanduquê – Gabriel, O Pensador
(Marcelo Mansur/Fabio Fonseca/Gabriel O Pensador)

Eu nada posso esperar de uma raça que só tem filhadaputa
Se espalha por todo lugar mas tem mais em Brasília
Escuta
No Brasil já teve guerrilha
Com armas
Com tudo
Mas hoje só temos um bando de cego surdo burro e mudo
Ninguém faz nada
Nem os governantes nem a massa dominada
O povo é ignorante e o governo é uma piada
E se você não é um ignorante
Muito bem
Então pelamordeDeus venha se expressar também
A voz do povo é a voz de Deus
Quem disse isso não fui eu
Mas eu acho que quem escreveu essa frase era ateu
Porque esse povo tá sem voz
O povo tá calado
Tá parado esperando Deus batendo palma pro diabo
E enquanto o diabo-rato-porco vai se perpetuando
O povo fica parado debaixo
De quatro
Bobolhando
Bobolhando
Se matando
Sem dinheiro
Esperando deitado de bruços
Esse é o povo brasileiro
Bobolhando
Boboescutando
Boboescutando
É você
Boboesperando
Boboesperando...
Esperando...
Esperanduquê?

94. Estudo Errado - Gabriel O Pensador

Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...

95. Etiópia - Edson Gomes

Quando Mussolini invadiu a Etiópia
Aquela batalha tão brutal
Sim o general invadiu a Etiópia
Batalha sangrenta desigual
Ahhhh Etiópia dos etíopes, massacrada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes
Lá na escola não contaram nada
Fizeram questão de esconder
Hoje eles passam como filhos do Deus bom
Agente vai passando como filhos do mau
Ahhhhhh
Ahhhh Etiópia dos etíopes, brutalizada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes
Quando Mussolini invadiu a Etiópia
Foi o rolo compressor esmagador
Com seu exercito poderoso
Contra inofensivos guerreiros nativos
Ah ahhhh
Ahhhh Etiópia dos etíopes, fuzilada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes, Mussolini.
Conquistador da Etiópia (Mussolini)
Rolo compressor da Etiópia.

96. Etnia - Chico Science & Nação Zumbi

Somos todos juntos numa miscigenação
E não podemos fugir da nossa etnia
Índios, brancos, negros e mestiços
Nada de errado em seus princípios
O seu e o meu são iguais
Corre nas veias sem parar
Costumes, é folclore, é tradição
Capoeira que rasga o chão
Samba que sai da favela acabada
É hip hop na minha embolada
É o povo na arte
É arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo
Maracatu psicodélico
Capoeira da pesada
Berimbau elétrico
Frevo, samba e cores
Cores unidas e alegria
Nada errado em nossa...

97. Eu digo Jah - Olodum
Composição: Jauperi

A realidade do negro
na Etiópia é muito dura
eles ferem nossos corações
então sofremos sem ter cura.
Negros a perecer
gente sem água para beber
como vão ficar
sem o pão pra se alimentar.
É de cortar o coração
crianças deitadas no chão
morrem de inanição
sem forças pra se levantar
Mas o Olodum, Grande Rei
teve um sonho, profecia
da esperança que mudará
o negro da Etiópia e da Bahia.
REFRÃO:

Eu digo Jah
Eu digo Jah
Eu digo Jah… ô Jah, Jah (repete)
Crianças vão ficar
elas vão sobreviver
e ao mundo alimentar
os que de fome irão morrer
Ganância impera
Chernobyl, Angra dos Reis
vamos falar de paz
parar com isso de uma vez
Firmar os pés no chão
alegria vamos ter
nasce uma nova geração
e o negro no poder

(REFRÃO)

Nas esquinas do pais o mundo pode ver
que tem gente abandonada e de fome vai morrer
preconceitos continuam na sociedade
pois quem tem dinheiro compra tudo com facilidade
os negros nos programas de televisão
quando não é doméstico, só pode ser vilão
e você preste atenção e leve fé no que eu digo:
ladrão no meu pais, só anda vestido

(REFRÃO)

98. Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás - Roberto Carlos/Erasmo Carlos

Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada,
com uma cuia de esmola e uma viola na mão. O povo parou pra ouvir.
Ele agradeceu as moedas e cantou essa música, que contava essa
história, que era mesmo assim:

Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
É, eu nasci, há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Eu vi Cristo ser crucificado, o amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo prá pagarem seus pecados
Eu vi
Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho
Eu vi (Eu nasci ...)

Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi Conde Drácula sugando sangue novo e se esconder atrás da capa, eu vi
Eu vi a Arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros prá floresta, pro quilombo dos Palmares
Eu nasci ...

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda a Alemanha
O soldado que sonhava com a amada numa cama de
campanha, eu li
Eu li o símbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança prá poder dançar ciranda
E quando todos praguejavam contra o frio, fiz a cama na varanda
Eu nasci ...

Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna, eu também
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi entrar no céu
E práquele que provar que estou mentindo, eu tiro meu chapéu
(Eu nasci ...)

99. Eu Sou Soteropolitano - Jorge Zárath/Dito

Quando bate o atabaque
A galera lá no Iraque
Canta um canto de paz

Quando rufa o repinique
A menina dá chilique
É bonito demais

Segue o mantra da alegria
Pelas ruas da Bahia
Explodindo amor

Essa gente tem magia
Que de cara contagia
Misturando a cor

Eu sou soteropolitano
Eu sou baiano
Eu sou de salvador

Eu sou soteropolitano
Eu sou baiano
Eu sou de paz e amor

100. Existem tantas moradas no reino do Senhor - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

Há um caminho de pedras e espinhos
Há um caminho tortuoso de tormentas e transtornos
De dor e desconsolos, difícil de seguir
Há um horizonte frio, sombrio ao mesmo tempo árido e hostil
Se firmando irreversível
Sem solução a curto, médio, longo prazo
Ou qualquer prazo previsível
Não há solução pacifica, tecnologias especificas
Capazes de salvar a Terra e as nações
Da fome, da miséria, da guerra, e das convulsões
Há um mundo de intrigas crescendo ao redor
Mundo de ratos e cobras em briga
Onde vence o pior
Onde se vê a falsidade escondida em sorrisos
Onde um dia se pensou ter encontrado amigos
Há um mundo de intrigas e maldades evidentes
Intrigas secretas entre as potencias sob a calma aparente
Estratégias para abocanhar o mercado mundial
Dominar a opinião publica
Ou simplesmente eliminar o que dizem ser o mal
Ou seja lá quem for que quiser se opor
Falsos estados que concentram o poder e a riqueza em poucas mãos
Falsos por não defender nem garantir direitos aos seus cidadãos
Forjando guerras absurdas, desnecessárias
Revoluções descartáveis, mercenárias
Assim ruiu o sistema comunista, materialista e ateu
Por não conhecer, não temer e nem se ater à lei de Deus
Assim ruirá o capitalismo selvagem e toda iniqüidade
Até que se chegue a verdade, ainda que seja tarde
A estupidez de muitos não os deixa ver
A ganância inútil por margens de lucro, por fatias no poder
Não os deixa ver que todo mundo
Pequeno e precioso mundo
Está por se perder
Não se verá sinais de paz, nem mais a mais fugaz das alegrias
Não se verá jorrar o leite e o mel
Na travessia destes dias de inquietude e insônia
Apenas os tristes rios, tristes rios tardios da Babilônia
Rios de lágrimas e sangue rolarão
Quantos estiveram vivos, cedo se arrependerão
Não terão visto que está vida é só um segundo
Não valerá chorar a pena de um mundo
Que é só um grão perdido na imensidão
Há outras tantas paragens no universo
Outras dimensões, realidades
Mundos mais diversos
Sois maiores e menores
Planetas com tantas luas
Uma, quatro, cinco, três ou até duas
Imagens inimagináveis de esplendor
Existem tantas moradas no reino do Senhor

101. Face da Morte - Janeiro-Fevereiro-Março

Clik no seu rádio
Bum, volume máximo
Acesso ilimitado a internet da favela
Face da Morte.com você que faz parte dela
Minha missão é a informação, então se liga sangue bom
Que eu cheguei pra resgatar algumas datas importantes da memória popular
O povo que não foi herdeiro
Em 21 de Janeiro, 1984, realizaram o ator, fundando o MST, pode crer, fruto popular pela reforma agrária, hoje estar organizado em 24 Estados, empunhado suas bandeiras, levando seus estandartes.
Aproveito pra citar Manuel Calafates, Pacifico Licutan, isso sim é que é que é bambambam.
Ainda tem Belchior diz que lutar é bem melhor.
Enfim não esqueci GG Marrir, Luis Salin, me lembro de vocês na revolta do Malês.
Tenho respeito pelos cincos de 1835, pelos lados da Bahia, na terra do meu avô, lutaram pela honra e liberdade dos Magos.
Pedro Ivo, hum, inesquecível, quebrou correntes, lutou por nossa gente, não respeitou barreiras, o importante líder da Revolução Praieira, 1849, que a esperança se renova, em Pernambuco, no Recife, maluco acredite, que na terra do sol, um Manifesto exigia voto livre universal, mais uma vez nosso povo, lutando com arrocho em busca de dignidade, evadiram a cidade enfrentando a repressão na luta por trabalho e liberdade de expressão.
1874, revolução, feitas peste se espalhou pelo Nordeste, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Ceará, aumentaram os impostos, mudaram as medidas, não concordando com aquilo, surgiu então a Revolta chamada de Quebra-Quilo.
Beato Severino, discípulo de Padre Cícero, em 1937, pos lado de São Francisco, na Bahia, bateu de frente com a oligarquia dos Vianas, em pleno natal, fundou a comunidade chamada Colher de Pau ou Pau de Colher, chamem como quiser o importante é o brilho.
Manuel Fiel Filho funcionário da Metal, arte de São Paulo, é preso em seu lugar de trabalho, em 17/01/1976, vejam vocês, encontrado três dias depois, torturado e morto num dos muitos calabouços, onde calavam a voz do povo.
Brasileiro, e por aqui encerro janeiro.

Eu não sou daqui - Marinheiro só - Eu não tenho amor - Marinheiro só - Eu sou da Bahia - Marinheiro só - Em são Salvado - Marinheiro só

Fevereiro muito abalo
No eixo Rio - São Paulo
Na luta contra a escravidão e a matança, os povos indígenas formaram uma grande aliança – Confederação dos Tamoios – contou com apoio Tupiniquim, Tupinambá, Karijó e Goianá, liderados por Emberé e Curambebé, a luta segue, em 1562 a 1567.
Na Guerra das Missões, 1756, vejam vocês, no Rio Grande do Sul uma matança tão terrível quanto à do Carandiru, lutando contra as tropas Luso-Espanholas sob um saúdo negativo 2500 índios mortos de uma só vez, fora os que morreram de 1553 a 1556.
Não sei se você sabia, 1814, em Salvador, Bahia, outra rebelião explodiu famoso levante negro, futuro do desespero, ansiedade, cede de liberdade, justiça, de 1807 a 1830, cheio de luta e dor, além de Salvador, Santo Amaro, Nazaré, Itaparica, Cachoeirinha, Ilhéus, porque a liberdade não cai do céu se conquista no dia a dia.
1975, foi fundado o movimento feminino pela anistia formado por mães e filhas de presos políticos.
Aflitos, atritos greves no ABC, o sindicalismo moderno, a esquerda do MDB, em 1980, fizeram nascer o PT

Eu não sou daqui - Marinheiro só - Eu não tenho amor - Marinheiro só - Eu sou da Bahia - Marinheiro só - Em são Salvado - Marinheiro só

Começo março já citando arregaço
1981, a Greve da PM no governo ACM, o próprio órgão repressor padeceu com a repressão, convocados então os fuzileiros navais a fim de estabelecer a paz da elite, atiraram no piquete matando um tenente grevista.
Em 1922 é fundado o Partido Comunista do Brasil, quem te vê quem te viu, fruto da elevação do grau de organização e consciência da classe operaria a beira da falência.
Por ela que eu trabalho, sofro, choro e sinto, mas sinto que 1935, Aliança Nacional Libertadora nasceu pra luta contra a classe opressora.
A greve dos 300 mil, em 1953, contou com os testes, metalúrgicos, marceneiros, videiros e os gráficos.
Em 1979, 180 mil operários entraram em greve em São Bernardo dos Campos.
Revolta de Porecatú, em 1951, latifúndios pra lá, posseiros pra cá, lutando pela terra no Norte do Paraná.
1968, Edson Luis foi morto pela polícia do Rio, sua morte gerou a passeata dos cem (100) mil
1987 a maior greve dos bancários do Brasil, 750 mil mobilizados, por aqui encerro março.
Pergunta do Jornalista: Eu queria que o senhor falasse pra gente o nome do senhor, onde é que está acampado e por que o senhor esta participando desta caminhada?
Resposta do entrevistado: Muito bem, João Marciliano de Carvalo, João sem terra das mãos arrebentadas, to acampado em promissão na terra desapropriada pra nós trabanhador trabaia, nee, e hoje estou participando dessa caminhada porque o governo não quer liberar o que já é nosso, a terra já tá desapropriada, já tamos na área e ele que se arda, porque ele ou abra mão da terra ou vamos fica lá mesmo, por que trabaia pra nossos filhos comer, nos precisamos trabaia. Por que? Se nós somos trabaiador não presta, se nos fomos rouba não preta. E como agente é bom pro governo? Então. Então o negocio é esse agora agente tem que corre pra quebrar ou ele ache bom ou ache ruim, ele que se cuide. Por que agente estamos cuidado faz é muito tempo.
Pergunta do Jornalista: Você que terra pra que Silvana?
Resposta do entrevistado Pra planta e colher. Tô pra vê se vê se agente consegue um pedaço de terra pra pranta, pra gente não morre de fome, case as coisas tudo ta cara, todo dia que agente, vai no mercado o preço ta almetado, pra isso é melhor a gente pranta pra gente, mio que agente ir lá no mercado compra coisa cara. Quero a terra pra pranta, comer comida. É porque agente queremos terra.

102. Face da Morte - Abril-Maio-Junho

No mês de abril a casa caiu
Eu vou lembrar a vocês
1996, Eldorado dos Carajás, 200 polícias espalharam o medo, causaram tormento, invadiram o acampamento do MST, prontos pra bater e pra matar, 19 trabalhadores morreram por lá.
Guerrilha do Araguaia, no Pará, começou em 72, terminou em 1974, com a morte dos guerrilheiros muitos deles degolados, na luta contra a Ditadura, um grande movimento armado. 69 guerrilheiros contra 20 mil das Forças Armadas da pátria amada Brasil, ouviu?
1954, camponeses contra latifundiários e polícia militar do Estado de Goiás, Tombas e Formosos, eu sigo orgulhoso, o líder José Porfírio, de 1964 foi cassado, preso e torturado.
Já ouviu falar em Lamarca, mais um que deixou marcas, ex-capitão do exército, abandonou a patente pra lutar por nossa gente, revolução ele queria, fugiu do 4º Regimento de Infantaria com um caminhão cheio de armas, enquanto o país cantava Pra Frente Brasil, Lamarca metia bala, lutava nas trincheiras do Vale da Ribeira.
1959, saindo das trincheiras, já estamos em maio, Revolta da Cantareira, os grevistas enfrentavam a marinha brasileira.
1823 a 1831, o sentimento comum anti-colonial levou ao choque mortal, Matamarouto explodia no Estado da Bahia, depois das surras, das prisões das famosas rebeliões, 1888 abriram as portas das senzalas, forçosamente assinada Lei Aérea, que não veio de graça, mas do primeiro movimento político de massa que se viu na nossa amada pátria amada Brasil.
1978, no ABC Paulista, outra pagina era escrita, mais de 100 mil operários no dia 1 de Maio, na manifestação contra a prisão do Lula chague bom, Devanir Ribeiro, (...), Djalma Bom, entre outros, lideres do povo.
1998, o cacique Chucuru, Francisco de Assis Araujo, foi morto em Pesqueira, Pernambuco, lutando pelas terras ancestrais de seu povo.
Eu juro que em junho, 1893, mais uma vez, o sonho de liberdade se tornou realidade, Velho Antonio Conselheiro, guerreiro, fez da fé o seu escudo, fundou o Belo Monte, conhecido por Canudos.
Aproveito este mês pra citar a vocês algumas das proezas de nossa imprensa negra que trazia conteúdo realidade brasileira, Clarim da Alvorada, Chibata, O Exemplo, Quilombo, A Liberdade, O Alfinete, Medelique, A Raça, Alvorada e a Voz da Raça, levando informação em lar em lar.
Face da Morte.com é só clicar, primeiro semestre na história da memória popular.

103. Face da Morte - Julho-Agosto-Setembro

Em Julho de 1934, eu relato a morte do lendário Padre Cícero que continua vivo nas orações, nas preces, no coração dos irmãos lá do Nordeste.
Em 1938, 28/07, acontece a emboscada comanda por José Bezerra matando o capitão Virgolino Ferreira, o Lampião, que foi o rei do Cangaço no Sertão.
1969, o ano que levaram o cofre com 2 milhão e meio de dólares da casa de uma amante do governador Ademar, 13 homens da Vara Palmares realizaram a empreitada o dinheiro fortalece ainda mais a luta armada. No ano seguinte, nas escadas do Teatro Municipal, é lançado em Minibú, em São Paulo, capital.
Em 1926, no mês de agosto segue a luta do povo, vamos de novo pra Bahia, pois lá se constituía o Quilombo do Capula lugar de muita luta onde os negros seqüestrados filhos dos senhores brancos pra vendê-los aos ciganos, revidar o que aconteceu antes da morte dos irmãos do Quilombo de Abrantes.
União Nacional dos Estudantes nasceu no 7/08/1937 e até hoje segue na luta popular, coisa que me faz lembrar quebra-quebra dos ônibus da Bahia contra aumento de 61% das tarifas, mais uma patifaria, nunca se esqueça maluco sempre se lembre no mesmo ano apedrejaram ACM.
1983, parabéns a vocês fundadores da CUT, felicidade aos trabalhadores do campo e também os da cidade.
1897, 22 de setembro, eu me lembro da morte do velho guerreiro Antonio Conselheiro
1931, Frente Negra Brasileira
1971, a morte de Lamarca, mas que um homem uma bandeira que nunca mais se apaga da memória brasileira
A Ditadura fechou o acesso aos estandes, 1980, a greve dos estudantes promovida pela UNE, durante três dias mobilizou um milhão na luta contra a covardia.
Em 1999, não se viu, mas em Brasília aconteceu a Marcha dos 100 mil.

104. Face da morte - Outubro-Novembro-Dezembro

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Pesquisando, pesquisando olha só o que eu descubro em 1665, durante o mês de outubro Portugal proibiu a extração de sal no Brasil-Colonial, o povo se revoltou, incendiou, saqueou a casa dos contratadores, os lusos exploradores.
29/10/1925, então seja bendito o invicto Luis Carlos Prestes, o líder vitorioso da nossa Coluna Prestes que percorreu a pé ou a cavalo 25 mil Km em mais de 12 Estados, enfrentando oligarquias locais, as forças federais, tornando presos livres, pregando o voto livre, distribuindo terras, agindo contra a miséria, sacudiram a estrutura, onde passavam destruíam instrumento de tortura, por 24 meses ainda queimaram documentos anulando dividas dos camponeses.
Ainda esse mês, eu lembro a vocês, o Congresso da UNE em Ibiúna, olha só o que aconteceu, prenderam mais de 1000 estudantes, entre eles José Dirceu, Vladimir (o extravaso), um tremendo arregaço.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Caminhando contra o vento, começo novembro, dia 07/11/1837, se liga no que acontece, a Sabinada declarava a independência da Bahia.
Em 1910, no Rio acontecia a Revolta da Chibata maior da nossa marinha
Em 1912, o Contestado liderado pelo monge João Maria, em Santa Catarina, também já passei por lá.
1969, me lembra Mariguela figura lendária na luta pela causa, um grande militante pensador da luta armada
1936, vêm na memória outra vez, Caldeirão da Santa Cruz, louvado seja meu Jesus, comunidade que crescia, igualdade prevalecia, incomodou oligarquias que aliadas ao governo apontaram seus cachões, utilizaram aviões pra metralhar bombardear o povo de José Lourenço.
É muito triste, mas eu lembro e continuo dizendo que em 14 de novembro, 1991, aconteceu mais um ato em favor do bem, as entidades as entidades negras se reúnem no ENEN fundando o CONEN, pra quem não sabe Coordenação Nacional das Entidades Negras, firmeza.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Já chegamos em dezembro, daqui a pouco a letra acaba, mas dá tempo de lembrar a Revolta de Juriacaba, no Amazonas, as margens do Rio Negro, onde morreram milhares de índios, verdadeiros brasileiros
Não posso ir embora sem passar no Maranhão, mandar um çalve pra os meninos sangue B, nordestino e muitos outros camaradas dessa terra abençoada, onde ocorreu a tão famosa inesquecível Balaiada, em 1938, muita luta muito esforço acabaram derrotados pelo duque puxa-saco, conhecido por Caxias, quem diria que hoje em dia vira nome de pracinha, caquete traidor, metido a esperto, pior que hoje em dia ele é patrono do exercito, não poupou e fuzilou, e nem teve tempo de rezar, pobre Anjo Pomar, 1976, quando tinha 63 e Anjo Arroio que tinha 48 - em reunião do Comitê do PCdoB
É... Só pra lembrar a vocês, foi no dia 16 o massacre da Lapa, sem esquece de outro cara que foi muito valioso, 1988, foi morto outro líder de minha gente, meu registro é em memória deste homem competente, que Jesus guarde sua alma, glorioso Chico Mendes.
Foram três dias pra escrever, mas tenho orgulho de saber que estou passando pro meu povo um pouco de informações, de conscientização, auto-valorização, obrigado sangue bom pelo dom de me entender.
Face da Morte sempre, sempre, ponto com você.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

105. Faraó Divindade do Egito - Olodum

Deuses!
Divindade infinita do universo
Predominante
Esquema Mitológico
A ênfase do espírito original
Exu!
Formará
No Eden um novo cósmico...
A Emersão!
Nem Osíris sabe
Como aconteceu
A Emersão!
Nem Osíris sabe
Como aconteceu...
A Ordem ou submissão
Do olho seu
Transformou-se
Na verdadeira humanidade...
Epopéia!
Do código de Gerbi
Eu falei Nuti
E Nuti!
Gerou as estrelas...
Osiris!
Proclamou matrimônio com Isis
E o mal Seth
Hiradu assassinou
Impera-ar
Horus levando avante
A vingança do pai
Derrotando o império
Do mal Seth
Ao grito da vitória
Que nos satisfaz...
Cadê?
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton
Hei Gize!
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton...
Eu falei Faraó
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Pirâmide da paz e do Egito
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Hum! Pelourinho
Uma pequena comunidade
Que porém Olodum um dia
Em laço de confraternidade
Despertai-vos
Para cultura Egípcia
No Brasil
Em vez de cabelos trançados
Veremos turbantes
De Tutacamom...
E nas cabeças
Enchei-se de liberdade
O povo negro pede igualdade
Deixando de lado
As separações...
Cadê?
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton
Hei Gize!
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton...
Eu falei Faraó!
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Pirâmide da paz e do Egito
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Egito, Egito Êh!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Egito Egito Ê
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!

106. Fazendo Escola - Face da Morte
Composição: Aliado G, Mano Ed e DJ Viola e GOG

A chama da liberdade se renova;
Face da Morte, MPB um som á toda prova;
Traz passo á passo, data á data a necessidade;
De se conhecer e amar o Brasil de verdade;
Crimes contra a humanidade, crimes de guerra;
Cabeças expostas nas praças, o povo acoitado nas janelas;
Choques, saques torturas;
Levando ao caixão lacrado ou á loucura;
Muitos morreram enxergando o futuro;
Mesmo trancafiados em solitárias cercados pelos mais altos muros;
É a chama da liberdade que está acesa, não no pavio;
E sim no coração de cada camarada revolucionário do Brasil;
Não só em Lampião, Mariguelo, Leomar, Oswaldão, Antonio Conselheiro;
Inspirações de GOG sim rapper guerrilheiro;
A chama da liberdade está acesa em você moleque;
É você que aí de esquina carrega a PT;
Está na hora de ir ao banheiro;
E dar descarga nos maus pensamentos parceiro;
O barraco é a trincheira, a inveja é a besteira;
Olhe ao seu lado, a senhora chega ensangüentada;
O médico diz não tem mais jeito, não tem mais leito;
Olhar a criança catando lixo;
Olha o abismo que separa o pobre e o rico;
A liberdade não pode ser algemada;
Deve sempre estar de mãos dadas com os homens de bem;
Veja as fotos da felicidade que está estampada na Passeata dos Cem Mil;
Sinta a força do rap nacional invadindo o Brasil;
GOG, Aliado G, Mano Ed, Viola;
Face da Morte idéia forte fazendo escola.

107. Feitiço da Vila - Noel Rosa/Vadico

Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila
Em abraçar o samba.
Que faz dançar os galhos do arvoredo
E faz a lua nascer mais cedo
Lá em Vila Isabel
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba
São Paulo dá café, Minas dá leite
E a Vila Isabel dá samba.
A Vila tem um feitiço sem farofa,
Sem vela e sem vintém
Que nos faz bem.
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço decente que prende a gente.
O sol da Vila é triste,
Samba não assiste.
Porque a gente implora:
Sol, pelo amor de Deus,
Não venha agora que as morenas vão logo embora.
Eu sei tudo que faço
Sei por onde passo
Paixão não me aniquila.
Mas, tenho que dizer,
Modéstia à parte, meus senhores,
Eu sou da Vila.

108. G.R.E.S. Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 1995
O Rei E Os Três Espantos De Debret
José Antonio, Gonzaga, Olivério, Rico Medeiros, Wilsinho, Fabrino, Portugal, Etc

Que felicidade !

Eu vim da França convidado pelo rei
Eu trouxe a arte e me espantei maravilhado
Quando aqui um paraíso encantado encontrei
Índios, brancos e negros
Em harmonia racial
Realçando a natureza deste país tropical

Todo o encanto em poesia, oi ...
Traduzi nos meus painéis, (eu pintei)
Pintei, bordei, aquarelei,
Coloquei amor nos meus pincéis
Iluminado parti,
No céu fui descansar
Tempos depois em Paris renasci
Um triste espanto me fez lamentar
Notícias más, de homens maus,
Perturbando a paz, criando o caos ...
Voltei, o que havia ?
Desigualdades da evolução
Quando um grito de alegria
Prenuncia a nova civilização
Brasil, Brasil, Brasil .... ô ô
É campeão !! É campeão !!

Vai raiar o dia,
O meu terceiro espanto aconteceu
Eu sou Debret, a minha arte é fantasia
Explode Viradouro, o carnaval sou eu

109. G.R.E.S Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 2006

Arquitetando Folias
Brasil! Terra de encantos mil
Em que a miscigenação
Alterando os conceitos, incentiva a criação
Vindos do além-mar, não poderiam imaginar
Quanta beleza: a natureza
Pros nativos era um lar
Nas obras de pedra-sabão
Barroco, fé e devoção
Nas senzalas eu vi brotar
A nova raça brasileira
Com a moda de Paris
A burguesia faz seu carnaval
Resiste, reluz o samba
E o artista arquiteta o visual
Chega de ver tanto sonho desabar!
A humanidade deve mudar
Favela, ô, favela!
O teu passado me faz lembrar
Dos tempos em que a noite estrelada
Salpicava a morada
Obrigado, meu Senhor, por ter iluminado
A mente desse homem pelo mundo consagrado
Que fez cidade sem igual
Museu como nave espacial
Arquitetando folias
Na apoteose, sou astro principal!
De vermelho-e-branco, amor, vou sambar!
Seja onde for, terra, céu e mar
De braços abertos, que emoção!
A Viradouro mora no meu coração!

110. Gaviões da Fiel - Samba-Enredo 2000
Composição: Zé Rifai, Alemão do Cavaco, Ernesto Teixeira e Armando Daguer

Bate as asas Gavião
Voa para a liberdade
Sou fiel sou povão
Quero igualdade
Fraternidade é um sonho universal
500 anos de Brasil no carnaval
"A Luz da Razão" surgiu
E atravessou o mar
Clareou em Vila Rica
A esperança desta terra libertar
Herói inconfidente
Sua morte não foi em vão
Símbolo da lealdade
Contra opressão
O povo, à luta
Em busca de seus ideais
Na Bahia um movimento inflamava
Todas as camadas sociais
"Au Revoir", lá vem o rei
De Portugal com a riqueza e a nobreza
Prá favorecer a poderosa corte inglesa
Abriu as portas para o mundo
Trouxe a arte, a cultura e o progresso
E a Gaviões hoje canta em prosa e verso
Hei de ver
Em cada canto do país
Minha pátria independente
E nossa gente realmente ser feliz

111. Gaviões da Fiel - Samba-Enredo 1999
Composição: Grego

Tem bumba-meu-boi reisado e marujada
Tem Gaviões, sacudindo a arquibancada
Tem bumba-meu-boi reisado e marujada
Tem Gaviões, sacudindo a arquibancada
Salve!
Salve o guerreiro da fé, cavaleiro guardião
A sua espada se levanta contra o mal
Que é que eu sou?
Sou Gavião, tenho garra vou à luta conquistar meu
ideal
Sou Gavião tenho garra vou à luta conquistar meu
ideal
Mais quando
Quando o nobre valente partiu
Outra nação do seu trono se apossou
Surge um crença no povo clamando sua volta
Numa manhã encoberta nas ondas do mar
Na esperança, que o rei irá voltar
E viva o Rei D. João é festa, é aclamação
Acreditar não ser o D. Sebastião
E viva o Rei D. João, que restaurou seu país
No seu Império, fez o povo mais feliz
E viva o Rei D. João é festa, é aclamação
Acreditar não ser o D. Sebastião
E viva o Rei D. João, que restaurou seu país
No seu Império, fez o povo mais feliz
Mais a busca
A busca pelo mito continua e se espalhou pelo Nordeste
do Brasil
Canudos, Serra do Rodeador, Pedra Bonita, quanto
sofrimento e dor
Praia dos Lençóis, no Maranhão, vem reviver a lenda da
ressurreição
E desde limiar da nossa história, o sacrifício do
touro se fez tradição
E hoje, todo o céu iluminado, brilha a estrela do
touro rei encantado
Tem bumba-meu-boi reisado e marujada
Tem Gaviões, sacudindo a arquibancada
Tem bumba-meu-boi reisado e marujada
Tem Gaviões, sacudindo a arquibancada

112. Gaviões Da Fiel - Samba-Enredo 2002
José Rifai E Alemão Do Cavaco
Enredo: Xeque-Mate

É hora da virada (vem amor)
Tenho fé e esperança no coração (que legal)
O meu país menino vai mudar
E a felicidade há de brilhar
Sou Gavião, sou Rei...(eu sou, eu sou)
No tabuleiro da vida, ô, ô, ô.
Sou fiel a um ideal
É xeque-mate to na área é Carnaval
Talvez
Precise mil e uma noites prá contar
Do oriente o vento leva o meu cantar
Trazendo poesia
Paixões, romances de amor sem fim...
Um jogo envolvente enfim
Que encantou o Velho Mundo
Tem muamba
O mercador tem muamba
Tem novidade
Vem jogar o Chaturanga
Na dança das pedras
Tem peão lutando pra sobreviver
Contra o FMI
Que em seu cavalo alado
Sempre mal intencionado
É a rainha do poder
Quero meu Brasil
Jogando limpo...
O povo dando um xeque na corrupção
Um xeque na impunidade
E a bateria sacudindo a multidão
É hora da virada (vem amor)
Tenho fé e esperança no coração (que legal)
O meu país menino vai mudar
E a felicidade há de brilhar

113. Gaviões Da Fiel - Samba-Enredo 2004
Binho E Claudinho
Enredo: "Idéias e Paixões: Combustível das Revoluções"

Viajei e voei
E encontrei nessa cidade
Idéias e paixões, revoluções por liberdade
O eldorado sonhado desperta a cobiça... por nosso
tesouro
A proteção vem da fé
E o índio agradece, obrigado José
O bandeirante explorou e o barão plantou... o ouro
negro
E o estado cresceu, o mundo então conheceu
O grande centro de um país em movimento
E no decorrer dessa viagem
Pensamento segue em outras direções
Greve; democracia;
Quem sabe um dia comandar essa nação
Eu quero é comer... da arte nacional...
Desfrutar dessa cultura
E esquecer a influência internacional
Surgiu o futebol, nasceram as paixões
Sou Gaviões, eu sou Corinthians
O verdadeiro campeão dos campeões
Ninguém vai me calar
Nem conseguir mudar
Esse orgulho de ser Gavião
Nesse Carnaval e emoção
É ser Fiel de coração

114. Pra Não Dizer que Não Falei das Flores - Geraldo Vandré

Caminhando e cantando, seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhado e cantando e seguindo a canção

| Vem, vamos embora, que esperar não é saber
| Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome, em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Inda fazem da flor o seu mais forte refrão
E acreditam nas flores, vencendo canhão

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de arma na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição



115. Globalização - Tribo de Jah

Globalização é a nova onda
O império do capital em ação
Fazendo sua rotineira ronda
No gueto não há nada de novo
Além do sufoco que nunca é pouco
Além do medo e do desemprego, da violência e da impaciência
De quem partiu para o desespero numa ida sem volta
Além da rovolta de quem vive as voltas
Com a exploração e a humilhação de um sistema impiedoso
Nada de novo
Além da pobreza e da tristeza de quem se sente traído e esquecido
Ao ver os filhos subnutridos sem educação
Crescendo ao lado de esgotos, banidos a contragosto pela sociedade
Declarados bandidos sem identidade
Que serão reprimidos em sumária execução
Sem nenhuma apelação
(refrão):
Não há nada de novo entre a terra e o céu
Nada de novo
Senão houvesse o dragão e seu tenebroso véu de destruição e de fogo
Sugando sangue do povo,
De geração a geração
Especulando pelo mundo todo
É só o velho sistema do dragão
Não, não há nenhuma ilusão, ilusão
Só haverá mais tribulação, tribulação
Os dirigentes do sistema impõem seu lema:
Livre mercado mundo educado para consumir e existir sem questionar;
Não´pensam em diminuir ou domar a voracidade
E a sacanagem do capitalismo selvagem
Com seus tentáculos multinacionais querem mais, e mais, e mais...
Lucros abusivos
Grandes executivos são seus abastados serviçais
Não se importam com a fome, com os direitos do homem
Querem abocanhar o globo, dividir em poucos o bolo
Deixando migalhas pro resto da gentalha, em seus muitos planos
Não vêem seres humanos e os seus valores, só milhões e milhões de consumidores
São tão otimistas em suas estatísticas e previsões
Falam em crescimento, em desenvolvimento por muitas e muitas gerações
(refrão)
Não sentem o momento crítico, talvez apocalíptico
Os tigres asiáticos são um exemplo típico,
Agora mais parecem gatinhos raquíticos e asmáticos
Se o sistema quebrar será questão de tempo
Até chegar o desabastecimento e o racionamento
Que sinistra situação!
O globo inchado e devastado pela superpopulação
Tempos de barbárie virão, tempos de êxitos e dispersão
A água pode virar ouro
O rango um rico tesouro
Globalização é uma falsa noção do que seria a integração, com todo respeito a integridade e a dignidade de cada nação
É o infeliz do grande capital,
O poder da grana internacional que faz de cada país apenas mais um seu quintal
É o poder do dinheiro movendo o mundo inteiro,
E agora:
Ricos cada vez mais ricos e metidos
Pobres cada vez mais pobres e falidos
Globalização, o delírio do dragão!

116. Guerra – War - Tribo de Jah

Até que a filosofia
Que torna uma raça superior
E outra inferior
Seja finalmente
Permanentemente
Desacreditada e abandonada
Haverá guerra, guerra
Rumores de guerra...
Até que não haja
Jamais cidadão
De primeira e segunda classe
De qualquer nação
Até que a cor da pele
De um homem
Não tenha maior significado
Que a cor de seus olhos
Haverá guerra
Rumores de guerra...
Até que direitos iguais
Prevaleçam para todos
Sem distinção
De raça, de credo ou de cor
Haverá guerra, guerra
Rumores de guerra...
Até esse dia
O sonho da paz final
Da almejada cidadania
E o papel da moralidade
Internacional
Não serão mais
Que mera ilusão
A ser perseguida,
Mas nunca atingida
Porque haverá guerra
Rumores de guerra...
Até que os ignóbios regimes
Que mantém nossos irmãos
Oprimidos
Em condições sub-humanas
Sejam destruídos
Prá sempre banidos
Eeeeh!...
Até esse dia
Não se conhecerá a paz
A idéia e um mundo
Em harmonia
Não se dará jamais
Porque haverá guerra
Rumores de guerra
Eh!...
Guerra ao sul
Guerra ao oeste
Guerra ao norte
Guerra no leste
Haverá guerra
A guerra se alastrará
Haverá guerra...
"Guerra! Guerra! Guerrra!
Rumores de guerra
Guerra tribal"
"Babilônia em chamas
Fazem tribo de Jah
O Rappa sintonia
Calma, paz, tranquilidade
Paz!"...

117. Raça de Heróis - Guilherme Arantes

Sente o rufar dos tambores
Ouve os metais que anunciam
Um cavalgar de coragem
Todo temor silencia
Nosso reino é assim
Território sagrado
Pra sempre
Resiste em nós
Uma certeza de aço
Sela os portões desse reino
E não há dor nem cansaço
Todo sofrer é pequeno
Nosso reino é assim
Território sagrado
Pra sempre
Resiste em nós
Raça de Heróis
Virá salvar a terra
Raça de heróis, heróis, heróis

118. HISTÓRIA DO BRASIL - Edson Gomes

Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Forçado a trabalhar
Nesse imenso país

E era o chicote no ar
Era o chicote a estalar
E era o chicote a sangrar

Um, dois, três
Até hoje dói
Um, dois, três
Bateu mais de uma vez

Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo...
Ou o papel pior

Um, dois, três
Até hoje dói
Um, dois, três
Bateu mais de uma vez

119. Haiti - Caetano Veloso/Gilberto Gil

Quando você for convidado pra subir no adro da
Fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos
E outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro possam
estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque, um batuque com a pureza de
meninos uniformizados
De escola secundária em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada
Nem o traço do sobrado, nem a lente do Fantástico
Nem o disco de Paul Simon
Ninguém
Ninguém é cidadão
Se você for ver a festa do Pelô
E se você não for
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

E na TV se você vir um deputado em pânico
Mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo
Qualquer qualquer
Plano de educação
Que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização
do ensino de primeiro grau
E se esse mesmo deputado defender a adoção da pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homem mijando na esquina da rua
sobre um saco brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo diante da chacina
111 presos indefesos
Mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos
Ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres
E todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba
Pense no Haiti
Reze pelo Haiti

O Haiti é aqui
O Haiti não é aqui

120. Benfeitores do Universo - Cartolinhas de Caxias, 1953
Martinho da Vila
Composição: Helio Cabral

Acordem
Benfeitores do universo
Que vou render tributo aos meus heróis
E nesta apoteose à grandeza
Eu peço a presença de todos vós
De todos vós
Antonio Francisco Lisboa
O maior vulto da arte colonial
Pedro Américo, emérito pintor
João Caetano, o nosso maior ator
Salve José do Patrocínio
O denodado baluarte nacional
Exaltemos Carlos Gomes
Orgulho da nossa terra
No cenário musical
Ruy Barbosa, símbolo da inteligência
Oswaldo Cruz, mártir da ciência
Santos Dumont, o pai da aviação
E Castro Alves, poeta da abolição
Acordem heróis

121. GRÉCIA

Na Península Balcânica
Formada pelos helenos
Que foi invadida por gônios, aqueus, eolos e dórios
Está escrito em poemas, a origem de sua história
De autoria de Homero são a Ilíada e Odisséia
A Grécia por seu governo, cidade estados tinha
Atenas era democrática, Esparta na Oligarquia
Direitos políticos na Grécia somente para os cidadãos,
Escravos eram pro trabalho, mulheres para a reprodução
Grécia dá samba, isso é coisa antiga
Civilização que marcou a nossa vida
Por falta de terras na Grécia, novas áreas ocupadas,
Mais cidades fundadas e guerras foram geradas
E a expansão gera o choque entre os gregos e persas
Vencendo as Guerras Médicas , Atenas é a grande potencia
Idealismo ateniense, contrariando Esparta,
Guerra do Peloponeso que enfraquece a Grécia
É a vez de Alexandre, o grande da Macedônia,
Que invade a Grécia e domina o mundo sem cerimônia
Da Grécia veio o teatro, a democracia,
Presente a cultura grega até na Filosofia

122. ROMA

Roma as margens do Rio Tibre
Na Península Itálica
Surgindo de Rômulo e Remo, diz a origem lendária.

Nas terras férteis do Lácio se estabelecem pastores
Exércitos são formados para evitarem invasores
Em Roma a Monarquia era dividida em classes sociais
Patrícios dominam o Senado
Numa economia agro-pastoril
Com o golpe da aristocracia, República é implantada
Quem manda agora é o Senado.
Expansão iniciada, territórios obtendo em função de suas conquistas.
Tornou-se, portanto, uma potencia Imperialista.
Domínio do Mediterrâneo, aumento da escravidão.
Lutas de classes, e os Plebeus, direitos exigiram,
Camponeses perdem terras, vão viver em outras áreas.
E os Irmãos Cracos sugerem uma reforma agrária.

Roma as margens do Rio Tibre
Na Península Itálica
Surgindo de Rômulo e Remo, diz a origem lendária

Vêm as crises políticas surgindo os Triunviratos
Mas, só serão resolvidas quando o Império é implantado
É o apogeu romano nos séculos I e II
Mas, a sua decadência começa no século III
Pelos bárbaros é invadida
A Europa é dividida
Deixa de herança o Direito e a importante Língua Latina

Roma as margens do Rio Tibre
Na Península Itálica
Surgindo de Rômulo e Remo, diz a origem lendária

123. SOCIEDADE MEDIEVAL

Eu vou contar é cantando a sociedade medieval
Início no século V, tem no XV seu final
Entra a proteção do Reino contra muitas invasões
O Rei distribui as terras para nobres capitais
São senhores feudais, justiças eles vão fazer
Exércitos, impostos e leis, servos têm de obedecer
O senhor firma com o Rei obrigação de verdade
Em troca de proteção, mantendo a sociedade.
Economia de subsistência, os servos têm que plantar.
Precisando de produto, com companheiro vai trocar.
Clero, nobreza e servo, a divisão social,
Sem mobilidade hierárquica, é chamada estamental.

Sociedade que começa na Europa Ocidental
Poder descentralizado, esse é o sistema feudal.

O clero rezava muito e terra sempre ganhava
E, guardando a sociedade o nobre guerreava.
Nas terras de clero e nobres, o servo muito trabalhava.
E, com suas ferramentas a todos alimentava.
Pagava impostos para a Igreja, pagava também para nobreza.
Levava vida de um cão, sem ter nenhuma moleza.

Sociedade que começa na Europa Ocidental
Poder descentralizado, esse é o sistema feudal.

124. REFORMA E CONTRA REFORMA

Luteranismo, Calvinismo, Anglicanismo mudaram o Cristianismo
O século XV começa com grande conturbação
Pregadores populares oferecem a salvação
No século XVI, Basílica em construção
Igreja vende indulgência pra ter de volta o irmão
Na Alemanha Lutero da Igreja discordou
Escreveu as suas teses e a excomunhão ganhou
Da salvação pela fé surgiu o Luteranismo
A fé no seu nobre, o povo foi logo seguindo.

Luteranismo, Calvinismo, Anglicanismo mudaram o Cristianismo.

Predestinação na Suíça é a marca do Calvinismo
Fundada por João Calvino, apóia o Capitalismo
Só o trabalho interessa, não tinha moleza não,
Se fulano tinha lucro, obtinha a salvação.
Henrique VIII na Inglaterra fortalecer-se queria
Decretou com autoridade, Ato de Supremacia
Com a ajuda do Parlamento toma as terras da Igreja
Anglicanismo surgindo, o Henrique virou a mesa.
Igreja inibe os protestantes com o Concilio de Trento
Reafirma as suas normas e aos poucos se reerguendo

Luteranismo, Calvinismo, Anglicanismo mudaram o Cristianismo.

125. MERCANTILISMO

No século XV começa e vai até o XVIII
Esse é o mercantilismo, te explico não fique afoito

No Absolutismo o poder estava nas mãos dos Reis
Mas, pro Estado ser forte, eles apóiam o burguês
E com o comercio crescendo, mercantilismo surgia
Chamada de interferência do Estado na economia
O mercantilismo, com metalismo começa
Ouros das colônias pra não ter dor de cabeça
Se exporto mais do que importo meus cofres ouro vão ter
Balança comercial forte é assim que deve ser
Lá vem o protecionismo incentiva a manufatura
A importação é proibida ou suas taxas vão às alturas
Metrópoles impõem as colônias o monopólio comercial
Determinação conhecida como Pacto Colonial
Burguesia e Estado, união agora forte favorece o capitalismo
E o mundo tem outra sorte

No século XV começa e vai até o XVIII
Esse é o mercantilismo, te explico não fique afoito.

126. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL INGLESAS

No século XVIII, Europa está em expansão
Manufaturas não conseguem atender a população

Começa na Inglaterra a Revolução Industrial
Lá tem a mão-de-obra, tecnologia e capital
Além da matéria-prima, que o ferro e carvão
Aparecem as maquinas pra aumentar a produção
Surgem as fabricas e os empresários industriais
Os operários com as suas reivindicações sociais
Contra as longas jornadas e os baixos salários
As mulheres e crianças preferidas no trabalho

No século XVIII, Europa está em expansão,
Manufaturas não conseguem atender a população.

Desemprego pintando, a máquina é a culpada
O movimento ludista tenta quebrar na paulada
Em seguida o cartismo exige do Parlamento
Muitas reivindicações e um melhor tratamento
Tecnologia e Indústria não param de crescer mais
Operários se estruturam em movimentos sindicais
Apesar das diferenças sempre chegam num acordo
E o mundo vai crescendo aumentando o conforto

No século XVIII, Europa está em expansão
Manufaturas não conseguem atender a população

127. REVOLUÇÃO RUSSA

Czar mandava na Rússia, tinha poder total.
Governo Absolutista, uma população rural.

1917, Lenine no Poder, ideal socialista agora passa a valer
A burguesia russa fica, portanto, assustada
Recebe apoio do mundo, guerra civil detonada
Salário só em espécies, produção agrícola confiscada
É o comunismo de guerra que vence essa parada
Terra pra os camponeses, comercio liberado
Investimentos externos, é a NEP sendo implantada
Os novos ricos contestam o governo e coisas mais
O governo coletiviza a terra, cria planos qüinqüenais.

Czar mandava na Rússia, tinha poder total.
Governo Absolutista, uma população rural.

Há um crescimento econômico, com uma ditadura política
Durante a segunda guerra grande expansão socialista
União Soviética, Estados Unidos diferem em ideologia
Armamentos em expansão, essa é a guerra fria
Pra acalmar os ânimos vem a política da distensão
Glasnost e Perestróika tentam a modernização
Oposição ao monopólio comunista, termina o socialismo real
Em 1991 a União Soviética tem o seu final.

Czar mandava na Rússia, tinha poder total.
Governo Absolutista, uma população rural.

128. BRASIL COLÔNIA

Em 1530, Portugal, ai o Brasil Colonizado
Para enriquecer a Metrópole por vários círculos passaram
Monocultura da cana de Plantation é chamada
Escravos no Latifúndio, para a Europa o açúcar mandava
E no século XVIII, o gado e a mineração
Estimulam na Colônia a interiorização
Portugal estando em crise mais imposto vai impondo
Sentimento de revolta nos mineradores vai brotando

Produtos que o Brasil sempre botou muita fé
São eles a cana, o ouro e o café.

No século XIX, Brasil já é Independente
Mas, ainda vai mantendo a forma colonial de sempre
No Vale do Paraíba café cresce num instante
Trabalho escravo é trocado pela força do imigrante
Surgem os barões do café que controlam a vida econômica
O Império perdendo força, vem a Programação da República
Mais cidade e indústrias novas classes são formadas
Com o circulo do café o país tem a cara mudada

Produtos que o Brasil sempre botou muita fé
São eles a cana, o ouro e o café.

129. PERIÓDO GETULISTA

Não me fale de Mineiro muito menos de Paulista
É um gaúcho que manda no Período Getulista

Getulio toma o poder, em 1930, com o apoio da Aliança Liberal
República Velha termina
Barões do café desprezados promovem a Revolução
E são logo derrotados, país tem novo Constituição
Separação dos poderes, criação do salário mínimo
Jornada de 8 horas, férias, votos feminino
E os comunistas conspiram querendo tomar o poder
Reprimidos por Getúlio, Plano Cohen vai fazer

Não me fale de Mineiro muito menos de Paulista
É um gaúcho que manda no Período Getulista

É o golpe do Estado Novo, inicio da Ditadura,
Fim dos Partidos Políticos, implantação da censura
Com capital americano nasce a indústria do aço
Mas, o poder de Getúlio começa ser questionado
Queremos democracia, povo e elite se reúne
Getúlio Vargas, deposto, judiciário em 1945 assume
Com Governo transitório Eleições são marcadas
Partidos entram em acordo, nova Constituição aprovada
Com eleições diretas, Dutra vai governar
Mas, em 51 Getúlio irá voltar.

Não me fale de Mineiro muito menos de Paulista
É um gaúcho que manda no Período Getulista

130. PERIODO PÓS 45

Getúlio mesmo autoritário
Ganhou apoio do povo, mas em 1945 é deposto
É o fim do Estado Novo
Dutra será eleito, nova constituição, censura foi terminada
Liberdade pra Nação
Saúde, alimentação, transporte e energia,
plano, sal petroduta, é uma nova economia
Em 51, Getulio volta ao poder com o voto do povo
O Petróleo Agora é Nosso, são suas idéias de novo.

O populismo começa na década de 30
República Velha termina, é um novo circulo que pinta

Mas, com a morte de Getúlio, são geradas confusões
Juscelino é o presidente, escolhido em eleições,
50 anos em 5, indústria automobilística é o marco de JK
É a construção de Brasília
Em 61 Jânio é eleito, varre, varre vassourinha
Política externa independe, mas logo renúncia
Assume, portanto, Jango com o Parlamentarismo
Plebiscito realizado, volta o Presidencialismo
Faz o Plano Trienal, assina reformas de base
Militares dando o Golpe
Em 64 acaba essa fase, Governos populistas

O populismo começa na década de 30
República Velha termina é um novo ciclo que pinta.

131. REGIME LIMITAR

É o regime militar (2 x)

Agosto, 61, Jânio Quadros renúncia
E o vice João Goulart assume porque queria
Mas, o Congresso exige, quero Parlamentarismo
Trabalhadores, estudantes, sindicatos agitados
Então com o apoio da elite, militares decidiram
Deram o famoso golpe e o poder assumiram
Esse 31 de março do ano de 64
Sindicatos são fechados, começa a ditadura
Os partidos são instintos, passa valer a censura

O regime militar, tenha a certeza não minto,
Começa em 64, termina em 85.

AI 5 é implantado, imprensa é vigiada, oposição perseguida
Cultura é mutilada, prisões são decretadas e pessoas desaparecidas
Com o governo militar vem o capital estrangeiro
É o milagre econômico, classe média na fartura
Tri Campeão da Copa, Brasil ninguém mais segura
Vem às crises é o regime começa ser abalado
Alternativa é o álcool, pois o petróleo fica caro
O povo sai às ruas pedindo Diretas Já
E tudo foi se acabar no ano de 85
Tancredo Neves eleito o povo então aplaudiu
Mas, morreu antes da hora, José Sarney assumiu

O regime militar, tenha a certeza não minto,
Começa em 64, termina em 85.

É o regime militar (2 x)

Marcha soldado cabeça de papel, papel, papel...

132. BRASIL ATUAL

No ano de 85, Regime Militar se acaba
Tancredo Neves eleito morreu, Sarney assume a parada
Nova Constituição aprovada, liberdade partidária,
Direito de greve irrestrito, ganho pra classe operaria.
Cria o plano cruzado tudo pelo social
Eleições sempre diretas, democracia é total.
Em 90 vem o Collor com as privatizações
A poupança é confiscada, são seus planos e ações.

Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85, já é o Brasil atual

Plano Collor afundando, denuncia de corrupção
Caras Pintadas nas ruas exigem moralização
Oposição pede Impeachment, a sociedade faz pressão,
Collor não tem saída, renuncia foi à solução
O vice Itamar que assume, fusquinha volta triunfal.
Com apoio do Congresso institui o Plano Real.
Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85, já é o Brasil atual

E em 95, Fernando Henrique é eleito
Estabiliza a inflação, mudança gerais do Estado,
Privatização continham, Neoliberalismo em ação
Reformas na Constituição garante a reeleição
Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85 já é o Brasil atual

133. BRASIL COLÔNIA

Em 1530, Portugal, ai o Brasil Colonizado
Para enriquecer a Metrópole por vários círculos passaram
Monocultura da cana de Plantation é chamada
Escravos no Latifúndio, para a Europa o açúcar mandava
E no século XVIII, o gado e a mineração
Estimulam na Colônia a interiorização
Portugal estando em crise mais imposto vai impondo
Sentimento de revolta nos mineradores vai brotando

Produtos que o Brasil sempre botou muita fé
São eles a cana, o ouro e o café.

No século XIX, Brasil já é Independente
Mas, ainda vai mantendo a forma colonial de sempre
No Vale do Paraíba café cresce num instante
Trabalho escravo é trocado pela força do imigrante
Surgem os barões do café que controlam a vida econômica
O Império perdendo força, vem a Programação da República
Mais cidade e indústrias novas classes são formadas
Com o circulo do café o país tem a cara mudada

Produtos que o Brasil sempre botou muita fé
São eles a cana, o ouro e o café.

134. BRASIL ATUAL

No ano de 85, Regime Militar se acaba
Tancredo Neves eleito morreu, Sarney assume a parada
Nova Constituição aprovada, liberdade partidária,
Direito de greve irrestrito, ganho pra classe operaria.
Cria o plano cruzado tudo pelo social
Eleições sempre diretas, democracia é total.
Em 90 vem o Collor com as privatizações
A poupança é confiscada, são seus planos e ações.

Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85, já é o Brasil atual

Plano Collor afundando, denuncia de corrupção
Caras Pintadas nas ruas exigem moralização
Oposição pede Impeachment, a sociedade faz pressão,
Collor não tem saída, renuncia foi à solução
O vice Itamar que assume, fusquinha volta triunfal.
Com apoio do Congresso institui o Plano Real.
Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85, já é o Brasil atual

E em 95, Fernando Henrique é eleito
Estabiliza a inflação, mudança gerais do Estado,
Privatização continham, Neoliberalismo em ação
Reformas na Constituição garante a reeleição
Essa história é da hora
Essa história é legal
E desde 85 já é o Brasil atual

135. HISTÓRIA DO BRASIL - Edson Gomes

Eu vou contar pra vocês
Certa história do Brasil
Foi quando Cabral descobriu
Este país tropical
Um certo povo surgiu
Forçado a trabalhar
Nesse imenso país

E era o chicote no ar
Era o chicote a estalar
E era o chicote a sangrar

Um, dois, três
Até hoje dói
Um, dois, três
Bateu mais de uma vez

Por isso é que a gente não tem vez
Por isso é que a gente sempre está do lado de fora
Por isso é que a gente sempre está lá na cozinha
Por isso é que a gente sempre está fazendo...
Ou o papel pior

Um, dois, três
Até hoje dói
Um, dois, três
Bateu mais de uma vez

136. Holofotes - João Bosco/Waly Salomão/Antônio Cícero

Desde o fim da nossa história
Eu já segui navios
Aviões e holofotes
Pela noite afora.
Me fissuram tantos signos
E selvas, portos, places
Línguas, sexos, olhos
De Amazona que inventei
Dias sem carinho
Só que não me desespero:
Rango alumínio
Ar, pedra, carvão e ferro.
Eu lhe ofereço
Essas coisas que enumero:
Quando fantasio
É quando sou mais sincero.

Eis a Babilônia, amor
E esi Babel aqui
Algo da insônia
Do seu sonho antigo em mim

Eis aqui
O meu presente
De navios
E aviões
Holofotes
Noites afora
E fissuras
E invenções
Tudo isso
É pra queimar-se
Combustível
Pra se gastar
O carvão
O desespero
O alumínio
E o coração

137. Imperador do Ipiranga - Samba-Enredo 2005
DOM ÁLVARO/ EDIMILSON SILVA/ RICK RAMOS/ SERGINHO KATE
Enredo: "México - Uma viagem introdutória ao Paraíso dos Deuses"

Viajei e conheci o paraíso
Me encantei, com uma cultura sem igual
Inspiração para o meu carnaval
Vi as divindades o respeito à devoção
A vida em sacrifício forma de adoração
E por ali passaram varias civilizações
A historia de um país em formação
Com ganancia assim se fez
A saga de um poderoso império
Mistério, supertição o fim de uma civilização
Pra virgem negra rezei
E pedí em oração, pra abençoar meu pavilhão
Eu vi o índio que um dia sofreu a exploração
E foi raiz da miscigenação
Da fé, a busca pela independência
O povo teve consciência do seu real valor
A paz no Coração de quem ficou
A alegria suportando a dor
Vi sedução na arte, seu folclore me conquistou
Cantei, dancei, provei,gostei do bom sabor
Bebi tequila, num brinde a Imperador
É fascinante o bailar das borboletas
No cenario da mão natureza
A bola na rede o gol
Na ginga dos deuses o show
Que emoção
Arriba Brasil, um grito explodiu...Tricampeão


138. Imperador do Ipiranga - Samba-Enredo 2000
Moisés Santiago, Vicentinho, Djalma Falcão, Jota R., Wanderley Alemão
IMPERADOR NA VELHA REPÚBLICA

Roda baiana, no batuque do tambor
Sou Ipiranga, sou Imperador
Batam palma, podem sorrir
Quinhentos anos é festa no Anhembi
Nas asas da libedade
O fim da monarquia aconteceu
Bailando na Ilha Fiscal, Brasil
Brasil dava adeus à Portugal
E assim, a maçonaria conseguiu
Educando e liberando
Nossa pátria mãe gentil
Imprensa, abolição fatores de pressão
Foram elos da proclamação
A agricultura sempre presente
Se fez política café com leite
São Paulo e Minas, elegiam o presidente
Padim Ciço em Juazeiro, líder no Sertão
Politizava o cangaceiro Lampeão
E Antônio Conselheiro, enfrentou a expedição
Lá em Canudo, o sangue corria no chão
Se a vida imita a arte
A arte é cultura
Sou mais você Brasil
Nomes que ficaram na memória
Hoje nesse palco fazem história
Dessa nação
Surgiu então...
Uma nova era, uma revolução
Com Vargas uma nova geração

139. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1963
TRÊS CAPITAIS

Lá, laiá, lá. laiá... Brasil (bis)
Meu Brasil retumbante
Um passado brilhante
resplandece em teus anais
Tomé de Souza foi o fundador
Da cidade de São Salvador
A primeira das três capitais
Duzentos e quatorze anos então se passaram
E pouco favoreceram ao sistema
econômico nacional
Sabiamente D. José I ordenou ao Marquês de Pombal
Que transferisse para o Rio de Janeiro a capital (bis)
Continuando o ciclo do vice-reinado
O nobre Conde da Cunha foi nomeado
Verdadeira epopéia de fatos a história registrou
Até que o presidente Juscelino Kubitschek inaugurou
Brasília no planalto de Goiás
Suprema capital das capitais
Monumento sublime da arquitetura universal
Lá, laiá, lá, laiá (bis)
colossal

140. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1986
UM JEITO PRA NINGUÉM BOTAR DEFEITO (AGUENTA, CORAÇÃO)

Despontou, ô ô ô
E faz ouvir ao longe o seu cantar (bis)
Ser feliz
É sempre amar, amor, Imperatriz
Um grito emana do povo
Os direitos são iguais
Brancos, negros, índios
Agitam a bandeira da paz
Desperta esperança
A vida acende, é luz, é cor
Surge nova era
O que passou, passou, ô ô
O que passou, passou
Vem brincar, amor
De um jeito tá (bis)
Que eu também tô
Vou cair na brincadeira
Rasgar de Norte a Sul
Vou pegar minha bandeira
Dançar o frevo e o maracatu
Quero ver, clarear
Agüenta, coração
Há verde e branco em minha vida (bis)
Meu futebol, meu carnaval
Minhas bandeiras na avenida

141. Imperatriz Leopoldinense - Samba-Enredo 2008
Composição: Josimar, Di Andrade, Carlos Kind, Valtenci E Jorge Arthur

Maria uma princesa
Também sonhava
Um dia um príncipe encontrar
E ouviu do Rei de França
Em meio ao luxo e a bonança
Maria Antonieta tu serás
Em Portugal, outra rainha, Dona Maria
A Louca não podia governar
Delirava temendo a revolução
E entrega o reino a João
Regente assim se fez, e o imperador francês
Ordena a invasão

Ou ficam todos
Ou todos se vão
Embarcar nessa aventura
E au revoir Napoleão

Cruzaram mares
Chegaram ao Brasil
São novos ares, progresso e a transformação
Vieram as Marias, toda fidalguia, Dom João
O tempo passou, irão se casar
Duas Marias da mesma raiz
Luisa com Napoleão
E Leopoldina será nossa imperatriz
Será também nome de trem
Que passa em Ramos a nossa estação
Onde imperam Marias e Joãos

Vem brincar nesse trem amor
Que vai parar na estação do coração
Faz brilhar no céu Imperatriz
As onze estrelas do teu pavilhão

142. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1971
BARRA DE OURO, BARRA DE RIO, BARRA DE SAIA

É tempo de barra de ouro
Barra de rio, sim, senhor (bis)
E tempo de barra de saia
União de três raças por amor
(Vamos cantar...)
A Imperatriz se engalana
Por destino soberana
E traz pra este carnaval
Fatos de uma era tão marcante
Em que o ouro era constante
Despertando a cobiça Universal
Quando aventureiros vindos de além-mar
Com o ouro encontrado procuravam conquistar
Os amores das nossas negras, mulatas e sinhás
E nas barras de suas saias, entoavam madrigais
Sem saber amar
Inaê que vem do tempo
Que traz o vento (bis)
Que faz o ouro rolar no rio
Que faz o rio rolar pro mar, rolar pro mar
Olha a saia dela, Inaê
Como o vento leva no ar (bis)
Lá, laiá, laiá
Ôôô
Lá, laiá, laiá
Ouro, rio, amor

143. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1972
MARTIM CERERÊ

Vem cá, Brasil
Deixa eu ler a sua mão, menino
Que grande destino
Reservaram pra você
Lá lá lá lá lauê
Fala Martim Cererê (bis)
Tudo era dia
O índio deu a terra grande
O negro trouxe a noite na cor
O branco a galhardia
E todos traziam amor
Tinham encontro marcado
Pra fazer uma nação
E o Brasil cresceu tanto
Que virou interjeição
Lá lá lá lá lauê
Fala Martim Cererê (bis)
Gigante pra frente a evoluir (laiá laiá)
Milhões de gigantes a construir (laiá laiá laiá) (bis

144. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1976
POR MARES NUNCA DANTES NAVAGEADOS

Eu vi mundos nunca vistos nem sonhados Andei mares nunca dantes
navegados (bis)
A historia traz
Feitos singulares
Do heroísmo e da fé
De outros mares
De outras terras
Iluminaram poemas (bis)
E a nossa historia encerra
Ao sabor das ondas vêm as naus
A branca espuma cortando
E chego afinal
A ilha verde sem fim
Onde num belo dia
A saudade se fez bonança
Ao chegar na terra da esperança (bis)
Fundaram cidades
Cruzaram raças
Tornaram sonhos em realidades
Tantos heróis
Tanta grandeza
A nossa historia
Oh, que beleza!
Nasceste grande, oh meu país
És soberano de um povo feliz (bis)
Eu vi mundos
Nunca vistos nem sonhados (bis)
Andei mares
Nunca dantes navegados

145. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1977
VIAGEM FANTÁSTICA ÀS TERRAS DE IBIRAPITANGA

Partiram caravelas de Portugal
Em busca de riquezas
Das terras descobertas por Cabral
Seguindo, por caminhos verdejantes
Chegam às terras dos Incas
Uma paisagem colossal
"Guaynapac" era seu rei
Filho do Sol Coroado (bis)
Era só de ouro e prata
Seu palácio encantado
Iludida e expedição
De um tesouro (bis)
Tão sonhado
Alcança a montanha de vidro E surge o país namorado
Ibirapitanga...
Ibirapitanga que esplendor
Mulheres guerreiras em orgia
Borboletas em cores e a Iara...
Deusa de encantos e magia
Descem o rio Amazonas
Despontam no Eldorado
Que tinha um rei todo em ouro
Poderoso, estimado
Chegam à foz os navegantes
A pororoca,
Beleza sem igual
Vibram com tanta riqueza
De um fato marcante:
"O desbravamento nacional"

146. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1983
O REI DA COSTA DO MARFIM VISITA XICA DA SILVA EM DIAMANTINA

As festas... "da Chica que manda"
Deslumbravam a sociedade do local
Diamantina era uma flor
De amor sem preconceito ou ritual
No castelo da palha
Dava gosto de se ver
Aquela que já foi escrava
Demonstrava o valor do poder
O amor lhe deu tesouros
Que vivia pra gastar (bis)
Dos gemidos da senzala
Nem queria recordar
Esta negra caprichosa
Convidou o rei da Costa do Marfim
E o recebeu de forma suntuosa
Que a festa parecia não ter fim
A nobreza esqueceu os preconceitos
Irmanada com o povo festejou
Parecia que a liberdade sonhada
Se fez convidada e se apresentou
Só Minas Gerais, só Minas Gerais...
Poderia ser o palco desta história
Que gravei na memória (bis)
E o tempo não desfaz

147. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1988
CONTA OUTRA, QUE ESSA FOI BOA

Eu voto pra não esquecer
A vida tem que melhorar
O povo na constituinte
Vai ter mesa farta, sorrir
E até cantar
Quá, quá, quá
Você caiu, caiu (bis)
É brincadeira
É primeiro de abril
Disse me disse
Na História do Brasil
Fui criança, fui palhaço
E ninguém me assumiu (ô seu Cabral...)
Cabral, ô Cabral
O esquema é de lograr (de lograr) (bis)
De 71 com a realeza
Me mandou uma princesa
Que fingiu me libertar, me libertar
Ô ô ô piuí
Piuí lá vem o trem (bis)
A ferrovia é brincadeira de nené

148. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1989
LIBERDADE, LIBERDADE! ABRE AS ASAS SOBRE NÓS!

Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz, mas eu digo que vem
Vem, vem reviver comigo amor
O centenário em poesia
Nesta pátria mãe querida
O império decadente, muito rico incoerente
Era fidalguia e por isso que surgem
Surgem os tamborins, vem emoção
A bateria vem, no pique da canção
E a nobreza enfeita o luxo do salão, vem viver
Vem viver o sonho que sonhei
Ao longe faz-se ouvir
Tem verde e branco por aí
Brilhando na Sapucaí e da guerra
Da guerra nunca mais
Esqueceremos do patrono, o duque imortal
A imigração floriu, de cultura o Brasil
A música encanta, e o povo canta assim e da princesa
Pra Isabel a heroína, que assinou a lei divina
Negro dançou, comemorou, o fim da sina
Na noite quinze e reluzente
Com a bravura, finalmente
O Marechal que proclamou foi presidente
Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade
Seja sempre a nossa voz,
Liberdade!, Liberdade!
Abre as asas sobre nós
E que a voz da igualdade

149. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1992
NÃO EXISTE PECADO ABAIXO DO EQUADOR

Vai (vai, vai, vai)
Singrando os mares
Fazer o teu Rei feliz
Em busca de novos ares
Navega a Imperatriz
E, dessa viagem bela
Uma aquarela
Vai desfilar
Éden, visão do paraíso
Emoção, sorriso
É o fruto da paixão
O clima tempera a água, os rios
O verde, a fauna
Fascínio de um imenso amor
Beleza divina, fonte que irradia
Abaixo do Equador
O canto do índio ecoou (ê ô, ê ô)
Vem do ar, vem do ar (bis)
E livre a floresta se encantou
Eh! Mirá!
Para proteger a vida
Vêm os seres te abraçar
Sereia, mãe-d'água, saci, boitatá
Guerreiras a cavalgar
Papagaio vira anjo
Para o mundo perceber
E eis a chama
Que vai fazer (bis)
Toda a paz na terra renascer
(E um dia hei de ver...)

150. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 1999
BRASIL, MOSTRA A TUA CARA EM...THEATRUM RERUM NATURALIUM
BRASILIAE

Ela, a Imperatriz na passarela
É samba, é arte, é linda tela
Vem colorindo o carnaval
Sonhava Nassau
Com uma Holanda tropical
E nesse sonho ele então pediu
Quero te ver, Brasil (Quero te ver, Brasil)
Brasil, mostra a sua cara
Sua beleza em forma rara (bis)
Esse seu jeito de viver (Quero te ver, Brasil)
Artistas pintando flores, florestas
Retratam paisagens em festa... E animais
Homens felizes vivendo nas matas
Imagens do meu país
As obras são imortais
O tempo não apagou
E a mão do destino traz
Envolvidas em jóias musicais
Nobreza, beleza
Tem arte nesse teu cantar
Quem ouve logo diz
Meu sonho é ser feliz
Pra sempre e sempre mais
O samba é raiz
Se raiz é história (bis)
Bate forte bateria
No balanço e na alegria
Da Imperatriz

151. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2000
QUEM DESCOBRIU O BRASIL, FOI SEU CABRAL, NO DIA 22 DE ABRIL, DOIS
MESES DEPOIS DO CARNAVAL...

Terra à vista!
O grito de conquista do descobridor
A ordem do rei é navegar
E monopolizar riquezas de além-mar
Partiram caravelas de Lisboa
Com o desejo de comercializar
As especiarias da Índia
E o ouro da África
Mas, depois, o rumo se modificou
Olhos no horizonte, um sinal surgiu
Em 22 de abril, quando ele avistou
Se encantou
Tão linda, tão bela!
Paraíso tropical (bis)
Foi seu Cabral quem descobriu o Brasil
Dois meses depois do carnaval
Terra... abençoada de encantos mil
De Vera Cruz, de Santa Cruz... Brasil
Iluminada é a nossa terra
O Branco, o negro e o índio
No encontro, a origem da nação
E hoje, a minha escola é toda raça
Convida a "massa" e conta a história
São 500 anos vivos na memória
De luta, esperança, amor e paz
Eu quero é mais
Viver feliz, oi (bis)
Sambando com a Imperatriz

152. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2001
CANA-CAINA, CANA-ROXA, CANA-FITA, CANA-PRETA, AMARELA,
PERNAMBUCO...QUERO VÊ DESCÊ O SUCO, NA PANCADA DO GANZÁ

Cana-caiana,
Cultura que o árabe propagou
Apesar dos cruzados plantarem,
A cana na Europa não vingou
Mas conta a história que em Veneza
O açúcar foi pra mesa da nobreza
Virou negócio no Brasil, trazida de além-mar
E, nesta terra, o que se planta dá
Gira o engenho pra sinhô, Bahia faz girar
E, em Pernambuco, o escravo vai cantar
(Quero vê)
Quero vê descê o suco até melá
Na pancada doce do ganzá
Pinga...
Olha a cana virando aguardente
No mercado do ouro atraente
Paraty espalhou a bebida
Pra garimpar, birita tem
Na Inconfidência foi preferida
Pra festejar, o que é que tem ?
Tem Carlos Cachaça, não leve a mal
Taí a verde-e-rosa em meu carnaval
(vem provar minha cachaça)
Vem provar minha cachaça, amor ôôôô
O sabor é verde-e-branco
Passa a régua e dá pro santo
Que a Imperatriz chegou

153. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2002
GOYTACAZES...TUPI OR NOT TUPI IN A SOUTH AMERICAN WAY!

Campos... Terra dos índios Goytacazes
São ferozes, são vorazes
Vida de antropofagia
Na Europa, a notícia rolava
Homem branco se assustava
Índio come gente... Quem diria!
Um dia, com fome de amor... Ô, ô, ô, ô
Nosso herói se apaixonou
Um momento de magia
Peri beijou Ceci... Ao som do Guarani
Um gesto de brasilidade
Com o tempo, um novo índio se vestiu de ousadia
Num ritual de liberdade
(E deu...)
E deu tupy, or not tupy
Eis a visão do artista (bis)
Nessa nação tupiniquim
Índio virou um anarquista
(Qual é?)
Macunaíma com Zé Pereira,
É índio, é negro, é imperador
Mais tarde, essa mistura brasileira A Tropicália originou
Tem Iracema em Ipanema, alegria geral
Eu sou também Carmem Miranda no meu Carnaval
(Hoje o couro vai comer...)
Hoje o couro vai comer
Auê, Imperatriz... Auê, auê (bis)
Nossa tribo canta meu país
Pra valer

154. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2003

Nem todo pirata tem a perna de pau,
o olho de vidro e a cara de Mau
Cobiça de ouro
Madeira, pedra e animais
São faces do primórdio da história
Que a imperatriz refaz
Foi-se o tempo, longe está
Pirataria de além mar
Vejam só a covardia
Parte dessa tirania
Era destinada aos reis (aos reis)
Os corsários portugueses
Franceses, ingleses, holandeses
Tudo que era saqueado
Protegido era levado
Ao domínio da nação
Nem todo pirata tem a perna de pau (bis)
Olho de vidro e a cara de mau!
Hoje, a coisa ficou preta
Muito preta e com razão
Pirata se queixando de pirata
De terno e gravata na televisão
Pirateando cd, até a fé
O comércio e a nação
Mas hoje eu quero ser (bis)
Pirata do prazer
Dançando um baile com você
Vem meu amor, vem me beijar (bis)
Hoje eu tô que tô, você tá que tá
Vem meu amor, vem me beijar
Beijo escondido pra ninguém clonar

155. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2004

Hoje eu quero ver
Caldeirão ferver nessa magia
O Brasil deu a cor
Pra tingir de amor nossa folia
Vermelho é vida
É sangue, é coração
Coloriu a história
De paixão, de vitória.... De vibração
Pintou o manto dos reis
E o encanto chinês
O poder e a religião
Das minas o celta extraía
O corante breazail
Porém era o fenício quem fazia
A tinta que o mundo seduziu
Da Ásia a madeira
Deu o tom pra Europa inteira
Mas o Brasil do bom
Só em terra brasileira
Viagem ao Novo Mundo
Deu a Vespúcio a primazia
De erguer em Cabo Frio
Fortaleza e feitoria
Depois partiu com o nosso pau-brasil
Deixando aos marinheiros poesia
Visão do infinito, lugar mais bonito
Era o chão da Utopia
Quem dera a paz e a harmonia
Ver meu país cantar feliz
Na sombra de um pau-brasil
Um samba da Imperatriz

156. Imperatriz Leopoldinense - Samba Enredo 2006
"Um por Todos e Todos por Um"

Meu amor!
A Imperatriz chegou agora
É Carnaval! O lema é...
Um por todos e todos por um...
Garibaldi, o nosso herói, viveu
Uma história de luta e paixão que Alexandre Dumas
Assim descreveu (e pelo mundo)
Pelo mundo navegou
Nas batalhas que travou
Liberdade foi seu ideal (de lá pra cá...)
No Brasil, quanta riqueza!
Abraçando a natureza
Ele se encantou (e foi por aí...)
Foi por aí assim...
No balanço da expedição
A santa e bela Catarina
Virou seu chão (mas vê...)
Vê! Que momento lindo! Amor... amor
Quando viu Anita, ele se apaixonou
Amada, valente, guerreira
Com ele, na paz e na dor
Com os rebeldes lutou românticas...
De tantas aventuras, mundo afora
Viraram mitos na história popular
A alegria tomou conta da cidade
Vou me acabar
De verde-e-branco, cheio de felicidade
Até o som raiar (meu amor!)

157. Império Serrano - Samba Enredo 1990
HISTÓRIAS DA NOSSA HISTÓRIA

Deixei minha mente vagar
E no rastro da memória
O Império vem mostrar
Histórias da nossa história
O rei, ah!, o rei
Mandou vir de Portugal
Uma expedição colonial
Criando os primeiros vilarejos
Os engenhos de açúcar
Enriqueceram o litoral
Arando e cultivando a terra
Trouxeram também os animais
A beleza da Índia
Encantou Caramuru
Era todo seu tesouro
A linda Paraguassu (bis)
Aí, chegou Maurício de Nassau
Com o progresso e a nobreza
Criou palácios e academias culturais
Mas a união das raças e seus valores
Expulsaram para longe os invasores
Ô ô ô ô
Bravos guerreiros
Brasil, sempre Brasil
O Brasil já era brasileiro (bis)
Sonho verde de esperança
Se expandia na ilusão
Na conquista de esmeraldas
O ouro e prata encravados nesse chão (bis)

158. Império Serrano - Samba Enredo 1996
E VERÁS QUE UM FILHO TEU NÃO FOGE À LUTA

O povo diz amém
É porque tem
Um ser de luz a iluminar
O moderno Dom Quixote
Com mente forte vem nos guiar
Um filho do verde esperança
Não foge à luta, vem lutar
Então verás um dia
O cidadão e a real cidadania
Quero ter a minha terra, ô ô ô
Meu pedacinho de chão, meu quinhão
Isso nunca foi segredo
Quem é pobre tá com fome
Quem é rico tá com medo (bis)
Vou dizer...
Quem tem muito, quer ter mais
Tanto faz se estragar
Joga no lixo, tem bugica p'ra catar
Senhor, despertai a consciência
É preciso igualdade
O ser humano tem que ter dignidade
Morte em vida, triste sina
Pra gente chega de viver a Severina
Junte um sorriso meu, um abraço teu
Vamos temperar
Uma porção de fé, sei que vai dar pé
Não vai desandar
Amasse o que é ruim, e a massa enfim
Vai se libertar
Sirva um prato cheio de amor
Pro Brasil se alimentar
Eu me embalei p'ra te embalar
No balancê, balancear
Vem na folia
Chegou a hora de mudar
O meu Império vem cobrar democracia (bis)

159. Império Serrano - Samba Enredo 1949
EXALTAÇÃO A TIRADENTES

Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a 21 de abril
Pela Independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A Inconfidência de Minas Gerais
Joaquim José da Silva Xavier
Era o nome de Tiradentes
Foi sacrificado pela nossa liberdade
Este grande herói
Pra sempre há de ser lembrado

160. Império Serrano - Samba Enredo 1962
RIO DOS VICE-REIS

Rio de Janeiro
Obra-prima de rara beleza
Foste engalanada pela própria natureza
Rio dos vice-reis
Dos chafarizes, das velhas congadas
Rio dos capoeiras
Cenário eletrizante
Das famosas cavalhadas
Quando badalavam os sinos
Anunciando a festa do Divino
Era lindo o seu ritual
Admirado até na Corte Real
O monumento dos Arcos
Com todo o seu esplendor
Rio das lindas paisagens
E das belas carruagens
Obra de grande valor
Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá
Lá, rá, lá, lá, rá, rá
Rio, ó meu Rio de Janeiro
Serás sempre o primeiro
Na história do mundo inteiro

161. Império Serrano - Samba Enredo 1969
HERÓIS DA LIBERDADE

Ô ô ô ô
Liberdade, Senhor,
Passava a noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia
O fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao Largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria
Com sabedoria
Deu sua decisão lá, rá, rá
Com flores e alegria veio a abolição
A Independência laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim:
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que ajuventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar da felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos "Heróis da Liberdade"
Ô ô ô

162. Império Serrano - Samba Enredo 1984
FOI MALANDRO É

Império sutilmente encontrou
Nas entrelinhas da história
Heróis do aipim, heróis do bacalhau
Tirando a poeira das memórias, que legal (bis)
Pero Vaz, escrevendo de mansinho
Asilou o seu sobrinho
Inventou o pistolão
E Caramuru não deu chabú, "fica a bangu"
Na tribo com Paraguassu (bis)
Araribóia loteou Niterói
E fez do índio seu office-boy (bis)
Malandro que é malandro bota banca
D. João VI pega o ouro e se arranca
Dizendo: "Ó Pedrito, filho meu
Segura esse foguete, entendeu?" (bis)
Na lei de Chico Rei
O fim justifica os meios
Assim, libertou seu povo
Com a poupança do alheio
Chica da Silva
Empolgou um galego e a nação
Eis D. Pedro levando
Cachaça pro pagode e mulheres pro colchão
Rio Branco dilatou as fronteiras, na surdina
Com barris de vaselina
Barão esperto foi Drummond
Bolou um jogo além de bom
E colocou a bicharada
Na cabeça da moçada (bis)
Com blá blá blá
Sem bafafá
Quem foi malandro é
Sempre será (bis)

163. Império Serrano - Samba Enredo 1988

PARA COM ISSO, DÁ CÁ O MEU
O Rio não é mais como era antes
Pois acabaram com a nossa Guanabara
Fundiram toda nossa competência
E já não somos a Cidade Jóia Rara
Que saudades que eu tenho
Da bandeira com golfinhos e brasão
Do nosso Rio antigo
Praça Onze, onde o samba tinha abrigo
Rio, grande centro cultural
Patrimônio da riqueza nacional
Dá cá o meu
Dá cá, dá cá o meu
O povo carioca
Cobra aquilo que perdeu (bis)
Quero novamente ver meu Rio
Dono do samba e do grande futebol
Ter um forte banco aqui na praça
E que não seja um comitê eleitoral
Chega de ter nossa casa comandada
Por malandro e coisa e tal
O Rio é negro
E negro luta pelo Rio
Buscando a liberdade
Enfrentando desafio
O Rio é negro
E é negra essa nação
Vamos firme nessa luta
Proclamando a Abolição (bis)

164. Império Serrano - Samba Enredo 1969
HERÓIS DA LIBERDADE

Ô ô ô ô
Liberdade, Senhor,
Passava a noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia
O fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao Largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria
Com sabedoria
Deu sua decisão lá, rá, rá
Com flores e alegria veio a abolição
A Independência laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim:
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que ajuventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar da felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos "Heróis da Liberdade"
Ô ô ô

165. Império Serrano - Samba Enredo 1949
EXALTAÇÃO A TIRADENTES

Joaquim José da Silva Xavier
Morreu a 21 de abril
Pela Independência do Brasil
Foi traído e não traiu jamais
A Inconfidência de Minas Gerais
Joaquim José da Silva Xavier
Era o nome de Tiradentes
Foi sacrificado pela nossa liberdade
Este grande herói
Pra sempre há de ser lembrado
166. Império Serrano - Samba Enredo 1951
SESSENTA E UM ANOS DE REPÚBLICA

Apresentamos
A parte mais importante
Da nossa história
Se não nos falha a memória
Foi quando vultos notáveis
Deixaram suas rubricas
Através de 61 anos de República
Depois de sua vitória proclamada
A constituinte votada
Foi a mesma promulgada
Apesar do existente forte zum-zum-zum
Em 1891, sem causa perca
Era eleito Deodoro da Fonseca
Cujo governo foi bem audaz
Entregou a Floriano Peixoto
E este a Prudente de Morais
Que apesar de tudo
Terminou com a guerra de Canudos
Restabelecendo assim a paz
Terminando enfim todos os males
Em seguida veio Campos Sales
Rodrigues Alves, Afonso Pena, Nilo Peçanha,
Hermes da Fonseca e outros mais
Hoje a justiça
Numa glória opulenta
A 3 de outubro de 1950
Nos trouxe aquele
Que sempre socorreu a Pátria
Em horas amargas
O eminente estadista
Getúlio Vargas
Eleito pela soberania do povo
Sua vitória imponente e altaneira
Marcará por certo um capítulo novo
Na história da República brasileira


167. Império Serrano - Samba Enredo 1969
HERÓIS DA LIBERDADE

Ô ô ô ô
Liberdade, Senhor,
Passava a noite, vinha dia
O sangue do negro corria
Dia a dia
De lamento em lamento
De agonia em agonia
Ele pedia
O fim da tirania
Lá em Vila Rica
Junto ao Largo da Bica
Local da opressão
A fiel maçonaria
Com sabedoria
Deu sua decisão lá, rá, rá
Com flores e alegria veio a abolição
A Independência laureando o seu brasão
Ao longe soldados e tambores
Alunos e professores
Acompanhados de clarim
Cantavam assim:
Já raiou a liberdade
A liberdade já raiou
Esta brisa que ajuventude afaga
Esta chama que o ódio não apaga pelo Universo
É a evolução em sua legítima razão
Samba, oh samba
Tem a sua primazia
De gozar da felicidade
Samba, meu samba
Presta esta homenagem
Aos "Heróis da Liberdade"
Ô ô ô

168. Império Serrano - Samba Enredo 1970
ARTE EM TOM MAIOR

Lá lá lá rá lá lá
Lá lá lá lá
Tudo isso que dizer Brasil, Brasil
Brasil
És a natureza em festa
Até parece seresta
A passarada cantando em seu louvor
Oh meu Brasil
Glória ao colonizador
Que evoluiu esse torrão
O negro foi o braço forte da evolução
Telas de artistas geniais
Ainda existem nos salões de belas-artes
Como testemunhas imortais
São belos nossos rios e cascatas
Terras e verdes matas
E campina multicor
É o orgulho de uma raça
Do Oiapoque ao Chuí
Tudo é esplendor
Essa paisagem tão bela
Que cantamos nesta passarela
O velho mundo conheceu
Usos e costumes em aquarela

169. Império Serrano - Samba Enredo 1981
NA TERRA DO PAU BRASIL, NEM TUDO CAMINHA VIU
Maravilhosa terra
De legendas
Que o passado não contou
Hoje o Império Serrano
Vem com Pero Vaz de Caminha
O célebre eminente precursor
Ô, ô, ô, ô, ô
Ô, ô, ô, ô, ô (bis)
Em tempos idos
Chegavam a uma vasta região
Audazes descobridores
Dando-se a integração
Com os primitivos habitantes
Deste imenso torrão
Canta gente
Esta linda canção
Exaltando o Brasil
Em sua dimensão (bis)
Lá, lá, lá
A beleza da mulata
Enaltece a raça
Com seu requebro febril
Nossos rios, campos e florestas
Emolduram a natureza
O ouro e pedras preciosas
São riquezas do solo deste Brasil
Que Pero Vaz de Caminha não viu...
Lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá lá...

170. Império Serrano - Samba Enredo 1988
PARA COM ISSO, DÁ CÁ O MEU

O Rio não é mais como era antes
Pois acabaram com a nossa Guanabara
Fundiram toda nossa competência
E já não somos a Cidade Jóia Rara
Que saudades que eu tenho
Da bandeira com golfinhos e brasão
Do nosso Rio antigo
Praça Onze, onde o samba tinha abrigo
Rio, grande centro cultural
Patrimônio da riqueza nacional
Dá cá o meu
Dá cá, dá cá o meu
O povo carioca
Cobra aquilo que perdeu (bis)
Quero novamente ver meu Rio
Dono do samba e do grande futebol
Ter um forte banco aqui na praça
E que não seja um comitê eleitoral
Chega de ter nossa casa comandada
Por malandro e coisa e tal
O Rio é negro
E negro luta pelo Rio
Buscando a liberdade
Enfrentando desafio
O Rio é negro
E é negra essa nação
Vamos firme nessa luta
Proclamando a Abolição (bis)

171. Império Serrano - Samba Enredo 1994
UMA FESTA BRASILEIRA

Ressoou, ressoou no seio da mata virgem
O canto do índio guerreiro
Exaltando o homem branco que chegou
Lá se vão
Marujos, Tabajaras e Tupinambás
Até as margens do Sena
Mostrar a dança solene
As maravilhas da renascença
Onde o rei e a rainha
Ficam encantados com uma festa brasileira
Que zoeira, que zoeira
Tem batuque na corte
Dia e noite, noite inteira
O novo mundo
Mostra a arte em brincadeira (bis)
A cultura
Se junta à arte numa nova dimensão
Hoje o Império faz a festa
Contagiando a galera de emoção
E exibe para o mundo inteiro
O carnaval brasileiro
Como na corte dos reis
Engalanado entra em cena outra vez (e assim)
Assim, a festa continua
Tão minha quanto sua
Neste delírio tropical
O verde e branco é a razão da minha vida
Nesta folia todo mundo é igual
Ô embala eu, embala eu
Que nesta festa eu também vou (eu vou, eu vou)
Ô embala eu
Com surdos, tamborins e agogôs (bis)

172. Império Serrano - Samba Enredo 1964
AQUARELA BRASILEIRA

Vejam esta maravilha de cenário
É um episódio relicário
Que o artista num sonho genial
Escolheu para este carnaval
E o asfalto como passarela
Será a tela
Do Brasil em forma de aquarela
Passeando pelas cercanias do Amazonas
Conheci vastos seringais
No Pará, a ilha de Marajó
E a velha cabana do Timbó
Caminhando ainda um pouco mais
Deparei com lindos coqueirais
Estava no Ceará, terra de Irapoã
De Iracema e Tupã
Fiquei radiante de alegria
Quando cheguei à Bahia
Bahia de Castro Alves, do acarajé
Das noites de magia do candomblé
Depois de atravessar as matas do Ipu
Assisti em Pernambuco
À festa do frevo e do maracatu
Brasília tem o seu destaque
Na arte, na beleza e arquitetura
Feitiço de garoa pela serra
São Paulo engrandece a nossa terra
Do leste por todo o centroeste
Tudo é belo e tem lindo matiz
O Rio dos sambas e batucadas
De malandros e mulatas
De requebros febris
Brasil, essas nossas verdes matas
Cachoeiras e cascatas
De colorido sutil
E este lindo céu azul de anil
Emolduram em aquarela o meu Brasil
Lá rá rá rá rá
Lá lá lá lá iá

173. Império Serrano - Samba Enredo 1970
ARTE EM TOM MAIOR

Lá lá lá rá lá lá
Lá lá lá lá
Tudo isso que dizer Brasil, Brasil
Brasil
És a natureza em festa
Até parece seresta
A passarada cantando em seu louvor
Oh meu Brasil
Glória ao colonizador
Que evoluiu esse torrão
O negro foi o braço forte da evolução
Telas de artistas geniais
Ainda existem nos salões de belas-artes
Como testemunhas imortais
São belos nossos rios e cascatas
Terras e verdes matas
E campina multicor
É o orgulho de uma raça
Do Oiapoque ao Chuí
Tudo é esplendor
Essa paisagem tão bela
Que cantamos nesta passarela
O velho mundo conheceu
Usos e costumes em aquarela

175. Império Serrano - Samba Enredo 1955
EXALTAÇÃO A CAXIAS

A 25 de agosto de 1803
Data em que nasceu Caxias
Soldado de opulenta galhardia
Este bravo guerreiro
Hoje patrono do Exército brasileiro
Com elevado espírito de estadista
Pacificou de Norte a Sul
Os revolucionistas
Seu gesto nobre de civismo
É um modelo magnífico
De patriotismo
A sua casta primazia
Está na maneira
Pela qual se conduzia
Honrosamente sentimo-nos orgulhosos
Em apresentar
Que este vulto encerra
Na paz ou na guerra
O ideal do Brasil militar
Lá-iá, lá-iá, lá-iá, lá-iá, lá lá lá

176. Império Serrano - Samba Enredo 1968
PERNAMBUCO LEÃO DO NORTE
Esta admirável página
Que o passado deixou
Enaltece a nossa raça
Disse um famoso escritor
Que Maurício de Nassau
Na verdade foi um invasor
Muito genial
Glória a Vidal de Negreiros
E aos seus companheiros
Que na luta contra os holandeses
Em defesa ao Leão do Norte
Arriscaram suas vidas
Preferiram a morte
Na trégua dos Guararapes
Teatro triste da insurreição
Houve estiagem, coragem, abnegação
Pernambuco hoje
É orgulho da federação
Evocando os palmares
Terra de Bamboriki
Ainda ouço pelos ares
O retumbante grito do Zumbi
Lá, rá, rá, rá, rá, rá
Lá, rá, rá, rá, rá,
178. Impunidade - Tribo de Jah

A justiça só é cega
Quando não quer ver
Quando a lei se nega
A se fazer valer
Para uns implacável
Para outros maleável
Ou até negociável
Ter leis em questão
É o mesmo que não
Leis sem efeito,que abrem exceção
Abrem precedentes a dúbia aplicação
Nunca propiciarão
Um estado de direito
Assim não se terá verdadeira nação
A impunidade
É um grave problema
É a face mais falha da sociedade
É o lado mais sujo do sistema
Como é que se sente
Um simples cidadão
Brasileiro descontente
Com a situação
Eu amo o meu país
E amo a minha gente
Mas me sinto infeliz
Eu acho deprimente
Esse estado de impunidade
E improbidade,vergonha nacional
Estado de injustiça,imundice e calamidade social
Eu digo não,como cidadão
Eu peço justiça,peço punição
Punição exemplar,justiça enfim
Não,não,não
Justiça sim,impunidade não
Punição exemplar a todos os culpados
Sem nenhuma exceção
Aos poderosos,abastados,ou ao mais nobre barão
Famigerados doutores,ricos ou bacanas
Sendo culpados,estejam todos em cana
Parlamentares pilantras,políticos interesseiros
Deputados descarados,banqueiros trapaceiros
Vereadores,prefeitos,governadores e empreiteiros
Corruptos,corruptores e seus fiéis escudeiros
Magistrados safados,empresários salafrários
Traidores da pátria,fazendo o povo de otário
Punição exemplar
Aos bandidos escondidos
Na imunidade parlamentar
Fazendo falcatruas,as escuras fazendo fortuna
Com o seu voto que colhem na urna
E saem às ruas como se nada houvesse
Ninguém lhes importuna
Mesmo quando enriquecem
Às custas de favores escusos do clientelismo
Do uso e abuso do fisiologismo
E das benesses do cobiçado poder
Eu digo não,não pode ser
Quanto descaso,quanta omissão
Quem pode se safa
O pobre é quem paga
Eu peço punição,punição exemplar
Não,não,não
Justiça já,impunidade não
A legião dos excluídos vai muito mal
Banidos que estão do convívio social
Debaixo dos barracos,pontes e sinais
Não desejam mais que uma vida meramente normal
Na televisão,em todos os canais
Aparentemente tudo vai bem demais
Logo vem outro carnaval
E fica tudo bem no país do futebol
Se rouba,se extorque,se frauda,se mata
Se burla,corrompe,sonega e escapa
Sem punição,nessa terra sem lei
Quem tem muita grana
Nunca vai em cana
Bandido rico é rei,até quando eu não sei
Eu quero ver quando é que vai se fazer
Uma verdadeira nação
Com direitos e deveres iguais pra todo e qualquer cidadão
Eu quero ver,punição enfim
Não,não,não
Justiça sim,impunidade NÃO !

179. Indecência Militar - Gabriel O Pensador

Na porta do local do alistamento militar (indecência) esperando pela hora de entrar
De saco cheio estava eu lá (paciência)
Sem nenhuma mulher pra agarrar e nenhum som pra escutar
E um monte de marmanjo do meu lado eu vi
Então pensei: "Porra. O quê que eu tô fazendo aqui?"
(Pergunta sem resposta) e raiva lá dentro
Foi assim que eu fiz o rap pra passar o tempo

Porque o serviço militar obrigatório é uma indecência
Um ano sem mulher batendo continência
Escravidão numa democracia é uma incoerência
Um ano sem mulher batendo continência

Um ano sem mulher
Só ralando (E o salário...)
Não leve a mal mas isso é coisa pra otário
Alguns podem até gostar da brincadeira
Mas o serviço só é bom pra quem quer seguir carreira militar
Mas rapá... pro Pensador não dá
Servindo o Exército, Marinha, Aeronáutica ou qualquer porra dessa
Num interessa
Eu ia ser um infeliz e ia ficar revoltado como eu nunca quis
Servindo quem montou a ditadura aqui no meu país!
Usando farda
Lavando o chão
Sem reclamar de nada pra num ser jogado na prisão
(Hum mas que situação)
Batendo continência e fazendo flexão
Para os caras que prenderam meu pai e mataram tantos outros institucionalizando a repressão (Não!)
Agora acorda e concorda com esse refrão
(E porque não?)

Porque o serviço militar obrigatório é uma indecência
Um ano sem mulher batendo continência
Escravidão numa democracia é uma incoerência
Um ano sem mulher batendo continência

Nas mãos dos militares muito jovem já morreu
Num quero ser soldado
Quem manda em mim sou eu
Isso é o defeito da nossa sociedade
Exijo mais respeito pela minha liberdade
Um ano da minha vida não pode ser gasto assim
Escravizado por quem nunca fez nada de bom por mim
Essa contradição alguém me explique um dia
Serviço obrigatório não combina com democracia
A porta abre e todos entram
Torcendo pra sobrar
Enquanto isso dá vontade de cantar:

Porque o serviço militar obrigatório é uma indecência
Um ano sem mulher batendo continência
Escravidão numa democracia é uma incoerência
Um ano sem mulher batendo continência

180. Índios - Renato Russo

Quem me dera, ao menos uma vez,
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez,
Explicar o que ninguém consegue entender:
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
E falar demais, por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante
Mas nos deram espelho
E vimos um mundo doente

Quem me dera ao menos uma vez,
Entender como só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês –
É só maldade então, deixar um Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho.
Entenda – assim pude trazer você de volta para mim,
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do incio ao fim
E é só você que tem a cura do meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De insistir que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Esta em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos obrigado

Quem me dera ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente

Eu quis o perigo e até sanguei sozinho
Entenda – assim pude trazer você de volta para mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do incio ao fim
E é so você que tem a cura do meu vicio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente-
Tentei chorar e não consegui.


181. Salgueiro (RJ) - 1968
Dona Beja, a Feiticeira de Araxá
Composição: Aurinho da Ilha

Certa jovem linda, divinal,
Seduziu com seus encantos de menina
O Ouvidor Real.
Levada a trocar de roupagem,
Numa nova linhagem
Ela foi debutar.
Na Corte, fascinou toda a nobreza
Com seu porte de princesa
Com seu jeito singular.
Ana Jacinta, rainha das flores,
Dos grandes amores,
Dos salões reais,
Com seus encantos e sua influência
Supera as intrigas
Os preconceitos sociais.
Era tão linda, tão meiga, tão bela,
Ninguém mais formosa que ela
No reino daquele Ouvidor.
Ela com seu feitiço inteligente
Cria um reinado diferente
Na corte de Araxá,
E nos devaneios nas festas de Jatobá.
Mas antes, com seu trejeito feiticeiro,
Traz o Triângulo Mineiro
De volta a Minas Gerais,
Até o fim da vida
Dona Beija ouviu falar
Viu seu nome triunfar
Na história de Araxá.

182. Jazz e Blues - Olodum
Composição: Reni Veneno / Pierre Onasis / Marquinhos

Ninguém passa aqui sem cantar samba-reggae
Ninguém passa aqui sem cantar um jazz
Ninguém passa aqui sem cantar um blues
Ninguém passa aqui sem mover os pés
Ô ô ô jazz e blues
Ô ô Ô sou Olodum (2x)
Eu canto samba-reggae
E danço jazz e blues
Suingar no samba-reggae
Esse som me conduz
Politizar o meu país
Se inspirar em quem conhece
Mandela, Luther King
Marcus Garvey e Malcolm X
Zumbi com sua revolta
Fez aquele arerê, alfaiates,
Argolas, búzios
Na revolta dos malês
Ô ô ô jazz e blues
Ô ô ô sou Olodum (2x)

184. Lavagem Cerebral - Gabriel O Pensador

Racismo preconceito e discriminação em geral
É uma burrice coletiva sem explicação
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união
Mas demonstra claramente
Infelizmente
Preconceitos mil
De naturezas diferentes
Mostrando que essa gente
Essa gente do Brasil é muito burra
E não enxerga um palmo à sua frente
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente
Eliminando da mente todo o preconceito
E não agindo com a burrice estampada no peito
A "elite" que devia dar um bom exemplo
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento
Num complexo de superioridade infantil
Ou justificando um sistema de relação servil
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação
Não tem a união e não vê a solução da questão
Que por incrível que pareça está em nossas mãos
Só precisamos de uma reformulação geral
Uma espécie de lavagem cerebral

Não seja um imbecil
Não seja um Paulo Francis
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante
O quê que importa se ele é nordestino e você não?
O quê que importa se ele é preto e você é branco?
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços
Se você discorda então olhe pra trás
Olhe a nossa história
Os nossos ancestrais
O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura então porque o preconceito?
Barrigas cresceram
O tempo passou...
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor
Uns com a pele clara outros mais escura
Mas todos viemos da mesma mistura
Então presta atenção nessa sua babaquice
Pois como eu já disse racismo é burrice
Dê a ignorância um ponto final:
Faça uma lavagem cerebral

Negro e nordestino constróem seu chão
Trabalhador da construção civil conhecido como peão
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e a todos nós
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói
O preconceito é uma coisa sem sentido
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos
Me responda se você discriminaria
Um sujeito com a cara do PC Farias
Não você não faria isso não...
Você aprendeu que o preto é ladrão
Muitos negros roubam mas muitos são roubados
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado
Porque se ele passa fome
Sabe como é:
Ele rouba e mata um homem
Seja você ou seja o Pelé
Você e o Pelé morreriam igual
Então que morra o preconceito e viva a união racial
Quero ver essa musica você aprender e fazer
A lavagem cerebral

O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista
É o que pensa que o racismo não existe
O pior cego é o que não quer ver
E o racismo está dentro de você
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca
E desde sempre não para pra pensar
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar
E de pai pra filho o racismo passa
Em forma de piadas que teriam bem mais graça
Se não fossem o retrato da nossa ignorância
Transmitindo a discriminação desde a infância
E o que as crianças aprendem brincando
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando
Qualquer tipo de racismo não se justifica
Ninguém explica
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural
Todo mundo é racista mas não sabe a razão
Então eu digo meu irmão
Seja do povão ou da "elite"
Não participe
Pois como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
Como eu já disse racismo é burrice
E se você é mais um burro
Não me leve a mal
É hora de fazer uma lavagem cerebral
Mas isso é compromisso seu
Eu nem vou me meter
Quem vai lavar a sua mente não sou eu
É você

185. Leandro De Itaquera - Samba-Enredo 2000

Leandro De Itaquera - Samba-Enredo 2000
Abençoada por Deus......o maior tesouro
Tenho orgulho da minha nação
Quinhentos anos, Brasil......você vale ouro
Ouro.....que reflete no leão
Abençoada por Deus......o maior tesouro
Tenho orgulho da minha nação
Quinhentos anos, Brasil......você vale ouro
Ouro que reflete no leão
Ô ô ô ô ô.....minha pátria, meu amor
Parabéns, Leandro de Itaquera
Uma nova era começou
Dádiva da natureza
De rara beleza.....que esplendor....ô ô ô
Delírio na corte, era febre do ouro
Bendito seja o descobridor
No apogeu, enriqueceu....enlouqueceu, a multidão
Abalou estruturas, fincando bandeiras
Destrui impérios, trouxe a ambição
Despertou a Guerra, o....selo real
Cobrança na mineração
Com fé e esperança, dançam pela paz
O negro....canta em sua devoção
Viva Chico Rei
Ecoa....um grito na senzala
Olha ali, olha lá!
Viva Chico Rei
A voz do negro não se cala
E...as....sim...marcando aquele reinado
Luxo desvairados e riquezas
Esbanjava a nobreza, pois havia um tratado
Lá em Vila Rica
Destacavam-se artistas, a.....mém
Como nos dias de hoje
Tem poucos com muito

186. Liberdade - Bezerra da Silva
Composição: Bezerra da Silva

Brasil, o teu imenso tesouro
não são as minas de ouro
nem o petróleo, nem o café
o teu tesouro se resume em nove letras,
eu vou te escrever qual é:
L-I-B-E-R-D-A-D-E (2x)

Liberdade epopéia de glória
consagrada em lutas memoráveis
que ficaram na história
desde o grito do Ipiranga
simboliza nossa calhardia
somos amantes da liberdade
defensores da democracia
meu Brasil
(2x)

187. Literatura Faraônica - Olodum
Composição: Ytthamar Tropicália / Wellington Epiderme Negra / Romílson JKJ

Do mundo faraônico
Do mundo de Amon
Do mundo faraônico
Do mundo de Aton
Eu disse
África sensei
Safari é o mundo assim
Emanai, emanai, emanai
Pra todo universo
Sou Olodum arerê
Sou Olodum aêa
Somos negros e fazemos parte da sua cultura
O Olodum a cantar
E o Pelourinho a se agitar
O Olodum faz parte da nossa literatura
Foi subindo o Pelourinho
Que um dia ouvi um som, me falava com clareza
Dos tesouros de Tuthakamon
Hoje lendário como um trovão
Acende estrelas que se apagaram
A sua chama queima mais forte
Guerreiro fogo Deus do Pelô ô ô..

189. Areias Escaldantes - Lulu Santos

A caravana cruzando o deserto
Brilhando ao sol do Oriente Médio
Pelas areias escaldantes desse branco mar
Escuros beduínos são guerreiros mouros de sangue e paixão
Medo e mistério das trilhas no oásis do amor
A noite cai no deserto e nas tendas
A luz do fogo ilumina os corpos
De belas nuas dançarinas, são vulcões de mel
Perfume de aventura inundando o ar de emoção e calor
Luxo e luxúria nas noites do oásis do amor
A caravana do delírio se perdeu de mim
Sozinho no deserto me senti feliz e cantei para o céu
Em plena miragem da luz no meio do dia

190. Luta De Classes - Cidade Negra
Composição: Samuel Rosa / Chico Amaral

Tudo que eu posso ver
(Essa neblina...)
Cobrindo o entardecer
Em cada esquina
Tudo que eu posso ver
(Essa fumaça...)
Cobrindo o entardecer
Em cada vidraça
Mas eu quero te contar os fatos
Eu posso mostrar fatos pra você
É só ter um pouco mais de tato
Que fica claro pra você
Desde a antiguidade
As coisas estão assim, assim.
Os homens não são iguais, não são.
Não são iguais, enfim!
Daí toda essa história
Daí a história surgiu
Escravos na Babilônia,
Trabalhador no Brasil.
Tudo que eu posso ver
(Essa neblina...)
Cobrindo o entardecer
Em cada esquina
Tudo que eu posso ver
(Essa fumaça...)
Cobrindo o entardecer
Em cada vidraça
Mas veio o ideário
Da tal revolução burguesa
Veio o ideário, veio o sonho socialista.
Veio a promessa de igualdade e liberdade
Cometas cintilantes que se foram pela noite
Existirão enquanto houver um maior!
Daí é que veio a história
Daí a história surgiu
Escravos na Babilônia,
Trabalhador no Brasil.
Do antigo Egito à Grécia e Roma
Da Europa feudal
Do mundo colonial
Do mundo industrial
Na Rússia stanilista e allstrips
Em Cuba comunista
E no Brasil?
E no Brasil, hein?
Daí é que veio a história
Daí a história surgiu
Escravos na Babilônia,
Trabalhador no Brasil.
Baixada!!
(Essa neblina...)
Chega junto, baixada!!
(Essa esquina...)
Cobrindo o entardecer
Em cada esquina
Tudo o que eu posso ver
(essa fumaça)
Cobrindo o entardecer
Em cada vidraça

191. Lutar É Preciso - Olodum
Composição: Caj Carlão

Povo trazido do seio da África
Fez o Pelourinho virar páginas
Trouxeram o primeiro, o segundo e o terceiro
E foram tantas cabeças que eu nem sei contar a a a a...
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Espalharam o negro no mundo inteiro
Pára, pára, pára de me enganar ááá
Pára, pára, pára de nos enganar ááá
Pelourinho Pelô
Pelô, Pelô, Pelourinho
Pelourinho, povo, sofrimento sempre
Crianças descalças morando nos becos ô
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Pelourinho Pelô
Pelô, Pelô, Pelourinho
Sofrimento sempre, vai Olodum, ensina esse povo a lutar aaaa...
Com seu canto, forte Olodum, esses guetos precisam acabar
Mostrar as armas, pois lutar é preciso, a mentira vai ter que morrer
E o fim da fome que destrói a esperança qualquer dia vai acontecer
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Ding ding ding ô... Ding ding ding á
Pelourinho Pelô
Pelô, Pelô, Pelourinho

192. Madagascar Olodum - Olodum
Composição: Rey Zulu

Criaram-se vários reinados
O ponto de Imerinas ficou consagrado
Ranbosalama o vetor saudável
Ivato cidade sagrada
A rainha Ranavalona destaca-se
na vida e na mocidade
Majestosa negra
Soberana da sociedade
Alienado pelos seus poderes Rei Radama
Foi considerado um verdadeiro Meiji
Que levava seu reino a bailar
Bantos, indonésios, árabes
Integram a cultura Malgaxe
Raça varonil alastrando-se pelo Brasil
Sankara vatolay faz deslumbrar toda a naçao
Merinas, povos, tradição
E os mazimbas foram vencidos pela invenção
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor

E viva Pelô, Pelourinho
Patrimônio da humanidade
É Pelourinho, Pelourinho
Palco da vida e negras verdades
Protestos, manifestações
Faz Olodum contra o Aphartheid
Juntamente com Madagáscar
Evocando igualdade, liberdade a reinar
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Aiêêê Madagascar Olodum
Aiêêê eu sou o arco-íris de Madagascar
E eu disse aiêêê
Aiêêê Madagascar Olodum
Aiêêê eu sou o arco-íris de Madagascar
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Iê êê
Sakalavas oná ê
Iá áá
Sakalavas oná á
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor
Madagascar
Ilha, ilha do amor

193. Mahatma Olodum - Olodum
Composição: Welligton Epiderme Negra,
A força prudente da raça
É o brilho do povo
êh áh
Que canta de novo
O swing Olodum
Revela as certezas
Grandezas
Dos povos de la
Ariás da terra e Bud
E cante para Deus ajudar
Mahatma se foi
Mas fez o ceu papel
Liberdade de um povo
Terra, mar e ceu
A India uma paz
Da peninsula situada
Entre o Indico
E a Cordilheira do Imalaia
Pelooo,
Amooooor
De laaaaaaaa
Indía
Eh (bis)
A verdadeira historia da India
O Olodum vem nos contar
A Soca e Buda
Filhos de um Raja
Soberana de um grande poder
Ao qual se destaca o budismo
Religiosamente
Na fe e o idruismo
Oriunda na nova cultura
na qual se destaca a arquitetura
a Arte, a Ciencia
E a Literatura
Me leva Olodum
Pra la
Pra India
De Mahatma
Me leva Olodum
Mare
Pra India
Nos caminhos da fe
Pelooo,
Amooooor
De laaaaaaaa
Indía
Eh

194. Mangueira - Samba Enredo 1988

Cem anos de liberdade, realidade e ilusão
Será...
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei...
Que zumbi dos palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor...

195. Mangueira - Samba Enredo 1956

O grande presidente
No ano de 1883
No dia 19 de abril
Nascia getúlio dorneles vargas
Que mais tarde seria o governo do nosso brasil
Ele foi eleito a deputado
Para defender as causas do nosso país
E na revolução de 30 ele aqui chegava
Como substituto de washington luiz
E do ano de 1930 pra cá
Foi ele o presidente mais popular
Sempre em contato com o povo
Construindo um brasil novo
Trabalhando sem cessar
Como prova em volta redonda a cidade do aço
Existe a grande siderúrgica nacional
Que tem o seu nome elevado no grande espaço
Na sua evolução industrial
Candeias a cidade petroleira
Trabalha para o progresso fabril
Orgulho da indústria brasileira
Na história do petróleo do brasil
Ô ô
Salve o estadista idealista e realizador
Getúlio vargas
O grande presidente de valor
Ô ô

196. Mangueira - Samba Enredo 1961

Recordações do rio antigo
Rio cidade tradicional
Teu panorama é deslumbrante
É uma tela divinal
Rio de janeiro
Da igreja do castelo
Das serestas ao luar
Que cenário tão singelo
Mucamas sinhás moças e liteiras
Velhos lampiões de gás
Relíquias do rio antigo
Do rio antigo
Que não volta mais
Numa apoteose de fascinação
As cortes deram ao rio
Requintada sedução
Com seus palácios
Majestosos altaneiros
Rio dos chafarizes
E sonoros pregoeiros
Que esplendor! quantos matizes!
Glória a estácio de sá
Fundador desta cidade tão formosa
O meu rio de janeiro
Cidade maravilhosa

197. Mangueira - Samba Enredo 1964

História de um preto velho
Era uma vez um preto velho
Que foi escravo
Retornando a senzala
Para historiar o seu passado
Chegando a velha bahia
Já no cativeiro existia
Preto velho foi vendido
Menino a um senhor
Que amenizou a sua grande dor
Quando no céu a lua prateava
Que fascinação
Preto velho na senzala
Entoava uma canção
Ô ... ô... ô...
Ô ... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô...
Ô ... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô...
Conseguiu tornar realidade
O seu ideal a liberdade
Vindo para o rio de janeiro
Onde o progresso despontava
Altaneiro
Foi personagem ocular
Da fidalguia singular
Terminando a história
Cansado da memória
Petro velho adormeceu
Mais o lamento de outrora
Que vamos cantar agora bis
Jamais se esqueceu
Ô ... ô... ô...
Ô ... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô...
Ô ... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô... ô...

198. Mangueira - Samba Enredo 1969

Mercadores e suas tradições
Abriu-se
A cortina do passado
Neste palco iluminado
Onde tudo é carnaval
Vamos recordar
Nesta grande apoteose
Uma história triunfal
Brasil dos mercadores
Aventureiros e sonhadores
Desbravaram o sertão
Deste imenso rincão
Foi tão sublime
O ideal dos pioneiros
Bandeirantes de um progresso
Soberano e altaneiro
Na imensidão de nossas matas
Cachoeiras e cascatas
Fontes de riquezas naturais
Era extraido o tesouro
Onde imperava o ouro
E os verdes canaviais
Em vila rica os mercadores
Ostentavam seus brasões
Nos elegantes salões
Longe ao longe então se ouvia
A suave sinfonia
Dos mascates em pregões
Glória a estes bravos
Que lutaram por um ideal
E conseguiram conquistar
As riquezas do brasil colonial

200. Mangueira - Samba Enredo 1975

Imagens poéticas de jorge de lima
Na epopéia triunfal
Qua a literatura conquistou
Em síntese de um sonho
O poeta tão risonho
Assim se consagrou ô ô ô
Ô ô ô ô ô
Esta é a negra fulô
Uma obra fascinante
Que o poeta tão brilhante
O povo admirou
Jorge de lima em alagoas nasceu
Ouviu tudo dos antigos
O que aconteceu
Com os escravos na senzala
E no quilombo dos palmares
Foi um sábio que seguiu as tradições
Com seus versos poemas e canções
Boneca de pano a jóia rara
Calabar e o acendedor de lampiões
Zumbi floriano e padre cícero
Lampião e o pampaé o amor

201. Mangueira - Samba Enredo 1985

Abram alas, que eu quero passar
É carnaval
O samba faz vibrar a multidão
Lá vem mangueira
Não posso conter a minha emoção
Vamos reviver o rio antigo
Onde chiquinha se fez imortal
Oh! deusa da folia
Rainha do meu carnaval
Eu sou da lira
Não vou negar
O abram alas que eu quero passar
Só não passa a saudade
A saudade que ficou no seu lugar
Liberdade
Oh! falsa realidade
Liberdade
O sonho foi morar n’outra cidade
Desprezou a burguesia
E o requinte dos salões
Abraça a boemia
E deixa na boca do povo
Mais de mil canções
Roda baiana

202. Mangueira - Samba Enredo 1988

Cem anos de liberdade, realidade e ilusão
Será...
Que já raiou a liberdade
Ou se foi tudo ilusão
Será...
Que a lei áurea tão sonhada
Há tanto tempo assinada
Não foi o fim da escravidão
Hoje dentro da realidade
Onde está a liberdade
Onde está que ninguém viu
Moço
Não se esqueça que o negro também construiu
As riquezas do nosso brasil
Pergunte ao criador
Quem pintou esta aquarela
Livre do açoite da senzala
Preso na miséria da favela
Sonhei...
Que zumbi dos palmares voltou
A tristeza do negro acabou
Foi uma nova redenção
Senhor...

203. Mangueira - Samba Enredo 1990

E deu a louca no barroco
Viveu
Em vila rica a cinderela
Entre sonhos e quimeras
De raríssimo esplendor
Brilhou
Como o sol da primavera
E a beleza de uma flôr
E assim | bis
Imperando nos salões
Em seu doce delírio
Conquistou corações
Acalentou o ideal da liberdade
E transformou toda mentira
Na mais fiel realidade
Vai...
Contar a história do infinito
Vai...
Não haverá amanhecer
Vai dizer que foi esculturada
Que sofreu por amor
E foi amada
Musa inspiradora
Luz de uma canção
Bailando na imensidão
Sinhá olimpia
Quem é você
Sou amor sou esperança
Sou mangueira até morrer

204. Mangueira - Samba Enredo 1997

O olimpo é verde e rosa
A luz
Se fez nascer de um novo dia
E a mangueira em poesia
Fez luzir um clarão
Criou a juventude campeã
De corpo são e mente sã
É o brasil do amanhã
Na grécia antiga
Onde zeus fez a morada
A hostilidade acontecia
Olímpia se tornou sagrada
Numa sábia decisão
Criaram os jogos da paz
Falou a voz da razão
Guerra nunca mais
Nero o cruel sonhador
Entrou na competição
Disputou só se fez campeão
Um grande imperador
Não deixou continuar
E fez a chama
Do olimpo se apagar
Graças ao barão de coubertin
As olimpíadas voltaram
É o amor e a liberdade
Exaltando o valor e a igualdade
Assim como o barão
Mangueira o santuário da esperança
O olimpo é verde e rosa
É o esporte na cultura da criança
De braços abertos sou o rio de janeiro
Dois mil e quatro
É o sonho brasileiro

205. Mangueira - Samba Enredo 2002
Brazil com "z" é pra cabra da peste,
Brasil com "s" é a nação do nordeste
Intérprete: Jamelão

Vou invadir o nordeste,
seu cabra da peste
sou Mangueira
com forró e xaxado,
o filho do chão rachado
vem com a Estação Primeira
Mangueira encanta
E canta a história que o povo faz, ô, ô, ô, ô,
Vem mostrar a nação do valente sertão
De guerras e de sonhos imortais
A cada invasão, uma reação
Pra cada expedição, um brado surgia
Brilhou o sol no sertão
À luz de um novo dia
Lendas e crendices,
mistérios que vêm ao luar
No Velho Chico naveguei, com meu cantar
No canto e na dança
No pecado ou na fé, vou seguir no arrasta-pé
Deixa o povo aplaudir
Ao som da sanfona
Vou descendo a ladeira
Com o trio da Mangueira
“doce Cartola”, sua alma está aqui
Padim, Padre Ciço, faça chover alegria
Pra que cada gota seja o pão de cada dia
Jogo flores ao mar pra saudar Iemanjá
E na lavagem do Bonfim, eu peço axé
Terra encantada e predestinada
Tua beleza não tem fim
Brasil, no coração eu levo paz
Pau-de-arara nunca mais
Vou invadir o nordeste,
seu cabra da peste
sou Mangueira
som forró e xaxado, o filho do chão rachado
vem com a Estação Primeira

206. Mangueira - Samba Enredo 2004

Mangueira redescobre a estrada real... e deste eldorado faz seu
Carnaval
Mangueira,
Um brilho seduziu o meu olhar,
Me fez encontrar
A estrada do sonho,
“real” desejo de poder e ambição.
As trilhas, bordadas em ouro,
Levaram tesouros, a caminho do mar. (teu chão)
Teu chão é um retrato da história
E o tempo não pôde apagar
Hoje descubro a beleza
Que faz a riqueza voltar.
Por belos recantos andei,
Das suas águas provei,
De mansinho eu peço passagem,
A mangueira vai seguir viagem.
Que tempero bom...
Pode avisar que a comida está na mesa.
Se a pinga não “pegar”
Eu chego ao rio com certeza.
Na arte, eu vi obras que o gênio esculpiu,
Igrejas, o barroco emoldura o brasil,
Ó minas,
És um berço de cultura, és raiz,
Que brilha forte em verde e rosa,
Herança e patrimônio de um país.
Eu vou embarcar...
Na estação primeira,
Tesouro do samba, minha paixão,
Eh, trem bão!


207. Mangueira - Samba-Enredo 2008
Composição: Lequinho, Jr. Fionda, Francisco do Pagode, Silvão e Aníbal

Ao som de clarins
Descendo a ladeira
Sou Mangueira
Tem frevo no samba,
Deu nó na madeira
Orgulho da cultura brasileira
A majestade é o povo,
Sem o povo história não há
Estende o brasão, reflete o leão,
Símbolo de garra e união
Capoeira invade os salões
Mascarados, despertam dragões
E pelas ruas, vem Zé Pereira,
Arrastando a multidão
Nascia o frevo contagiando toda a massa
E até hoje tem Colombina e seus amores
Passo no bloco das flores
O profano é sagrado no maracatu
Nos cem anos de história, desperto a alvorada
Brincando no Galo da Madrugada
Invade a cabeça, o corpo, embala os pés
Delírio da massa, um fervo!
É a Mangueira no passo do frevo
Voltei de sombrinha na mão
Sonhando em gritar é campeã
Mandou me chamar, eu vou
Pra Recife festejar
Alegria no olhar, eu vejo
É frevo, é frevo, é frevo

208. Mangueira - Samba Enredo 1997

O olimpo é verde e rosa
A luz
Se fez nascer de um novo dia
E a mangueira em poesia
Fez luzir um clarão
Criou a juventude campeã
De corpo são e mente sã
É o brasil do amanhã
Na grécia antiga
Onde zeus fez a morada
A hostilidade acontecia
Olímpia se tornou sagrada
Numa sábia decisão
Criaram os jogos da paz
Falou a voz da razão
Guerra nunca mais
Nero o cruel sonhador
Entrou na competição
Disputou só se fez campeão
Um grande imperador
Não deixou continuar
E fez a chama
Do olimpo se apagar
Graças ao barão de coubertin
As olimpíadas voltaram
É o amor e a liberdade
Exaltando o valor e a igualdade
Assim como o barão
Mangueira o santuário da esperança
O olimpo é verde e rosa
É o esporte na cultura da criança
De braços abertos sou o rio de janeiro
Dois mil e quatro
É o sonho brasileiro

209. Mangueira - Samba Enredo 2001

A seiva da vida
Nos mares da poesia, naveguei
Cruzando as fronteiras do tempo
Eu aportei... nas terras de canaã
O povo fenício encontrei
Do cedro, construíam as embarcações
Banhando com sabedoria,
Outras civilizações
E a expansão comercial
Gerou o intercâmbio cultural
Mistério! a seiva da vida
Chega ao país do carnaval
É prometida, esta terra!
Abençoado nosso chão
Onde a semente da paz é verde e rosa
E brota no meu coração
Da arte assíria, a inspiração
O rei mandou construir
O monumento ao amor
E a rainha negra ofertou
Tem mascates, troca-troca, gritaria
A dança do ventre até hoje contagia
Vou pro saara comprar, no dia-a-dia
Descendo o morro
Vou vendendo alegria
Eu sou a essência do samba,
A minha raíz é de bamba
Sou mangueira
O tronco forte que dá fruto
A vida inteira

210. Mangueira - Samba Enredo 2006
Das Águas do Velho Chico, Nasce um Rio de Esperança

Vou navegar...
Com a minha Estação Primeira
Nas águas da "integração", chegou Mangueira
Opará... rio-mar, o nativo batizou
Quem chamou de São Francisco foi navegador
Na serra, ele nasce pequenino
Ilumina o destino, vai cumprir sua missão
Se expande pra mostrar sua grandeza
Gigante pela própria natureza
A carranca na mangueira vai passar
Minha bandeira tem que respeitar
Ninguém desbanca minha embarcação
Porque o samba é minha oração
Beleza o bailar da piracema
Cachoeiras, um poema à preservação
Lendas ilustrando a história
Memórias do valente Lampião
Mercado flutuante, um constante vai-e-vem
Violeiro, sanfoneiro, que saudade do meu bem
O sabor desse tempero, eu quero provar
Graças à irrigação, o chão virou pomar
E tem frutas de primeira pra saborear
Um brinde à exportação, um vinho pra comemorar
O velho Chico! É pra se orgulhar
O sertanejo sonhou
Banhou de fé o coração
E transbordou em verde-e-rosa
A esperança do sertão

213. Mangueira - Samba Enredo 2000

Dom obá ii - rei dos esfarrapados,príncipe do povo
Axé, mãe áfrica
Berço da nação iorubá
De onde herdei o sangue azul da realeza
Sou guerreiro de oyó
Filho de orixás
Vim da corte do sertão
Pra defender a nossa pátria mãe gentil
Sou “dom obá”, o príncipe do povo,
Rei da ralé
Nos meus delírios, um mundo novo
Eu tenho fé
No rio de lá
Luxo e riqueza
No rio de cá
Lixo e pobreza
Frequentei o palácio imperial
Critiquei a elite no jornal
Desejei liberdade
500 anos brasil
E a raça negra não viu
O clarão da igualdade
Fazer o negro respirar felicidade
Sonho ou realidade?
Uma dádiva do céu (do céu, do céu)
Vi no morro da mangueira
Sambar de porta-bandeira
A princesa isabel

214. Mar Lagoa - Olodum
Composição: Lula Novaes, Fernando de Itapoam, Roque Reni

Sou filho do mar quero levar
seu corpo envolvente de sereia pro mar
seu canto encanta o meu ego
então simplesmente me entrego
só prá você
(Refrão)
É de mar lagoa
menina não fique assim a toa
é de mar lagoa
o clima é a assim nessa canoa
quero te encontrar
na barca Olodum vamos navegar
É lindo ver o por do sol
no entardecer
eu e você
nós dois transbordando de prazer
(Refrão)
É de mar lagoa
menina não fique assim a toa
É de mar lagoa
o clima é assim nessa canoa
quero te encontrar
na barca Olodum vamos navegar
Qual de vocês é Espartacus?
Que ousou a desafiar Roma
com a sua Legião de Gladiadores
Palavras de Crasso ao derrotar
o exército de Gladiadores de
Espartacus que desafiou Roma
215. Mentiras do Brasil - Gabriel O Pensador

Era uma vez duas criancinhas
Um mundo do faz de conta era onde eles viviam
Seus nomes eram José e Maria
E verde e amarelo era a bandeira que vestiam
Queriam viver com felicidade mas pra isso era preciso saber sempre a verdade
Os adultos hipócritas provocavam sua ira
Pois quem é puro não gosta de conviver com a mentira
Mas Zezinho e Maria eram puros porém sabidos
Deixavam tapados um dos lados de seus ouvidos
Pra não entrar por aqui e sair por ali
O que escutavam e achavam importante refletir
E na TV as estórias que os adultos contavam
Eles gostavam de ver
Mas nem sempre acreditavam
Se revoltavam vendo coisas que até cego já viu
E resolveram fazer uma lista com...

| As maiores mentiras do Brasil
| Vocês e suas mentiras vão pra... (primeiro de abril!)
| As maiores mentiras do Brasil
| Vocês e suas mentiras vão pra... (primeiro de abril!)

E uma mentira absurda encabeçava o rol:
Deus é brasileiro... (Só se for no futebol!)
Certas frases conhecidas são mentiras e ninguém nega
(por exemplo?) "A justiça é cega!"
Quem prega isso é canalha (psh! Não espalha)
Porque aqui a justiça tarda... E falha!
E o Zezinho gargalha com outra mentira boçal
(qual?) "O brasileiro é cordial" aha!
Mas que gracinha, imagina se não fosse!
Se o brasileiro é amável, Adolf Hitler é um doce
Porque a lei de Gérson é o nosso evangelho
Todos querem se dar bem e não se respeita nem os velhos
Dizem também que o pobre é malandro
Mas o povão tá só ralando e quem tá armando são os grandes empresários e empreiteiros
Mas até hoje só prenderam o PC e os bicheiros
No país da impunidade tudo é contraditório
Deixam o resto em liberdade em troca de um simples bode expiatório
Que situação patética
É real ou ilusório o processo de restauração da ética?
Será que é boato? Zezinho e Maria perguntavam
E enquanto isso anotavam...

Mentira tem perna curta e se desmente facilmente
Zezinho estava em frente a uma loura linda e inteligente
E tem gente que diz que toda mulher bonita é burra
Quem acredita merece uma surra
Dizem que o bebê vem da cegonha
E que cresce pelo mão se bater uma bronha
Mas o pequeno Zé não acreditava
E se crescesse ele raspava
A lista de mentiras aumentava:
Comunista come criancinha, Aids é doença de gay
"Mentira!" (seu comunista, bota camisinha!)
Mariazinha ficou mocinha e descobriu que era caô
Que só existia sexo com amor
Aprendeu a falar inglês e viu que não é só filme brasileiro que tem muito palavrão
Pois foi no cinema e ouviu tudo o que eles cortam na legenda e na dublagem da televisão
Queriam as verdades sem cortes
Queria liberdade
Queriam independência ou morte
Perguntaram ao fantasma de Cabral a história real entre Brasil e Portugal:
"Não foi sem querer que descobrimos vosso país
Nós portugueses não somos burros como se diz!"
Outra piada que não era nada séria era que a seca do Nordeste era a culpada da miséria
Desculpa esfarrapada puro blá, blá, blá...
Pois se os políticos quisessem eles faziam o sertão virar mar!
Tem também a lenda eterna da falta de verbas
As moscas mudam mas é sempre a mesma merda...
E a lista continua sem parar
Com mentiras que o Pinóquio teria vergonha de contar

Diziam que o Brasil é o país do futuro
Mas eles viram que o melhor era viver o presente
Zezinho e Maria decidiram mostrar pra todo mundo que é mentira que o Brasil não vai pra frente!
Eram crianças
Tinham muita esperança
Mas não queriam esperar pois quem espera nunca alcança
Acharam nojento todo aquele fingimento
E começaram a ficar violentos
(O brasileiro tá cansado de ser enganado
Daqui pra frente os mentirosos serão enforcados)
E começaram assim uma revolução
Controlaram todos os meios de comunicação
E revelaram sua lista com as milhões de mentiras
Que atrasavam a ordem e o progresso da nação
Só tinham uma saída pro país
Acabar com as mentiras pela raiz
E como toda revolução deixa cicatriz
O sangue jorrou feito um chafariz
Foi uma vitória do povo e no final da conquista
Zezinho e Maria puseram fogo na lista das...

E ao voltarem pra casa encontraram seu pai emocionado por tudo que eles tinham aprontado
Uma nova era tinha começado e não era à toa que os olhos do coroa estavam encharcados
Uma lágrima desceu e Zezinho percebeu que descobria mais uma mentira nessa hora...
Homem também chora

216. Meus Direitos - Edson Gomes
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Tanto tempo que a gente est?aqui
No Brasil
Tanto tempo que a gente est?assim
No Brasil
Tanto tempo que a gente est?aqui
No Brasil
Tanto tempo que a gente est?assim
Sem ter educação
Sem ter oportunidade
Sem ter habitação
Sem ser membro da sociedade
Somos alvo da incoer?cia
V?imas da prepot?cia
Dos racistas, dos racistas, dos racistas
Quero meu direito de crescer na vida
Quero sim
Quero meu direito de vencer na vida
Quero meu direito de crescer na vida
Quero sim
Quero meu direito de vencer na vida
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Quero ter o direito de ser
O que eu quiser ser
Quero ter o direito de ser
O que eu quiser
Quero ter o direito de ser
O que eu quiser ser
Quero ter o direito de ser
O que eu quiser
Somos alvo da incoer?cia
V?imas da prepot?cia
Dos racistas, dos racistas, dos racistas
Quero meu direito de crescer na vida
Quero sim
Quero meu direito de vencer na vida
Quero meu direito de crescer na vida
Quero sim
Quero meu direito de vencer na vida
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
Oh, mam? África
217. Mocidade Alegre - Samba Enredo 2000
HISTÓRIA BRASILIAE, CULTURA, HÁBITOS E COSTUMES DE UMA HOLANDA
TROPICAL
O vira-vira virou ( Virou, virou )
Olha a Mocidade aí
Na virada do milênio vem sacudir
Hoje pra deleite nacional
Vem tecer um carnaval... De amor...
Sonha e conquista Nassau seu ideal...
Que esplendor!
Do seu governo então, surgiu uma nação
Na fauna e flora teve sua inspiração
Outros estados conquistou
Aos Senhores de Engenho financiou
Olinda reedificou, com modelo holandês
Muitas coisas fez, muito contribuiu
Com seus costumes e crenças no Brasil
Liberdade, liberdade... Que emoção... !
O velho mundo viu, em telas meu Brasil
Com sutileza as riquezas deste chão
Valeu, por tudo valeu
Da semente ficou, profunda raiz
Num sentimento nasceu, floresceu
O nativismo fez unir todo país
Vem nestes versos vem
O passado está presente pra contar
As maravilhas mil, pros olhos de quem não viu
Vem comemorar
A História faz história pra cantar
Brilha... Brilha canta e encanta
Meu Brasil-Holanda, tropical
218. Mocidade Alegre - Samba Enredo 2001
Samba-enredo - "A lenda da lenda: do Fascínio de Ophir ao
Mistério das Encantadas"
A Mocidade é mistério e magia
É sonho e fantasia que esplendor
Encanto e fascinação
Pro seu coração... vem amor!
Lenda vamos mostrar pra você (vem ver)
Antes de Cristo nascer
Navegou pra conquistar
África era o destino da realeza
Dos fenícios buscando riquezas
Originou-se então Ophir
Pindorama fauna, flora que encanta
Exuberância sem igual
Terra da dança, da lua, dos deuses
Das grandes mulheres guerreiras, Tupinambás
Da aliança de Reis surgiu
Prosperou Nova Canaã
Explorou-se riquezas mil
Que fama e cobiça atraiu
Ouro, prata, ferro e cobre "quem vai querer"
Pau-Brasil e pedrarias 'tem pra vender'
De Pindorama pra você
E assim tudo ia muito bem, esqueceram-se porém
Do Deus das profundidades, nos festejos da cidade
Tudo que era felicidade, com sua ira destruiu
Em noite de lua cheia
A Morada do Samba incendeia
A lenda é lenda no Piauí, eis aqui!


219. Mocidade Alegre - Samba Enredo 2006
Das Lágrimas de Iaty surge o Rio, do Imaginário Indígena a Saga
de Opara,Para os Olhos do Mundo um Símbolo de Integração
Nacional: Rio São Francisco"
Um grande rio as formou
Pelas lágrimas de Iaty
Na consagração do sol e da lua
Homem branco veio invadir
E despertou das profundezas maus espíritos
Jacy a grande noite provocou
Ao proteger o paraíso do invasor
Visando o Eldorado a procura de riquezas
A cobiça prevaleceu
Batalhas e guerras sangrentas
No coração da mata o índio defendeu o que era seu
Na dança do Pajé
Um ritual de fé... O Toré
Se o pescador o Velho Chico encara
Se encanta nas águas... De lara
Vapor encantado, mistérios no ar
Lá vai sertanejo, estórias contar
Miscigenação... Rica cultura o tempo ultrapassou
Festa do Divino, Romaria abençoou
Vai a carranca todo mal espantar
Vem repentista canta esse santuário
Um rio de integração nacional
Terra Mãe , pede proteção
Resgata a "Tribo Brasil"
O futuro está em nossas mãos
Corre nas veias do sertão
"Opará" a salvação
Vamos preservar
Vem a Morada do Samba... Navegar
220. Mocidade Independente de Padre Miguel - Samba-Enredo 1985
Gibi, Arsênio e Tiãozinho
ZIRIGUIDUM 2001, CARNAVAL NAS ESTRELAS
Desse mundo louco
De tudo um pouco
Eu vou levar pra 2001
Avançar no tempo
E nas estrela fazer meu Ziriguidum
(meu Ziriguidum)
Nos meus devaneios
Quero viajar
Sou a Mocidade
Sou Independente
Vou a qualquer lugar (bis)
Vou à Lua, vou ao Sol
Vai a nave ao som do samba
Caminhando pelo tempo
Em busca de outros bambas (bis)
Quero ver no céu minha estrela brilhar
Escrever meus versos à luz do luar
Vou fazer todo o universo sambar!
Até os astros irradiam mais fulgor
A própria vida de alegria se enfeitou
Está em festa o espaço sideral
Vibra o universo hoje é carnaval
Quero ser a pioneira
A erguer minha bandeira
E plantar minha raiz (bis)
221. Monólogo ao Pé do Ouvido - Chico Science

Modernizar o passado
É uma revolução musical
Cadê as notas que estavam aqui
Não preciso delas
Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos
O medo dá origem ao mal
O homem coletivo sente a necessidade de lutar
O orgulho, a arrôgancia, a glória
Enche a imaginação de domínio
São demônios os que destroem o poder
Bravio da humanidade

Viva Zapata!
Viva Sandino!
Viva Zumbi!
Antônio Conselheiro
Todos os Panteras Negras
Lapião sua imagem e semelhança
Eu tenho certeza eles também cantaram um dia

222. MORRO VELHO - MILTON NASCIMENTO
Morro Velho
Composição: Milton Nascimento

No sertão da minha terra, fazenda é o camarada que ao chão se deu
Fez a obrigação com força, parece até que tudo aquilo ali é seu
Só poder sentar no morro e ver tudo verdinho, lindo a crescer
Orgulhoso camarada, de viola em vez de enxada
Filho do branco e do preto, correndo pela estrada atrás de passarinho
Pela plantação adentro, crescendo os dois meninos, sempre pequeninos
Peixe bom dá no riacho de água tão limpinha, dá pro fundo ver
Orgulhoso camarada, conta histórias prá moçada
Filho do senhor vai embora, tempo de estudos na cidade grande
Parte, tem os olhos tristes, deixando o companheiro na estação distante
Não esqueça, amigo, eu vou voltar, some longe o trenzinho ao deus-dará
Quando volta já é outro, trouxe até sinhá mocinha prá apresentar
Linda como a luz da lua que em lugar nenhum rebrilha como lá
Já tem nome de doutor, e agora na fazenda é quem vai mandar
E seu velho camarada, já não brinca, mas trabalha.

223. Mulher Nova, Bonita e Carinhosa - Zé Ramalho
Numa luta de Gregos e Troianos
Por Helena mulher de Menelau.
Conta a história que um cavalo de Pau
Acabava uma Guerra de dez anos.

Menelau o maior dos Espartanos
Em seu pais, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defasa da honra caprichosa

Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor.

Alexandre figura desumana
Fundador da famosa Alexandria
Conquistava na Grécia e destruía
Quase toda a população Tebana.
A beleza cariva de Rotana
Dominava o maior conquistador
Tendo ela vencido o vencedor
Entregou- se à pagã mais que formosa

Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor.

Na velhice o sujeito nada faz a não ser a igreja que visita
Mas se um dia encontrar a mulher bonita,
ele troca Jesus por Barabás ( ele sabe o que faz... )

Lembra logo o tempo de rapaz
Diz prá ela me ame por favor
A resposta que tem é não senhor
Tua idade passou deixe de prosa
Mulher nova bonita e carinhosa
Faz um homem gemer sem sentir dor.

224. Mulheres de Atenas - Chico Buarque/Augusto Boal

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seu maridos, orgulho e raça de Atenas
Quando andas, se perfumam
Se banham com leite, se arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem, imploram
Mais duras penas
Cadenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos, poder e força de Atenas
Quando eles embarcam, soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam sedentos
Querem arrancar violentos
Carícias plenas
Obscenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos, bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de vinho
Costumam buscar o carinho
De outras felenas
Mas no fim da noite, aos pedaços
Quase sempre voltam pros braços
De suas pequenas
Helenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Geram pros seus maridos os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou vontade
Nem defeito nem qualidade
Têm medo apenas
Não têm sonhos, só têm presságios
Lindas sirenas
Morenas
Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos, heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas
Serenas

Mirem-se no exemplo daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos, orgulho e raça de Atenas

225. Mundo em Confusão - Tribo de Jah
So much trouble in the world (2x)
UiÊ, uiê-o
Mundo em confusão, mundo em aflição
UiÊ, uiÊ-o
Dias de tribulação, de degradação
Degradação moral e ambiental
Fruto da mesma ação nefasta
De um sistema irracional
Que polui, degrada e devasta
Os mentores da ordem econômica
Defensores de teses anacrônicas
Senhores do saber e da razão
Semeadores de destruição
Almejam o lucro a todo custo
Apreciam o conforto, o bom gosto e o luxo
Não percebem o drama, o sinistro sinal
A bomba relógio do aquecimento global
Bless my eyes this morning
Jah, sun is on the rise once again
Pra rapaziada tudo, tudo é curtição
Se tá tudo muito bem, se tá tudo muito bom
Praia inflamada, chegou o verão
Dia de balada, de curtir um som
Rolando altas ondas, que alucinação
50 graus na sombra
Enquanto você caminha
O corpo cozinha
Em lenta combustão
A gatinha passa sabendo que abala
Com seu shortinho sexy e seu bumbum bala, bala
Bumbum bala, bala
Tudo muito bem, tudo muito bom
Não importa a ética
Império da estética
Degradação moral e ambiental
Corpos sarados, mundo animal
Espíritos alienados
Ninguém parece
Refletir com calma
Que o corpo padece
Morre o corpo e fica a alma
So much trouble in the world (2x)
Degradação moral de um sistema que falhou
Um mundo em confusão, o Mundo em que você parou
Ninguém parece acreditar, Nem refletir com calma
Um mano firmeza fala sempre com clareza
Contra a realeza Que ostenta essa pobreza
Mas vale a liberdade e o bem que ela te faz
Liberdade é tudo aquilo Liberdade é muito mais
So much trouble in the world
So much trouble in the world
"Se tudo era uma farsa Então disfarça
Quem tem fé em Deus se afasta
Não fale mais em desgraça
Palavras e canções atrasa"
Uiê, uiê-o - mundo em confusão
Mundo em aflição
Uiê, uiê-o - dias de tribulação
De degradação
Uiê, uiê-o - mundo em aflição
Mundo em confusão
226. Nada Será como Antes - Milton Nascimento/Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã...

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã...

Que notícias me dão dos amigos
Que notícias me dão de você
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

227. Não Basta Ser Rasta - Tribo de Jah
A Tribo tá na Jamaica,
culture está no Maranhão
A tribo se aquece pro Sun Splash
e deixa sua marca na meca do som.
eric e stanley em são luiz,
grande performance do reggae raiz,
wailers e outros vem novamente,
culture segue para paris,
o reggae cruza os continentes
miami é a esquina da conexão,
estados unidos, canadá,oriente,
áfrica, europa,brasil e japão
O reggae voa pelo mundo
Nas asas do avião
O reggae viaja
Subindo ao céu, rolando no chão
Reggae keep flying
on the wings on the airlines
Going around
Reggae keep flying
Touch in the sky
rolling in the ground
Solidão na estrada
Amor perdido em vagas rotas, escalas
Remota destinação, uh yeah!
há ainda uma longa jornada que se seguir,
há de se cumprir a missão.
uh! baby
Reggae keep flying,
keep flying
A tribo roda a Jamaica
E cruza a ilha em toda
a sua extensão
Muitas pedras na bagagem
segue viagem pro Maranhão
entra nas entranhas do Nordeste
Rasga a caatinga seca do sertão
Levando mensagens pelo agreste
Lembra as passadas de Lampião
O reggae é apenas
entretenimento
Mas pode libertar mentes e almas
Dança e música com sentimento
Rolando sem ódio
rolando sem trauma
Não basta ser rasta,
É preciso ser puro em seu coração
Não basta ser rasta, não
Pra obter graça é preciso perdão
Não basta ser rasta
É preciso estar certo da convicção
Não basta ser rasta, não
É preciso ser justo em sua razão
Yo no soy rastafari hombre!
apenas me gusta la musica reggae
soy um rapaz latino-americano
E creo que há solamente um Dios soberano
Yo no soy rasta, pero soy hirro, de Dios, entiende?
228. O Navio Negreiro - Caetano Veloso
Composição: Castro Alves

O Navio Negreiro
’Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa dos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanaz!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no seu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
229. O Navio Negreiro/Um índio - Maria Bethânia
Composição: Navio Negreiro, poema de Castro Alves. Um Índio, emendada com o poema, é de Caetano Veloso e foi lançada pelo autor no disco Bicho, de 1977.
O Navio Negreiro/Um índio

Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, levantando às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, assustadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
chora e dança, ali.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
......
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas
das tecnologias
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som
magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.
Virá

230. Negro Drama - Racionais Mc's

NEGRO DRAMA,
Entre o sucesso, e a lama,
Dinheiro, problemas,
Inveja, luxo, fama,

NEGRO DRAMA,
Cabelo crespo,
E a pele escura,
A ferida a chaga,
A procura da cura,

NEGRO DRAMA,
Tenta vê,
E não vê nada,
A não ser uma estrela,
Longe meio ofuscada,

Sente o Drama,
O preço, a cobrança,
No amor, no ódio,
A insana vingança,

NEGRO DRAMA,
Eu sei quem trama,
E quem tá comigo,
O trauma que eu carrego,
Pra não ser mais um Preto Fudido,

O drama da Cadeia e Favela,
Tumulo, sangue,
Sirene, choros e velas,

Passageiro do Brasil,
São Paulo,
Agonia que sobrevivem,
Em meia zorra e covardias,
Periferias,vielas e cortiços,

Você deve tá pensando,
O que você tem a ver com isso,
Desde o início,
Por ouro e prata,

Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,

me vê, Pobre, preso ou morto,

Já é cultural,
Histórias, registros,
Escritos,
Não é conto,
Nem fabula,
Lenda ou mito,

Não foi sempre dito,
Que preto não tem vez,
Então olha o castelo e não,
Foi você quem fez Cuzão,

Eu sou irmão,
Dos meus truta de batalha,
Eu era a carne,
Agora sou a propria navalha,

Tim..Tim..

Um brinde pra mim,
Sou exemplo, de vitorias,
Trajetos e Glorias,

O dinheiro tira um homem da miséria,
Mas não pode arrancar,
De dentro dele,
A Favela,

São poucos,
Que entrão em campo pra vencer,
A alma guarda,
O que a mente tenta esquecer,

Olho pra traz,
Vejo a estrada que eu trilhei,
Mococa,
Quem teve lado a lado,
E quem só fico na bota,
Entre as Frases,
Fases e varias etapas,

De quem é quem,
Dos Manos e das Minas fraca,

Hum..

NEGRO DRAMA de estilo,
Pra ser,
E se for,
Tem que ser,
Se temer é milho,

Entre o gatilho e a tempestade,
Sempre a provar,
Que sou homem e não um covarde,
Que Deus me guarde,

Pois eu sei,
Que ele não é neutro,
Vigia os rico,
Mais ama os que vem do Gueto,

Eu visto Preto,
Por dentro e por fora,

Guerreiro,
Poeta entre o tempo e a memória,
Hora,
Nessa história,
Vejo o dolar,
E varios quilates,

Falo pro mano,
Que não morra, e tambem não mate,
O Tic Tac,
Não espera veja o ponteiro,
Essa estrada é venenosa,
E cheia de morteiro,

Pesadelo,
Hum,

É um elogio,
Pra quem vive na guerra,
A PAZ
Nunca existiu,
No clima quente,
A minha gente soa frio,

tinha um Pretinho,
Seu caderno era um Fuzil,

Um Fuzil,
NEGRO DRAMA,

CRIME,FUTEBOL, MUSICA, CARAlhO,
EU TAMBEM, VO CONSEGUI FUGI DISSO Ai,
EU SO MAIS UM,
FOREST CAMP é MATO,
EU PREFIRO CONTAR UMA HISTORIA REAL,

Vou CONTA A MINHA....

Dai um filme,
Uma negra,
E uma criança nos braços,
Solitária na floresta,
De concreto e aço,

Veja,
Olha outra vez,
O rosto na multidão,
A multidão é um monstro,

Sem rosto e Coração,

Hey,
São Paulo,
Terra de arranha-céu,
A garoa rasga a carne,
É a Torre de Babel,

Famíla Brasileira,
2 contra o mundo,
Mãe solteira,
De um promissor,
Vagabundo,

Luz,
Câmera e Ação,

Gravando a cena vai,
O Bastardo,
Mais um filho pardo,
Sem Pai,

Hey,

Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem é você,
Sozinho, se num guenta,

Sozinho,
Se num guenta a peste,

e disse que era bom,
E a favela ouviu, la
tambem tem
Whiski, e Red Bull,
Tênis Nike,
Fuzil,

Admito,

Seus carro é bonito,
Hé,
E eu não sei fazer,
Internet, Video-cassete,
Os carro loko,

Atrasado,
Eu to um pouco se,
To,
Eu acho sim,

Só que tem que,

Seu jogo é sujo,
E eu não me encaixo,
Eu so problema de montão,
De carnaval a carnaval,
Eu vim da selva,
So leão,
So demais pro seu quintal,

Problema com escola,
Eu tenho mil,
Mil fita,
Inacreditavel, mas seu filho me imita,
No meio de vocês,
Ele é o mais esperto,
Ginga e fala giria,
Giria não dialeto,

Esse nao é mais seu,
Hó,
Subiu,
Entrei pelo seu rádio,
Tomei,
Se nem viu,
Mais é isso ou aquilo,

O Que,
Senão dizia,
Seu filho quer ser Preto,
Rhá,
Que irônia,

Cola o pôster do 2 Pac ai,
Que tal,
Que se diz,
Sente o NEGRO DRAMA,
Vai,
Tenta ser feliz,

Hey bacana,
Quem te fez tão bom assim,
O que se deu,
O que se faz,
O que se fez por mim,

Eu recebi seu Tic,
Quer dizer Kit,
De esgoto a céu aberto,
E parede madeirite,

De vergonha eu não morri,
To firmão,
Eis-me aqui,

Voce não,
Se não passa,
Quando o mar vermelho abrir,

Eu sou o mano
Homem duro,
Do gueto, Browm,

Obá,

Aquele loko,
Que não pode errar,
Aquele que você odeia,
ama nesse instante,
Pele parda,
Ouço Funk,

E de onde vem,
Os diamante,
Da lama,

Valeu mãe,

NEGRO DRAMA,
DRAMA, DRAMA.

AE,
NA ÉPOCA DOS BARRACO DE PAU LÁ NA PEDREIRA
ONDE VOCÊS TAVAM?
O QUE VOCÊS DERAM POR MIM ?
O QUE VOCÊS FIZERAM POR MIM ?
AGORA TÁ DE OLHO NO DINHEIRO QUE EU GANHO
AGORA TÁ DE OLHO NO CARRO QUE EU DIRIJO
DEMOROU, EU QUERO É MAIS
EU QUERO É TER SUA ALMA
AÍ, O RAP FEZ EU SER O QUE SOU
ICE BLUE, EDY ROCK E KLJ, E TODA A FAMÍLIA
E TODA GERAÇÃO QUE FAZ O RAP
A GERAÇÃO QUE REVOLUCIONOU
A GERAÇÃO QUE VAI REVOLUCIONAR
ANOS 90, SÉCULO 21
É DESSE JEITO
AÍ, VOCE SAÍ DO GUETO,
MAS O GUETO NUNCA SAÍ DE VOCE, MOROU IRMÃO
VOCE TÁ DIRIGINDO UM CARRO
O MUNDO TODO TÁ DE OLHO NI VOCÊ, MOROU
SABE POR QUÊ?
PELA SUA ORIGEM, MOROU IRMÃO
É DESSE JEITO QUE VOCÊ VIVE
É O NEGRO DRAMA
EU NÃO LI, EU NÃO ASSISTI
EU VIVO O NEGRO DRAMA, EU SOU O NEGRO DRAMA
EU SOU O FRUTO DO NEGRO DRAMA
AÍ DONA ANA, SEM PALAVRA, A SENHORA É UMA RAINHA, RAINHA
MAS AE, SE TIVER Q VOLTAR PRA FAVELA
EU VOU VOLTAR DE CABEÇA ERGUIDA
PORQUE ASSIM É QUE É
RENASCENDO DAS CINZAS
FIRME E FORTE, GUERREIRO DE FÉ
VAGABUNDO NATO!
231. Nenê De Vila Matilde - Samba Enredo 2006
Composição: by Santaninha/ Baby/ Rubens Gordinho/ Clóvis/ Teco/ Juninho/ Rafael E Renato mamma bahia - Ópera negra "lídia de oxum"

Meu canto é emoção
Vem te conquistar
A Vila é pé no chão
Mama Bahia vai te arrepiar
Quando desembarcaram os conquistadores
Do velho mundo veio a ambição
O índio foi cativo no seu chão
O sangue do negro tingiu
O nosso povo surgiu dessa mistura ideal
Nascia a cidade de São Salvador
Ô ô a nossa primeira capital
Gira a moenda no ciclo da cana
No grito do negro emana
O canto de várias nações
A arte, o barroco e a cultura, literatura
Quilombolas invasões
As revoluções
Se meu pai é Xangô o rei Ioruba
Banto, sudanes, Malê, haussá
Caboclo de angola, também sou mais um
Ópera Negra da Nenê, é Lídia de Oxum
Salvador negritude em redenção
Minha águia anuncia
Clamor de alegria, na velha Bahia que satisfação
Venha ver o povo Negro, vem dançar
Cantos de libertação soam no ar
O tambor se manifesta, na ladeira do pelô a minha vila faz a
festa
232. O Bêbado e A Equilibrista - Elis Regina
Composição: João Bosco e Aldir blanc

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...
Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Asas!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...

233. O Eleito - Lobão
Composição: Lobão &Bernardo Vilhena)

Ele é esperto e persistente
Acha que nasceu pra ser respeitado
Ele é incerto e reticente
Acha que nasceu pra ser venerado
O palácio é o refúgio mais que perfeito
Para os seus desejos mais que secretos
Lá ele se imagina o eleito
Sem nenhuma eleição por perto
Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito
Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
A sua pose é militarista
Ele se acha o intocável
Senhor de todas as cadeiras
Derruba tudo pra ficar estável
Ele não está aí para brincadeira
E o tempo passa quase parado
E eu aqui sem a menor paciência
Contando as horas como se fossem trocados
Como se fossem contas de uma penitência
E tudo parece estar errado
Mas nesse caso o erro deu certo
Foi o que ele disse a o pé do rádio
Com a honestidade pelo avesso

234. O Exército de um Homem Só - Engenheiros do Hawaii

Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto em linhas tortas
nas portas da perseguição

Em paredes de banheiros
nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de histórias
seremos a memória
dos dias que virão
se é que eles virão

Não importa se só tocam
a primeira frase da canção
a gente escreve o resto sem muita presa
com muita precisão
Nos interessa o que não foi impresso
mas continua sendo escrito a mão
escrito a luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão

Não importa se só ouvem
primeira nota da canção
a gente escreve o resto
e o resto é resto
é falsificação
é sangue falso
bang-bang italiano
swing falso
turista americano
livre dessa estória
a nossa trajetória não precisa explicação
e não tem explicação

Somos um exército
o exército de um homem só
No difícil
exercício de viver em paz
Somos um exército
o exército de um homem só
sem fronteiras
sem bandeiras
pra defender
pra defender

Não interessa o diário e a corte
não interessa o que diz o rei
se num jogo não há juiz
não há jogada fora da lei
não interessa o que diz o ditado
não interessa o que o estado diz
nós falamos outra língua
moramos em outro país

Somos Kamikazes
incapazes de ir à luta
somos quase livres
isso é pior de que a prisão
Somos um exército
o exército de um homem só
Um bando de vampiros
que odeiam sangue
sem fronteiras
sem bandeiras para defender
somos um exército
o exército de um homem só
nesse exército
o exército de um homem só
todos sabem
que tanto faz
ser culpado
ou ser capaz
tanto faz

235. O Fim da História - Gilberto Gil

Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar

Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar

É como se o livro dos tempos pudesse
Ser lido trás pra frente, frente pra trás
Vem a História, escreve um capítulo
Cujo título pode ser Nunca Mais
Vem o tempo e elege outra história, que escreve
Outra parte, que se chama Nunca É Demais
Nunca Mais, Nunca É Demais, Nunca Mais
Nunca É Demais, e assim por diante, tanto faz
Indiferente se o livro é lido
De trás pra frente ou lido de frente pra trás

Quantos muros ergam
Como o de Berlim
Por mais que perdurem
Sempre terão fim

E assim por diante
Nunca vai parar
Seja neste mundo
Ou em qualquer lugar

Por isso é que um cangaceiro
Será sempre anjo e capeta, bandido e herói
Deu-se notícia do fim do cangaço
E a notícia foi o estardalhaço que foi
Passaram-se os anos, eis que um plebiscito
Ressuscita o mito que não se destrói
Oi, Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez
Lampião faz bem, Lampião dói
Sempre o pirão de farinha da História
E a farinha e o moinho do tempo que mói

Tantos cangaceiros
Como Lampião
Por mais que se matem
Sempre voltarão

E assim por diante
Nunca vai parar
Inferno de Dante
Céu de Jeová


236. MESTRE SALA DOS MARES - ELIS REGINA
Composição: João Bosco/Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias
Glória à farofa à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo

238. Olinda - Alceu Valença

Olinda
Tens a paz dos mosteiros da Índia
Tu és linda
Prá mim és ainda
Minha mulher
Calada
O silêncio rompe a madrugada
Já não somos aflitos nem nada
Minha mulher
Tu voltas
Entre frutas, verão e tu voltas
Abriremos janelas e portas
Minha mulher
Olinda...

239. Olodum Lindo Arco-iris - Olodum
Tempo dá Agô pra Olodumaré Canta Arroboboi
Filho de Oxumaré
Tempo dá Agô pra Olodumaré Canta Arroboboi
Filho de Oxumaré
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
Formando-se no céu um lindo arco-íris
Na beira-mar Olodum chegou
Ê rema remador no balanço das ondas nesse barco eu vou
Ê rema remador no balanço das ondas nesse barco eu vou
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
Vem dançar Iyawo na Terça-feira
Tem São Bartolomeu no banhar da cachoeira
O povo de Bradjá a nos guiar
No toque da nação Olodum que vem cantar
O povo de Bradjá a nos guiar
No toque da nação Olodum que vem cantar
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
240. Olodum Alicerce Negro - Olodum
Composição: Carlos e Paixão
Olodum idôneo
Pois tem razão
Diz negro não vive em vão
Cantem, apartheid não
Pois vencerá a negra cor
Pois tem a dor que sofreu no pelô
Olodum, alicerce da cultura
afro-negra
Preconceito nao
Pois a razão
Temos que lutar
Que lutar contra a opressão
Na hora H ou D
Somos negros
E temos que vencer
Que passou Olodum
Do Pelourinho iô iô
Que passa envolvendo
A massa a cantar
Do Pelourinho
Olodum se expandiu
Levou cultura da Bahia ao Brasil
Não temem a dor pujante lutador
Místico movimento negro em Salvador
Refletindo paz e quer mais e mais
A toda nação
Que diz assim
241. Olodum Ologbom - Olodum
Composição: Tita Lopes e Lazinho
Akewi Ati Onilu
Cantam e tocam para anunciar
Nubia, Axum e Etiópia
Olodum vem mostrar
Registrado pela historia
Soberania mometanea
Menelik, rei Cabeb
Rastafari, Ei Ezana
A rainha do Sabá
Casou-se com o Rei Salomão
Originando a mista raça
São raizes do Sudão
A cultura sudanesa
Pelo mundo se espalhou
Fons, dogons, sereres, Haussás
Mossis, mandingas, ibôs, iorubás
Olodum do Pelourinho
Sempre contra a opressão
Busca paz e liberdade
Quer o mundo em união
ô ô ô
Ago Olodum Ti-de
Ibere ifé ati axé
242. Oração pela Libertação da África do Sul - (Gilberto Gil)

Se o rei Zulu já não pode andar nu
Se o rei Zulu já não pode andar nu
Salve a batina do bispo Tutu
Salve a batina do bispo Tutu

Ó, Deus do céu da África do Sul
Do céu azul da África do Sul
Tornai vermelho todo sangue azul
Tornai vermelho todo sangue azul

Já que vermelho tem sido todo sangue derramado
Todo corpo, todo irmão chicoteado - iô
Senhor da selva africana, irmã da selva americana
Nossa selva brasileira de Tupã

Senhor, irmão de Tupã, fazei
Com que o chicote seja por fim pendurado
Revogai da intolerância a lei
Devolvei o chão a quem no chão foi criado

Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã
Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã
Zelai por nossa negra flor pagã
Zelai por nossa negra flor pagã

Sabei que o papa já pediu perdão
Sabei que o papa já pediu perdão
Varrei do mapa toda escravidão
Varrei do mapa toda escravidão

244. Samba do Crioulo Doido - Sérgio Porto

Este é o samba do crioulo doido.
A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento,
e só fez samba sobre a história do brasil.
E tome de incofidência, abolição, proclamação, chica da silva, e o coitado
do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:

Foi em diamantina onde nasceu j.k.
E a princesa leopoldina lá resolveu se casar
Mas chica da silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar

Joaquim josé, que também é da silva xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu pedro segundo
Das estradas de minas, seguiu p'rá são paulo
E falou com anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a dom pedro
E acabou com a falceta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A leopoldina virou trem
E dom pedro é uma estação também
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou

245. Os Sertões (1976) - Em Cima da Hora -
Composição: Edeor de Paula
Marcados pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra e seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida e triste nesse lugar
Sertanejo e forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Ate o final
Defendendo canudos
Naquela guerra fatal
247. Parabéns do Brasil pra você - Bezerra da Silva
Como mora lalau nesse nosso Brasil, ô Brasil
Lalau dá trombada no meio da rua
É que meteram o chefe da Roubos e Furtos,
limparam o doutor que é o terror da "ratatuia"!
E tem até ladrão de fraque e cartola roubando
ladrão, essa tal de falcatrua!
E o micróbio da fraude e da corrupção continua
devorando os irmãos e fazendo das suas
Roubam até da merenda de crianças carentes, minha
Nossa Senhora!
Só não roubam São Jorge porque ele mora na lua
A cruel rapinagem só vai acabar
quando o nosso governo parar de manobra
Na hora que a impunidade deixar de imperar
e meu povo faminto tiver mesa farta e grana de sobra
Quando a nossa Mãe Pátria se livrar de quem não
presta
E o dinheiro do cofre render pra valer sem
desaparecer
A nossa renda bem distribuída pra quem merecer
E o desvio de verba pro banco suíço não acontecer
E o povão com salário decente e ambiente de festa,
podes crer.
Consagrar o Presidente e cantar parabéns pra você (vou
dizer parabéns)
Parabéns pra você!
Nesta data feliz!
O Presidente é nosso grande amigo e é "sujeito homem",
é povo que diz
Acabou com a miséria e a fome do nosso país, diz aí
parabéns!
248. Paraíba Masculina - Luiz Gonzaga

Quando a lama virou pedra e mandacaru secou
quando ribançã de sede bateu asas e voou
foi aí que eu fui me embora carregando a minha dor
hoje eu mando um abraço p´ra ti pequenina

Êta pau pereira que a princesa já roncou
êta paraíba mulher macho sim senhor
êta pau pereira meu bodoque nem quebrou
hoje eu mando um abraço p´ra ti pequenina

Paraíba masculina mulher macho sim senhor (bis)

Saí p´ra lá peste!

249. Panamericana - Lobão
Quem são os ditadores
Do Partido Colorado?
O que é a democracia ao sul
Do Equador?
Quem são os militares ao sul
Da Cordilheira?
Quem são os salvadores do povo
De El Salvador?
Em Parador
Quem são os assassinos dos
Índios brasileiros?
Quem são os estrangeiros
Que financiam o terror?
Em Parador
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Ao sol de Parador
Quem são os índios incas
Que plantam cocaína?
Quem são os traficantes
Com armas e gasolina?
Quem são os Montoneros?
Quem são los Tupamaros?
Las madres e abuelitas
Na praça de maio
Em Parador
Quem são os contra-revolucionários
De Sandino?
O que é a presidência no
Canal do Panamá?
Em Parador
Quem são os guerrilheiros de
Farrabundo Marti?
Quem são os fuzileiros
Do M - 19?
Quem são os luminosos que
Acendem o Sendero?
Quem são os para-militares
Do alti-plano?
Em Parador
Quem são os vudanizados que
Querem ton ton macutes?
Quem são os encarnados que
Inspiram as falanges?
Em Parador
250. Paulo Afonso/1955 - Luiz Gonzaga/Zédantas
Delmiro deu a idéia
Apolônio Aproveitô
Getúlio fez o decreto
E Dutra realizô
O presidente Café
A usina inaugurô
E gracas a esse feito
De homens que tem valô
Meu Paulo Afonso foi
Sonho
Que já se concretizô

Olhando pra Paulo Afonso
Eu louvo nosso engenheiro
Louvo o nosso cassaco
Caboclo bom verdadeiro
Oi! Vejo o nordeste
Erguendo a bandeira
De ordem e progresso
A nação brasileira
Vejo a industria gerando riqueza
Findando a seca
Salvando a pobreza

Ouco a usina feliz mensageira
Dizendo na força da cocheira
O Brasil vai, o Brasil vai
O Brasil vai, o Brasil vai
Vai, vai, vai, vai, vai, vai

251. Ponta de Areia - Milton Nascimento/Fernando Brant

Ponta de areia, ponto final
Da Bahia à Minas, estrada natural
Que ligava Minas ao porto, ao mar
Caminho do ferro mandaram arrancar
Velho maquinista com seu boné
Lembra o povo alegre que vinha cortejar
Maria Fumaça, não canta mais
Para moças, flores, janelas e quintais
Na praça vazia, um grito um ai
Casas esquecidas, viúvas nos portais

252. Portela - Samba Enredo 2006
Brasil marca tua cara e mostra para o mundo
O brasileiro é nosso maior tesouro
A Portela vem mostrar
Através da história, nossa formação
Fatos que marcaram a nação
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui
Deixaram marcas que estão no tempo
Antes da cobiça invadir (Meu Brasil)
A lua banhava de prata
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
De nativa riqueza
Refletiu num povo singular?
Invasão que deixou neste chão
O traço europeu
Alma e raça africana
Que tanto sofreu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura, só aqui se faz
Brasil arte numa tela multicor
É crença que a fé espalhou
Exemplo para o mundo inteiro
A alegria e o talento brasileiro
É o povo que faz a marca desse país
Risonho, capaz, feliz
Com os olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
Raiando o dia num azul de emoção
253. Portela - Samba Enredo 1953
Foi Tiradentes o Inconfidente
e foi condenado à morte
trinta anos depois o Brasil tornou-se independente
era o ideal de formar um país livre e forte
Independência ou morte
D. Pedro proferiu
mais uma nação livre era o Brasil.
Foi em 1865 que a história nos traz
Riachuelo e Tuiuti foram duas grandes vitórias reais
foram os marechais Deodoro e Floriano e outros vultos
mais
que proclamaram a República e tantos anos após foram
criados
Hinos da Pátria amada
nossa bandeira foi aclamada
pelo mundo todo foi desfraldada.
254. Legados de D. João VI - Portela, 1957
Martinho da Vila
Composição: Candeia - Waldir 59 - Picolino

Quando veio para a nação
Que mais tarde o consagraria
D. João VI, o nobre magistrado
Ao passar pelo estado da Bahia
Instituiu novo texto
Abrindo os portos do Brasil
Para o mercado universal
Logo após seguiu o seu roteiro
Com destino ao Rio de Janeiro
Quando aqui chegou, desembarcou com toda família real
Incomensurável séquito
Vulto de notável mérito
O eminente príncipe-regente
Um ano depois Sua Alteza
D. João ordenou
A invasão da Guiana Francesa
E depois criou com sabedoria
Academia da Marinha, Museu Nacional
Escola de Belas Artes
Também o primeiro jornal
Mais tarde o povo aclamou
Esta figura de grande marca
Unidos em coros mil
Viva o grande monarca
Regente dos destinos do Brasil
255. Portela - Samba Enredo 1969
Apesar de muitos séculos passados
Jamais o povo esquecerá
Essa gloriosa página
Que hoje tornamos a exaltar
Saindo de Portugal
Trazendo sob o seu comando treze naus
Com destino às índias
Seguia Pedro Álvares Cabral
Mas ao se afastar das calmarias
Novas terras descobria
Criava assim um mundo novo
E glorificava um grande povo
Lá, lá lá ( etc)
Esse feito colossal
fez o nobre de Belmonte, imortal
O seu sangue de aventureiro
Seu amor de marinheiro
Ao seu Rei e a Portugal
Sua bravura e coragem
Cruzando mares de estranhas regiões
Deles fizeram herói
Orgulho de duas nações
Ao finalizar esta epopéia deslumbrante
Com imenso orgulho exaltamos
O nome desse nobre navegante
Lá, lá lá lá
256. Portela - Samba Enredo 1972
Ilu Ayê, Ilu Ayê Odara
Negro dançava na Nação Nagô
Depois chorou lamento de senzala
Tão longe estava de sua Ilu Ayê
Tempo passou ôô
E no terreirão da Casa Grande
Negro diz tudo que pode dizer
É samba, é batuque, é reza
É dança, é ladainha
Negro joga capoeira
E faz louvação à rainha
Hoje
Negro é terra, negro é vida
Na mutação do tempo
Desfilando na avenida
Negro é sensacional
É toda a festa de um povo
E dono do carnaval
257. Portela - Samba Enredo 1977
O dia raiou
À tarde a passarada anunciou
Que à noite era a festa
Ao som de clarins
A côrte se apresentou
Em vários dias de festa
A cidade se veste
Com seu traje mais novo
A praça em alegria se engalana
Para receber o nosso povo
Tribuna real, camarote e nobreza
Que maravilha de luz e de cor
O povo canta e o rei se encanta
Com a força do canto de amor
Viva o rei
Viva o rei Dom João
O rei mandou vadiar
Na Festa da Aclamação
(Que beleza !)
Que beleza
Uma índia com o seu manto real
Que lindas alegorias
O Deus Netuno protegendo o pessoal
Vejam nessa passarela
A imagem daquela festa tão bela
Carnaval
Festa do povo
Aclamação
É festa de novo
258. Portela - Samba Enredo 1989
Achei
Juro eu não roubei
Desde o meu tempo de criança
A vovó sempre dizia
Achado não é roubado
Tá na lembrança
De repente o Sr. Cabral
Chegou ao Brasil
Aportou a sua nau
E disse ao mundo que o descobriu
Na verdade a história conta
Um faz de conta
Ao seu modo e ao revés
Aí, e aí
A natureza se impôs tão ricamente
A Amazônia é um tesouro
Que hoje está presente
(Olha lá!)
Olha lá, olhá lá
Olha lá Salomão (Salomão, Salomão!)
O tesouro é meu majestade
Não vá tirar da minha mão
Assim a história segue em frente
Sinceramente eu não consigo entender
Quem é o dono da cartola
Que fez este gigante aparecer
É tão triste olhar
Sem poder, sem poder reconquistar
Índio é o filho da terra
Que no meio desta guerra
Só faz se lamentar
Quem foi, diz quem foi amor
Ninguém sabe, ninguém viu (ninguém viu)
Eu queria é saber, saber
Quem descobriu o meu Brasil
261. Portela - Samba Enredo 2000
TRABALHADORES DO BRASIL - A ÉPOCA DE GETÚLIO VARGAS
O raiar de um novo dia
Desafia meu pensar
Voltando à época de ouro
Vejo a luz de um tesouro
A Portela despontar (lálalaiá)
Aclamado pelo povo, o Estado Novo
Getúlio Vargas anunciou
A despeito da censura
Não existe mal sem cura
Viva o trabalhador ôôô
Nossa indústria cresceu (e lá vou eu...)
Jorrou petróleo a valer...
No carnaval de Orfeu
Cassinos e MPB
O Rei da Noite, o teatro, a fantasia
No rádio as rainhas, a baiana de além-mar
Tantas vedetes, cadilacs, brilhantina
Em outro palco o movimento popular
E no Palácio das Águias
Ecoou um grito a mais
Vai à luta meu Brasil
Pela soberana paz
Quem foi amado e odiado na memória
Saiu da vida para entrar na história
Meu Brasil-menino
Foi pintado em aquarela
Fez do meu destino
O destino da Portela
(O raiar...)
262. Portela - Samba Enredo 2006
Brasil marca tua cara e mostra para o mundo
O brasileiro é nosso maior tesouro
A Portela vem mostrar
Através da história, nossa formação
Fatos que marcaram a nação
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui
Deixaram marcas que estão no tempo
Antes da cobiça invadir (Meu Brasil)
A lua banhava de prata
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
De nativa riqueza
Refletiu num povo singular?
Invasão que deixou neste chão
O traço europeu
Alma e raça africana
Que tanto sofreu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura, só aqui se faz
Brasil arte numa tela multicor
É crença que a fé espalhou
Exemplo para o mundo inteiro
A alegria e o talento brasileiro
É o povo que faz a marca desse país
Risonho, capaz, feliz
Com os olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
Raiando o dia num azul de emoção
263. Portela - Samba Enredo 1964
Era desejo de todos
que D. Pedro I
desse ao povo brasileiro
uma nova imperatriz
para ser feliz
embora o jovem imperador
também sonhasse
em conquistar um grande amor
num principado da Europa
a sua esposa mandou buscar
fazendo da princesa Amélia
Imperatriz do Brasil
e companheira do seu lar.
Lá lá lá lá lá lá lá lá lá
No dia do seu casamento
a Ordem da Rosa ele criou
a corte estava engalanada
era um lindo cenário
de raro esplendor
as ilustres personagens
ao par imperial
desde o ato religioso
das alianças e do bolo
a valsa nupcial
a orquestra animava a festa
no salão da corte imperial.
Nã nã nã nã nã nã nã não
nã nã nã nã nã nã nã não
264. Porto da Pedra - Samba Enredo 2000
ORDEM, PROGRESSO, AMOR E FOLIA NO MILÊNIO DE FANTASIA
Brilhou no céu
O ideal da liberdade
O país querendo ser feliz
Sonhou com a igualdade
Mas sem união e amor
Não dá pra melhorar
Os republicanos
Buscaram na França
Idéias pro Brasil mudar
E sem se importar
Com o apoio do povo
Poder queriam conquistar
Ordem e progresso têm que produzir
A união e fé (com muita fé)
Mas sem amor não vai construir
A integração que quer
O povo fez-se independente
(Caminhou)
Com muito amor fez a folia
E nossa cultura agitou
Se povo e governo pudessem formar
Um elo de amor e paz
Na festa dos 500 anos
Não separar jamais
Sacode a cidade, levante o astral
É o Porto da Pedra, neste Carnaval
Com ordem, progresso, amor e folia
Saudando o milênio, tudo é fantasia
265. Porto da Pedra - Samba Enredo 2002
SERRA ACIMA, RUMO À TERRA DOS COROADOS
Natureza...
Os nativos coroados
Sinais de rica cultura
A densa neblina cobre a mata
O ciclo do ouro ao barroco nos levou
Dom Pedro Primeiro
Com essa terra se encantou
Fantasia Imperial
Foi Herança que ficou
Pedro II, coroado
Jovem ainda se engalana
Depois de se coroar
É inspirado a criar
A bela cidade Serrana
Major projetou Petrópolis
Colonizada ganha a "Baronesa"
O Palácio de Cristal, onde a Princesa
Realizou o baile da Abolição
Então a República
Traz a burguesia para mesa
Jogatina, luz acesa
E o show vai começar
A Cidade Imperial continua a encantar
Serra Acima
Rumo a terra dos coroados
Porto da Pedra vem exaltar
E Coroada hoje vai te coroa
266. Porto da Pedra - Samba Enredo 2006
Bendita és Tu entre as Mulheres do Brasil"
Bendita mulher!
Meu Porto da Pedra explode em prazer
A essência do universo é você
Semente lançada à natureza
Fertilidade do ventre abriga
Alimentada na pureza
Dá a luz que reflete em vida
Aura de um espírito divino
Concebida pelo criador
Escolhida, segue o seu destino
Mãe protetora
Que nos banha em seu amor
O dom de encantar o mundo
A história em outra direção
A força e a fé em tudo
Índia, branca ou negra, é sedução
Mulher que fez brotar no meu Brasil
A flor da liberdade
Levou ao chão barreiras, construiu
A igualdade
Artista, obra-prima, poesia
Pintou o samba em cores tão bonitas
O tigre abraçando o seu talento
Garra, luta e sentimento
Conquistando a avenida
267. Porto da Pedra - Samba-Enredo 2007
David Souza, Fábio Costa, Francisco, William E Wagner
Enredo: "Preto e branco a cores"
Destino a minha vida
Minha luta pela liberdade
A nove filhas de um só coração
Ao Sul do berço da humanidade
O Anjo Invasor me deu a cor, mas cor não tenho
Eu tenho raça e a cada farsa, a cada horror
O meu empenho, meu braço, meu valor
Se ergueu contra o monstro da cobiça
Caveirão da injustiça, filho da segregação
Liberto permanece o pensamento
Ele foi meu alento
Quando o corpo foi prisão
O nosso herói Mandella é
Senhor da fé, clamou o povo
E o Tigre encontra no Leão
A maior inspiração de um mundo novo
Do gueto, um palco de glória
Corre em meu sangue a história
Num mundo misturado
Matizado com as cores deste chão
Um canto a ser louvado, ser humano ante a fome e a
privação
Museu da Favela Vermelha
Minha alma se espelha na face do irmão
É hoje, vou cantar
Minha gente é o lugar que eu sempre quis
Na Avenida, meu irmão, vou abraçar
Viver a igualdade e ser feliz
Liberdade, pelo amor de Deus
Liberdade a este céu azul
É minha terra, orgulho meu
Porto da Pedra canta a África do Sul
268. Poster Nagô (Olodum )
Composição: Luciano Gomes
Rei Salomão
Makeda de Axum
Rainha de Sabá
Negros Olodum (bis)
Aduá Adis-abeba
Luar e céu
No ar do mar (bis)
Rás Menelinque
Imperador da Etiópia
Derrotando os oloniais
Axum, Carnaxé, Núbia
Etiópia de paz
Percorre o universo
E o Brasil na Bahia concentrou
Pelourinho palco expresso
De cultura e esplendor
Ancestrais sudaneses
Que Asmara arquivou
E hoje revemos de perto
O mural que farás pintou
Poster Nagô
tê tê tê ô
Imperador
tê tê tê ô
Esta é a grande muralha
Que Farás pintou
Em arabe Deus

Hailê Selassiê I
Nos proporcionou a confiança
Da filosofia Rastafari
E o reggae com herança
Os senhores dos axumitas
Reis Caleb e Ezana nos deixou
A flor nova esperança
Terra do arco encantou
Judite imperatriz
Rasta makonnen sucessor
Mangistiu hailê miriam
Presidente progressor
Poster Nagô
tê tê tê ô
Imperador
tê tê tê ô
Esta é a grande muralha
Que Farás pintou
Em arabe Deus

269. Povos do Terceiro Mundo (Baba) - Tribo de Jah
Composição: Tiken Jah Fakoly versão: Fauzi Beydoun
Somos o terceiro mundo
Povos do terceiro mundo
Povos pilhados e saqueados
Por anos e anos de colonialismo
Povos sugados e subjugados
Alvos de novos imperialismos
Países ricos, afortunados
Com o sangue e a riqueza dos oprimidos
Esquecem do seu bem recente passado
Piratas egressos do mercantilismo
Somos o terceiro mundo
Povos do terceiro mundo
Explorados, pilhados e humilhados
Levaram as nossas melhores riquezas
A pobreza que hoje é o nosso legado
É o que lhes sobra sobre a mesa
São eles os mercadores de escravos
Falando agora em democracia
Potências, se dizem povos civilizados
Ditando a mora com sua supremacia
271. Presidente Mauricinho - Lobão
Composição: Lobão - Tavinho Paes
O presidente sai de moto
Pelo eixão monumental
O presidente anda a mil
No país do carnaval
O presidente tira fotos
Com um índio no palácio
O presidente sai com o Papa
E sua corte é um esculacho
O presidente tá no Polo Sul
Tá jogando com a seleção
O presidente de avião a jato
Dá mais bandeira que doidão
O presidente casou com uma gata
Dispensou e casou com outra
A gata era milionária
Não ligou e deu a maior força
Aí... aí... aí, ô jet-ski...
O presidente é um lorde inglês
Sonhando com o primeiro mundo
Ser presidente até que é um bom emprego
Num país de vagabundos
Já foi marca de cigarros
De conhaque e de cachaça
O presidente é a maior palha
E ainda vai virar fumaça
272. Quilombo, 1978 - AO POVO EM FORMA DE ARTE
(Wilson Moreira e Nei Lopes)
Quilombo pesquisou suas raízes
E os momentos mais felizes
De uma raça singular
E veio pra mostrar essa pesquisa
Na ocasião precisa
Em forma de arte popular
Há mais de quarenta mil anos atrás
A arte negra já resplandecia
Mais tarde a Etiópia milenar
Sua cultura até o Egito estendia
Daí o legendário mundo grego
A todo negro de "etíope"chamou
Depois vieram reinos suntuosos
De nível cultural superior
Que hoje são lembranças de um passado
Que a força da ambição exterminou
Em toda a cultura nacional
Na arte e até mesmo na ciência
O modo africano de viver
Exerceu grande influência
E o negro brasileiro
Apesar de tempos infelizes
Lutou, viveu, morreu e se integrou
Sem abandonar suas raízes
Por isso o Quilombo desfila
Devolvendo em seu estandarte
A história e suas origens
Ao povo em forma de arte
Abraços. Sonia Palhares (BsB-DF)
274. Rádio Pirata - RPM

Abordar navios mercantes
Invadir, pilhar, tomar o que é nosso
Pirataria nas ondas do rádio
Havia alguma coisa errada com o rei

Preparar a nossa invasão
E fazer justiça com as próprias mãos
Dinamitar um paiol de bobagens
E navegar o mar da tranquilidade

Toquem o meu coração, façam a revolução
Que está no ar nas ondas do rádio
No submundo repousa o repúdio
E deve despertar

Disputar em cada frequência
Um espaço nosso nessa decadência
Canções de guerra, quem sabe canções do mar
Canções de amor ao que vai vingar

Toquem o meu coração, façam a revolução
Que está no ar nas ondas do rádio
No underground repousa o repúdio
E deve despertar.

275. Recôncavo Edson Gomes

Recôncavo pela libertação do homem negro da América e
Pelo refúgio do homem branco na África
Vamos lutar pela libertação,
Vamos lutar avante irmão,
Vamos lutar pela libertação,
Vamos lutar avante irmão.
Recôncavo pela libertação do homem negro da América e
Pelo refúgio do homem branco na África
Vamos lutar pela libertaçao,
Vamos lutar avante irmão,
Por uma África livre por uma África liberta
Por uma África bonita, uu sim e todo apoio a Nelson Mandela
Pelo esterminio do apartheid do apartheid não sistema nazista siatema do diabo,
Pelo exterminio do apartheid do apartheid não sistema nazista sistema do diabo ô
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante,
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante

276. Reconvexo - Olodum
Composição: Caetano Veloso
Eu sou a chuva que lança areia do Saara
Sobre os automoveis de Roma
Eu sou a sereia que dança
A destemida tara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz
Da matriarca da Roma Negra
Voce nao e pega
Voce nao chega a me ver
Meu som te cega
Careta quem é voce ?
Quem nao sentiu o swing do Henri Salvador
Quem nao seguiu o Olodum balancando o Pelô
E quem nao riu a risada Andy Warhol
Quem nao, que nao e nem disse que nao ?
Eu sou um preto norte americano forte
Com o brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira musica
A mais velha e mais nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados
Sou Gita Gogoya, seu olho me olha
Mas nao me pode alcançar
Nao tenho escolha careta, vou descartar
Quem nao rezou a novena de Dona Canô
Quem nao seguiu o mendingo Joaozinho Beija Flor
Quem nao amou a elegancia sutil de Bobô
Quem nao é reconcavo
E nem pode ser reconvexo
277. Regueiros Guerreiros - Tribo de Jah
Mais um dia se levanta
Na Jamaica brasileira
Mais uma batalha que desperta
A Nação Regueira
Eles descem dos guetos logo cedo
Se concentram nas praças e ruas do centro
Lavando, vigiando carros,
Vendendo jornais,
Construindo prédios, obras,
Cuidando de casas e quintas
São menores, maiores brasileiros
São os dreads verdadeiros do Maranhão
Regueiros Guerreiros
Dreads Verdadeiros
Regueiros Guerreiros
Do Maranhão
Mais um dia se levanta
Na Jamaica brasileira
Mais uma batalha que desperta
A Nação Regueira
Ninguém jamais parou para pensar
Na sua condição de cidadãos com direitos
Lutando em condições desiguais
Lutando contra preconceitos e diferenças sociais
Só que no fim de semana
O Reggae é a lei.
Dançando no Toque, No Pop, no Espaço
Todo regueiro é um rei
Regueiros Guerreiros
Dreads Verdadeiros
Regueiros Guerreiros
Do Maranhão
278. Revanche - Lobão
Composição: Lobão e Bernardo Vilhena
Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios
Tentando acertar o passo usando mil artifícios
Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso, oh!
Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito
De uma nova sociedade, escravos de um novo rito
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...
A favela é a nova senzala, correntes da velha tribo
E a sala é a nova cela, prisioneiros nas grades do vídeo
E se o sol ainda nasce quadrado, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...
O café, um cigarro, um trago, tudo isso não é vício
São companheiros da solidão, mas isso só foi no início
Hoje em dia somos todos escravos, e quem é que vai pagar por isso
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
279. Revelação - Edson Gomes
Eu conheço nossa historia
Sempre trago na memoria
As mentiras da escola
Embrulhei e foi pro lixo
Pra revela tudo que se passa
Pra revela toda uma verdade
Pra contestar...ôuô..ê...
Sobre o que estao falando
Sao apenas as palavras
Nossas ruas ensanguentadas
Nossas almas contristadas
Pra concertar eh preciso amor
Pra restaurar eh preciso amor
Palavra magica...ê...
Sobre o que estao propondo
Nao espero coisa alguma
Nossa sorte esta selada
Sei que vem um homem santo
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
E libertar...
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
E libertar...
280. Reviravolta - Edson Gomes
Agora amigo a gente fala o que quiser
Agora amigo a gente vive como quiser
Pois os ditadores já não moram aqui
E aqueles infratores já sumiram por aqui
Parece que a gente pode sair
Parece que a gente ja pode ir
Pois os caçadores estão adormecidos
Parece que a gente não corre mais perigo
Porém convém amigo, ficar de olhos abertos
Esteja previnido, esteja sempre atento
Pois nunca se sabe o que virá depois
A gente nunca sabe, não, a gente nunca sabe
Quem sabe eles pretendam retornar
Quem sabe eles promovam reviravolta
E os velhos caçadores, venham despertar
E a gente volte então a correr o mesmo perigo
281. Revolta Olodum - Olodum
Composição: José Olissan/Domingos Sérgio
Retirante ruralista, lavrador
Nordestino lampião, salvador
Pátria sertaneja, independente
Antônio conselheiro em canudos presidente
Zumbi em alagoas, comandou
Exercito de ideais
Libertador , eu
Sou majin kabalaiada
Sou malê
Sou búzios sou revolta, arerê
Ohh corisco, maria bonita mandou te chamar
Ohh corisco, maria bonita mandou te chamar
È o vingador de lampião
È o vingador de lampião
Êta cabra da peste
Pelourinho olodum somos do nordeste
282. Revoluções Por Minuto - RPM
Composição: Paulo Ricardo / Luiz Schiavon

Sinais de vida no país vizinho
Eu já não ando mais sozinho
Toca o telefone,
Chega um telegrama enfim
Ouvimos qualquer coisa de Brasília
Rumores falam em guerrilha
Foto no jornal,
Cadeia nacional
Viola o canto ingênuo do caboclo
Caiu o santo do pau oco
Foge pro riacho,
Foge que eu te acho sim
Fulano se atirou da ponte aérea
Não agüentou fila de espera
Apertar os cintos,
Preparar pra decolar
Nos chegam gritos da Ilha do Norte
Ensaios pra Dança da Morte
Tem disco pirata,
Tem vídeo cassete até
Agora a China bebe Coca-Cola
Aqui na esquina cheiram cola
Biodegradante
Aromatizante tem


283. Rio 42 - Chico Buarque

Se a guerra for declarada
Em pleno domingo de carnaval
Verás que um filho não foge à luta
Brasil, recruta
O teu pessoal

Se a terra anda ameaçada
De se acabar numa explosão de sal
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar o nosso carnaval

Vai ter batalha de bombardino
A colombina na Cruz Vermelha
Vai ter centelha na batucada
Rajada de tamborim
A melindrosa mandando bala
O mestre-sala curvando a Europa
A tropa do general da banda
Dançando o samba em Berlim

Se a guerra for declarada
A rapaziada ganha na moral
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar nosso carnaval

284. Rosas De Ouro - Samba Enredo 2006
A Diaspóra africana, um crime contra a raça humana"
Salve mãe negra berço da humanidade
É negra raiz, herança na cor
Canta minha Rosas de Ouro
Exaltando nosso povo,
Que a história humilhou.
África suntuosa e civilizada.
Varrida pela ambição
Assim o teu tesouro se perdeu.
Em nome da fé, negro foi escravizado
Do seu ventre arrancado, Fez prece para os orixás,
Na certeza de não voltar jamais.
Em pleno navio negreiro... Ô Ô Ô
Negro põe-se a lamentar...
Crueldade e agonia
Testemunhadas pela Rainha do Mar
Aportou no meu Brasil, a escravidão
Nos quilombos resistiu à exploração
Com a força do seu sangue construi,
Riqueza que ele não usufruiu.
Um sentimento de liberdade,
Mascarado na verdade, pela abolição.
E hoje o negro canta,
E que esse canto não seja em vão,
E a “sociedade” vem clamando o seu perdão!
Olhai por nós, oh meu senhor,
Ilumina a igualdade social
E a Nação azul e rosa,
Vai a luta orgulhosa
Contra o preconceito Racial
285. Rosas de Ouro - Samba-Enredo 1987

São paulo
Palco de culturas regionais e internacionais
Laborioso é o povo
Não existem preconceitos raciais
A rosas de ouro se propõe mostrar
A maneira como vive
O povo que veio de lá
São grupos imigrantes e migrantes
Vem para o nosso torrão
Na esperança de vida melhor
Que beleza, que satisfação
Os imigrantes estão em festa
É tempo de colheita
Foram felizes na sua plantação
Uns trabalham na indústria
Outros no campo de culturas
Nesse pedaço de chão
Glórias a este povo sofredor
Vem prá cidade paulista
Procurando trabalho
Seja o que for
São cearenses, mineiros e baianos
Pernambucanos, paraíbanos e outros mais
Todo povo tem seu canto
O seu folclore, sua religião
Hoje a rosas de ouro faz a festa
Prá todo o povo imigrante
E das nossas regiões.
286. Rosas de Ouro - Samba-Enredo 2004
Eu sou a Rosas de Ouro
Hoje vou te levar
Pela história em monumentos
Celebrando este momento
Vem comigo festejar
Eu sou a Rosas de Ouro
O meu perfume vai te embriagar
Com alegria trago arte e poesia pra te ver sambar
Pelos campos de Piratininga
Tupiniquins cantavam e dançavam ao luar
Contemplavam a natureza
Com a fartura da caça e da pesca do lugar
Jesuítas ali chegaram
Fundam São Paulo, nossa terra da garoa
Em volta da escola se formou
Aquele povoado prosperou
Dali partiram bravos bandeirantes
Desbravadores em busca de riquezas
Um grito forte ecoou, sacudiu
As margens do Ipiranga, o imperador
Proclamou a independência do Brasil
A vila dos tropeiros atraiu os imigrantes
Foi fundamental a imigração
No progresso, na cultura
Veio a revolução pela constituição
E a metrópole se transformou
Uma nova arquitetura
De um artista genial
Feliz cidade monumental
287. Ruínas da Babilônia - Tribo de Jah
Veja a face sofrida dessa gente, Tanta gente sofrida,
Buscando uma vida decente, Buscando um pouco de paz em suas vidas.
Mães que sofrem sós com seus filhos
Pobres e desassistidos,
Pais que se escravizam sem ter sequer
O leite e o pão dos seus garantidos.
Melhor nem ter com quem contar, Do que contar com quem, com quem só quer se aproveitar,
Da boa fé dos que precisam; Se dão algo, algo mais eles visam
Só em seus interesses se inspiram, Nada, nada, de coração, terão pra lhe dar.
Eleve ao Mais Alto o seu pensamento.
É preciso ter fé, é preciso saber dar tempo ao tempo;
Dentro de sí você achará
A força contida do firmamento
E jah então lhe proverá, nada, nada do que for preciso lhe faltará.
Do outro lado eu vejo a soberba desses ignóbeis senhores
Que na boa aparência escondem a sua ganância, toda a sua indecência,
Bem cuidados senhores da suas riquezas, senhores dos muitos favores,
Das vantagens fáceis do poder, senhores do tráfico de influência.
Distribuem gracejos e sorrisos afáveis em seus jantares e encontros agradáveis,
Disfarçam assim as suas tramas e a sua peçonha.
Um dia ficarão desnudos perante a verdade e já não serão tão amáveis,
Não saberão esconder os seus podres e sua vergonha,
Eles herdaram as ruínas da Babilônia,
Senhores que são miseráveis, senhores de tantas e tantas riquezas,
Eles herdaram os escombros da Babilônia,
Até o chão fugirá dos seus pés, ruirá com eles a sua grandeza
288. Salgueiro - Samba-Enredo 1960
Noel Rosa de Oliveira e Anescar Rodrigues
QUILOMBO DOS PALMARES
No tempo em que o Brasil ainda era
Um simples país colonial,
Pernambuco foi palco da história
Que apresentamos neste carnaval.
Com a invasão dos holandeses
Os escravos fugiram da opressão
E do julgo dos portugueses.
Esses revoltosos
Ansiosos pela liberdade
Nos arraiais dos Palmares
Buscavam a tranqüilidade.
Ô-ô-ô-ô-ô-ô
Ô-ô, ô-ô, ô-ô.
Surgiu nessa história um protetor.
Zumbi, o divino imperador,
Resistiu com seus guerreiros em sua tróia,
Muitos anos, ao furor dos opressores,
Ao qual os negros refugiados
Rendiam respeito e louvor.
Quarenta e oito anos depois
De luta e glória,
Terminou o conflito dos Palmares,
E lá no alto da serra,
Contemplando a sua terra,
Viu em chamas a sua tróia,
E num lance impressionante
Zumbi no seu orgulho se precipitou
Lá do alto da Serra do Gigante.
Meu maracatu
É da coroa imperial.
É de Pernambuco,
Ele é da casa real.

290. Salgueiro - Samba-Enredo 1963
Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho
XICA DA SILVA
Apesar
De não possuir grande beleza
Xica da Silva
Surgiu no seio
Da mais alta nobreza.
O contratador
João Fernandes de Oliveira
A comprou
Para ser a sua companheira.
E a mulata que era escrava
Sentiu forte transformação,
Trocando o gemido da senzala
Pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor,
Que superou
A barreira da cor,
Francisca da Silva
Do cativeiro zombou ôôôôô
ôôô, ôô, ôô.
No Arraial do Tijuco,
Lá no Estado de Minas,
Hoje lendária cidade,
Seu lindo nome é Diamantina,
Onde nasceu a Xica que manda,
Deslumbrando a sociedade,
Com o orgulho e o capricho da mulata,
Importante, majestosa e invejada.
Para que a vida lhe tornasse mais bela,
João Fernandes de Oliveira
Mandou construir
Um vasto lago e uma belíssima galera
E uma riquíssima liteira
Para conduzi-la
Quando ela ia assistir
À missa na capela
291. Salgueiro - Samba-Enredo 1964
Geraldo Babão, Djalma Sabiá e Binha
CHICO REI
Vivia no litoral africano
Um régia tribo ordeira
Cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira.
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram,
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil.
Na viagem agonizante,
Houve gritos alucinantes,
Lamentos de dor
Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá,
Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou.
Ao longe Ninas jamais ouvia,
Quando o rei, mais confiante,
Jurou a sua gente que um dia os libertaria.
Chegando ao Rio de Janeiro,
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou,
Para Vila Rica os levou.
A idéia do rei foi genial,
Esconder o pó do ouro entre os cabelos,
Assim fez seu pessoal.
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças lavavam,
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro ligar de garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias.
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei,
Sob o sol da liberdade, trabalhou
E um pouco de terra ele comprou,
Descobrindo ouro enriqueceu.
Escolheu o nome de Francisco,
Ao catolicismo se converteu,
No ponto mais alto da cidade Chico-Rei
Com seu espírito de luz
Mandou construir uma igreja
E a denominou
Santa Efigênia do Alto da Cruz!
292. Salgueiro - Samba-Enredo 1967
Áureo Campagnac de Souza - Aurinho da Ilha
HISTÓRIA DA LIBERDADE NO BRASIL
Quem por acaso folhear a História do Brasil
Verá um povo cheio de esperança
Desde criança,
Lutando para ser livre varonil.
O nobre Amadeu Ribeiro,
O homem que não quis ser rei,
O Manoel, o Bequimão,
Que no Maranhão
Fez aquilo tudo que ele fez.
Nos Palmares,
Zumbi, o grande herói,
Chefia o povo a lutar
Só para um dia alcançar
Liberdade.
Quem não se lembra
Do combate aos Emboabas
E da chacina dos Mascates,
Do amor que identifica
O herói de Vila Rica.
Na Bahia são os alfaiates,
Escrevem com destemor,
Com sangue, suor e dor
A mensagem que encerra o destino
De um bom menino.
Tiradentes, Tiradentes,
O herói inconfidente, inconfidente,
Domingos José Martins
Abraçam o mesmo ideal.
E veio o "Fico" triunfal
Contrariando toda a força em Portugal.
Era a liberdade que surgia,
Engatinhando a cada dia,
Até que o nosso Imperador
A Independência proclamou.
Ô-ô, oba, lá-rá-iá, lá-rá-iá-iá
Oba, lá-rá-iá, lá-rá-iá!
Frei Caneca, mas um bravo que partiu,
Em seguida veio o 7 de abril,
No dia 13 de maio
Negro deixou de ter senhor,
Graças à Princesa Isabel,
Que aboliu com a Lei Áurea
O cativeiro tão cruel.
Liberdade, Liberdade afinal,
Deodoro acenou,
Está chegando a hora,
E assim quando a aurora raiou,
Proclamando a República,
O povo aclamou
293. Salgueiro - Samba-Enredo 1976
Djalma Sabiá
VALONGO
Lá no seio d'África vivia
Em plena selva o fim de sua monarquia.
Terminou o guerreiro
No navio negreiro,
Lugar do seu lazer feliz.
Veio cativo povoar nosso país,
Seguiu do cais do Valongo,
No Rio de Janeiro,
Com suas tribos chegando.
Foi o chão cultivando
Sob o céu brasileiro.
Nações Haussá, Gegê e Nagô,
Negra Mina e Ângela,
Gente escrava de Sinhô.
Foram muitas suas lutas
Para integração,
Inda hoje
Desenvolveu
Desenvolvendo esta Nação,
Sua cultura, suas músicas e danças
Reúnem aqui suas lembranças.
O negro assim alcançou
A sua libertação
E seus costumes, abraçou
Nossa civilização.
Ô-ô-ô-ô, quando o tumbeiro chegou,
Ô-ô-ô-ô, o negro se libertou
294. Salgueiro - Samba-Enredo 1985
Bala, Jorge Melodia e Jorge Moreira
ANOS TRINTA, VENTO SUL - VARGAS
Soprando forte do Sul
Um ciclone feiticeiro
Venta pelos anos trinta
E traz Vargas, o mago justiceiro
Veio cumprir nobre missão
E mudar o destino da nossa nação
No palácio...
No palácio das Águias foi o senhor
Levantando o povo, trabalhador
Do solo fez jorrar o negro ouro
E a usina do aço, transformou em tesouro
Ô, ô, ô, ô Getúlio Vargas
O guerreiro vencedor
Apagou a chama da rebeldia
E afirmou a nossa soberania
Deu vida à justiça social
Criou leis trabalhistas
E a tranqüilidade nacional
Com punho forte e decisão
Esmagou a trama da traição
Mandou nossos heróis além mar
Para as forças do mal derrotar
Na fantasia do folclore do nosso povo
Festejava as vitórias no Estado Novo
Pensando no progresso da nação
Fez a moeda subir de cotação
Sucumbiu após a sanha traiçoeira
E da carta derradeira
O povo fez sua bandeira
Rufam os tambores do Salgueiro
Exaltando Vargas
O grande estadista brasileiro
295. Salgueiro - Samba-Enredo 1986
Jorge Melodia, Paulo Emílio, Bicho de Pena e Marcelo Lessa
TIRO DA CABEÇA, O QUE O BOLSO NÃO DÁ
Um dia eu fui Zumbi
Rei de Palmares
Araponga na voz
Estandarte na mão
Tiê-Sangue no olhar
E o meu cinzel raiava a aurora
Jeremias, João, Daniel, Abraão
Fiz em pedra de sabão
Já bebi, sambei com Chico-Rei
Ouro nos cabelos
E no carnaval com os Tenentes do Diabo
Cavalguei o alazão da liberdade
Vamos gingá camará, vamos gingá
Tira da cabeça o que do bolso não dá
O Ana Jacinta
Eu quero te beijar
Turmalina feiticeira de Araxá
Me leva pra Bahia
Saravá Ogum, Kaô Xangô, Ave Iemanjá
Fui sambar na Praça Onze
Lá no terreiro da Ciata
Fui parar bem longe
Com o rei negro no congá
As bandeiras no varal
Manga rosa no mangueiral
Do angu à saideira
Gostosa é a cozinha brasileira
O Salgueiro chegou na terra Iorubá
O Salgueiro brilhou no céu de Oxalá
296. Salgueiro - Samba-Enredo 1989
Alaor Macedo, Helinho do Salgueiro, Arizão, Demá Chagas, Rubinho do Afro
TEMPLO NEGRO EM TEMPO DE CONSCIÊNCIA NEGRA
Livre ecoa o grito dessa raça
E traz na carta
A chama ardente da abolição
Oh! Que santuário de beleza
Um congresso de beleza de raríssimo esplendor
Revivendo traços da história
Estão vivos na memória
Chica da Silva e Chico Rei
Saravá os deuses da Bahia
Nesse quilombo tem magia
Xangô é nosso pai, é nosso rei
Ô Zaziê, Ô Zaziá
O Zaziê, Maiongolé, Marangolá
Ô Zaziê, Ô Zaziá
Salgueiro é Maiongolê, Marangolá
Vai, meu samba vai
Leva a dor traz alegria
Eu sou negro sim, liberdade e poesia
E na atual sociedade, lutamos pela igualdade
Sem preconceitos sociais
Linda Anastácia sem mordaça
O novo símbolo da massa
A beleza negra me seduz
Viemos sem revolta e sem chibata
Dar um basta nessa farsa
É festa, é Carnaval, eu sou feliz
É baianas,
O jongo e o caxambu vamos rodar
Salgueirar vem de criança
O centenário não se apagará
297. Salgueiro - Samba-Enredo 2000
Fernando Baster, J. C. Couto, João da Valsa, Touro e Wander Pires
SOU REI, SOU SALGUEIRO, MEU REINADO É BRASILEIRO
Senhor, olhai por nós
Iluminai este momento
Os nossos corações
As emoções estão ao vento
Navegando o passado
Nas águas do meu pensamento
E hoje ...
A história vem mostrar
A transmigração da realeza
Chegando à Bahia, trazendo luxo e riqueza
E no Rio de Janeiro, a corte veio encontrar
No carioca maneiro, um povo festeiro a comemorar
Roda baiana bonita
Vem no balanço do mar
O teu sorriso clareia meu olhar
Mudando o rumo da economia, meu Rio seria
A grande atração comercial ... gira, gira, capital
Dom João está sorrindo
Curtindo seu reinado tropical
Nova estrutura, arte e cultura
E veio a coroação
Criou-se um legado de artistas
Que ao mundo encantou
E nessa caravela futurista
Sou mais um sambista, me leva que eu vou
Vou brincar com meu amor ...
Vou brincar com meu amor, eu vou que vou
Nessa viagem de alegria, Salgueiro eu sou
Parabéns, meu Brasil
Vem comigo, arrebenta bateria
298. Salgueiro - Samba-Enredo 2004
Leonel, Luizinho Professor, Serginho 20, Sidney Sã, Professor Newtão e Quinho
A CANA QUE AQUI SE PLANTA, TUDO DÁ...ATÉ ENERGIA.
ÁLCOOL, O COMBUSTÍVEL DO FUTURO
Salgueiro produz alegria
"Caminha" descrevendo nossa terra
Veio da Índia inspiração para o cultivo
Que davam fim a liberdade do nativo
Terra de fartura coberta de cana
Canaã, por natureza
Negro, do açúcar mascavo
Branco toque refinado
Da cobiça holandesa
Academia, é doce seu cantar
Verde eldorado, o encanto "deste lado"
Solo fértil pro meu samba germinar
Pelo tempo, adoçou a economia
Com a evolução, ganhou outro "sabor"
O álcool, o progresso movia
Coisa que Caminha nem imaginou
E mesmo sem destronar o ouro negro
Já desvendaram seus segredos
O nosso jeito de abastecer
Sonho vê-lo enfim em seu reinado
Meio ambiente preservado
Conquistando o "espaço, infinito alvorecer"
A cana que aqui se planta, tudo dá
Dá samba até o dia clarear
O combustível do futuro é brasileiro
É energia que hoje embala meu Salgueiro
299. Salgueiro - Samba-Enredo 2007
Dudu Botelho, Marcelo Motta, Zé Paulo E Luiz Pião

Majestosa África
Berço dos meus ancestrais
Reflete no espelho da vida
A saga das negras e seus ideais
Mães feiticeiras, donas do destino...
Senhoras do ventre do mundo
Raiz da criação
Do mito a história
Encanto e beleza
Seduzindo a realeza
Candaces mulheres, guerreiras.
Na luta... Justiça e liberdade
Rainhas soberanas
Florescendo pra eternidade
Novo mundo, novos tempos.
O suor da escravidão
A bravura persistiu
Aportaram em nosso chão
Na Bahia... Alforria
Nas feiras tradição
Mães de santo, mães do samba!
Pedem proteção
E nesse canto de fé
Salgueiro traz o axé
E faz a louvação
Odoyá Iemanjá; Saluba Nanã!
Eparrei Oyá
Orayê Yêo, Oxum!
Oba Xi Obá
300. Salgueiro - Samba-Enredo 1963
Noel Rosa de Oliveira e Anescarzinho
XICA DA SILVA
Apesar
De não possuir grande beleza
Xica da Silva
Surgiu no seio
Da mais alta nobreza.
O contratador
João Fernandes de Oliveira
A comprou
Para ser a sua companheira.
E a mulata que era escrava
Sentiu forte transformação,
Trocando o gemido da senzala
Pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor,
Que superou
A barreira da cor,
Francisca da Silva
Do cativeiro zombou ôôôôô
ôôô, ôô, ôô.
No Arraial do Tijuco,
Lá no Estado de Minas,
Hoje lendária cidade,
Seu lindo nome é Diamantina,
Onde nasceu a Xica que manda,
Deslumbrando a sociedade,
Com o orgulho e o capricho da mulata,
Importante, majestosa e invejada.
Para que a vida lhe tornasse mais bela,
João Fernandes de Oliveira
Mandou construir
Um vasto lago e uma belíssima galera
E uma riquíssima liteira
Para conduzi-la
Quando ela ia assistir
À missa na capela
301. Salgueiro - Samba-Enredo 1964
Geraldo Babão, Djalma Sabiá e Binha
CHICO REI
Vivia no litoral africano
Um régia tribo ordeira
Cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira.
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram,
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil.
Na viagem agonizante,
Houve gritos alucinantes,
Lamentos de dor
Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá,
Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou.
Ao longe Ninas jamais ouvia,
Quando o rei, mais confiante,
Jurou a sua gente que um dia os libertaria.
Chegando ao Rio de Janeiro,
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou,
Para Vila Rica os levou.
A idéia do rei foi genial,
Esconder o pó do ouro entre os cabelos,
Assim fez seu pessoal.
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças lavavam,
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro ligar de garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias.
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei,
Sob o sol da liberdade, trabalhou
E um pouco de terra ele comprou,
Descobrindo ouro enriqueceu.
Escolheu o nome de Francisco,
Ao catolicismo se converteu,
No ponto mais alto da cidade Chico-Rei
Com seu espírito de luz
Mandou construir uma igreja
E a denominou
Santa Efigênia do Alto da Cruz!
302. Salgueiro - Samba-Enredo 1976
Djalma Sabiá
VALONGO
Lá no seio d'África vivia
Em plena selva o fim de sua monarquia.
Terminou o guerreiro
No navio negreiro,
Lugar do seu lazer feliz.
Veio cativo povoar nosso país,
Seguiu do cais do Valongo,
No Rio de Janeiro,
Com suas tribos chegando.
Foi o chão cultivando
Sob o céu brasileiro.
Nações Haussá, Gegê e Nagô,
Negra Mina e Ângela,
Gente escrava de Sinhô.
Foram muitas suas lutas
Para integração,
Inda hoje
Desenvolveu
Desenvolvendo esta Nação,
Sua cultura, suas músicas e danças
Reúnem aqui suas lembranças.
O negro assim alcançou
A sua libertação
E seus costumes, abraçou
Nossa civilização.
Ô-ô-ô-ô, quando o tumbeiro chegou,
Ô-ô-ô-ô, o negro se libertou
303. Salgueiro - Samba-Enredo 1957
Djalma Sabiá e Amado Régis
NAVIO NEGREIRO
Apresentamos
Páginas e memórias
Que deram louvor e glórias
Ao altruísta e defensor
Tenaz da gente de cor
Castro Alves, que também se inspirou
E em versos retratou
O navio onde os negros
Amontoados e acorrentados
Em cativeiro no porão da embarcação,
Com a alma em farrapo de tanto mau trato,
Vinham para a escravidão.
Ô-ô-ô-ô-ô.
No navio negreiro
O negro veio pro cativeiro.
Finalmente uma lei
O tráfico aboliu,
Vieram outras leis,
E a escravidão extinguiu,
A liberdade surgiu
Como o poeta previu.
Ô-ô-ô-ô-ô.
Acabou-se o navio negreiro,
Não há mais cativeiro.
(Apresentamos)
305. Salgueiro - Samba-Enredo 1962
Geraldo Babão
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
É lindo recordar
A nossa história com seus trechos importantes,
Assim como o Descobrimento
do nosso torrão gigante.
No dia nove de março do ano de 1500,
Deixaram o cais do Tejo em Portugal
Treze caravelas
Comandadas por Pedro Álvares Cabral.
Após navegar vários dias,
Afastando-se da costa,
Evitando as calmarias,
Finalmente, no dia 22 de abril,
Pedro Álvares Cabral descobriu
A nossa Pátria Idolatrada
Dando o nome de Ilha de Vera Cruz,
Depois Terra de Santa Cruz.
Lá-rá, lá-rá, lá-rá-lá-rá, lá-rá, lá-rá, lá-rá,
lá-rá-lá
Lá, lá-rá, lá, lá-rá, lá-rá, lá, rá-lá, rá-lá, lá-rá,
lá, rá.
Trazia Cabral em sua frota
Homens de conhecimento,
Entre eles destacamos Pero Vaz de Caminha,
Que foi um grande talento.
E o diário de viagem, ele mesmo escreveu,
O autor da carta histórica
Que o mundo inteiro conheceu.
Quanta beleza se encerra
Nesta linda terra de encantos mil,
Recordamos mais um trecho de glória
Da História do Brasil.
308. Rosa de Hiroshima - Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
309. Sistema do Vampiro - Edson Gomes
Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Todo povo ficou aflito oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro
Eh! vive sugando todo povo
Vem cá, meu Deus, desça de novo
Ouça meu grito de socorro
Pai, escuta a voz desse teu povo
Que clama
Um centenário de oh falsa libertação
Cativeiro mental
Estamos metidos nos buracos
Estamos jogados nas favelas da vida
Pendurados lá no morro
Velho pai, só nos resta teu socorro
Ah, sim!
Estamos largados nas calçadas
Nós não temos nem morada
Não temos nada!
Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Todo povo ficou aflito oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Estamos metidos nos buracos
Estamos jogados nas favelas da vida
Pendurados lá no morro
Velho pai, só nos resta teu socorro
Ah, sim!
Estamos largados nas calçadas
Nós não temos nem morada
Não temos nada!
oioioioioioio

310. Soberano Rei - Olodum
Ramsés II, rei o sol
considerado o mais famoso faraó
admirado, filho da luz
elogiado, grande criador
de templos e arquiteturras
dos antepassados
elaborou grandes obeliscos
o patio do templo de luxor
edificios, estatuas
e um majestoso pilar
climax do explendor
do templo que marcou
grande reinado da riqueza do egito
olofumare ramses, soberano rei
a bahia canta outra vez
a historia do grande mito
faraó
amon itarraia e sortek divisoes aliadas ao rei
para a batalha de kadesh
cidades do egito
entraram em conflitos
historicamente trazendo
o passado ao presente
para vivermos o futuro mais ciente
o imperio de todos os tempos emana
agito dos faraós
civilizaçao africana
311. Ssa Bahia - Olodum
Composição: César Mayko e J.M.Cabelinho
Moro em Salvador, a primeira capital
O estado da Bahia, no Brasil não tem igual
E vá me desculpando o resto do país
Foi aqui que começou e terá que ser assim
Salvador cidade linda, linda e tropical
Quem de fora nela chega, jamais passará mal
A Bahia é a terra da mistura de ritmos
As outras cidades, já estão ligadas nisso
Seja reggae, axé
Rap ou Timbalada
Qualquer curtição
Estamos na parada (bis)
Cosme de Farias, Liberdade, Curuzú
Vai até o centro histórico
Que não é lugar comum
tem Federação, Brotas, Matatú
Vamos até o Pelourinho
Quebrar na quadra do Olodum
Cidade muito grande
Que suburbio tabem tem
vamos de buzu e trem chega tambem
Plano inclinado, Elevador Lacerda
Vao se locomovendo em pro da nossa terra
Domingo de sol tem muita coisa boa
Vamos curtir uma praia para nao ficar à toa
Seja reggae, axé
Rap ou Timbalada
Qualquer curtição
Estamos na parada (bis
312. Sueño de América - Tribo de Jah
Composição: Fauzí Beydoun
Los espiritus de los indios estãn a acechar
En la selva, en la pampa, en los andes y sus alturas
Una voz al unisono aun está a llamar
De los refúgios, de los carceles de las dictaduras
Despues de tantos anos
De sangue y dolor
Por que no darse las manos
En un pacto de amor
Se somos todos hermanos
Índios, andinos, hispânicos
Euro-platinos, africanos
Todos los pueblos vecinos
Latinos-americanos
Unidos vamos a conquistar
El eldorado perdido
De justicia y paz
Depues de ano y siglos
Ya no podemos acceptar, yá no queremos más
Dominadores, caudillos,
Dictadores asesinos
No mas opression
Ya hemos aprendido la amarga lección
Tenemos una misma historia, las mismas raices
Una mistura trayectória
Una soberana union devemos edificar
Un grande pueblo unido en nombre de un solo Jah.
313. Sueños Lejos - Olodum
Composição: Tosta Passarinho
Canta Cuba Olodum
Cuba encanta
Espanta os males, pra beleza, conquistar
Cuba te vejo daqui
Mesmo sem ter ido lá
Meu passaporte brasileiro, carimbado
Me proibindo de Cuba entrar
E uma ofensa a Cuba
Um desrespeito a mim
Vejo o projeto Mamnba
Sou mais o projeto Mamnba
Mama Cuba
Mambo Cuba
No carnaval daqui, de lá pra cá
Mama Cuba
Mambo Cuba
Manda um Fidel, Fidel, voar, prá cá
Pra essa zorra melhorar.
314. Televisão Face da Morte
Brasil anos 60 eles diziam
"bola pra frente não desista não não!"
Mas mataram estudantes
Proibiram o acesso as estantes
Nas ruas tanques ignorantes
A cabeça do povo murchou
Bomba de efeito retardado pertado pesado
Só agora estourou e quem lucrou? eu não!
Vou caminhando cantando e seguindo a canção
De domingão a domingão segue a culturação
Processo de alienação através da televisão
E aí faustão! quem sabe faz ao vivo!
Motivo pra eu dar um role na área
Junto com a rapaziada
Não vou perder o domingo vendo vídeo cacetada!
Junto com a mídia na mira realidade me inspira
Sou rapper do interior nem por isso inferior
Não tenho trava na fala aliado g nunca se cala!
Conheço um cara seu sobrenome é massa
Foi eleito deputado e não lutou pelas massas
Votou a favor do collor traidor da nação!
Agora na televisão quer dar uma de santinho
Não vou dizer seu nome ele é patrão do xaropinho
Rotulado como defensor do pobre
Na verdade o que interessa são os pontos no ibope
Cascalho caralho! faz o povo de otário!
Não me engano eu não sou bobo
Sou rapper da rede povo
Não queremos sua pena de sua gente não precisa
Brasileiro não tem preguiça quer oportunidade
Através do trabalho alcançar a qualidade de vida
Que é negada pra nós periferia esquecida
Desacredita? então pague pra ver
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando cantando e seguindo a canção
Vem vamos embora! que esperar não é saber
Que sabe faz a hora não espera acontecer
E a hebe que gracinha já passou dos sessentinha
Com espírito de mocinha à mim você não ilude
Apoia o paulo maluf que faz singapura fartura
Faz pitta que não apita nada!
Permite a máfia dos fiscais o povo não aguenta mais
Esse papo de "rouba mas faz"
Nem a pau nem fudendo não bebo "suave veneno"
Agora "note e anote"
Que a tv é um "leão livre" sempre pronto pro bote!
Não to andando nas nuvens mantenho os meus pés no chão!
Na minha opinião fantástico é ver a luta do mst
Sol a sol dia a dia em prol da cidadania
É o lado bom que ela não mostra
Agora tem outra novela com o nome de terra nostra
Mais uma bosta!
Doutor roberto marinho tem a receita perfeita
Um analgésico fatal áudio visual!
Vejo uma dose diária de jornal nacional
A impressão que se tem é que o mundo inteiro vai mal
Mas o brasil tá normal sobre o controle remoto do fmi
Gente que nunca veio aqui pra saber o que é sofrer
Não imagina o que é isso mas é razão e motivo de eu ver
Criança abandonada querendo sobreviver
De pé no chão garimpando no lixão
Que é pra não morrer de fome quando acha um danone
Olha pro céu azul agradece a deus
Disputa com o urubu
Pelo estoque vencido que veio do carrefu
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando catando e seguindo a canção
Dona maria lava a roupa e lota a vassoura
Recupera as energia assistindo "a usurpadora"
Já criou suas crianças
As 5 da manhã ela abre as portas da esperança
Do barraco de aluguel
Sua vida não é doce é amarga como um fel
Ficou doente faltou grana pra pagar a mensalidade
Do carnê de mercadorias do baú da felicidade
Cada vez mais doente fez promessa pro seu santo
O prejuízo dela é o lucro do silvio santos
Isso é o que eu chamo de "golpe do baú" vai tomar nogugu!
Tem o domingo legal um programinha banal
Só tá faltando aparecer cena de sexo anal
Meninas de 5 anos ralando a tcheca normal
Dá audiência aquela porra toda
O povão tá gostando então se foda!
Mas chega a segunda-feira e você cai na real
Mete a mão no bolso vê que não tem 1 real
Procura emprego e não acha alguns se entregam a cachaça
Outros não então a maioria se acomoda
E não se incomoda com a situação
Escravo da televisão e é desse jeito que eles querem
O povo na maresia e segue a dominação
Da minoria sobre a maioria
O mundo gira e gira o mundo
E só a gente leva bucha
Mas logo é domingo dia de planeta xuxa
Eleições vem aí você decide
Se vale a pena ver denovo
Outro fernando ou ciro gomes fabricado pela globo
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando catando e seguindo a canção
Com seus rostos maquiados sorrisos forçados
Programas ao vivo ou gravados
Eles são os serviçais do poder
Fazem um jogo sujo e esbanjam você
Qual o significado?
Sasha e seu quarto de 130 metros quadrados!
Hebe Camargo perguntava em seu programa
Porque todo pobre tem calcanhar rachado
Aqui vai a resposta
Por outro lado o que importa é o cascalho
1 milhão de reais por mês de salário
O que você recebe por ano eles faturam por hora
Eles são "os ricos que o meu povo adora"
315. Tempo Rei - Gilberto Gil

Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

Pensamento
Mesmo o fundamento singular do ser humano
De um momento
Para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos
Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas de repente ficam sujas
Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

316. Tiro Seco - Olodum
Composição: Bida e Lazinho
Bandos, sudaneses, yorubás, reggae
Quibundos, umbundos, ibos olodum
Mandigas, ketus, Ijexás
Macaus, fons e Haussás
Cleópatra é a musa música
Olodum general de cartago
Atila, Spárgacus
Pelourinho, roma negra, Salvador (x3)
Impera o brilho e a beleza
A pura nobreza em comum
Ecoam os estampidos
Rufar dos tambores do Olodum
Um tiro seco furando o cerco
Um pombo correio levando a canção
Espada do povo reggae
Conscientização
Venceremos de novo
Somos terra, água, fogo e ar
A transformação
317. Tô Feliz (Matei O Presidente) - Gabriel O Pensador
Atirei o pau no rato
Mas o rato não morreu
Dona Rosane, admirou-se do ferrão
Três-oitão que apareceu
Todo mundo bateu palma quando o corpo caiu
Eu acabava de matar o Presidente do Brasil
Fácil um tiro só
Bem no olho do safado
Que morreu ali mesmo
Todo ensanguentado
Quê? Saí voado com a polícia atrás de mim
E enquanto eu fugia eu pensava bem assim:
"Tinha que ter tirado uma foto na hora em que o sangue espirrou
Pra mostrar pros meus filhos
Que lindo, pô"
Eu tava emocionado mas corri pra valer
E consegui escapar
Ah tá pensando o quê?
E quando eu chego em casa
O que eu vejo na TV?
Primeira dama chorando perguntando (Por quê?)
Ah! Dona Rosane num fode num enche
Não é de hoje que seu choro não convence
Mas se você quer saber porque eu matei o Fernandinho
Presta atenção sua puta escuta direitinho
Ele ganhou a eleição e se esqueceu do povão
E uma coisa que eu não admito é traição
Prometeu, prometeu, prometeu e não cumpriu
Então eu fuzilei, vá pra puta que o pariu
É "podre sobre podre" essa novela
É Magri, é Zélia
É Alceni com bicicleta e guarda-chuva
LBA Previdência chega dessa indecência
Eu apertei o gatilho e agora você é viúva
E não me arrependo nem um pouco do que fiz
Tomei uma providência que me fez muito feliz

| Hoje eu tô feliz! (Minha gente!)
| Hoje eu tô feliz matei o presidente

Eu tô feliz demais então fui comemorar
A multidão me viu e começou a festejar
(É Pensador, é Pensador, é Gabriel O Pensador)
Me carregaram nas costas
A gritaria não parou
Eu disse "Eu sou fugitivo gente não grita o meu nome por favor!"
Ninguém me escutou e a polícia me encontrou
Tentaram me prender
Mas o povo não deixou
(O povo unido jamais será vencido)
Uma festa desse tipo nunca tinha acontecido
Tava bonito demais
Alegria e tudo em paz
E ninguém vai bloquear nosso dinheiro nunca mais
Corinthiano e Palmeirense
Flamenguista e Vascaíno
Todos juntos com a bandeira na mão cantando o hino
("Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante")
E começou o funeral e o povo todo na moral
Invadiu o cemitério numa festa emocionante
Entramos no cemitério cantando e dançando
E o presidente estava lá já deitado nos esperando
Todos viram no seu olho a bala do meu três-oitão
E em coro elogiamos nosso atleta no caixão:
(Bonita camisa Fernadinho
Bonita camisa Fernadinho
Você nessa roupa de madeira tá bonitinho!)
E como sempre lá também tinha um grupo mais exaltado
Então depois de pouco tempo o caixão foi violado
O defunto foi degolado, e o corpo foi queimado
Mas depois não vi mais nada porque eu já tava cercado de mulheres e aquilo me ocupou
(Ai deixa eu ver seu revólver Pensador!)
Então eu vi um pessoal numa pelada diferente
Jogando futebol com a cabeça do Presidente
E a festa continuou nesse clima sensacional
Foi no Brasil inteiro um verdadeiro carnaval
Teve um turista que estranhou tanta alegria e emoção
Chegando no Brasil me pediu informação:
(O Brasil foi campeão? Tá todo mundo contente!)
Não amigão
É que eu matei o presidente!


E o velório vai ser chique
Sem falta eu tô lá
Ouvi dizer que é o PC que vai pagar
318. Todo poder aos Sovietes! - Subversivos

Amordaçados pelo Capitalismo,
de mãos atadas, mas há o que fazer!

Organizando a todo o coletivo,
a resposta está dentro de vocês!

TODO O PODER AOS SOVIETES! [2X]

Suor vertido, mão de obra explorada!
Tudo ao patrão, nada ao produtor!

Isso é o que une a todo proletário,
sangue vermelho, salário pago em dor!

Saiamos todos pra além da exploração!
Unindo a classe de encontro a sua mortalha!

Tomando os rumos de toda produção,
criar Sovietes, vanguarda proletária!

319. Tom Maior - Samba Enredo 2006
Composição: by Bola, Oberdan, Bará, Cesinha, Wellington E Maradona
Conta a teoria como tudo começou
Em grandes geleiras navegando aqui chegou
O homem primitivo, gigantescos animais
No berço da existência são os nossos ancestrais
Brasil, Serra da Capivara é nosso patrimônio
Piauí emergiu como um grande tesouro
Já dizia a previsão que “o sertão vai virar mar”...
O mar já virou sertão
As sete cidades, que fascinação!
Entre lendas e mitos, verdade ou ilusão?
BIS
Vestígios de uma outra vida, antiga civilização
Chegaram à terra do sol destemidos vaqueiros
A civilização do couro
Guerras, conflitos com muita opressão
Foi assim a colonização
Com fé a primeira cidade surgiu
Cajuína refrescou esse povo vencedor
Nasce a menina dos olhos verdes
Teresina do meu coração
Bumba-meu-boi é folclore regional
Artesanato, a riqueza cultural
Menino veio de lá, pra em São Paulo reinar
É de emocionar!!!
O seu sucesso trilhou, num arco-íris brilhou
Com Frank Aguiar eu vou!!!
É paixão, emoção
Sou Tom Maior, lá vou eu. Eu vou
REFRÃO
Toque o fole sanfoneiro
Com amor
320. Tropicum - Olodum
Composição: Aloísio Menezes / Marcelo Gentil
Olodum tropicália (2x)
Na década de 70
Olodum surgiu
E o movimento já repercutia
Por todo o Brasil
O mano Caetano, Gil, Bethânia e Gal
Antonio Risério, Tom Zé, Capinam
E nossos ideais
A repressão dos infames
Foi combatida por meu canto profano
Abaixo a dita-cuja
E o fim da tortura num país soberano
Quem viveu, viveu
A tortura dos manos
Que hoje sagrados
Chamamos de reis
Refrão:
É proibido proibir
No Olodum (Bis)
É proibido proibir
Tropicália renasce
Nas matrizes do afro, nos sons do Olodum
Usando a cultura
Pra a evolução unindo um bem comum
Refrão:
É proibido proibir
No Olodum (Bis)
É proibido proibir
321. Um Índio - Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no hemisfério sul da américa num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros, das fontes, de água límpida
Mais avançado que a mais avançadas das mais avançadas das tecnologias

| Virá
| Impávido que nem Muhammad Ali
| Virá que eu vi
| Apaixonadamente como Peri
| Virá que eu vi
| Tranqüilo e infalível como Bruce Lee
| Virá que eu vi
| O axé do afoxé Filhos de Ghandi
| Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro,
em sombra, em luz, em som, magnífico
Num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto sim, resplandecente, descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer assim de um modo explícito

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio

322. Um Povo Comum Pensar - Olodum
Composição: Suka
Olha este som latino
É de lá de Cuba
Onde prá ter direitos
Nada nos custa não
Latinamente um povo
Negro a cantar e a cantar
Bate em minha mente
Um povo em comum pensar
Rumba, Rumba
Rumba Olodum
Arriba vida
Linda, Linda
Pura e sem dor
ô ô ô
Com amor
Che Che Che
Che Guevara
Mente
Fontemente revolucionaria
Fiel, Fidel
Fiel, Fidel
Fidel castro
Em pró de uma classe sofrida
Proletária
Leninista
Olha este som latino
É de lá de Cuba
Onde prá ter direitos
Nada nos custa não
Onde não tem mendigos
Nem tanto vilão
Aonde o dinheiro
Não é uma obsessão
323. Sublime Pergaminho - Unidos de Lucas, 1968
Zeca Melodia - Nilton Russo - Carlinhos Madrugada
Quando o navio negreiro
Transportava negros africanos
Para o rincão brasileiro
Iludidos
Com quinquilharias
Os negros não sabiam
Que era apenas sedução
Pra serem armazenados
E vendidos como escravos
Na mais cruel traição
Formavam irmandades
Em grande união
Daí nasceram festejos
Que alimentavam o desejo
De libertação
Era grande o suplício
Pagavam com sacrifício
A insubordinação
E de repente
Uma lei surgiu
E os filhos dos escravos
Não seriam mais escravos
No Brasil
Mais tarde raiou a liberdade
Pra aqueles que completassem
Sessenta anos de idade
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão"
324. Vai Passar - Francis Hime/Chico Buarque

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar
325. Vai-Vai - Samba-Enredo 2003
Danilo Alves, Regis e Vagner Almeida
Lá vem o Bexiga com muita alegria Devoção e muito mais
Cantando forte em poesia Eu sou Vai-Vai
A Bela Vista chegou com garra e emoção, Invadindo
continentes vem mostrar a essa gente A origem da sua
criação Surgiu na era glacial A descoberta genial E
sua história vai brilhar no carnaval Sangrentas
guerras conquistou Grandes guerreiros carregou Fez da
Mongólia a sua arena de terror
Pisa forte na avenida Indomável campeão Que virou
mitologia de tanta fascinação bis
Centenas de anos antes de Cristo Conquistador e
arisco, fundou cidade Presente de grego foi construído
E ao longo desse conflito e realidade Glórias a cônsul
venerado Imperador foi derrotado Deposto caiu do seu
garanhão Vitórias também teve o alasão Tem corrida,
tem rodeio, tem jogo no tabuleiro E o Grande Prêmio do
Brasil Com força, raça em harmonia eu vou trazer O
mundo inteiro pra você Entre marchas, galopes e
cavalgadas De preto e branco sacudindo a arquibancada
326. Vai-Vai - Samba Enredo 2006
São Vicente, A Primeira Capital do Brasil
Vem, vêm meu amor
Nesse balanço eu vou
Amor eu vou, vem navegar
Nas ondas desse mar
Vai-Vai nos levará a viajar.....
Terra à vista
Depois de atravessar o tenebroso mar
Bela Vista, um paraíso de beleza singular
A primeira cidade do nosso Brasil
Na força das raças unidas surgiu
Foi dessa união o início da nossa nação
Bravos bandeirantes
Exploraram esse chão
Para semear e construir
As bases da economia
Se a cana de açúcar foi fundamental
O meu Bixiga, é combustível nesse carnaval
Divina Luz que vem do céu clareia,
Deixa clarear
Nossa mistura de pele
Deu samba na veia, incendeia!
Cartão postal
A ponte Pênsil é monumental
Cruzou o mar, veio o progresso
E São Vicente floresceu
Cidade berço cultural
Nascente da democracia
A natureza tem o seu real valor ( ô ô ô )
Meus tamborins em alto astral!
Sacodem a ilha noite e dia
É nessa praia que o Vai-Vai chegou
327. Valente Nordeste - Olodum
Composição: Guiguio
Vem meu beduíno
Chega seu menino
Faz assim comigo não
Do deserto do Saara
Vem pra minha Paraíba
Ceará ou Maranhão (hum!)
Alagoas coisa boa
Pernambuco não caçoa
A Bahia da canção
Porque não pro meu Sergipe
Vou de jegue
Vou de jipe
Chego lá
Volto mais não
Amor amor
Amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh, cabra da peste
nordeste, nordeste
O sol que nos castiga
prumou que nao sacia
A sede desse rico chão
Pra ficar mais fertilizante
Pra ficar mais elegante
Pra minha vegetação
Lá do alto da colina
Meu casebre pequenino
Com a luz de lampião
Olodum que e nordestino
Canta, canta seu menino
E voa alto pro sertao
amor amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh cabra da peste
nordeste , nordeste
A história não lhe mente
morre gado
morre gente
Na seca judiação
Não tem água cristalina
E o governo discrimina
Pobre povo, pobre chão
amor amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh cabra da peste
nordeste , nordeste
328. Violeiro Tocador - Olodum
Composição: Jô Nascimento, Roberto brito e Valmir Brito
Descoberto o Brasil na Bahia
Revela a história e alguém já dizia
O que Cabral não descobriu direito
Agora pode ser real
A reforma agrária é um desejo
De todo povo ocidental
E quando a seca já chegava
Nada vingava, ninguém resistia
O sol ardente que o solo rachava
O rio que secava e o povo que partia
Seguindo a estrada sem rumo, sem nada
Mas mesmo sofrendo o menino dizia
Seu vileiro tocador
Seu sanfoneiro
Toque a dor pra lá
Salve o coração do agreste
Pois o povo Nordeste
Não pode acabar (bis)
E quando aqui chegava
Na cidade grande nada acontecia
Não havia emprego, não havia nada
O seu ideal virou fantasia
Olhe o nordeste seu cabra peste
Que o afro Olodum
Será nosso guia
329. Zambi - Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Edu Lobo
É Zambi no açoite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi na noite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
Chega de sofrer, ei!
Zambi gritou
Sangue a correr
É a mesma cor
É o mesmo adeus
É a mesma dor
É Zambi se armando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi lutando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
Chega de viver, ê
Na escravidão
É o mesmo céu
O mesmo chão
O mesmo amor
Mesma paixão
Ganga-zumba, ei, ei, ei, vai fugir
Vai lutar, tui, tui, tui, tui, com Zambi
E Zambi, gritou ei, ei, meu irmão
Mesmo céu, tui, tui, tui, tui
Mesmo chão
Vem filho meu
Meu capitão
Ganga-zumba
Liberdade
Liberdade
Liberdade
Vem meu filho
É Zambi morrendo, ei, ei, é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
Ganga Zumba, ei, ei, ei, vem aí
Ganga Zumba, tui, tui, tui, é Zambi
330. O Meu País - Zé Ramalho
Composição: Livardo Alves - Orlando Tejo - Gilvan Chaves

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo


331. África Brasil (Zumbi) - Jorge Ben Jor

Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Capinda, Nina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
Pois aqui onde estão os homens
Dum lado, cana-de-açúcar
Do outro lado, um imenso cafezal
Ao centro, senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras

332. Zumbi - Caetano Veloso
Composição: Jorge Ben
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana-de-açúcar
De outro lado, o cafezal
Ao centro, os senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhido por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é o senhor das guerras
Senhor das demandas
Quando Zumbi chega
É Zumbi é quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola
Congo
Benguela
Monjolo
Cabinda
Mona
Quiloa
Rebolo
334. Zumbi dos Palmares Edson Gomes
Zumbi rei dos palmares
grito de dor,liberdade.
Zumbi rei dos palmares
um lutador,lider de valor.
Você é o nosso percursor,
de lá pra cá,
outro não se viu,
de lá para cá,
ninguém assumiu.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça deliberada.
Sou o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
Sou o Zumbi dos palmares
É o Zumbi dos palmares
Zumbi até mesmo o sol
Se eles pudessem
a gente vagaria
Zumbi até mesmo a chuva
se eles pudessem
a gente vagaria
não temos como enxugar
e a cada dia mais difícil se alimentar
Não temos onde trabalhar
E a cada dia mais difícil se alimentar.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça
deliberada
Sou o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
Sou o Zumbi dos palmares
É o Zumbi dos palmares
335. Zumbi Rei - Olodum
General, negro dos palmares
Grande líder dos quilombolas
Lutou e morreu pela defesa
E pela liberdade
Dos seus irmãos
Mas a luta continua irmão
Jamais perderemos a esperança
De cultuar seus deuses negros
Eram os quilombolas
Negros rebeldes dos palmares
Da senzala a casa grande
Éramos tratados como animais
Oprimidos e marginalizados
Mais se o negro parar e pensar
De tudo devemos cultivar
Salve Zumbi Rei Olodum
Grande líder dos quilombolas
Salve Zumbi Rei Olodum
Consciência Negra Olodum

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home