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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SELEÇÃO DE LETRAS DE MÚSICAS COM CONTÉUDOS DE HISTÓRIA PARTE III





Luis Carlos Costa Nascimento




SELEÇÃO DE LETRAS DE MÚSICAS COM CONTÉUDOS DE HISTÓRIA
PARTE III






Nada Será como Antes - Milton Nascimento/Ronaldo Bastos

Eu já estou com o pé nessa estrada
Qualquer dia a gente se vê
Sei que nada será como antes, amanhã...

Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Alvoroço em meu coração
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol

Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã...

Que notícias me dão dos amigos
Que notícias me dão de você
Sei que nada será como está
Amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol




Não Basta Ser Rasta - Tribo de Jah

A Tribo tá na Jamaica,
culture está no Maranhão
A tribo se aquece pro Sun Splash
e deixa sua marca na meca do som.
eric e stanley em são luiz,
grande performance do reggae raiz,
wailers e outros vem novamente,
culture segue para paris,
o reggae cruza os continentes
miami é a esquina da conexão,
estados unidos, canadá,oriente,
áfrica, europa,brasil e japão
O reggae voa pelo mundo
Nas asas do avião
O reggae viaja
Subindo ao céu, rolando no chão
Reggae keep flying
on the wings on the airlines
Going around
Reggae keep flying
Touch in the sky
rolling in the ground
Solidão na estrada
Amor perdido em vagas rotas, escalas
Remota destinação, uh yeah!
há ainda uma longa jornada que se seguir,
há de se cumprir a missão.
uh! baby
Reggae keep flying,
keep flying
A tribo roda a Jamaica
E cruza a ilha em toda
a sua extensão
Muitas pedras na bagagem
segue viagem pro Maranhão
entra nas entranhas do Nordeste
Rasga a caatinga seca do sertão
Levando mensagens pelo agreste
Lembra as passadas de Lampião
O reggae é apenas
entretenimento
Mas pode libertar mentes e almas
Dança e música com sentimento
Rolando sem ódio
rolando sem trauma
Não basta ser rasta,
É preciso ser puro em seu coração
Não basta ser rasta, não
Pra obter graça é preciso perdão
Não basta ser rasta
É preciso estar certo da convicção
Não basta ser rasta, não
É preciso ser justo em sua razão
Yo no soy rastafari hombre!
apenas me gusta la musica reggae
soy um rapaz latino-americano
E creo que há solamente um Dios soberano
Yo no soy rasta, pero soy hirro, de Dios, entiende?




O Navio Negreiro - Caetano Veloso Composição: Castro Alves

O Navio Negreiro
’Stamos em pleno mar
Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
E ri-se a orquestra, irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...
Presa dos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais!
Qual num sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanaz!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?...
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Que excita a fúria do algoz?
Quem são?... Se a estrela se cala,
Se a vaga à pressa resvala
Como um cúmplice fugaz,
Perante a noite confusa...
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
São mulheres desgraçadas
Como Agar o foi também,
Que sedentas, alquebradas,
De longe... bem longe vêm...
Trazendo com tíbios passos
Filhos e algemas nos braços,
N'alma lágrimas e fel.
Como Agar sofrendo tanto
Que nem o leite do pranto
Têm que dar para Ismael...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se eu deliro... ou se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
Co'a esponja de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e cobardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Silêncio!... Musa! chora, chora tanto
Que o pavilhão se lave no seu pranto...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra,
E as promessas divinas da esperança...
Tu, que da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
Fatalidade atroz que a mente esmaga!
Extingue nesta hora o brigue imundo
O trilho que Colombo abriu na vaga,
Como um íris no pélago profundo!...
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!




O Navio Negreiro/Um índio - Maria Bethânia

Era um sonho dantesco... o tombadilho,
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, levantando às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, assustadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.
Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de martírios embrutece,
chora e dança, ali.
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Quem são estes desgraçados
Que não encontram em vós
Mais que o rir calmo da turba
Dize-o tu, severa musa,
Musa libérrima, audaz!
São os filhos do deserto
Onde a terra esposa a luz.
Onde voa em campo aberto
A tribo dos homens nus...
São os guerreiros ousados,
Que com os tigres mosqueados
Combatem na solidão...
Homens simples, fortes, bravos...
Hoje míseros escravos
Sem ar, sem luz, sem razão...
Lá nas areias infindas,
Das palmeiras no país,
Nasceram crianças lindas,
Viveram moças gentis...
Passa um dia a caravana
Quando a virgem na cabana
Cisma das noites nos véus...
...Adeus! ó choça do monte!...
...Adeus! palmeiras da fonte!...
...Adeus! amores... adeus!...
Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura... se é verdade
Tanto horror perante os céus...
Ó mar, por que não apagas
de tuas vagas
De teu manto este borrão?
Astros! noite! tempestades!
Rolai das imensidades!
Varrei os mares, tufão!...
E existe um povo que a bandeira empresta
P'ra cobrir tanta infâmia e covardia!...
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!...
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?!...
Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!...
...Mas é infâmia demais...
Da etérea plaga
Levantai-vos, heróis do Novo Mundo...
Andrada! arranca este pendão dos ares!
Colombo! fecha a porta de teus mares!
......
Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas
das tecnologias
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor
Em gesto, em cheiro, em sombra, em luz, em som
magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto-sim resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará
Não sei dizer assim de um modo explícito
Virá impávido que nem Muhammad Ali
Virá que eu vi, apaixonadamente como Peri
Virá que eu vi, tranqüilo e infálivel como Bruce Lee
Virá que eu vi, o axé do afoxé Filhos de Gandhi
Virá
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio.
Virá




Negro Drama - Racionais Mc's

NEGRO DRAMA,
Entre o sucesso, e a lama,
Dinheiro, problemas,
Inveja, luxo, fama,

NEGRO DRAMA,
Cabelo crespo,
E a pele escura,
A ferida a chaga,
A procura da cura,

NEGRO DRAMA,
Tenta vê,
E não vê nada,
A não ser uma estrela,
Longe meio ofuscada,

Sente o Drama,
O preço, a cobrança,
No amor, no ódio,
A insana vingança,

NEGRO DRAMA,
Eu sei quem trama,
E quem tá comigo,
O trauma que eu carrego,
Pra não ser mais um Preto Fudido,

O drama da Cadeia e Favela,
Tumulo, sangue,
Sirene, choros e velas,

Passageiro do Brasil,
São Paulo,
Agonia que sobrevivem,
Em meia zorra e covardias,
Periferias,vielas e cortiços,

Você deve tá pensando,
O que você tem a ver com isso,
Desde o início,
Por ouro e prata,

Olha quem morre,
Então veja você quem mata,
Recebe o mérito, a farda,
Que pratica o mal,

me vê, Pobre, preso ou morto,

Já é cultural,
Histórias, registros,
Escritos,
Não é conto,
Nem fabula,
Lenda ou mito,

Não foi sempre dito,
Que preto não tem vez,
Então olha o castelo e não,
Foi você quem fez Cuzão,

Eu sou irmão,
Dos meus truta de batalha,
Eu era a carne,
Agora sou a propria navalha,

Tim..Tim..

Um brinde pra mim,
Sou exemplo, de vitorias,
Trajetos e Glorias,

O dinheiro tira um homem da miséria,
Mas não pode arrancar,
De dentro dele,
A Favela,

São poucos,
Que entrão em campo pra vencer,
A alma guarda,
O que a mente tenta esquecer,

Olho pra traz,
Vejo a estrada que eu trilhei,
Mococa,
Quem teve lado a lado,
E quem só fico na bota,
Entre as Frases,
Fases e varias etapas,

De quem é quem,
Dos Manos e das Minas fraca,

Hum..

NEGRO DRAMA de estilo,
Pra ser,
E se for,
Tem que ser,
Se temer é milho,

Entre o gatilho e a tempestade,
Sempre a provar,
Que sou homem e não um covarde,
Que Deus me guarde,

Pois eu sei,
Que ele não é neutro,
Vigia os rico,
Mais ama os que vem do Gueto,

Eu visto Preto,
Por dentro e por fora,

Guerreiro,
Poeta entre o tempo e a memória,
Hora,
Nessa história,
Vejo o dolar,
E varios quilates,

Falo pro mano,
Que não morra, e tambem não mate,
O Tic Tac,
Não espera veja o ponteiro,
Essa estrada é venenosa,
E cheia de morteiro,

Pesadelo,
Hum,

É um elogio,
Pra quem vive na guerra,
A PAZ
Nunca existiu,
No clima quente,
A minha gente soa frio,

tinha um Pretinho,
Seu caderno era um Fuzil,

Um Fuzil,
NEGRO DRAMA,

CRIME,FUTEBOL, MUSICA, CARAlhO,
EU TAMBEM, VO CONSEGUI FUGI DISSO Ai,
EU SO MAIS UM,
FOREST CAMP é MATO,
EU PREFIRO CONTAR UMA HISTORIA REAL,

Vou CONTA A MINHA....

Dai um filme,
Uma negra,
E uma criança nos braços,
Solitária na floresta,
De concreto e aço,

Veja,
Olha outra vez,
O rosto na multidão,
A multidão é um monstro,

Sem rosto e Coração,

Hey,
São Paulo,
Terra de arranha-céu,
A garoa rasga a carne,
É a Torre de Babel,

Famíla Brasileira,
2 contra o mundo,
Mãe solteira,
De um promissor,
Vagabundo,

Luz,
Câmera e Ação,

Gravando a cena vai,
O Bastardo,
Mais um filho pardo,
Sem Pai,

Hey,

Senhor de engenho,
Eu sei,
Bem quem é você,
Sozinho, se num guenta,

Sozinho,
Se num guenta a peste,

e disse que era bom,
E a favela ouviu, la
tambem tem
Whiski, e Red Bull,
Tênis Nike,
Fuzil,

Admito,

Seus carro é bonito,
Hé,
E eu não sei fazer,
Internet, Video-cassete,
Os carro loko,

Atrasado,
Eu to um pouco se,
To,
Eu acho sim,

Só que tem que,

Seu jogo é sujo,
E eu não me encaixo,
Eu so problema de montão,
De carnaval a carnaval,
Eu vim da selva,
So leão,
So demais pro seu quintal,

Problema com escola,
Eu tenho mil,
Mil fita,
Inacreditavel, mas seu filho me imita,
No meio de vocês,
Ele é o mais esperto,
Ginga e fala giria,
Giria não dialeto,

Esse nao é mais seu,
Hó,
Subiu,
Entrei pelo seu rádio,
Tomei,
Se nem viu,
Mais é isso ou aquilo,

O Que,
Senão dizia,
Seu filho quer ser Preto,
Rhá,
Que irônia,

Cola o pôster do 2 Pac ai,
Que tal,
Que se diz,
Sente o NEGRO DRAMA,
Vai,
Tenta ser feliz,

Hey bacana,
Quem te fez tão bom assim,
O que se deu,
O que se faz,
O que se fez por mim,

Eu recebi seu Tic,
Quer dizer Kit,
De esgoto a céu aberto,
E parede madeirite,

De vergonha eu não morri,
To firmão,
Eis-me aqui,

Voce não,
Se não passa,
Quando o mar vermelho abrir,

Eu sou o mano
Homem duro,
Do gueto, Browm,

Obá,

Aquele loko,
Que não pode errar,
Aquele que você odeia,
ama nesse instante,
Pele parda,
Ouço Funk,

E de onde vem,
Os diamante,
Da lama,

Valeu mãe,

NEGRO DRAMA,
DRAMA, DRAMA.

AE,
NA ÉPOCA DOS BARRACO DE PAU LÁ NA PEDREIRA
ONDE VOCÊS TAVAM?
O QUE VOCÊS DERAM POR MIM ?
O QUE VOCÊS FIZERAM POR MIM ?
AGORA TÁ DE OLHO NO DINHEIRO QUE EU GANHO
AGORA TÁ DE OLHO NO CARRO QUE EU DIRIJO
DEMOROU, EU QUERO É MAIS
EU QUERO É TER SUA ALMA
AÍ, O RAP FEZ EU SER O QUE SOU
ICE BLUE, EDY ROCK E KLJ, E TODA A FAMÍLIA
E TODA GERAÇÃO QUE FAZ O RAP
A GERAÇÃO QUE REVOLUCIONOU
A GERAÇÃO QUE VAI REVOLUCIONAR
ANOS 90, SÉCULO 21
É DESSE JEITO
AÍ, VOCE SAÍ DO GUETO,
MAS O GUETO NUNCA SAÍ DE VOCE, MOROU IRMÃO
VOCE TÁ DIRIGINDO UM CARRO
O MUNDO TODO TÁ DE OLHO NI VOCÊ, MOROU
SABE POR QUÊ?
PELA SUA ORIGEM, MOROU IRMÃO
É DESSE JEITO QUE VOCÊ VIVE
É O NEGRO DRAMA
EU NÃO LI, EU NÃO ASSISTI
EU VIVO O NEGRO DRAMA, EU SOU O NEGRO DRAMA
EU SOU O FRUTO DO NEGRO DRAMA
AÍ DONA ANA, SEM PALAVRA, A SENHORA É UMA RAINHA, RAINHA
MAS AE, SE TIVER Q VOLTAR PRA FAVELA
EU VOU VOLTAR DE CABEÇA ERGUIDA
PORQUE ASSIM É QUE É
RENASCENDO DAS CINZAS
FIRME E FORTE, GUERREIRO DE FÉ
VAGABUNDO NATO!




Nenê De Vila Matilde - Samba Enredo 2006

Meu canto é emoção
Vem te conquistar
A Vila é pé no chão
Mama Bahia vai te arrepiar
Quando desembarcaram os conquistadores
Do velho mundo veio a ambição
O índio foi cativo no seu chão
O sangue do negro tingiu
O nosso povo surgiu dessa mistura ideal
Nascia a cidade de São Salvador
Ô ô a nossa primeira capital
Gira a moenda no ciclo da cana
No grito do negro emana
O canto de várias nações
A arte, o barroco e a cultura, literatura
Quilombolas invasões
As revoluções
Se meu pai é Xangô o rei Ioruba
Banto, sudanes, Malê, haussá
Caboclo de angola, também sou mais um
Ópera Negra da Nenê, é Lídia de Oxum
Salvador negritude em redenção
Minha águia anuncia
Clamor de alegria, na velha Bahia que satisfação
Venha ver o povo Negro, vem dançar
Cantos de libertação soam no ar
O tambor se manifesta, na ladeira do pelô a minha vila faz a
festa




O Bêbado e A Equilibrista - Elis Regina

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Prá noite do Brasil.
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarisses
No solo do Brasil...
Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Asas!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...




O Eleito - Lobão

Ele é esperto e persistente
Acha que nasceu pra ser respeitado
Ele é incerto e reticente
Acha que nasceu pra ser venerado
O palácio é o refúgio mais que perfeito
Para os seus desejos mais que secretos
Lá ele se imagina o eleito
Sem nenhuma eleição por perto
Ele é o esperto, ele é o perfeito
Ele é o que dá certo, ele se acha o eleito
Seus ternos são bem cortados
Seus versos são mal escritos
Seus gestos são mal estudados
A sua pose é militarista
Ele se acha o intocável
Senhor de todas as cadeiras
Derruba tudo pra ficar estável
Ele não está aí para brincadeira
E o tempo passa quase parado
E eu aqui sem a menor paciência
Contando as horas como se fossem trocados
Como se fossem contas de uma penitência
E tudo parece estar errado
Mas nesse caso o erro deu certo
Foi o que ele disse a o pé do rádio
Com a honestidade pelo avesso




O Exército de um Homem Só - Engenheiros do Hawaii

Não importa se só tocam
o primeiro acorde da canção
a gente escreve o resto em linhas tortas
nas portas da perseguição

Em paredes de banheiros
nas folhas que o outono leva ao chão
Em livros de histórias
seremos a memória
dos dias que virão
se é que eles virão

Não importa se só tocam
a primeira frase da canção
a gente escreve o resto sem muita presa
com muita precisão
Nos interessa o que não foi impresso
mas continua sendo escrito a mão
escrito a luz de velas
quase na escuridão
longe da multidão

Não importa se só ouvem
primeira nota da canção
a gente escreve o resto
e o resto é resto
é falsificação
é sangue falso
bang-bang italiano
swing falso
turista americano
livre dessa estória
a nossa trajetória não precisa explicação
e não tem explicação

Somos um exército
o exército de um homem só
No difícil
exercício de viver em paz
Somos um exército
o exército de um homem só
sem fronteiras
sem bandeiras
pra defender
pra defender

Não interessa o diário e a corte
não interessa o que diz o rei
se num jogo não há juiz
não há jogada fora da lei
não interessa o que diz o ditado
não interessa o que o estado diz
nós falamos outra língua
moramos em outro país

Somos Kamikazes
incapazes de ir à luta
somos quase livres
isso é pior de que a prisão
Somos um exército
o exército de um homem só
Um bando de vampiros
que odeiam sangue
sem fronteiras
sem bandeiras para defender
somos um exército
o exército de um homem só
nesse exército
o exército de um homem só
todos sabem
que tanto faz
ser culpado
ou ser capaz
tanto faz




O Fim da História (Gilberto Gil)

Não creio que o tempo
Venha comprovar
Nem negar que a História
Possa se acabar

Basta ver que um povo
Derruba um czar
Derruba de novo
Quem pôs no lugar

É como se o livro dos tempos pudesse
Ser lido trás pra frente, frente pra trás
Vem a História, escreve um capítulo
Cujo título pode ser Nunca Mais
Vem o tempo e elege outra história, que escreve
Outra parte, que se chama Nunca É Demais
Nunca Mais, Nunca É Demais, Nunca Mais
Nunca É Demais, e assim por diante, tanto faz
Indiferente se o livro é lido
De trás pra frente ou lido de frente pra trás

Quantos muros ergam
Como o de Berlim
Por mais que perdurem
Sempre terão fim

E assim por diante
Nunca vai parar
Seja neste mundo
Ou em qualquer lugar

Por isso é que um cangaceiro
Será sempre anjo e capeta, bandido e herói
Deu-se notícia do fim do cangaço
E a notícia foi o estardalhaço que foi
Passaram-se os anos, eis que um plebiscito
Ressuscita o mito que não se destrói
Oi, Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez
Lampião faz bem, Lampião dói
Sempre o pirão de farinha da História
E a farinha e o moinho do tempo que mói

Tantos cangaceiros
Como Lampião
Por mais que se matem
Sempre voltarão

E assim por diante
Nunca vai parar
Inferno de Dante
Céu de Jeová




MESTRE SALA DOS MARES - ELIS REGINA - Elis Regina

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas
Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então
Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias
Glória à farofa à cachaça, às baleias
Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais
Mas faz muito tempo




Olinda - Alceu Valença

Olinda
Tens a paz dos mosteiros da Índia
Tu és linda
Prá mim és ainda
Minha mulher
Calada
O silêncio rompe a madrugada
Já não somos aflitos nem nada
Minha mulher
Tu voltas
Entre frutas, verão e tu voltas
Abriremos janelas e portas
Minha mulher
Olinda...




Olodum Lindo Arco-iris - Olodum

Tempo dá Agô pra Olodumaré Canta Arroboboi
Filho de Oxumaré
Tempo dá Agô pra Olodumaré Canta Arroboboi
Filho de Oxumaré
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
Formando-se no céu um lindo arco-íris
Na beira-mar Olodum chegou
Ê rema remador no balanço das ondas nesse barco eu vou
Ê rema remador no balanço das ondas nesse barco eu vou
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
Vem dançar Iyawo na Terça-feira
Tem São Bartolomeu no banhar da cachoeira
O povo de Bradjá a nos guiar
No toque da nação Olodum que vem cantar
O povo de Bradjá a nos guiar
No toque da nação Olodum que vem cantar
Eu sou arco-íris
No Ar, Olodum uma canção
Sou arco-íris
No mar da magia
Olodum Alicerce Negro - Olodum
Composição: Carlos e Paixão
Olodum idôneo
Pois tem razão
Diz negro não vive em vão
Cantem, apartheid não
Pois vencerá a negra cor
Pois tem a dor que sofreu no pelô
Olodum, alicerce da cultura
afro-negra
Preconceito nao
Pois a razão
Temos que lutar
Que lutar contra a opressão
Na hora H ou D
Somos negros
E temos que vencer
Que passou Olodum
Do Pelourinho iô iô
Que passa envolvendo
A massa a cantar
Do Pelourinho
Olodum se expandiu
Levou cultura da Bahia ao Brasil
Não temem a dor pujante lutador
Místico movimento negro em Salvador
Refletindo paz e quer mais e mais
A toda nação
Que diz assim




Olodum Alicerce Negro - Olodum

Olodum idôneo
Pois tem razão
Diz negro não vive em vão
Cantem, apartheid não
Pois vencerá a negra cor
Pois tem a dor que sofreu no pelô
Olodum, alicerce da cultura
afro-negra
Preconceito nao
Pois a razão
Temos que lutar
Que lutar contra a opressão
Na hora H ou D
Somos negros
E temos que vencer
Que passou Olodum
Do Pelourinho iô iô
Que passa envolvendo
A massa a cantar
Do Pelourinho
Olodum se expandiu
Levou cultura da Bahia ao Brasil
Não temem a dor pujante lutador
Místico movimento negro em Salvador
Refletindo paz e quer mais e mais
A toda nação
Que diz assim




Oração pela Libertação da África do Sul - (Gilberto Gil)

Se o rei Zulu já não pode andar nu
Se o rei Zulu já não pode andar nu
Salve a batina do bispo Tutu
Salve a batina do bispo Tutu

Ó, Deus do céu da África do Sul
Do céu azul da África do Sul
Tornai vermelho todo sangue azul
Tornai vermelho todo sangue azul

Já que vermelho tem sido todo sangue derramado
Todo corpo, todo irmão chicoteado - iô
Senhor da selva africana, irmã da selva americana
Nossa selva brasileira de Tupã

Senhor, irmão de Tupã, fazei
Com que o chicote seja por fim pendurado
Revogai da intolerância a lei
Devolvei o chão a quem no chão foi criado

Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã
Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã
Zelai por nossa negra flor pagã
Zelai por nossa negra flor pagã

Sabei que o papa já pediu perdão
Sabei que o papa já pediu perdão
Varrei do mapa toda escravidão
Varrei do mapa toda escravidão




Samba do Crioulo Doido - Sérgio Porto

Este é o samba do crioulo doido.
A história de um compositor que durante muitos anos obedeceu o regulamento,
e só fez samba sobre a história do brasil.
E tome de incofidência, abolição, proclamação, chica da silva, e o coitado
do crioulo tendo que aprender tudo isso para o enredo da escola.
Até que no ano passado escolheram um tema complicado: a atual conjuntura.
Aí o crioulo endoidou de vez, e saiu este samba:

Foi em diamantina onde nasceu j.k.
E a princesa leopoldina lá resolveu se casar
Mas chica da silva tinha outros pretendentes
E obrigou a princesa a se casar com tiradentes
Laiá, laiá, laiá, o bode que deu vou te contar

Joaquim josé, que também é da silva xavier
Queria ser dono do mundo
E se elegeu pedro segundo
Das estradas de minas, seguiu p'rá são paulo
E falou com anchieta
O vigário dos índios
Aliou-se a dom pedro
E acabou com a falceta
Da união deles dois ficou resolvida a questão
E foi proclamada a escravidão

Assim se conta essa história
Que é dos dois a maior glória
A leopoldina virou trem
E dom pedro é uma estação também
Oô, oô, oô, o trem té atrasado ou já passou




Os Sertões (1976) - Em Cima da Hora (Fagner)

Marcados pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra e seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida e triste nesse lugar
Sertanejo e forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Ate o final
Defendendo canudos
Naquela guerra fatal




Parabéns do Brasil pra você - Bezerra da Silva

Como mora lalau nesse nosso Brasil, ô Brasil
Lalau dá trombada no meio da rua
É que meteram o chefe da Roubos e Furtos,
limparam o doutor que é o terror da "ratatuia"!
E tem até ladrão de fraque e cartola roubando
ladrão, essa tal de falcatrua!
E o micróbio da fraude e da corrupção continua
devorando os irmãos e fazendo das suas
Roubam até da merenda de crianças carentes, minha
Nossa Senhora!
Só não roubam São Jorge porque ele mora na lua
A cruel rapinagem só vai acabar
quando o nosso governo parar de manobra
Na hora que a impunidade deixar de imperar
e meu povo faminto tiver mesa farta e grana de sobra
Quando a nossa Mãe Pátria se livrar de quem não
presta
E o dinheiro do cofre render pra valer sem
desaparecer
A nossa renda bem distribuída pra quem merecer
E o desvio de verba pro banco suíço não acontecer
E o povão com salário decente e ambiente de festa,
podes crer.
Consagrar o Presidente e cantar parabéns pra você (vou
dizer parabéns)
Parabéns pra você!
Nesta data feliz!
O Presidente é nosso grande amigo e é "sujeito homem",
é povo que diz
Acabou com a miséria e a fome do nosso país, diz aí
parabéns!




Paraíba Masculina - Luiz Gonzaga

Quando a lama virou pedra e mandacaru secou
quando ribançã de sede bateu asas e voou
foi aí que eu fui me embora carregando a minha dor
hoje eu mando um abraço p´ra ti pequenina

Êta pau pereira que a princesa já roncou
êta paraíba mulher macho sim senhor
êta pau pereira meu bodoque nem quebrou
hoje eu mando um abraço p´ra ti pequenina

Paraíba masculina mulher macho sim senhor (bis)

Saí p´ra lá peste!




Panamericana - Lobão

Quem são os ditadores
Do Partido Colorado?
O que é a democracia ao sul
Do Equador?
Quem são os militares ao sul
Da Cordilheira?
Quem são os salvadores do povo
De El Salvador?
Em Parador
Quem são os assassinos dos
Índios brasileiros?
Quem são os estrangeiros
Que financiam o terror?
Em Parador
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Hay que endurecer
Sin perder la ternura
Ao sol de Parador
Quem são os índios incas
Que plantam cocaína?
Quem são os traficantes
Com armas e gasolina?
Quem são os Montoneros?
Quem são los Tupamaros?
Las madres e abuelitas
Na praça de maio
Em Parador
Quem são os contra-revolucionários
De Sandino?
O que é a presidência no
Canal do Panamá?
Em Parador
Quem são os guerrilheiros de
Farrabundo Marti?
Quem são os fuzileiros
Do M - 19?
Quem são os luminosos que
Acendem o Sendero?
Quem são os para-militares
Do alti-plano?
Em Parador
Quem são os vudanizados que
Querem ton ton macutes?
Quem são os encarnados que
Inspiram as falanges?
Em Parador




Paulo Afonso/1955 - Luiz Gonzaga/Zédantas

Delmiro deu a idéia
Apolônio Aproveitô
Getúlio fez o decreto
E Dutra realizô
O presidente Café
A usina inaugurô
E gracas a esse feito
De homens que tem valô
Meu Paulo Afonso foi
Sonho
Que já se concretizô

Olhando pra Paulo Afonso
Eu louvo nosso engenheiro
Louvo o nosso cassaco
Caboclo bom verdadeiro
Oi! Vejo o nordeste
Erguendo a bandeira
De ordem e progresso
A nação brasileira
Vejo a industria gerando riqueza
Findando a seca
Salvando a pobreza

Ouco a usina feliz mensageira
Dizendo na força da cocheira
O Brasil vai, o Brasil vai
O Brasil vai, o Brasil vai
Vai, vai, vai, vai, vai, vai




Ponta de Areia - Milton Nascimento/Fernando Brant

Ponta de areia, ponto final
Da Bahia à Minas, estrada natural
Que ligava Minas ao porto, ao mar
Caminho do ferro mandaram arrancar
Velho maquinista com seu boné
Lembra o povo alegre que vinha cortejar
Maria Fumaça, não canta mais
Para moças, flores, janelas e quintais
Na praça vazia, um grito um ai
Casas esquecidas, viúvas nos portais




Portela - Samba Enredo 2006

Brasil marca tua cara e mostra para o mundo
O brasileiro é nosso maior tesouro
A Portela vem mostrar
Através da história, nossa formação
Fatos que marcaram a nação
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui
Deixaram marcas que estão no tempo
Antes da cobiça invadir (Meu Brasil)
A lua banhava de prata
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
De nativa riqueza
Refletiu num povo singular?
Invasão que deixou neste chão
O traço europeu
Alma e raça africana
Que tanto sofreu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura, só aqui se faz
Brasil arte numa tela multicor
É crença que a fé espalhou
Exemplo para o mundo inteiro
A alegria e o talento brasileiro
É o povo que faz a marca desse país
Risonho, capaz, feliz
Com os olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
Raiando o dia num azul de emoção




Portela - Samba Enredo 1953

Foi Tiradentes o Inconfidente
e foi condenado à morte
trinta anos depois o Brasil tornou-se independente
era o ideal de formar um país livre e forte
Independência ou morte
D. Pedro proferiu
mais uma nação livre era o Brasil.
Foi em 1865 que a história nos traz
Riachuelo e Tuiuti foram duas grandes vitórias reais
foram os marechais Deodoro e Floriano e outros vultos
mais
que proclamaram a República e tantos anos após foram
criados
Hinos da Pátria amada
nossa bandeira foi aclamada
pelo mundo todo foi desfraldada.




Legados de D. João VI - Portela, 57 - Martinho da Vila

Quando veio para a nação
Que mais tarde o consagraria
D. João VI, o nobre magistrado
Ao passar pelo estado da Bahia
Instituiu novo texto
Abrindo os portos do Brasil
Para o mercado universal
Logo após seguiu o seu roteiro
Com destino ao Rio de Janeiro
Quando aqui chegou, desembarcou com toda família real
Incomensurável séquito
Vulto de notável mérito
O eminente príncipe-regente
Um ano depois Sua Alteza
D. João ordenou
A invasão da Guiana Francesa
E depois criou com sabedoria
Academia da Marinha, Museu Nacional
Escola de Belas Artes
Também o primeiro jornal
Mais tarde o povo aclamou
Esta figura de grande marca
Unidos em coros mil
Viva o grande monarca
Regente dos destinos do Brasil




Portela - Samba Enredo 1969

Apesar de muitos séculos passados
Jamais o povo esquecerá
Essa gloriosa página
Que hoje tornamos a exaltar
Saindo de Portugal
Trazendo sob o seu comando treze naus
Com destino às índias
Seguia Pedro Álvares Cabral
Mas ao se afastar das calmarias
Novas terras descobria
Criava assim um mundo novo
E glorificava um grande povo
Lá, lá lá ( etc)
Esse feito colossal
fez o nobre de Belmonte, imortal
O seu sangue de aventureiro
Seu amor de marinheiro
Ao seu Rei e a Portugal
Sua bravura e coragem
Cruzando mares de estranhas regiões
Deles fizeram herói
Orgulho de duas nações
Ao finalizar esta epopéia deslumbrante
Com imenso orgulho exaltamos
O nome desse nobre navegante
Lá, lá lá lá




Portela - Samba Enredo 1972

Ilu Ayê, Ilu Ayê Odara
Negro dançava na Nação Nagô
Depois chorou lamento de senzala
Tão longe estava de sua Ilu Ayê
Tempo passou ôô
E no terreirão da Casa Grande
Negro diz tudo que pode dizer
É samba, é batuque, é reza
É dança, é ladainha
Negro joga capoeira
E faz louvação à rainha
Hoje
Negro é terra, negro é vida
Na mutação do tempo
Desfilando na avenida
Negro é sensacional
É toda a festa de um povo
E dono do carnaval




Portela - Samba Enredo 1977

O dia raiou
À tarde a passarada anunciou
Que à noite era a festa
Ao som de clarins
A côrte se apresentou
Em vários dias de festa
A cidade se veste
Com seu traje mais novo
A praça em alegria se engalana
Para receber o nosso povo
Tribuna real, camarote e nobreza
Que maravilha de luz e de cor
O povo canta e o rei se encanta
Com a força do canto de amor
Viva o rei
Viva o rei Dom João
O rei mandou vadiar
Na Festa da Aclamação
(Que beleza !)
Que beleza
Uma índia com o seu manto real
Que lindas alegorias
O Deus Netuno protegendo o pessoal
Vejam nessa passarela
A imagem daquela festa tão bela
Carnaval
Festa do povo
Aclamação
É festa de novo




Portela - Samba Enredo 1989

Achei
Juro eu não roubei
Desde o meu tempo de criança
A vovó sempre dizia
Achado não é roubado
Tá na lembrança
De repente o Sr. Cabral
Chegou ao Brasil
Aportou a sua nau
E disse ao mundo que o descobriu
Na verdade a história conta
Um faz de conta
Ao seu modo e ao revés
Aí, e aí
A natureza se impôs tão ricamente
A Amazônia é um tesouro
Que hoje está presente
(Olha lá!)
Olha lá, olhá lá
Olha lá Salomão (Salomão, Salomão!)
O tesouro é meu majestade
Não vá tirar da minha mão
Assim a história segue em frente
Sinceramente eu não consigo entender
Quem é o dono da cartola
Que fez este gigante aparecer
É tão triste olhar
Sem poder, sem poder reconquistar
Índio é o filho da terra
Que no meio desta guerra
Só faz se lamentar
Quem foi, diz quem foi amor
Ninguém sabe, ninguém viu (ninguém viu)
Eu queria é saber, saber
Quem descobriu o meu ब्रासील




Portela - Samba Enredo 2000
TRABALHADORES DO BRASIL - A ÉPOCA DE GETÚLIO VARGAS


O raiar de um novo dia
Desafia meu pensar
Voltando à época de ouro
Vejo a luz de um tesouro
A Portela despontar (lálalaiá)
Aclamado pelo povo, o Estado Novo
Getúlio Vargas anunciou
A despeito da censura
Não existe mal sem cura
Viva o trabalhador ôôô
Nossa indústria cresceu (e lá vou eu...)
Jorrou petróleo a valer...
No carnaval de Orfeu
Cassinos e MPB
O Rei da Noite, o teatro, a fantasia
No rádio as rainhas, a baiana de além-mar
Tantas vedetes, cadilacs, brilhantina
Em outro palco o movimento popular
E no Palácio das Águias
Ecoou um grito a mais
Vai à luta meu Brasil
Pela soberana paz
Quem foi amado e odiado na memória
Saiu da vida para entrar na história
Meu Brasil-menino
Foi pintado em aquarela
Fez do meu destino
O destino da Portela
(O raiar...)




Portela - Samba Enredo 2006

Brasil marca tua cara e mostra para o mundo
O brasileiro é nosso maior tesouro
A Portela vem mostrar
Através da história, nossa formação
Fatos que marcaram a nação
Contam que outras civilizações
Também estiveram por aqui
Deixaram marcas que estão no tempo
Antes da cobiça invadir (Meu Brasil)
A lua banhava de prata
As matas, os rios e o mar
Será que tanta beleza
De nativa riqueza
Refletiu num povo singular?
Invasão que deixou neste chão
O traço europeu
Alma e raça africana
Que tanto sofreu
Se misturou com sabor imigrante
Deixando heranças culturais
Incomparável mistura, só aqui se faz
Brasil arte numa tela multicor
É crença que a fé espalhou
Exemplo para o mundo inteiro
A alegria e o talento brasileiro
É o povo que faz a marca desse país
Risonho, capaz, feliz
Com os olhos da águia
Eu vejo a nossa inspiração
Raiando o dia num azul de emoção




Portela - Samba Enredo 1964

Era desejo de todos
que D. Pedro I
desse ao povo brasileiro
uma nova imperatriz
para ser feliz
embora o jovem imperador
também sonhasse
em conquistar um grande amor
num principado da Europa
a sua esposa mandou buscar
fazendo da princesa Amélia
Imperatriz do Brasil
e companheira do seu lar.
Lá lá lá lá lá lá lá lá lá
No dia do seu casamento
a Ordem da Rosa ele criou
a corte estava engalanada
era um lindo cenário
de raro esplendor
as ilustres personagens
ao par imperial
desde o ato religioso
das alianças e do bolo
a valsa nupcial
a orquestra animava a festa
no salão da corte imperial.
Nã nã nã nã nã nã nã não
nã nã nã nã nã nã nã não




Porto da Pedra - Samba Enredo 2000

Brilhou no céu
O ideal da liberdade
O país querendo ser feliz
Sonhou com a igualdade
Mas sem união e amor
Não dá pra melhorar
Os republicanos
Buscaram na França
Idéias pro Brasil mudar
E sem se importar
Com o apoio do povo
Poder queriam conquistar
Ordem e progresso têm que produzir
A união e fé (com muita fé)
Mas sem amor não vai construir
A integração que quer
O povo fez-se independente
(Caminhou)
Com muito amor fez a folia
E nossa cultura agitou
Se povo e governo pudessem formar
Um elo de amor e paz
Na festa dos 500 anos
Não separar jamais
Sacode a cidade, levante o astral
É o Porto da Pedra, neste Carnaval
Com ordem, progresso, amor e folia
Saudando o milênio, tudo é fantasia




Porto da Pedra - Samba Enredo 2002

Natureza...
Os nativos coroados
Sinais de rica cultura
A densa neblina cobre a mata
O ciclo do ouro ao barroco nos levou
Dom Pedro Primeiro
Com essa terra se encantou
Fantasia Imperial
Foi Herança que ficou
Pedro II, coroado
Jovem ainda se engalana
Depois de se coroar
É inspirado a criar
A bela cidade Serrana
Major projetou Petrópolis
Colonizada ganha a "Baronesa"
O Palácio de Cristal, onde a Princesa
Realizou o baile da Abolição
Então a República
Traz a burguesia para mesa
Jogatina, luz acesa
E o show vai começar
A Cidade Imperial continua a encantar
Serra Acima
Rumo a terra dos coroados
Porto da Pedra vem exaltar
E Coroada hoje vai te coroa




Porto da Pedra - Samba Enredo 2006

Bendita és Tu entre as Mulheres do Brasil"
Bendita mulher!
Meu Porto da Pedra explode em prazer
A essência do universo é você
Semente lançada à natureza
Fertilidade do ventre abriga
Alimentada na pureza
Dá a luz que reflete em vida
Aura de um espírito divino
Concebida pelo criador
Escolhida, segue o seu destino
Mãe protetora
Que nos banha em seu amor
O dom de encantar o mundo
A história em outra direção
A força e a fé em tudo
Índia, branca ou negra, é sedução
Mulher que fez brotar no meu Brasil
A flor da liberdade
Levou ao chão barreiras, construiu
A igualdade
Artista, obra-prima, poesia
Pintou o samba em cores tão bonitas
O tigre abraçando o seu talento
Garra, luta e sentimento
Conquistando a avenida




Porto da Pedra - Samba-Enredo 2007

Destino a minha vida
Minha luta pela liberdade
A nove filhas de um só coração
Ao Sul do berço da humanidade
O Anjo Invasor me deu a cor, mas cor não tenho
Eu tenho raça e a cada farsa, a cada horror
O meu empenho, meu braço, meu valor
Se ergueu contra o monstro da cobiça
Caveirão da injustiça, filho da segregação
Liberto permanece o pensamento
Ele foi meu alento
Quando o corpo foi prisão
O nosso herói Mandella é
Senhor da fé, clamou o povo
E o Tigre encontra no Leão
A maior inspiração de um mundo novo
Do gueto, um palco de glória
Corre em meu sangue a história
Num mundo misturado
Matizado com as cores deste chão
Um canto a ser louvado, ser humano ante a fome e a
privação
Museu da Favela Vermelha
Minha alma se espelha na face do irmão
É hoje, vou cantar
Minha gente é o lugar que eu sempre quis
Na Avenida, meu irmão, vou abraçar
Viver a igualdade e ser feliz
Liberdade, pelo amor de Deus
Liberdade a este céu azul
É minha terra, orgulho meu
Porto da Pedra canta a África do Sul




Poster Nagô (Olodum )

Rei Salomão
Makeda de Axum
Rainha de Sabá
Negros Olodum (bis)
Aduá Adis-abeba
Luar e céu
No ar do mar (bis)
Rás Menelinque
Imperador da Etiópia
Derrotando os oloniais
Axum, Carnaxé, Núbia
Etiópia de paz
Percorre o universo
E o Brasil na Bahia concentrou
Pelourinho palco expresso
De cultura e esplendor
Ancestrais sudaneses
Que Asmara arquivou
E hoje revemos de perto
O mural que farás pintou
Poster Nagô
tê tê tê ô
Imperador
tê tê tê ô
Esta é a grande muralha
Que Farás pintou
Em arabe Deus

Hailê Selassiê I
Nos proporcionou a confiança
Da filosofia Rastafari
E o reggae com herança
Os senhores dos axumitas
Reis Caleb e Ezana nos deixou
A flor nova esperança
Terra do arco encantou
Judite imperatriz
Rasta makonnen sucessor
Mangistiu hailê miriam
Presidente progressor
Poster Nagô
tê tê tê ô
Imperador
tê tê tê ô
Esta é a grande muralha
Que Farás pintou
Em arabe Deus





Povos do Terceiro Mundo (Baba) - Tribo de Jah

Somos o terceiro mundo
Povos do terceiro mundo
Povos pilhados e saqueados
Por anos e anos de colonialismo
Povos sugados e subjugados
Alvos de novos imperialismos
Países ricos, afortunados
Com o sangue e a riqueza dos oprimidos
Esquecem do seu bem recente passado
Piratas egressos do mercantilismo
Somos o terceiro mundo
Povos do terceiro mundo
Explorados, pilhados e humilhados
Levaram as nossas melhores riquezas
A pobreza que hoje é o nosso legado
É o que lhes sobra sobre a mesa
São eles os mercadores de escravos
Falando agora em democracia
Potências, se dizem povos civilizados
Ditando a mora com sua supremacia
Presidente Mauricinho - Lobão
Composição: Lobão - Tavinho Paes
O presidente sai de moto
Pelo eixão monumental
O presidente anda a mil
No país do carnaval
O presidente tira fotos
Com um índio no palácio
O presidente sai com o Papa
E sua corte é um esculacho
O presidente tá no Polo Sul
Tá jogando com a seleção
O presidente de avião a jato
Dá mais bandeira que doidão
O presidente casou com uma gata
Dispensou e casou com outra
A gata era milionária
Não ligou e deu a maior força
Aí... aí... aí, ô jet-ski...
O presidente é um lorde inglês
Sonhando com o primeiro mundo
Ser presidente até que é um bom emprego
Num país de vagabundos
Já foi marca de cigarros
De conhaque e de cachaça
O presidente é a maior palha
E ainda vai virar fumaça




AO POVO EM FORMA DE ARTE (Quilombo, 1978)

(Wilson Moreira e Nei Lopes)
Quilombo pesquisou suas raízes
E os momentos mais felizes
De uma raça singular
E veio pra mostrar essa pesquisa
Na ocasião precisa
Em forma de arte popular
Há mais de quarenta mil anos atrás
A arte negra já resplandecia
Mais tarde a Etiópia milenar
Sua cultura até o Egito estendia
Daí o legendário mundo grego
A todo negro de "etíope"chamou
Depois vieram reinos suntuosos
De nível cultural superior
Que hoje são lembranças de um passado
Que a força da ambição exterminou
Em toda a cultura nacional
Na arte e até mesmo na ciência
O modo africano de viver
Exerceu grande influência
E o negro brasileiro
Apesar de tempos infelizes
Lutou, viveu, morreu e se integrou
Sem abandonar suas raízes
Por isso o Quilombo desfila
Devolvendo em seu estandarte
A história e suas origens
Ao povo em forma de arte
Abraços. Sonia Palhares (BsB-DF)




Rádio Pirata - RPM

Abordar navios mercantes
Invadir, pilhar, tomar o que é nosso
Pirataria nas ondas do rádio
Havia alguma coisa errada com o rei

Preparar a nossa invasão
E fazer justiça com as próprias mãos
Dinamitar um paiol de bobagens
E navegar o mar da tranquilidade

Toquem o meu coração, façam a revolução
Que está no ar nas ondas do rádio
No submundo repousa o repúdio
E deve despertar

Disputar em cada frequência
Um espaço nosso nessa decadência
Canções de guerra, quem sabe canções do mar
Canções de amor ao que vai vingar

Toquem o meu coração, façam a revolução
Que está no ar nas ondas do rádio
No underground repousa o repúdio
E deve despertar.




Recôncavo - Edson Gomes

Recôncavo pela libertação do homem negro da América e
Pelo refúgio do homem branco na África
Vamos lutar pela libertação,
Vamos lutar avante irmão,
Vamos lutar pela libertação,
Vamos lutar avante irmão.
Recôncavo pela libertação do homem negro da América e
Pelo refúgio do homem branco na África
Vamos lutar pela libertaçao,
Vamos lutar avante irmão,
Por uma África livre por uma África liberta
Por uma África bonita, uu sim e todo apoio a Nelson Mandela
Pelo esterminio do apartheid do apartheid não sistema nazista siatema do diabo,
Pelo exterminio do apartheid do apartheid não sistema nazista sistema do diabo ô
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante,
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante
Somos a voz da libertação iea vamos a luta avante




Reconvexo - Olodum

Eu sou a chuva que lança areia do Saara
Sobre os automoveis de Roma
Eu sou a sereia que dança
A destemida tara
Água e folha da Amazônia
Eu sou a sombra da voz
Da matriarca da Roma Negra
Voce nao e pega
Voce nao chega a me ver
Meu som te cega
Careta quem é voce ?
Quem nao sentiu o swing do Henri Salvador
Quem nao seguiu o Olodum balancando o Pelô
E quem nao riu a risada Andy Warhol
Quem nao, que nao e nem disse que nao ?
Eu sou um preto norte americano forte
Com o brinco de ouro na orelha
Eu sou a flor da primeira musica
A mais velha e mais nova espada e seu corte
Eu sou o cheiro dos livros desesperados
Sou Gita Gogoya, seu olho me olha
Mas nao me pode alcançar
Nao tenho escolha careta, vou descartar
Quem nao rezou a novena de Dona Canô
Quem nao seguiu o mendingo Joaozinho Beija Flor
Quem nao amou a elegancia sutil de Bobô
Quem nao é reconcavo
E nem pode ser reconvexo




Regueiros Guerreiros - Tribo de Jah

Mais um dia se levanta
Na Jamaica brasileira
Mais uma batalha que desperta
A Nação Regueira
Eles descem dos guetos logo cedo
Se concentram nas praças e ruas do centro
Lavando, vigiando carros,
Vendendo jornais,
Construindo prédios, obras,
Cuidando de casas e quintas
São menores, maiores brasileiros
São os dreads verdadeiros do Maranhão
Regueiros Guerreiros
Dreads Verdadeiros
Regueiros Guerreiros
Do Maranhão
Mais um dia se levanta
Na Jamaica brasileira
Mais uma batalha que desperta
A Nação Regueira
Ninguém jamais parou para pensar
Na sua condição de cidadãos com direitos
Lutando em condições desiguais
Lutando contra preconceitos e diferenças sociais
Só que no fim de semana
O Reggae é a lei.
Dançando no Toque, No Pop, no Espaço
Todo regueiro é um rei
Regueiros Guerreiros
Dreads Verdadeiros
Regueiros Guerreiros
Do Maranhão




Revanche - Lobão

Eu sei que já faz muito tempo que a gente volta aos princípios
Tentando acertar o passo usando mil artifícios
Mas sempre alguém tenta um salto, e a gente é que paga por isso, oh!
Fugimos prás grandes cidades, bichos do mato em busca do mito
De uma nova sociedade, escravos de um novo rito
Mas se tudo deu errado, quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...
A favela é a nova senzala, correntes da velha tribo
E a sala é a nova cela, prisioneiros nas grades do vídeo
E se o sol ainda nasce quadrado, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso, e a gente ainda paga por isso
E a gente ainda paga por isso
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais ...
O café, um cigarro, um trago, tudo isso não é vício
São companheiros da solidão, mas isso só foi no início
Hoje em dia somos todos escravos, e quem é que vai pagar por isso
Quem é que vai pagar por isso? Quem é que vai pagar por isso?
Quem é que vai pagar por isso?
Eu não quero mais nenhuma chance, eu não quero mais revanche




Revelação - Edson Gomes

Eu conheço nossa historia
Sempre trago na memoria
As mentiras da escola
Embrulhei e foi pro lixo
Pra revela tudo que se passa
Pra revela toda uma verdade
Pra contestar...ôuô..ê...
Sobre o que estao falando
Sao apenas as palavras
Nossas ruas ensanguentadas
Nossas almas contristadas
Pra concertar eh preciso amor
Pra restaurar eh preciso amor
Palavra magica...ê...
Sobre o que estao propondo
Nao espero coisa alguma
Nossa sorte esta selada
Sei que vem um homem santo
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
E libertar...
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
Pra retomar das maos do maligno
Vem recuperar o que foi destruido
E libertar...




Reviravolta - Edson Gomes

Agora amigo a gente fala o que quiser
Agora amigo a gente vive como quiser
Pois os ditadores já não moram aqui
E aqueles infratores já sumiram por aqui
Parece que a gente pode sair
Parece que a gente ja pode ir
Pois os caçadores estão adormecidos
Parece que a gente não corre mais perigo
Porém convém amigo, ficar de olhos abertos
Esteja previnido, esteja sempre atento
Pois nunca se sabe o que virá depois
A gente nunca sabe, não, a gente nunca sabe
Quem sabe eles pretendam retornar
Quem sabe eles promovam reviravolta
E os velhos caçadores, venham despertar
E a gente volte então a correr o mesmo perigo




Revolta Olodum - Olodum

Retirante ruralista, lavrador
Nordestino lampião, salvador
Pátria sertaneja, independente
Antônio conselheiro em canudos presidente
Zumbi em alagoas, comandou
Exercito de ideais
Libertador , eu
Sou majin kabalaiada
Sou malê
Sou búzios sou revolta, arerê
Ohh corisco, maria bonita mandou te chamar
Ohh corisco, maria bonita mandou te chamar
È o vingador de lampião
È o vingador de lampião
Êta cabra da peste
Pelourinho olodum somos do nordeste




Revoluções Por Minuto - RPM

Sinais de vida no país vizinho
Eu já não ando mais sozinho
Toca o telefone,
Chega um telegrama enfim
Ouvimos qualquer coisa de Brasília
Rumores falam em guerrilha
Foto no jornal,
Cadeia nacional
Viola o canto ingênuo do caboclo
Caiu o santo do pau oco
Foge pro riacho,
Foge que eu te acho sim
Fulano se atirou da ponte aérea
Não agüentou fila de espera
Apertar os cintos,
Preparar pra decolar
Nos chegam gritos da Ilha do Norte
Ensaios pra Dança da Morte
Tem disco pirata,
Tem vídeo cassete até
Agora a China bebe Coca-Cola
Aqui na esquina cheiram cola
Biodegradante
Aromatizante tem




Rio 42 - Chico Buarque

Se a guerra for declarada
Em pleno domingo de carnaval
Verás que um filho não foge à luta
Brasil, recruta
O teu pessoal

Se a terra anda ameaçada
De se acabar numa explosão de sal
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar o nosso carnaval

Vai ter batalha de bombardino
A colombina na Cruz Vermelha
Vai ter centelha na batucada
Rajada de tamborim
A melindrosa mandando bala
O mestre-sala curvando a Europa
A tropa do general da banda
Dançando o samba em Berlim

Se a guerra for declarada
A rapaziada ganha na moral
Se aliste, meu camarada
A gente vai salvar nosso carnaval




Rosas De Ouro - Samba Enredo 2006

A Diaspóra africana, um crime contra a raça humana"
Salve mãe negra berço da humanidade
É negra raiz, herança na cor
Canta minha Rosas de Ouro
Exaltando nosso povo,
Que a história humilhou.
África suntuosa e civilizada.
Varrida pela ambição
Assim o teu tesouro se perdeu.
Em nome da fé, negro foi escravizado
Do seu ventre arrancado, Fez prece para os orixás,
Na certeza de não voltar jamais.
Em pleno navio negreiro... Ô Ô Ô
Negro põe-se a lamentar...
Crueldade e agonia
Testemunhadas pela Rainha do Mar
Aportou no meu Brasil, a escravidão
Nos quilombos resistiu à exploração
Com a força do seu sangue construi,
Riqueza que ele não usufruiu.
Um sentimento de liberdade,
Mascarado na verdade, pela abolição.
E hoje o negro canta,
E que esse canto não seja em vão,
E a “sociedade” vem clamando o seu perdão!
Olhai por nós, oh meu senhor,
Ilumina a igualdade social
E a Nação azul e rosa,
Vai a luta orgulhosa
Contra o preconceito Racial




Rosas de Ouro - Samba-Enredo 1987

São paulo
Palco de culturas regionais e internacionais
Laborioso é o povo
Não existem preconceitos raciais
A rosas de ouro se propõe mostrar
A maneira como vive
O povo que veio de lá
São grupos imigrantes e migrantes
Vem para o nosso torrão
Na esperança de vida melhor
Que beleza, que satisfação
Os imigrantes estão em festa
É tempo de colheita
Foram felizes na sua plantação
Uns trabalham na indústria
Outros no campo de culturas
Nesse pedaço de chão
Glórias a este povo sofredor
Vem prá cidade paulista
Procurando trabalho
Seja o que for
São cearenses, mineiros e baianos
Pernambucanos, paraíbanos e outros mais
Todo povo tem seu canto
O seu folclore, sua religião
Hoje a rosas de ouro faz a festa
Prá todo o povo imigrante
E das nossas regiões.




Rosas de Ouro - Samba-Enredo 2004

Eu sou a Rosas de Ouro
Hoje vou te levar
Pela história em monumentos
Celebrando este momento
Vem comigo festejar
Eu sou a Rosas de Ouro
O meu perfume vai te embriagar
Com alegria trago arte e poesia pra te ver sambar
Pelos campos de Piratininga
Tupiniquins cantavam e dançavam ao luar
Contemplavam a natureza
Com a fartura da caça e da pesca do lugar
Jesuítas ali chegaram
Fundam São Paulo, nossa terra da garoa
Em volta da escola se formou
Aquele povoado prosperou
Dali partiram bravos bandeirantes
Desbravadores em busca de riquezas
Um grito forte ecoou, sacudiu
As margens do Ipiranga, o imperador
Proclamou a independência do Brasil
A vila dos tropeiros atraiu os imigrantes
Foi fundamental a imigração
No progresso, na cultura
Veio a revolução pela constituição
E a metrópole se transformou
Uma nova arquitetura
De um artista genial
Feliz cidade monumental




Ruínas da Babilônia - Tribo de Jah

Veja a face sofrida dessa gente, Tanta gente sofrida,
Buscando uma vida decente, Buscando um pouco de paz em suas vidas.
Mães que sofrem sós com seus filhos
Pobres e desassistidos,
Pais que se escravizam sem ter sequer
O leite e o pão dos seus garantidos.
Melhor nem ter com quem contar, Do que contar com quem, com quem só quer se aproveitar,
Da boa fé dos que precisam; Se dão algo, algo mais eles visam
Só em seus interesses se inspiram, Nada, nada, de coração, terão pra lhe dar.
Eleve ao Mais Alto o seu pensamento.
É preciso ter fé, é preciso saber dar tempo ao tempo;
Dentro de sí você achará
A força contida do firmamento
E jah então lhe proverá, nada, nada do que for preciso lhe faltará.
Do outro lado eu vejo a soberba desses ignóbeis senhores
Que na boa aparência escondem a sua ganância, toda a sua indecência,
Bem cuidados senhores da suas riquezas, senhores dos muitos favores,
Das vantagens fáceis do poder, senhores do tráfico de influência.
Distribuem gracejos e sorrisos afáveis em seus jantares e encontros agradáveis,
Disfarçam assim as suas tramas e a sua peçonha.
Um dia ficarão desnudos perante a verdade e já não serão tão amáveis,
Não saberão esconder os seus podres e sua vergonha,
Eles herdaram as ruínas da Babilônia,
Senhores que são miseráveis, senhores de tantas e tantas riquezas,
Eles herdaram os escombros da Babilônia,
Até o chão fugirá dos seus pés, ruirá com eles a sua grandeza




Salgueiro - Samba-Enredo 1960
QUILOMBO DOS PALMARES


No tempo em que o Brasil ainda era
Um simples país colonial,
Pernambuco foi palco da história
Que apresentamos neste carnaval.
Com a invasão dos holandeses
Os escravos fugiram da opressão
E do julgo dos portugueses.
Esses revoltosos
Ansiosos pela liberdade
Nos arraiais dos Palmares
Buscavam a tranqüilidade.
Ô-ô-ô-ô-ô-ô
Ô-ô, ô-ô, ô-ô.
Surgiu nessa história um protetor.
Zumbi, o divino imperador,
Resistiu com seus guerreiros em sua tróia,
Muitos anos, ao furor dos opressores,
Ao qual os negros refugiados
Rendiam respeito e louvor.
Quarenta e oito anos depois
De luta e glória,
Terminou o conflito dos Palmares,
E lá no alto da serra,
Contemplando a sua terra,
Viu em chamas a sua tróia,
E num lance impressionante
Zumbi no seu orgulho se precipitou
Lá do alto da Serra do Gigante.
Meu maracatu
É da coroa imperial.
É de Pernambuco,
Ele é da casa real.




Salgueiro - Samba-Enredo 1963
XICA DA SILVA


Apesar
De não possuir grande beleza
Xica da Silva
Surgiu no seio
Da mais alta nobreza.
O contratador
João Fernandes de Oliveira
A comprou
Para ser a sua companheira.
E a mulata que era escrava
Sentiu forte transformação,
Trocando o gemido da senzala
Pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor,
Que superou
A barreira da cor,
Francisca da Silva
Do cativeiro zombou ôôôôô
ôôô, ôô, ôô.
No Arraial do Tijuco,
Lá no Estado de Minas,
Hoje lendária cidade,
Seu lindo nome é Diamantina,
Onde nasceu a Xica que manda,
Deslumbrando a sociedade,
Com o orgulho e o capricho da mulata,
Importante, majestosa e invejada.
Para que a vida lhe tornasse mais bela,
João Fernandes de Oliveira
Mandou construir
Um vasto lago e uma belíssima galera
E uma riquíssima liteira
Para conduzi-la
Quando ela ia assistir
À missa na capela




Salgueiro - Samba-Enredo 1964
CHICO REI

Vivia no litoral africano
Um régia tribo ordeira
Cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira.
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram,
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil.
Na viagem agonizante,
Houve gritos alucinantes,
Lamentos de dor
Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá,
Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou.
Ao longe Ninas jamais ouvia,
Quando o rei, mais confiante,
Jurou a sua gente que um dia os libertaria.
Chegando ao Rio de Janeiro,
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou,
Para Vila Rica os levou.
A idéia do rei foi genial,
Esconder o pó do ouro entre os cabelos,
Assim fez seu pessoal.
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças lavavam,
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro ligar de garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias.
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei,
Sob o sol da liberdade, trabalhou
E um pouco de terra ele comprou,
Descobrindo ouro enriqueceu.
Escolheu o nome de Francisco,
Ao catolicismo se converteu,
No ponto mais alto da cidade Chico-Rei
Com seu espírito de luz
Mandou construir uma igreja
E a denominou
Santa Efigênia do Alto da Cruz!




Salgueiro - Samba-Enredo 1967
HISTÓRIA DA LIBERDADE NO BRASIL

Quem por acaso folhear a História do Brasil
Verá um povo cheio de esperança
Desde criança,
Lutando para ser livre varonil.
O nobre Amadeu Ribeiro,
O homem que não quis ser rei,
O Manoel, o Bequimão,
Que no Maranhão
Fez aquilo tudo que ele fez.
Nos Palmares,
Zumbi, o grande herói,
Chefia o povo a lutar
Só para um dia alcançar
Liberdade.
Quem não se lembra
Do combate aos Emboabas
E da chacina dos Mascates,
Do amor que identifica
O herói de Vila Rica.
Na Bahia são os alfaiates,
Escrevem com destemor,
Com sangue, suor e dor
A mensagem que encerra o destino
De um bom menino.
Tiradentes, Tiradentes,
O herói inconfidente, inconfidente,
Domingos José Martins
Abraçam o mesmo ideal.
E veio o "Fico" triunfal
Contrariando toda a força em Portugal.
Era a liberdade que surgia,
Engatinhando a cada dia,
Até que o nosso Imperador
A Independência proclamou.
Ô-ô, oba, lá-rá-iá, lá-rá-iá-iá
Oba, lá-rá-iá, lá-rá-iá!
Frei Caneca, mas um bravo que partiu,
Em seguida veio o 7 de abril,
No dia 13 de maio
Negro deixou de ter senhor,
Graças à Princesa Isabel,
Que aboliu com a Lei Áurea
O cativeiro tão cruel.
Liberdade, Liberdade afinal,
Deodoro acenou,
Está chegando a hora,
E assim quando a aurora raiou,
Proclamando a República,
O povo aclamou




Salgueiro - Samba-Enredo 1976
VALONGO


Lá no seio d'África vivia
Em plena selva o fim de sua monarquia.
Terminou o guerreiro
No navio negreiro,
Lugar do seu lazer feliz.
Veio cativo povoar nosso país,
Seguiu do cais do Valongo,
No Rio de Janeiro,
Com suas tribos chegando.
Foi o chão cultivando
Sob o céu brasileiro.
Nações Haussá, Gegê e Nagô,
Negra Mina e Ângela,
Gente escrava de Sinhô.
Foram muitas suas lutas
Para integração,
Inda hoje
Desenvolveu
Desenvolvendo esta Nação,
Sua cultura, suas músicas e danças
Reúnem aqui suas lembranças.
O negro assim alcançou
A sua libertação
E seus costumes, abraçou
Nossa civilização.
Ô-ô-ô-ô, quando o tumbeiro chegou,
Ô-ô-ô-ô, o negro se libertou




Salgueiro - Samba-Enredo 1985
ANOS TRINTA, VENTO SUL – VARGAS


Soprando forte do Sul
Um ciclone feiticeiro
Venta pelos anos trinta
E traz Vargas, o mago justiceiro
Veio cumprir nobre missão
E mudar o destino da nossa nação
No palácio...
No palácio das Águias foi o senhor
Levantando o povo, trabalhador
Do solo fez jorrar o negro ouro
E a usina do aço, transformou em tesouro
Ô, ô, ô, ô Getúlio Vargas
O guerreiro vencedor
Apagou a chama da rebeldia
E afirmou a nossa soberania
Deu vida à justiça social
Criou leis trabalhistas
E a tranqüilidade nacional
Com punho forte e decisão
Esmagou a trama da traição
Mandou nossos heróis além mar
Para as forças do mal derrotar
Na fantasia do folclore do nosso povo
Festejava as vitórias no Estado Novo
Pensando no progresso da nação
Fez a moeda subir de cotação
Sucumbiu após a sanha traiçoeira
E da carta derradeira
O povo fez sua bandeira
Rufam os tambores do Salgueiro
Exaltando Vargas
O grande estadista brasileiro




Salgueiro - Samba-Enredo 1986
TIRO DA CABEÇA, O QUE O BOLSO NÃO DÁ


Um dia eu fui Zumbi
Rei de Palmares
Araponga na voz
Estandarte na mão
Tiê-Sangue no olhar
E o meu cinzel raiava a aurora
Jeremias, João, Daniel, Abraão
Fiz em pedra de sabão
Já bebi, sambei com Chico-Rei
Ouro nos cabelos
E no carnaval com os Tenentes do Diabo
Cavalguei o alazão da liberdade
Vamos gingá camará, vamos gingá
Tira da cabeça o que do bolso não dá
O Ana Jacinta
Eu quero te beijar
Turmalina feiticeira de Araxá
Me leva pra Bahia
Saravá Ogum, Kaô Xangô, Ave Iemanjá
Fui sambar na Praça Onze
Lá no terreiro da Ciata
Fui parar bem longe
Com o rei negro no congá
As bandeiras no varal
Manga rosa no mangueiral
Do angu à saideira
Gostosa é a cozinha brasileira
O Salgueiro chegou na terra Iorubá
O Salgueiro brilhou no céu de Oxalá




Salgueiro - Samba-Enredo 2000
SOU REI, SOU SALGUEIRO, MEU REINADO É BRASILEIRO


Senhor, olhai por nós
Iluminai este momento
Os nossos corações
As emoções estão ao vento
Navegando o passado
Nas águas do meu pensamento
E hoje ...
A história vem mostrar
A transmigração da realeza
Chegando à Bahia, trazendo luxo e riqueza
E no Rio de Janeiro, a corte veio encontrar
No carioca maneiro, um povo festeiro a comemorar
Roda baiana bonita
Vem no balanço do mar
O teu sorriso clareia meu olhar
Mudando o rumo da economia, meu Rio seria
A grande atração comercial ... gira, gira, capital
Dom João está sorrindo
Curtindo seu reinado tropical
Nova estrutura, arte e cultura
E veio a coroação
Criou-se um legado de artistas
Que ao mundo encantou
E nessa caravela futurista
Sou mais um sambista, me leva que eu vou
Vou brincar com meu amor ...
Vou brincar com meu amor, eu vou que vou
Nessa viagem de alegria, Salgueiro eu sou
Parabéns, meu Brasil
Vem comigo, arrebenta bateria




Salgueiro - Samba-Enredo 2004

Salgueiro produz alegria
"Caminha" descrevendo nossa terra
Veio da Índia inspiração para o cultivo
Que davam fim a liberdade do nativo
Terra de fartura coberta de cana
Canaã, por natureza
Negro, do açúcar mascavo
Branco toque refinado
Da cobiça holandesa
Academia, é doce seu cantar
Verde eldorado, o encanto "deste lado"
Solo fértil pro meu samba germinar
Pelo tempo, adoçou a economia
Com a evolução, ganhou outro "sabor"
O álcool, o progresso movia
Coisa que Caminha nem imaginou
E mesmo sem destronar o ouro negro
Já desvendaram seus segredos
O nosso jeito de abastecer
Sonho vê-lo enfim em seu reinado
Meio ambiente preservado
Conquistando o "espaço, infinito alvorecer"
A cana que aqui se planta, tudo dá
Dá samba até o dia clarear
O combustível do futuro é brasileiro
É energia que hoje embala meu Salgueiro




Salgueiro - Samba-Enredo 2007

Majestosa África
Berço dos meus ancestrais
Reflete no espelho da vida
A saga das negras e seus ideais
Mães feiticeiras, donas do destino...
Senhoras do ventre do mundo
Raiz da criação
Do mito a história
Encanto e beleza
Seduzindo a realeza
Candaces mulheres, guerreiras.
Na luta... Justiça e liberdade
Rainhas soberanas
Florescendo pra eternidade
Novo mundo, novos tempos.
O suor da escravidão
A bravura persistiu
Aportaram em nosso chão
Na Bahia... Alforria
Nas feiras tradição
Mães de santo, mães do samba!
Pedem proteção
E nesse canto de fé
Salgueiro traz o axé
E faz a louvação
Odoyá Iemanjá; Saluba Nanã!
Eparrei Oyá
Orayê Yêo, Oxum!
Oba Xi Obá




Salgueiro - Samba-Enredo 1963
XICA DA SILVA


Apesar
De não possuir grande beleza
Xica da Silva
Surgiu no seio
Da mais alta nobreza.
O contratador
João Fernandes de Oliveira
A comprou
Para ser a sua companheira.
E a mulata que era escrava
Sentiu forte transformação,
Trocando o gemido da senzala
Pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor,
Que superou
A barreira da cor,
Francisca da Silva
Do cativeiro zombou ôôôôô
ôôô, ôô, ôô.
No Arraial do Tijuco,
Lá no Estado de Minas,
Hoje lendária cidade,
Seu lindo nome é Diamantina,
Onde nasceu a Xica que manda,
Deslumbrando a sociedade,
Com o orgulho e o capricho da mulata,
Importante, majestosa e invejada.
Para que a vida lhe tornasse mais bela,
João Fernandes de Oliveira
Mandou construir
Um vasto lago e uma belíssima galera
E uma riquíssima liteira
Para conduzi-la
Quando ela ia assistir
À missa na capela




Salgueiro - Samba-Enredo 1964
CHICO REI


Vivia no litoral africano
Um régia tribo ordeira
Cujo rei era símbolo
De uma terra laboriosa e hospitaleira.
Um dia, essa tranqüilidade sucumbiu
Quando os portugueses invadiram,
Capturando homens
Para fazê-los escravos no Brasil.
Na viagem agonizante,
Houve gritos alucinantes,
Lamentos de dor
Ô-ô-ô-ô, adeus, Baobá,
Ô-ô-ô-ô-ô, adeus, meu Bengo, eu já vou.
Ao longe Ninas jamais ouvia,
Quando o rei, mais confiante,
Jurou a sua gente que um dia os libertaria.
Chegando ao Rio de Janeiro,
No mercado de escravos
Um rico fidalgo os comprou,
Para Vila Rica os levou.
A idéia do rei foi genial,
Esconder o pó do ouro entre os cabelos,
Assim fez seu pessoal.
Todas as noites quando das minas regressavam
Iam à igreja e suas cabeças lavavam,
Era o ouro depositado na pia
E guardado em outro ligar de garantia
Até completar a importância
Para comprar suas alforrias.
Foram libertos cada um por sua vez
E assim foi que o rei,
Sob o sol da liberdade, trabalhou
E um pouco de terra ele comprou,
Descobrindo ouro enriqueceu.
Escolheu o nome de Francisco,
Ao catolicismo se converteu,
No ponto mais alto da cidade Chico-Rei
Com seu espírito de luz
Mandou construir uma igreja
E a denominou
Santa Efigênia do Alto da Cruz!




Salgueiro - Samba-Enredo 1976
VALONGO


Lá no seio d'África vivia
Em plena selva o fim de sua monarquia.
Terminou o guerreiro
No navio negreiro,
Lugar do seu lazer feliz.
Veio cativo povoar nosso país,
Seguiu do cais do Valongo,
No Rio de Janeiro,
Com suas tribos chegando.
Foi o chão cultivando
Sob o céu brasileiro.
Nações Haussá, Gegê e Nagô,
Negra Mina e Ângela,
Gente escrava de Sinhô.
Foram muitas suas lutas
Para integração,
Inda hoje
Desenvolveu
Desenvolvendo esta Nação,
Sua cultura, suas músicas e danças
Reúnem aqui suas lembranças.
O negro assim alcançou
A sua libertação
E seus costumes, abraçou
Nossa civilização.
Ô-ô-ô-ô, quando o tumbeiro chegou,
Ô-ô-ô-ô, o negro se libertou




Salgueiro - Samba-Enredo 1957
NAVIO NEGREIRO


Apresentamos
Páginas e memórias
Que deram louvor e glórias
Ao altruísta e defensor
Tenaz da gente de cor
Castro Alves, que também se inspirou
E em versos retratou
O navio onde os negros
Amontoados e acorrentados
Em cativeiro no porão da embarcação,
Com a alma em farrapo de tanto mau trato,
Vinham para a escravidão.
Ô-ô-ô-ô-ô.
No navio negreiro
O negro veio pro cativeiro.
Finalmente uma lei
O tráfico aboliu,
Vieram outras leis,
E a escravidão extinguiu,
A liberdade surgiu
Como o poeta previu.
Ô-ô-ô-ô-ô.
Acabou-se o navio negreiro,
Não há mais cativeiro.
(Apresentamos)




Salgueiro - Samba-Enredo 1962
O DESCOBRIMENTO DO BRASIL


É lindo recordar
A nossa história com seus trechos importantes,
Assim como o Descobrimento
do nosso torrão gigante.
No dia nove de março do ano de 1500,
Deixaram o cais do Tejo em Portugal
Treze caravelas
Comandadas por Pedro Álvares Cabral.
Após navegar vários dias,
Afastando-se da costa,
Evitando as calmarias,
Finalmente, no dia 22 de abril,
Pedro Álvares Cabral descobriu
A nossa Pátria Idolatrada
Dando o nome de Ilha de Vera Cruz,
Depois Terra de Santa Cruz.
Lá-rá, lá-rá, lá-rá-lá-rá, lá-rá, lá-rá, lá-rá,
lá-rá-lá
Lá, lá-rá, lá, lá-rá, lá-rá, lá, rá-lá, rá-lá, lá-rá,
lá, rá.
Trazia Cabral em sua frota
Homens de conhecimento,
Entre eles destacamos Pero Vaz de Caminha,
Que foi um grande talento.
E o diário de viagem, ele mesmo escreveu,
O autor da carta histórica
Que o mundo inteiro conheceu.
Quanta beleza se encerra
Nesta linda terra de encantos mil,
Recordamos mais um trecho de glória
Da História do Brasil.




Rosa de Hiroshima - Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.




Sistema do Vampiro - Edson Gomes

Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Todo povo ficou aflito oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro
Eh! vive sugando todo povo
Vem cá, meu Deus, desça de novo
Ouça meu grito de socorro
Pai, escuta a voz desse teu povo
Que clama
Um centenário de oh falsa libertação
Cativeiro mental
Estamos metidos nos buracos
Estamos jogados nas favelas da vida
Pendurados lá no morro
Velho pai, só nos resta teu socorro
Ah, sim!
Estamos largados nas calçadas
Nós não temos nem morada
Não temos nada!
Esse sistema é um vampiro oooo
Ah ! O sistema é um vampiro oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Todo povo ficou aflito oooo
Esse sistema é um vampiro oooo
Estamos metidos nos buracos
Estamos jogados nas favelas da vida
Pendurados lá no morro
Velho pai, só nos resta teu socorro
Ah, sim!
Estamos largados nas calçadas
Nós não temos nem morada
Não temos nada!
Oioioioioioio




Soberano Rei - Olodum

Ramsés II, rei o sol
considerado o mais famoso faraó
admirado, filho da luz
elogiado, grande criador
de templos e arquiteturras
dos antepassados
elaborou grandes obeliscos
o patio do templo de luxor
edificios, estatuas
e um majestoso pilar
climax do explendor
do templo que marcou
grande reinado da riqueza do egito
olofumare ramses, soberano rei
a bahia canta outra vez
a historia do grande mito
faraó
amon itarraia e sortek divisoes aliadas ao rei
para a batalha de kadesh
cidades do egito
entraram em conflitos
historicamente trazendo
o passado ao presente
para vivermos o futuro mais ciente
o imperio de todos os tempos emana
agito dos faraós
civilizaçao africana




Ssa Bahia - Olodum

Moro em Salvador, a primeira capital
O estado da Bahia, no Brasil não tem igual
E vá me desculpando o resto do país
Foi aqui que começou e terá que ser assim
Salvador cidade linda, linda e tropical
Quem de fora nela chega, jamais passará mal
A Bahia é a terra da mistura de ritmos
As outras cidades, já estão ligadas nisso
Seja reggae, axé
Rap ou Timbalada
Qualquer curtição
Estamos na parada (bis)
Cosme de Farias, Liberdade, Curuzú
Vai até o centro histórico
Que não é lugar comum
tem Federação, Brotas, Matatú
Vamos até o Pelourinho
Quebrar na quadra do Olodum
Cidade muito grande
Que suburbio tabem tem
vamos de buzu e trem chega tambem
Plano inclinado, Elevador Lacerda
Vao se locomovendo em pro da nossa terra
Domingo de sol tem muita coisa boa
Vamos curtir uma praia para nao ficar à toa
Seja reggae, axé
Rap ou Timbalada
Qualquer curtição
Estamos na parada (bis)




Sueño de América - Tribo de Jah

Los espiritus de los indios estãn a acechar
En la selva, en la pampa, en los andes y sus alturas
Una voz al unisono aun está a llamar
De los refúgios, de los carceles de las dictaduras
Despues de tantos anos
De sangue y dolor
Por que no darse las manos
En un pacto de amor
Se somos todos hermanos
Índios, andinos, hispânicos
Euro-platinos, africanos
Todos los pueblos vecinos
Latinos-americanos
Unidos vamos a conquistar
El eldorado perdido
De justicia y paz
Depues de ano y siglos
Ya no podemos acceptar, yá no queremos más
Dominadores, caudillos,
Dictadores asesinos
No mas opression
Ya hemos aprendido la amarga lección
Tenemos una misma historia, las mismas raices
Una mistura trayectória
Una soberana union devemos edificar
Un grande pueblo unido en nombre de un solo Jah.




Sueños Lejos - Olodum

Canta Cuba Olodum
Cuba encanta
Espanta os males, pra beleza, conquistar
Cuba te vejo daqui
Mesmo sem ter ido lá
Meu passaporte brasileiro, carimbado
Me proibindo de Cuba entrar
E uma ofensa a Cuba
Um desrespeito a mim
Vejo o projeto Mamnba
Sou mais o projeto Mamnba
Mama Cuba
Mambo Cuba
No carnaval daqui, de lá pra cá
Mama Cuba
Mambo Cuba
Manda um Fidel, Fidel, voar, prá cá
Pra essa zorra melhorar.





Televisão Face da Morte

Brasil anos 60 eles diziam
"bola pra frente não desista não não!"
Mas mataram estudantes
Proibiram o acesso as estantes
Nas ruas tanques ignorantes
A cabeça do povo murchou
Bomba de efeito retardado pertado pesado
Só agora estourou e quem lucrou? eu não!
Vou caminhando cantando e seguindo a canção
De domingão a domingão segue a culturação
Processo de alienação através da televisão
E aí faustão! quem sabe faz ao vivo!
Motivo pra eu dar um role na área
Junto com a rapaziada
Não vou perder o domingo vendo vídeo cacetada!
Junto com a mídia na mira realidade me inspira
Sou rapper do interior nem por isso inferior
Não tenho trava na fala aliado g nunca se cala!
Conheço um cara seu sobrenome é massa
Foi eleito deputado e não lutou pelas massas
Votou a favor do collor traidor da nação!
Agora na televisão quer dar uma de santinho
Não vou dizer seu nome ele é patrão do xaropinho
Rotulado como defensor do pobre
Na verdade o que interessa são os pontos no ibope
Cascalho caralho! faz o povo de otário!
Não me engano eu não sou bobo
Sou rapper da rede povo
Não queremos sua pena de sua gente não precisa
Brasileiro não tem preguiça quer oportunidade
Através do trabalho alcançar a qualidade de vida
Que é negada pra nós periferia esquecida
Desacredita? então pague pra ver
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando cantando e seguindo a canção
Vem vamos embora! que esperar não é saber
Que sabe faz a hora não espera acontecer
E a hebe que gracinha já passou dos sessentinha
Com espírito de mocinha à mim você não ilude
Apoia o paulo maluf que faz singapura fartura
Faz pitta que não apita nada!
Permite a máfia dos fiscais o povo não aguenta mais
Esse papo de "rouba mas faz"
Nem a pau nem fudendo não bebo "suave veneno"
Agora "note e anote"
Que a tv é um "leão livre" sempre pronto pro bote!
Não to andando nas nuvens mantenho os meus pés no chão!
Na minha opinião fantástico é ver a luta do mst
Sol a sol dia a dia em prol da cidadania
É o lado bom que ela não mostra
Agora tem outra novela com o nome de terra nostra
Mais uma bosta!
Doutor roberto marinho tem a receita perfeita
Um analgésico fatal áudio visual!
Vejo uma dose diária de jornal nacional
A impressão que se tem é que o mundo inteiro vai mal
Mas o brasil tá normal sobre o controle remoto do fmi
Gente que nunca veio aqui pra saber o que é sofrer
Não imagina o que é isso mas é razão e motivo de eu ver
Criança abandonada querendo sobreviver
De pé no chão garimpando no lixão
Que é pra não morrer de fome quando acha um danone
Olha pro céu azul agradece a deus
Disputa com o urubu
Pelo estoque vencido que veio do carrefu
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando catando e seguindo a canção
Dona maria lava a roupa e lota a vassoura
Recupera as energia assistindo "a usurpadora"
Já criou suas crianças
As 5 da manhã ela abre as portas da esperança
Do barraco de aluguel
Sua vida não é doce é amarga como um fel
Ficou doente faltou grana pra pagar a mensalidade
Do carnê de mercadorias do baú da felicidade
Cada vez mais doente fez promessa pro seu santo
O prejuízo dela é o lucro do silvio santos
Isso é o que eu chamo de "golpe do baú" vai tomar nogugu!
Tem o domingo legal um programinha banal
Só tá faltando aparecer cena de sexo anal
Meninas de 5 anos ralando a tcheca normal
Dá audiência aquela porra toda
O povão tá gostando então se foda!
Mas chega a segunda-feira e você cai na real
Mete a mão no bolso vê que não tem 1 real
Procura emprego e não acha alguns se entregam a cachaça
Outros não então a maioria se acomoda
E não se incomoda com a situação
Escravo da televisão e é desse jeito que eles querem
O povo na maresia e segue a dominação
Da minoria sobre a maioria
O mundo gira e gira o mundo
E só a gente leva bucha
Mas logo é domingo dia de planeta xuxa
Eleições vem aí você decide
Se vale a pena ver denovo
Outro fernando ou ciro gomes fabricado pela globo
Enquanto você assiste à televisão
Vou caminhando catando e seguindo a canção
Com seus rostos maquiados sorrisos forçados
Programas ao vivo ou gravados
Eles são os serviçais do poder
Fazem um jogo sujo e esbanjam você
Qual o significado?
Sasha e seu quarto de 130 metros quadrados!
Hebe Camargo perguntava em seu programa
Porque todo pobre tem calcanhar rachado
Aqui vai a resposta
Por outro lado o que importa é o cascalho
1 milhão de reais por mês de salário
O que você recebe por ano eles faturam por hora
Eles são "os ricos que o meu povo adora"




Tempo Rei - Gilberto Gil

Não me iludo
Tudo permanecerá do jeito que tem sido
Transcorrendo
Transformando
Tempo e espaço navegando todos os sentidos
Pães de Açúcar
Corcovados
Fustigados pela chuva e pelo eterno vento
Água mole
Pedra dura
Tanto bate que não restará nem pensamento

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei

Pensamento
Mesmo o fundamento singular do ser humano
De um momento
Para o outro
Poderá não mais fundar nem gregos nem baianos
Mães zelosas
Pais corujas
Vejam como as águas de repente ficam sujas
Não se iludam
Não me iludo
Tudo agora mesmo pode estar por um segundo

Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei
Transformai as velhas formas do viver
Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei
Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei




Tiro Seco - Olodum

Bandos, sudaneses, yorubás, reggae
Quibundos, umbundos, ibos olodum
Mandigas, ketus, Ijexás
Macaus, fons e Haussás
Cleópatra é a musa música
Olodum general de cartago
Atila, Spárgacus
Pelourinho, roma negra, Salvador (x3)
Impera o brilho e a beleza
A pura nobreza em comum
Ecoam os estampidos
Rufar dos tambores do Olodum
Um tiro seco furando o cerco
Um pombo correio levando a canção
Espada do povo reggae
Conscientização
Venceremos de novo
Somos terra, água, fogo e ar
A transformação




Tô Feliz (Matei O Presidente) - (Gabriel O Pensador)

Atirei o pau no rato
Mas o rato não morreu
Dona Rosane, admirou-se do ferrão
Três-oitão que apareceu
Todo mundo bateu palma quando o corpo caiu
Eu acabava de matar o Presidente do Brasil
Fácil um tiro só
Bem no olho do safado
Que morreu ali mesmo
Todo ensanguentado
Quê? Saí voado com a polícia atrás de mim
E enquanto eu fugia eu pensava bem assim:
"Tinha que ter tirado uma foto na hora em que o sangue espirrou
Pra mostrar pros meus filhos
Que lindo, pô"
Eu tava emocionado mas corri pra valer
E consegui escapar
Ah tá pensando o quê?
E quando eu chego em casa
O que eu vejo na TV?
Primeira dama chorando perguntando (Por quê?)
Ah! Dona Rosane num fode num enche
Não é de hoje que seu choro não convence
Mas se você quer saber porque eu matei o Fernandinho
Presta atenção sua puta escuta direitinho
Ele ganhou a eleição e se esqueceu do povão
E uma coisa que eu não admito é traição
Prometeu, prometeu, prometeu e não cumpriu
Então eu fuzilei, vá pra puta que o pariu
É "podre sobre podre" essa novela
É Magri, é Zélia
É Alceni com bicicleta e guarda-chuva
LBA Previdência chega dessa indecência
Eu apertei o gatilho e agora você é viúva
E não me arrependo nem um pouco do que fiz
Tomei uma providência que me fez muito feliz

| Hoje eu tô feliz! (Minha gente!)
| Hoje eu tô feliz matei o presidente

Eu tô feliz demais então fui comemorar
A multidão me viu e começou a festejar
(É Pensador, é Pensador, é Gabriel O Pensador)
Me carregaram nas costas
A gritaria não parou
Eu disse "Eu sou fugitivo gente não grita o meu nome por favor!"
Ninguém me escutou e a polícia me encontrou
Tentaram me prender
Mas o povo não deixou
(O povo unido jamais será vencido)
Uma festa desse tipo nunca tinha acontecido
Tava bonito demais
Alegria e tudo em paz
E ninguém vai bloquear nosso dinheiro nunca mais
Corinthiano e Palmeirense
Flamenguista e Vascaíno
Todos juntos com a bandeira na mão cantando o hino
("Ouviram do Ipiranga às margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante")
E começou o funeral e o povo todo na moral
Invadiu o cemitério numa festa emocionante
Entramos no cemitério cantando e dançando
E o presidente estava lá já deitado nos esperando
Todos viram no seu olho a bala do meu três-oitão
E em coro elogiamos nosso atleta no caixão:
(Bonita camisa Fernadinho
Bonita camisa Fernadinho
Você nessa roupa de madeira tá bonitinho!)
E como sempre lá também tinha um grupo mais exaltado
Então depois de pouco tempo o caixão foi violado
O defunto foi degolado, e o corpo foi queimado
Mas depois não vi mais nada porque eu já tava cercado de mulheres e aquilo me ocupou
(Ai deixa eu ver seu revólver Pensador!)
Então eu vi um pessoal numa pelada diferente
Jogando futebol com a cabeça do Presidente
E a festa continuou nesse clima sensacional
Foi no Brasil inteiro um verdadeiro carnaval
Teve um turista que estranhou tanta alegria e emoção
Chegando no Brasil me pediu informação:
(O Brasil foi campeão? Tá todo mundo contente!)
Não amigão
É que eu matei o presidente!


E o velório vai ser chique
Sem falta eu tô lá
Ouvi dizer que é o PC que vai pagar




Todo poder aos Sovietes! - Subversivos

Amordaçados pelo Capitalismo,
de mãos atadas, mas há o que fazer!

Organizando a todo o coletivo,
a resposta está dentro de vocês!

TODO O PODER AOS SOVIETES! [2X]

Suor vertido, mão de obra explorada!
Tudo ao patrão, nada ao produtor!

Isso é o que une a todo proletário,
sangue vermelho, salário pago em dor!

Saiamos todos pra além da exploração!
Unindo a classe de encontro a sua mortalha!

Tomando os rumos de toda produção,
criar Sovietes, vanguarda proletária!




Tom Maior - Samba Enredo 2006

Conta a teoria como tudo começou
Em grandes geleiras navegando aqui chegou
O homem primitivo, gigantescos animais
No berço da existência são os nossos ancestrais
Brasil, Serra da Capivara é nosso patrimônio
Piauí emergiu como um grande tesouro
Já dizia a previsão que “o sertão vai virar mar”...
O mar já virou sertão
As sete cidades, que fascinação!
Entre lendas e mitos, verdade ou ilusão?
BIS
Vestígios de uma outra vida, antiga civilização
Chegaram à terra do sol destemidos vaqueiros
A civilização do couro
Guerras, conflitos com muita opressão
Foi assim a colonização
Com fé a primeira cidade surgiu
Cajuína refrescou esse povo vencedor
Nasce a menina dos olhos verdes
Teresina do meu coração
Bumba-meu-boi é folclore regional
Artesanato, a riqueza cultural
Menino veio de lá, pra em São Paulo reinar
É de emocionar!!!
O seu sucesso trilhou, num arco-íris brilhou
Com Frank Aguiar eu vou!!!
É paixão, emoção
Sou Tom Maior, lá vou eu. Eu vou
REFRÃO
Toque o fole sanfoneiro
Com amor




Tropicum - Olodum

Olodum tropicália (2x)
Na década de 70
Olodum surgiu
E o movimento já repercutia
Por todo o Brasil
O mano Caetano, Gil, Bethânia e Gal
Antonio Risério, Tom Zé, Capinam
E nossos ideais
A repressão dos infames
Foi combatida por meu canto profano
Abaixo a dita-cuja
E o fim da tortura num país soberano
Quem viveu, viveu
A tortura dos manos
Que hoje sagrados
Chamamos de reis
Refrão:
É proibido proibir
No Olodum (Bis)
É proibido proibir
Tropicália renasce
Nas matrizes do afro, nos sons do Olodum
Usando a cultura
Pra a evolução unindo um bem comum
Refrão:
É proibido proibir
No Olodum (Bis)
É proibido proibir




Um Índio - Caetano Veloso

Um índio descerá de uma estrela colorida brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no hemisfério sul da américa num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros, das fontes, de água límpida
Mais avançado que a mais avançadas das mais avançadas das tecnologias

| Virá
| Impávido que nem Muhammad Ali
| Virá que eu vi
| Apaixonadamente como Peri
| Virá que eu vi
| Tranqüilo e infalível como Bruce Lee
| Virá que eu vi
| O axé do afoxé Filhos de Ghandi
| Virá

Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto, em cheiro,
em sombra, em luz, em som, magnífico
Num ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto sim, resplandecente, descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer assim de um modo explícito

E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto quando terá sido o óbvio




Um Povo Comum Pensar - Olodum

Olha este som latino
É de lá de Cuba
Onde prá ter direitos
Nada nos custa não
Latinamente um povo
Negro a cantar e a cantar
Bate em minha mente
Um povo em comum pensar
Rumba, Rumba
Rumba Olodum
Arriba vida
Linda, Linda
Pura e sem dor
ô ô ô
Com amor
Che Che Che
Che Guevara
Mente
Fontemente revolucionaria
Fiel, Fidel
Fiel, Fidel
Fidel castro
Em pró de uma classe sofrida
Proletária
Leninista
Olha este som latino
É de lá de Cuba
Onde prá ter direitos
Nada nos custa não
Onde não tem mendigos
Nem tanto vilão
Aonde o dinheiro
Não é uma obsessão




Sublime Pergaminho - Unidos de Lucas, 1968

Quando o navio negreiro
Transportava negros africanos
Para o rincão brasileiro
Iludidos
Com quinquilharias
Os negros não sabiam
Que era apenas sedução
Pra serem armazenados
E vendidos como escravos
Na mais cruel traição
Formavam irmandades
Em grande união
Daí nasceram festejos
Que alimentavam o desejo
De libertação
Era grande o suplício
Pagavam com sacrifício
A insubordinação
E de repente
Uma lei surgiu
E os filhos dos escravos
Não seriam mais escravos
No Brasil
Mais tarde raiou a liberdade
Pra aqueles que completassem
Sessenta anos de idade
Ó sublime pergaminho
Libertação geral
A princesa chorou ao receber
A rosa de ouro papal
Uma chuva de flores cobriu o salão
E o negro jornalista
De joelhos beijou a sua mão
Uma voz na varanda do paço ecoou:
"Meu Deus, meu Deus
Está extinta a escravidão"




Vai Passar - Francis Hime/Chico Buarque

Vai passar
Nessa avenida um samba popular
Cada paralelepípedo
Da velha cidade
Essa noite vai
Se arrepiar
Ao lembrar
Que aqui passaram sambas imortais
Que aqui sangraram pelos nossos pés
Que aqui sambaram nossos ancestrais

Num tempo
Página infeliz da nossa história
Passagem desbotada na memória
Das nossas novas gerações
Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações
Seus filhos
Erravam cegos pelo continente
Levavam pedras feito penitentes
Erguendo estranhas catedrais
E um dia, afinal
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval
(Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade
Até o dia clarear

Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar
Ai, que vida boa, olerê
Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral
Vai passar




Vai-Vai - Samba-Enredo 2003

Lá vem o Bexiga com muita alegria Devoção e muito mais
Cantando forte em poesia Eu sou Vai-Vai
A Bela Vista chegou com garra e emoção, Invadindo
continentes vem mostrar a essa gente A origem da sua
criação Surgiu na era glacial A descoberta genial E
sua história vai brilhar no carnaval Sangrentas
guerras conquistou Grandes guerreiros carregou Fez da
Mongólia a sua arena de terror
Pisa forte na avenida Indomável campeão Que virou
mitologia de tanta fascinação bis
Centenas de anos antes de Cristo Conquistador e
arisco, fundou cidade Presente de grego foi construído
E ao longo desse conflito e realidade Glórias a cônsul
venerado Imperador foi derrotado Deposto caiu do seu
garanhão Vitórias também teve o alasão Tem corrida,
tem rodeio, tem jogo no tabuleiro E o Grande Prêmio do
Brasil Com força, raça em harmonia eu vou trazer O
mundo inteiro pra você Entre marchas, galopes e
cavalgadas De preto e branco sacudindo a arquibancada




Vai-Vai - Samba Enredo 2006

São Vicente, A Primeira Capital do Brasil
Vem, vêm meu amor
Nesse balanço eu vou
Amor eu vou, vem navegar
Nas ondas desse mar
Vai-Vai nos levará a viajar.....
Terra à vista
Depois de atravessar o tenebroso mar
Bela Vista, um paraíso de beleza singular
A primeira cidade do nosso Brasil
Na força das raças unidas surgiu
Foi dessa união o início da nossa nação
Bravos bandeirantes
Exploraram esse chão
Para semear e construir
As bases da economia
Se a cana de açúcar foi fundamental
O meu Bixiga, é combustível nesse carnaval
Divina Luz que vem do céu clareia,
Deixa clarear
Nossa mistura de pele
Deu samba na veia, incendeia!
Cartão postal
A ponte Pênsil é monumental
Cruzou o mar, veio o progresso
E São Vicente floresceu
Cidade berço cultural
Nascente da democracia
A natureza tem o seu real valor ( ô ô ô )
Meus tamborins em alto astral!
Sacodem a ilha noite e dia
É nessa praia que o Vai-Vai chegou.




Valente Nordeste - Olodum

Vem meu beduíno
Chega seu menino
Faz assim comigo não
Do deserto do Saara
Vem pra minha Paraíba
Ceará ou Maranhão (hum!)
Alagoas coisa boa
Pernambuco não caçoa
A Bahia da canção
Porque não pro meu Sergipe
Vou de jegue
Vou de jipe
Chego lá
Volto mais não
Amor amor
Amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh, cabra da peste
nordeste, nordeste
O sol que nos castiga
prumou que nao sacia
A sede desse rico chão
Pra ficar mais fertilizante
Pra ficar mais elegante
Pra minha vegetação
Lá do alto da colina
Meu casebre pequenino
Com a luz de lampião
Olodum que e nordestino
Canta, canta seu menino
E voa alto pro sertao
amor amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh cabra da peste
nordeste , nordeste
A história não lhe mente
morre gado
morre gente
Na seca judiação
Não tem água cristalina
E o governo discrimina
Pobre povo, pobre chão
amor amor amor
eh a eh, nordeste
nordeste, nordeste
eh a eh cabra da peste
nordeste , nordeste




Violeiro Tocador - Olodum

Descoberto o Brasil na Bahia
Revela a história e alguém já dizia
O que Cabral não descobriu direito
Agora pode ser real
A reforma agrária é um desejo
De todo povo ocidental
E quando a seca já chegava
Nada vingava, ninguém resistia
O sol ardente que o solo rachava
O rio que secava e o povo que partia
Seguindo a estrada sem rumo, sem nada
Mas mesmo sofrendo o menino dizia
Seu vileiro tocador
Seu sanfoneiro
Toque a dor pra lá
Salve o coração do agreste
Pois o povo Nordeste
Não pode acabar (bis)
E quando aqui chegava
Na cidade grande nada acontecia
Não havia emprego, não havia nada
O seu ideal virou fantasia
Olhe o nordeste seu cabra peste
Que o afro Olodum
Será nosso guia




Zambi - Vinicius de Moraes

É Zambi no açoite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi na noite, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
Chega de sofrer, ei!
Zambi gritou
Sangue a correr
É a mesma cor
É o mesmo adeus
É a mesma dor
É Zambi se armando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
É Zambi lutando, ei, ei, é Zambi
É Zambi tui, tui, tui, tui, é Zambi
Chega de viver, ê
Na escravidão
É o mesmo céu
O mesmo chão
O mesmo amor
Mesma paixão
Ganga-zumba, ei, ei, ei, vai fugir
Vai lutar, tui, tui, tui, tui, com Zambi
E Zambi, gritou ei, ei, meu irmão
Mesmo céu, tui, tui, tui, tui
Mesmo chão
Vem filho meu
Meu capitão
Ganga-zumba
Liberdade
Liberdade
Liberdade
Vem meu filho
É Zambi morrendo, ei, ei, é Zambi
É Zambi, tui, tui, tui, tui, é Zambi
Ganga Zumba, ei, ei, ei, vem aí
Ganga Zumba, tui, tui, tui, é Zambi




O Meu País - Zé Ramalho

Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que crianças elimina
Que não ouve o clamor dos esquecidos
Onde nunca os humildes são ouvidos
E uma elite sem deus é quem domina
Que permite um estupro em cada esquina
E a certeza da dúvida infeliz
Onde quem tem razão baixa a cerviz
E massacram - se o negro e a mulher
Pode ser o país de quem quiser
Mas não é, com certeza, o meu país
Um país onde as leis são descartáveis
Por ausência de códigos corretos
Com quarenta milhões de analfabetos
E maior multidão de miseráveis
Um país onde os homens confiáveis
Não têm voz, não têm vez, nem diretriz
Mas corruptos têm voz e vez e bis
E o respaldo de estímulo incomum
Pode ser o país de qualquer um
Mas não é com certeza o meu país
Um país que perdeu a identidade
Sepultou o idioma português
Aprendeu a falar pornofonês
Aderindo à global vulgaridade
Um país que não tem capacidade
De saber o que pensa e o que diz
Que não pode esconder a cicatriz
De um povo de bem que vive mal
Pode ser o país do carnaval
Mas não é com certeza o meu país
Um país que seus índios discrimina
E as ciências e as artes não respeita
Um país que ainda morre de maleita
Por atraso geral da medicina
Um país onde escola não ensina
E hospital não dispõe de raio - x
Onde a gente dos morros é feliz
Se tem água de chuva e luz do sol
Pode ser o país do futebol
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país
Tô vendo tudo, tô vendo tudo
Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo




África Brasil (Zumbi) - Jorge Ben Jor

Angola, Congo, Benguela
Monjolo, Capinda, Nina
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados em carros de boi
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras
Zumbi é senhor das demandas
Quando Zumbi chega, é Zumbi quem manda
Pois aqui onde estão os homens
Dum lado, cana-de-açúcar
Do outro lado, um imenso cafezal
Ao centro, senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhidos por mãos negras
Eu quero ver quando Zumbi chegar
Eu quero ver o que vai acontecer
Zumbi é senhor das guerras




Zumbi - Caetano Veloso

Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
Há um grande leilão
Dizem que nele há uma princesa à venda
Que veio junto com seus súditos
Acorrentados num carro de boi
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola, Congo, Benguela,
Monjolo,Cabinda, Mina,
Quiloa, Rebolo
Aqui onde estão os homens
De um lado cana-de-açúcar
De outro lado, o cafezal
Ao centro, os senhores sentados
Vendo a colheita do algodão branco
Sendo colhido por mãos negras
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Quando Zumbi chegar
O que vai acontecer
Zumbi é o senhor das guerras
Senhor das demandas
Quando Zumbi chega
É Zumbi é quem manda
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Eu quero ver
Angola
Congo
Benguela
Monjolo
Cabinda
Mona
Quiloa
Rebolo




Zumbi dos Palmares - Edson Gomes

Zumbi rei dos palmares
grito de dor,liberdade.
Zumbi rei dos palmares
um lutador,lider de valor.
Você é o nosso percursor,
de lá pra cá,
outro não se viu,
de lá para cá,
ninguém assumiu.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça deliberada.
Sou o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
Sou o Zumbi dos palmares
É o Zumbi dos palmares
Zumbi até mesmo o sol
Se eles pudessem
a gente vagaria
Zumbi até mesmo a chuva
se eles pudessem
a gente vagaria
não temos como enxugar
e a cada dia mais difícil se alimentar
Não temos onde trabalhar
E a cada dia mais difícil se alimentar.
Você um grande lutador
a nossa luta não acabou
(ela não acabou não)
és aqui a retomada
vamos então encher a praça
gritar de novo,gritar com raça
deliberada
Sou o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
é o Zumbi dos palmares
Sou o Zumbi dos palmares
É o Zumbi dos palmares




Zumbi Rei - Olodum

General, negro dos palmares
Grande líder dos quilombolas
Lutou e morreu pela defesa
E pela liberdade
Dos seus irmãos
Mas a luta continua irmão
Jamais perderemos a esperança
De cultuar seus deuses negros
Eram os quilombolas
Negros rebeldes dos palmares
Da senzala a casa grande
Éramos tratados como animais
Oprimidos e marginalizados
Mais se o negro parar e pensar
De tudo devemos cultivar
Salve Zumbi Rei Olodum
Grande líder dos quilombolas
Salve Zumbi Rei Olodum
Consciência Negra Olodum




Colônia De Exploração (Rique Lhp)

Perguntas já existiam antes de eu nascer
Como o ser humano foi aparecer
Pessoas pensavam só em vencer
Como ganhar dinheiro e estar no poder
Tribos de índios desapareciam
E as selvas de pedra se construiam
Revolução industrial e desenvolvimento
Começavam a surgir o devastamentos
Vindo da Europa e de suas naus
Explorando o Brasil, tendo lucro total
Matando nativos queimando nosso ouro
Por isso que vivemos hoje nesse sufoco

Brasil!!! Terra de exploração... E gente feliz
Brasil!!! O país dos outros... Que não são daqui
Brasil!!! A independência... Que eu não vivi
Brasil!!!Vamos acordar logo ou sair daqui...

E a história não muda, esse vai e vem
Será que no futuro tudo vai estar bem?
Prédios se espremem por todos os lados
Os sonhos que sonhamos já estão manipulados
Gente na cadeia vendo o Sol nascer quadrado
Andar pelado como um índio já virou até pecado
Tristeza e violência, essa é nossa rotina
Será esse o sistema que preserva nossas vidas
Morte por dinheiro e por ambição
Dizem que o futuro esta em nossas mãos
Atadas por algemas que não podemos ver
Desça logo Jesus Cristo Se não vai foder




Curumim Chama Cunhata Que Eu Vou Contar - Jorge Ben Jor

Curumim chama cunhata que eu vou contar
Cunhata chama curumim que eu vou contar
Curumimmm, Cunhataaaa
Cunhataaaaa, Curumimmm
Antes que os homens aqui pisassem nas ricas e ferteis terraes brasilis
Que eram povoadas e amadas por milhoes de Indios
Reais donos felizes da terra do pau Brazil
Pois todo dia e toda hora era dia de indio
Mas agora eles tem so um dia
Um dia dezenove de abril
Amantes da pureza e da natureza
Eles sao de verdade incapazes
De maltratarem as femeas
Ou de poluir o rio, o céu e o mar
Protegendo o equilibrio ecologico
Da terra, fayna e flora pois na sua historia
O indio é exemplo mais puro
Mais perfeito mais belo
Junto da harmonia da fraternidade
E da alegria, da alegria de viver
Da alegria de amar
Mas no entanto agora
O seu canto de guerra
É um choro de uma raça inocente
Que já foi muito contente
Pois antigamente
Todo dia era dia de índio




DIA DO ÍNDIO

Sempre morei por aqui
Forte feliz e pelado
Vivendo na grande selva
Entre dormindo e acordado
A terá aqui era grande
Muito verde, muito espaço
Mas o tempo foi passando
E ate hoje não entendi
Se a terra foi sumindo
Ou se fui eu que encolhi.
Vou vivendo no que resta
Enfrentando a situação
Dando bronca até paulada
Pra defender o meu chão
Que a coisa só piora
E do jeito que esta indo
Se não gritar pra valer
Acabo mesmo é sumindo
E aí bye-bye Brasil
Brasil de fraca memória
Tenho medo até que esqueças
Que faço parte da história.
Brasilerinho
(Ieda de Oliveira




Índio – Farofa Carioca

Há 500 anos eram 5 milhões de índios felizes no Brasil
Cada um em sua oca ,cada oca em sua taba, cada taba em sua mata
Cada rio, cada peixe, cada bicho, bicho!
Um por todos, todo mundo nu!

Cada um na sua (viviam todos muito bem)
Cada um na sua (ninguém falava mal de ninguém)
Cada um na sua (todo mundo nu!)
Cada um na sua (tudo bem)

Boto, tamanduá, cocar, sucuri, cucu
Jacarandá, anta, cajá, curumim, arara
Jaguatirica, mandioca, de boi, jacaré, vitória régia (Tim Maia!)

Cada um na sua (sem roupa)
Cada um na sua (sem falcatrua)
Cada um na sua (ninguém passava a mão na bunda de ninguém)
Cada um na sua (pode crer)

Hoje são 250 mil, mataram milhões de tristeza e solidão
Na bala, no chicote, na humilhação
Índio foi queimado vivo quando dormiu
Índio comeu peixe poluído do rio
Índio quer saber se chega ao ano dois mil
Índio veio morar numa favela do rio

Caiapó, Tupi, Xingu
Guarani, Txucarramã
Acolhei a Tupã

Pataxó

“dedicamos essa música ao índio Pataxó Galdino, que morreu pelas mãos de uns meninos mimados do Distrito Federal. Só deus sabe o motivo pelo qual eles não foram condenados!”

Cada um na sua (eles não foram condenados)
Cada um na sua (ninguém tocou no assunto)
Cada um na sua (no final ficou todo mundo nu)




O Choro Dos Índios - Hermes e Renato

Iô, iô
Ora pois
22 de abril,
Século XVI (16)

Solta D.João
Carlota Joaquina,
Mina firmeza

Desse jeito!!!

Vamos chegando de assalto
Século XVI
Rap pesadão Português

Eu faço rap lusitano pesadão
Vou desembarcando por aqui
Descendo a mão

Pois chego aqui e só encontro
Um bando de pela-sacos,
Vagabundos, preguiçosos,
Arrombados

Indiozinhos traiçoeiros
Trairinhas
Tentando nos acertar
Com suas flechinhas

Conforme
Vim aqui descer o pau
A porrada vai cantar
Mais que Roberto Leal

E ai desses viados
Se tentarem me enfrentar
Vou encher-lhes de pancada
Até eles se cagar

Sou vida loka
Lusitano maloqueiro
é bom esses índios
ficar ligeiros

Isto aqui não é brincadeira,
nem o programa da Xuxa
eu resolvo minhas tretas
na garruchaaa!!

Ouçã o choro dos índios,
tomando porrada de cabral. 2x

Peguei Pelo Cabelo
Um índio Tabajara
Dei Uma coça nele e
botei no pau-de-arara

Também esculachei
um índio yanomami
Bati Nas costas dele
com um chicote de arame

Logo Mais à Frente
encontrei um tamoio
a cara dele me irritou
Dei-lhe um soco no olho

e pra terminar a festa
peguei um tupiniquim
Acertei-lhe um voleio
bem no rimmmm!

O bacalhau, o bacalhau
é mal!
O Bacalhau não gosta de carnaval!
O Bacalhau veio lá de portugal!
E Com As índias Vois Fazer Um Bacanalll!!!

Ouçã o choro dos índios,
tomando porrada de cabral (Toma Na Fuça)

Ouçã o choro dos índios,
tomando porrada de cabral. 2x

nananananananananana
Ieeeeieeeeee

O Do Bigode,
Estão Falando ALi,
aqueles índios ali,
que você fez uma tremenda agressão,
uma Coisa Terrivel
que que foi aquilo ali?

Não não Senhor
eles não senhor eles,
eu vim aqui à fazer um descobrimento,
e eles é que me agrediram!
Sem Motivos, Gratuitamente

Inclusive eles fizeram bater aqui no meu joelho
que eu tenho um problema aqui no meu joelho
entende?
e também quis dar a ele um pouco de bacalhau
e eles é que não quiseram
não posso fazeres nada
mais eles estão cheio de marcas

não não não não
eles é que se arranharam de proposito
para me fuder
eles são um bando de mentirosos
ora pois

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