ESPERAMOS QUE VOCÊ DEIXE SUAS OPINIÕES, IDÉIAS E QUE VENHA PARTICIPAR CONOSCO DEIXANDO SUAS PROPOSTAS

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO ESCOLAR: ALGUNS APONTAMENTOS TEORICOS


Por Luis Carlos

O professo José Cerchi Fusari (2006:20) aponta que ao se tratar da educação, uma questão fundamental sempre permeia qualquer concepção a seu respeito: “Que perfil de ser humano queremos ajudar a formar?”. No fundo, o que está por traz da preposição é algo que nos remete a base antropológica da própria educação e de sua principal ação: o vir a ser humano, raiz do fato educativo.

Tomando como ponto de partida esta perspectiva, pensa-se como Moacir Gadotti (1990:43), que o homem é o que ele se faz socialmente, visto que não é uma coisa dada, acabada, mas que se torna. E a partir daí desdobra-se duas concepções básicas. A primeira dela é que o homem produz-se a si mesmo, determina-se ao se colocar como um ser em transformação, como ser da práxis. Se a realização do homem como atividade dele próprio é uma condição sine qua non das ciências sociais, e, igualmente, compartilhado pela pedagogia, então, consequentemente, tal realização só pode ter lugar na História, pois, essa é a única mediação necessária para que os indivíduos manifestem vida, refletindo desta forma muito exatamente o que são.

Visto por esse ângulo, o desenvolvimento do ser humano está intrínseco à natureza, porém, diferenciando-se do ser animal, dado que, constituísse do resultado sócio-histórico: formação esta relacionada ao aspecto econômico, social, político e cultural da humanidade. Mais ainda, implica dizer que, do trabalho do ser humano resulta-se a humanização e libertação do homem como atividade essencialmente humana, voluntária, universal e consciente, tornando-se um ato de transformação da natureza e de si mesma e, fundamentalmente, de sua sociedade na qual vive imerso. Pari passu, o ser humano deve ser visto como uma “unidade” porque a sua práxis envolve o todo: seus sentidos, ver, cheirar, degustar, sentir, pensar, intuir, perceber, querer, ser ativo, amar. Em suma, envolvem o homem como ser individual, coletivo, material e o espiritual.

Tratar da educação escolar diante desta concepção de ver o homem e o seu mundo é concebê-la como uma instituição que se constitui, segundo Libâneo (1994:24), de um “sistema de instrução e ensino com propósitos intencionais, práticas sistematizadas e alto grau de organização, ligado intimamente às demais práticas sociais”. Se de um lado, essa referida instituição educacional-pública tem como missão democratizar os conhecimentos e a cultura geral a todos. De outro, é através da “escola que os trabalhadores continuam tendo a oportunidade de prover escolarização formal aos seus filhos, adquirindo conhecimentos científicos e, consequentemente, formando a capacidade de pensar criticamente os problemas e desafios postos pela realidade social”.

Em sendo assim, a educação e escola públicas são portadoras de uma função social diferenciada frente a tantas outras, uma vez que, têm a finalidade de através das práticas pedagógicas garantirem a formação do homem, no sentido genérico, capaz de conviver e participar ativamente numa sociedade em constante mudança e cheias de disjuntivas contradições de classes e grupos sociais. Não obstante, uma formação de homem e mulheres capazes de se posicionar de maneira crítica e cidadã, visando a uma verdadeira humanização.

Porquanto, se de um lado “a prática educativa, a vida cotidiana, as relações professor-aluno, os objetivos da educação, o trabalho docente, nossa percepção do aluno estão carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das relações entre classes, entre raças, ente grupos religioso, entre homens e mulheres, jovens e adultos” (Libaneo. Op.cit. p. 21). De outro, então, a ação educativa e a sociedade que se objetivam não é apenas aquela que a vida na sociedade capitalista demanda, ou seja, uma formação centrada para o mercado de trabalho, como diz Arroyo: “uma ação diretiva pensada como uma venda de conhecimentos para o mercado de trabalho”. Mas sim, o processo de promover os indivíduos dos conhecimentos e experiências culturais que os torne aptos a atuar no meio social e a transformá-lo em função de necessidades econômicas, sociais e políticas da coletividade.

BIBLIOGRAFIA:

ARROYO, Miguel. Conferência sobre o P.P.P.

FUSARI, José Cerchi. Revista Aprende Brasil. Ano 2 – nº. 09 – Fevereiro/Março 2006

GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da Educação: Um estudo introdutório. Ed. Cortez. 7º ed. São Paulo. 1990.

FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo. Cortez, 2000.

LIBANEO, José Carlos. Didática. Ed. Cortez. São Paulo. 1994

PROJETO Araribá: História - obra coletiva. Ed. Moderna. São Paulo, 2006.

JR, Caio Prado. O que é Filosofia? Série - Primeiros Passos. Ed. Brasiliense, São Paulo, 1981.

SODRÉ, Nelson Werneck. Formação Histórica do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil S/A, 1990.

AQUINO, Rubens Santos Leão de et ali. História das Sociedades: das Sociedades Primitivas às Sociedades Medievais. Rio de Janeiro: Editora Ao Livro Técnico, 1980.

Parâmetro Curricular Nacional de História de 5º a 8º séries. Revista Nova Escola – Ed. Especial sobre os PCN(s), Ed. Abril.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home