sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Fim do bloqueio militar a Guatemala ou um cavalo de Troia do exercito dos EUA?
RT Atualidade (23 de dezembro de 2011)
Os Estados Unidos propõem suspender o bloqueio
militar a Guatemala. Assim, anunciou o presidente guatemalteco, Álvaro Colom,
durante sua visita aos EUA. Enquanto isso, alguns analistas advertem que desse
modo Washington pretende aumentar sua presença bélica na região.
A vantagem
do negocio das armas
O presidente comunicou sobre o progresso da
suspensão das restrições e a retomada da cooperação militar, bloqueada desde a década
de 80, e afirmou que estão muito avançadas as negociações deste tema com
Washington. Colom disse que o subsecretario de Defesa para Assuntos da América
Latina dos EUA, Paul Stockton, o informou que no Congresso de seu país havia um
“avanço importante” para retomar de ajuda militar.
Além disso, o ministro de Defesa do país centro-americano,
Juan José Ruiz, disse nesta quinta-feira, que se os EUA liberar o bloqueio
militar para as forças terrestres, a cooperação militar pode fazer com que a Guatemala
passe de novo a ter “equipe de comunicação e escudo de segurança para a tropa”.
“É lógico e coerente que tem feito bem o trabalho”, disse o chefe militar. Segundo
Raiz, Guatemala poderia ter acesso às contribuições no valor de 28 milhões de
dólares.
Vender o
armamento desnecessário
Por sua parte, o general da reserva Otto Pérez
Molina, que depois das eleições, vai assumir a Presidência no lugar de Colom,
no próximo dia 14 de janeiro, opina que Guatemala pode comprar certos tipos de
equipamentos a outros países e não exclusivamente aos Estados Unidos. “Isto tem
se convertido mais em um mito do que em outra coisa. Nestes 30 anos não tem
havido necessidade de armamentos dos Estados Unidos e parece, que nesse país,
não se tem dado conta de que o Exercito tem mudado muito em todos os sentidos”,
sublinhou Pérez Molina.
Depois de suspende o embargo, Guatemala poderá
acessar três programas estadunidenses: treinamento militar, venda de
equipamentos e armas a melhores preços e assistência militar, onde se podem
fazer doações, assinala o presidente eleito.
“Uma discursão
de interesses para vender suas armas”
Com a suspensão deste embargo militar, imposto
pelos Estados Unidos, as autoridades esperam avançar no âmbito da luta contra o
crime organizado e o narcotráfico. Mas, estes planos já têm gerado muitos
debates na sociedade guatemalteca.
O analista do Centro de Estudos da Guatemala,
Sandino Asturias, tem explicado numa entrevista para RT, que os EUA poderiam
utilizar esta iniciativa para que suas tropas tenham uma presença maior na
região. “Este é um debate de interesses dos grupos americanos que querem vender
suas armas”, considerou Asturias.
“Aqui existem vários convênios que permitem ao EUA
de entrar. O seja, deve-se dizer que a posição estratégica da Guatemala (que se
tem chamada de o quintal dos Estados Unidos) é um triangulo norte de Centro-América.
E então, isso tem feito com que tenhamos um convenio que permita a entrada de
tropas americanas no país. Temos outros planos de colaboração que permite a
guarda nacional ou as tropas dos EUA de estarem presentes na Guatemala”, disse.
Outro analista afirmou que os EUA já têm suas bases
militares em Honduras e em El Salvador, entre outros. “Estados Unidos impõe sua
lógica de segurança através de processos de intervenção nesses países. Naturalmente,
o fato de que exista mais coloração ou haja mais ajuda militar, isso também lhe
dá mais possibilidade de ter maiores processos de intervenção e de presença de
tropas no território nacional”, acrescentou Asturias.
O fim do
bloqueio
O Congresso americano introduziu o bloqueio militar
a Guatemala em 1977, argumentando que o Estado guatemalteco violava os direitos
humanos. Desde então, a normativa impede qualquer cooperação com o Exercito ou
o fornecimento de armamento ao país.
Washington tem imposto seis condições para avaliar
a suspender do bloqueio, como o apoio as autoridades civis, a abertura de
arquivos militares e a modernização em relação aos direitos humanos como um dos
pilares. Pelo momento, se prevê que em 2013 poderia se produzir o cessar
definitiva.
Fonte:
Tradução:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz
historia)
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