quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
É falso que a Síria utilize armas químicas, assegurou a Rússia
A Rússia desmentiu hoje as versões da imprensa
ocidental sobre o suposto emprego, sobre supervisão de especialistas deste
país, de gás paralisante, por parte do exército sírio em choques na convulsiva província
de Homs.
Um comunicado oficial da referida dependência considera
infundadas tais informações, as quais, advertiu, confiram a guerra mediática
lançada contra Damasco, cujos inspiradores, também, já começaram a levantar
calunias contra a Rússia.
A alguns parece que lhes custa trabalhar
sobrepondo-se as tentações de responder com sujas mentiras a posição de
principio de Moscou em relação ao assunto sírio, comentou o Ministro do
Exterior.
Nesse sentido, estimou que ao Ocidente preocupa lhe
a posição firme da Rússia sobre a necessidade de superar a crise com métodos
político-democráticos e mediante um diálogo nacional entre os sírios, sem
intromissão faraônica, destacou a Chancelaria.
A propagação de informações mal-intencionadas sobre
a Rússia torpedeia os esforços internacionais para alcançar os mencionados
objetivos e entorpece a estabilidade da situação em torno do conflito interno
sírio, sublinhou o documento.
Por outro lado, recordou que a Rússia, um dos
países impulsores da Convenção para proibir as armas químicas, cumpre a
plenamente.
Pedimos a todas as nações do mundo a ratificar a
citada convenção, para cuja aplicação, aqui se aprovaram as respectivas leis
internas, incluindo, a proibição para produzir, armazenar ou empregar tais
armas, assinalou.
Rússia e China vetaram um projeto marroquino de
resolução no Conselho de Segurança da ONU que continha exigência políticas a
Damasco e lançava uma crítica unilateral às ações do exército sírio, sem
mencionar os atos violentos de grupos armados.
Síria de novo no debate da Assembleia Geral
Potências ocidentais e seus aliados árabes voltarão
a pressionar, amanha nas Nações Unidas, por um pronunciamento da organização para
sacar do poder ao presidente da Síria, Bashar al-Assad.
Desta vez será através da Assembleia Geral e o
debate de uma resolução que atribui às autoridades sírias, toda a culpa pela
crise e a violência em seu país, sem ter em conta a atividade dos grupos
armados de oposição que buscam o derrocamento do Governo.
Uma tentativa similar fracassou há 10 dias no
Conselho de Segurança, quando Rússia e China vetaram um projeto que abriria as
portas para uma mudança de governo na Síria, semelhante, ao que se registrou na
Líbia, com a intervenção militar da OTAN.
As decisões desse órgão, de 15 membros, são de obrigatório
cumprimento para os Estados que integram a ONU, mas, as da Assembleia Geral, integrada
pelos 193 países da organização, não têm esse caráter vinculante.
O texto que se debaterá amanhã, no plenário do
máximo órgão, acusa ao governo de Al Assad de generalizadas e sistemáticas violações
dos direitos humanos e liberdades fundamentais.
A lista destes atos atribuídos às autoridades
inclui o uso da força contra os civis, execuções arbitrarias, assassinatos e
perseguições de manifestantes, desaparição forçosas, torturas e violências sexuais,
entro outros.
O documento respalda as exigências da Liga Árabe
que reclama a Damasco pelo cessar da violência, a liberação de “presos de
maneira arbitrária”, a retirada dos militares das cidades e seu aquartelamento
e garantias de liberdade de manifestações.
Ademais, pede o acesso libre a “todas as
instituições da Liga Árabe” e aos meios de comunicações árabes e internacionais
“a todas as partes da Síria para determinar a verdade sobre a situação no território
e monitoramento dos incidentes”.
O projeto que discutirá a Assembleia Geral respalda
o acordo da Liga Árabe de 22 de janeiro, que chama a uma transição na Síria
para um sistema político democrático e plural.
No entanto, o documento não inclui a sugestão dessa
agrupação regional de criar uma força de paz conjunta entre as Nações
Unidas-Liga Árabe para ser enviada ao território sírio.
Em antecipação do debate de amanhã, a mesma
Assembleia Geral realizou, segunda-feira passada, uma sessão sobre a Síria, que
só serviu de plataforma para lançar uma chuva de acusações contra Damasco por
violações dos direitos humanos.
Nesse foro, a Alta Comissão da ONU sobre esta matéria,
Navi Pillay, atribuiu as autoridades sírias como possível responsáveis de crimes
contra a humanidade, o qual foi rechaçado de imediato por Damasco.
Por sua parte, o embaixador da Síria na ONU, Bashar
Jaafari, criticou a convocatória da reunião e denunciou ao presidente da
Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser, do Catar, por citá-la em
violações dos procedimentos para buscar objetivos políticos.
O debate de amanha acontecerá depois do anúncio
feito, nesta quarta-feira, pelo presidente Al Assad para a celebração, no
próximo dia 26, dum referendo para uma nova Constituição, como parte das
reformas integrais que impulsiona seu governo.
A proposta que, será submetida à consulta, limita o
período presidencial a um máximo de dois mandatos de sete anos cada um.
Também estabelece que nenhum partido tenha predomínio
sobre os desígnios da política, a sociedade e a economia, e que, o Estado siga
sendo laico para assegurar a harmonia religiosa num país aonde se pratica vários
cultos.
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na
luta faz história)
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