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terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Irã e Síria implementarão o TLC em momentos cruciais

Irã e Síria consolidarão suas relações estratégicas e acordos em momentos cruciais para ambos os países, diante das sanções impostas pelo Ocidente, com a realização daqui a um mês de um abarcador tratado de livre comércio (TLC).

Visto em ambas as capitais como importante passo na complementação de suas economias, o acordo estipula a partir de sua entrada efetiva que os produtos sírios para o mercado iraniano, por exemplo, tenham uma redução escalonada dos impostos alfandegários durante os próximos cinco anos.

Essas taxas irão decrescendo 20 por cento a cada ano durante os próximos cinco até chegar a zero, ao mesmo tempo em que Damasco propiciará facilidades preferenciais aos investidores e mercadorias do Irã.

O ministro anexo de Economia e Comércio da Síria, Khaled Sallouteh, viajou ao Teerã, onde assinou ontem o programa executivo que propiciará a vigorização do TLC em um mês.

Depois de considerar que os vínculos bilaterais sempre têm sido em benefício dos povos sírio e iraniano, Sallouteh disse que a assinatura do programa de execução acelera os procedimentos e abre o caminho para a implementação do acordo, ratificado já pelos parlamentos de ambos os países.

O estabelecimento de uma zona de livre comércio foi primeiro acordada durante a visita do presidente Bashar Al-Assad ao Teerã em setembro de 2010 e referendada em maio de 2011.

Irã e Síria são hoje alvo de uma intensa hostilidade econômica por parte de potências ocidentais, sendo o último país o mais afetado por possuir uma economia menos desenvolvida que a de seu aliado persa e por ter concentrado historicamente seu comércio com a Europa, que agora lhe fechou as portas.

Também a Síria sofre as sanções que lhe impuseram alguns países árabes, aliados aos Estados Unidos, França e Reino Unido na cruzada contra Damasco, à que se somou a Turquia com a que mantinha um substancial acordo de livre comércio, obstaculizado pelas represálias ditadas pela Turquia.

Diante destas medidas, o governo sírio propôs fundamentalmente fomentar a indústria nacional com respaldo preferencial aos setores mais importantes para assegurar em especial o autoabastecimiento alimentar e em geral o mercado interno.

Também, buscar novas rotas mercantis com países emergentes e em via de desenvolvimento na Ásia, América Latina e África, no que a cooperação Sul-Sul joga um papel importante, segundo explicou à Prensa Latina o ministro de Economia e Comércio, Mohammed Nidal Al Shaar.

O acordo de livre comércio com o Irã tem uma conotação particular por serem países próximos por um lado e, pelo outro, manter ambos estreitas relações políticas e ser ambos alvo da hostilidade dos mesmos adversários.

Em data recente, Irã, Síria e Iraque acordaram impulsionar um projeto ferroviário que enlaçará aos três países para precisamente facilitar o comércio trilateral.

No domingo passado, estes três países mais o Líbano assinaram um memorando de entendimento para o transporte de eletricidade das plantas geradoras iranianas ao resto das três nações.

O Irã concedeu já a Síria benefícios preferenciais avaliados em um bilhão de dólares ao diminuir em 60 por cento as taxas alfandegárias para um número de seus produtos, colaboração que começou a partir de dezembro de 2011.

Nesse mês, ambas as partes concordaram também realizar uma feira no Irã para apresentar os produtos sírios aos industrialistas, comerciantes e a cidadãos, a fim de fomentar os negócios. O evento está programado para 28 de abril próximo.

Damasco, 21 fev (Prensa Latina) [Modificado el ( martes, 21 de febrero de 2012 )]

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