Os diplomatas e congêneres das embaixadas em todo o mundo têm como essência atuar como agentes intermediadores dos interesses econômicos das Nações que representam.
Muitos devem estar lembrados de que durante o Bloqueio Continental, determinado pela França de Napoleão Bonaparte, nenhum pais do Continente poderia comercializar com a Inglaterra. Portugal submisso a este último passou a viver um dilema, mas por fim, continuar fiel depois de acordos firmados com um embaixador inglês. Depois, os ingleses transferiram a Corte Parasita para a Colônia, que logo abril os portos brasileiros à entrada dos produtos industrializados do país insular.
A história de dominação imperialista realizada pelos países europeus e depois EUA, tanto na América quanto na Africa, teve como papel fundamental as embaixadas.
Entremos em um episódio da atualidade.
O que chama a atenção nesta entrevista dada a seguir por um embaixador dos EUA, que esteve no Brasil durante o período de 2010 e 2013 [final do governo Lula inicio do primeiro mandato da presidenta Dilma], é justamente a conexão de representante dos interesses econômicos de seu país no sentido de não permitir a soberano de nossa Nação. Outro ponto a observar é a relação de setores da burguesia nacional [capital financeiro, agronegócio, meios de comunicação e classe média] em prestar apoio a tais interesses de fora contra um projeto nacional de desenvolvimento que no campo político contava de aliança do setor produtivo com a esquerda democrática e reformista.
Olhando de perto e considerando atentamente a entrevista do Ex-embaixador dos EUA, disponibilizada para alguns jornalistas dos grande meios de comunicação, se pode ver os laços diretos com governo fascista e neoliberal atual, tendo em vista sua subserviência, de outro lado, a inter-relação precedente com seu núcleo lavajatino, que participou na conspiraração de 2016.
O portal conjur replica o depoimento de Thomas Shannon descrevendo, primeiramente, a preocupação dos EUA em relação a Odebrecht:
"O governo dos Estados Unidos acompanhava com bastante atenção — e preocupação — as iniciativas do governo brasileiro de criar um bloco político forte e coeso na América do Sul. Especialmente na forma como a construtora Odebrecht havia se tornado parceira do governo nesses planos."
Depois sobre o BNDES e um financiamento do banco a um projeto de Odebrecht em Cuba. E, não apenas isso, mais o "medo" de que o Brasil contraísse relações internacionais no Caribe.
"De acordo com o ex-embaixador, as intenções do Brasil ficaram claras com o financiamento do BNDES ao porto de Mariel, em Cuba. A obra foi tocada pela Odebrecht e o banco investiu R$ 624 milhões. Ela colocaria o Brasil como importante ator nas relações internacionais no Caribe, especialmente diante da postura do governo americano na época de manter os embargos a Cuba, mesmo com os sinais de abertura econômica".
Exposto os fatos concretos das "preocupações" do governo americano para com o Brasil, em seguida passa a jogar sobre os mesmos acontecimentos relatados pontos de vista da ideologia proveniente da Guerra Fria, só faltando dizer que comunista é canibal, mas a critica deixa nas entre linhas a posição contraria dos EUA com a Alca:
"Shannon afirma que os EUA acreditavam que o Brasil caminhava para a construção de um bloco internacional coeso de orientação progressista e de esquerda. Isso seria um obstáculo à reanimação da Área de Livre Comércio das Américas, ou Alca, um projeto dos governo dos EUA de criar um bloco comercial com incentivos tarifários, mas que foi rejeitado pelos países latino-americanos".
Portanto, não poderia deixa de mencionar a Lava Jato, a fiel aliada no projeto estratégico dos EUA:
“O que Shannon conta, portanto, é que o MPF brasileiro ratificou um acordo em que uma empresa brasileira, reconhecida pelo governo americano como importante para os interesses do governo brasileiro, se comprometeu a enviar aos EUA relatórios sobre suas atividades comerciais”.
Se um grão de areia pode ser participe dos escombros de uma montanha, podemos dizer que dos poucos fatos que vão surgindo vamos tendo mais capacidade de compreender todo o processo golpista e seu resultado direto que é o governo “bunda suja” do fascista Bolsonaro".
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"BRASIL ATRAPALHAVA PLANOS DOS EUA PARA AMÉRICA DO SUL, DIZ EX-EMBAIXADOR
O governo dos Estados Unidos acompanhava com bastante atenção — e preocupação — as iniciativas do governo brasileiro de criar um bloco político forte e coeso na América do Sul. Especialmente na forma como a construtora Odebrecht havia se tornado parceira do governo nesses planos. Quem conta é o ex-embaixador dos EUA no Brasil Thomas Shannon, que ficou no posto entre 2010 e 2013.
O principal foco de atenção, afirma, eram as relações entre Brasil e Venezuela. "O Brasil identificou o modo como a Venezuela direcionava sua indústria de petróleo de modo a se integrar com o mercado americano. Então, algo precisava ser feito para trazê-la à América do Sul”, conta o diplomata, mencionando a crescente animosidade entre o então presidente venezuelano Hugo Chávez e os Estados Unidos. O pano de fundo era o projeto brasileiro de "construção de uma grande e coesa América do Sul", diz Shannon, hoje consultor do escritório de advocacia Arnold & Porter.
Shannon falou a jornalistas do site Poder 360, da revista Época e do jornal Miami Herald, dos EUA, parceiros da associação de jornais Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo (ICIJ, na sigla em inglês).
De acordo com o ex-embaixador, as intenções do Brasil ficaram claras com o financiamento do BNDES ao porto de Mariel, em Cuba. A obra foi tocada pela Odebrecht e o banco investiu R$ 624 milhões. Ela colocaria o Brasil como importante ator nas relações internacionais no Caribe, especialmente diante da postura do governo americano na época de manter os embargos a Cuba, mesmo com os sinais de abertura econômica.
Shannon afirma que os EUA acreditavam que o Brasil caminhava para a construção de um bloco internacional coeso de orientação progressista e de esquerda. Isso seria um obstáculo à reanimação da Área de Livre Comércio das Américas, ou Alca, um projeto dos governo dos EUA de criar um bloco comercial com incentivos tarifários, mas que foi rejeitado pelos países latino-americanos.
Car wash
As análises de Shannon abrem mais algumas páginas no capítulo norte-americano da "lava jato". A Odebrecht assinou um dos maiores acordos de leniência da história com o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ). E ele só foi possível graças ao livre trânsito de informações e provas entre os procuradores do DoJ e os procuradores da "lava jato" em Curitiba. Entre as provas, extratos de contas da construtora nos EUA.
O acordo de leniência prevê pagamento de R$ 8,5 bilhões pela empreiteira, dos quais 80% foram enviados ao Brasil — e glosados pelo MPF em Curitiba. Em troca de abrir mão do dinheiro, os EUA exigiram a presença de um "monitor externo de cumprimento do acordo", para que faça relatórios a cada 120 dias.
Esses relatórios "provavelmente incluem" informações "proprietárias, financeiras, comerciais e concorrenciais sigilosas", diz o acordo.
O que Shannon conta, portanto, é que o MPF brasileiro ratificou um acordo em que uma empresa brasileira, reconhecida pelo governo americano como importante para os interesses do governo brasileiro, se comprometeu a enviar aos EUA relatórios sobre suas atividades comerciais".
FONTE:CONJUR
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