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quarta-feira, 19 de maio de 2010

SELEÇÃO DE LETRAS DE MÚSICAS COM CONTÉUDOS DE HISTÓRIA PARTE I




Luis Carlos Costa Nascimento


SELEÇÃO DE LETRAS DE MÚSICAS COM CONTÉUDOS DE HISTÓRIA
PARTE I


A seleção de letras de músicas que constitui o texto abaixo é fruto de uma pesquisa que venho, há algum tempo, realizando. A intenção de disponibilizar uma primeira versão vem no sentido de tentar contribuir com os professores de história que se interessam em usar a música em sala de aula. Esta primeira versão é apenas uma seleção sem classificação ou analise teórica, mas que seguiu três passos. A princípio buscou-se identificar e reconhecer se as letras tinham alguma relação com o pensamento e conhecimento histórico. Dai a classificação seguindo um determinado método e uma teoria historiográfica. Por ultimo, se realizou a seleção dos conteúdos de história do ensino fundamental e médio, reclassificando as letras segundo a particularidade de cada forma do conhecimento histórico. Quanto à interpretação e analise das músicas/letras e os conteúdos históricos, ficam a cargo da realidade histórica em que estão os alunos, seus conhecimentos e habilidades intelectuais e da visão de mundo do educador. Posteriormente estarei disponibilizando uma nova versão com aproximadamente setecentas letras com uma proposta de classificação e analise teórica, de seleção de conteúdos e letras, bem como, da minha vivência pedagógica com a música em aulas de história nas escolas públicas municipais (Campina Grande) e Estaduais da Paraíba.




500 Anos de História - Tribo de Jah

Composição: Fauzi Beydoun

500 anos de história
Se não me falha a memória
Não há muito que comemorar
Melhor que se investir de glórias ilusórias
E se por em seu devido lugar
Os anos e danos da colonização
Índios dizimados, a escravidão
Ainda se fazem lembrar
De que vale Ter riquezas em demasia
No mundo ser a oitava economia
Se poucos podem desfrutar
A educação entre as piores do terceiro mundo
A saúde é um poço profundo
(que humilhação)
Onde se lança a sorte da população
A dignidade não se irá conquistar
Nem com dez copas mundiais
Se a injustiça é a premissa da
Ordem a nos desgovernar
Com a ditadura sem compostura
De quem pode mais
O salário mínimo é um salário mísero
O máximo da hipocrisia
(Tente Sr. Presidente, passar ao menos um
dia com um salário tão indecente)
É uma afronta a cidadania
Uma ofensa aos direitos do cidadão
Do trabalhador, da família
Uma verdadeira agressão
A justiça omissa e submissa
Poderosos imunes a punição
(A impunidade é uma crônica enfermidade
que corrói o corpo da sociedade assim
como a corrupção
Sem falar no fisiologismo
Na politicagem e no banditismo
De um capitalismo selvagem
Sem lei e sem restrição)




Quinhentos Anos de Que? - Belchior

Composição: Belchior/Eduardo Larbanois

Eram três as caravelas
que chegaram alem d`alem mar.
e a terra chamou-se América
por ventura? por azar?
Não sabia o que fazia, não,
D. Cristóvão, capitão.
Trazia, em vão, Cristo em seu nome
e, em nome d`Ele, o canhão.
Pois vindo a mando do Senhor
e de outros reis que, juntos,
reinam mais...
bombas, velas não são asas
brancas da pomba da paz.
Eram só três caravelas...
e valeram mais que um mar
Quanto aos índios que mataram...
ah! ninguém pôde contar.
Quando esses homem fizeram
o mundo novo e bem maior
por onde andavam nossos deuses
com seus Andes, seu condor ?
Que tal a civilização
cristã e ocidental...
Deploro essa herança na língua
que me deram eles, afinal.
Diz, América que es nossa.
só porque hoje assim se crê
Há motivos para festa?
Quinhentos anos de que?




2000 anos - Tribo de Jah
Composição: Fauzi Beydoun

Dois mil anos se passaram
E o planeta encolheu assim,
Muitas guerras se travaram,
Tantas outras não chegaram ao fim,
Muitos homens, quantos homens já viveram?
Quantos ainda virão à luz?
Só um homem, mais que todo homem,
Nos mostrou o caminho que conduz à paz.
Novos povos se formaram,
Expandiram-se as civilizações,
Fronteiras se remarcaram,
Sob a força de dominações.
Muitos homens, quantos homens sucumbiram?
E a história não mudou em nada,
Nem a fome, nem a opressão sumiram,
Mas coexistem com a tecnologia avançada.
Deux mille ans out passé,
Et la planète est si retrecie,
Bien de guerres on a déclaré,
Combien d’autres ne sont pás finies?
Deux mille asn, combien d’hommes en ont dejá vécu?
Combien encore connaîtront la vie?
Un seul homme, plus que tous nous a fait,
Voir le chemin qui conduit à la paix
De nouveux peuples se sont formés,
Se sont étendues lês civilizations,
Des frontières on a rédémarques,
Sous la force de dominations.
Deux mille ans, combien d’hommes en ont succombés?
Et i’histoire n’a rien changé,
Ni la faim, ni i’opression finirent,
Mais co-existent avec la tecnologie avancé.




A Internacional

De pé ó vitimas da fome
De pé famélicos da terra
Da idéia a chama já consome
A crosta bruta que a soterra
Cortai, o mal pelo fundo
De Pé, De pé, não mais senhores
Se nada somos em tal mundo
Sejamos todos produtores
Bem unidos façamos
Nesta luta final
Uma terra sem Amos
A Internacional
Senhores patrões chefes supremos
Nada esperamos de nenhum
Sejamos nós que conquistemos
A terra mãe livre comum
Para não ter protestos em vãos
Para sair deste antro estreito
Façamos nós com nossas mãos
Tudo a que nos diz respeito
O crime do rico a lei o cobre
O estado esmaga o oprimido
Não há direito para o pobre
Ao o rico tudo é permitido
A opressor não mais sujeitos
Somos iguais a todos seres
Não mais deveres sem Direitos
Não mais Direitos sem Deveres




A Paz - Gilberto Gil

A paz
Invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais

A paz
Fez o mar da revolução
Invadir meu destino; a paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão na paz

Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz

Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"




A Praiera - Chico Science

No caminho é que se vê a praia melhor para ficar
Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor
E eu piso onde quiser, você está girando melhor garota!
Na areia onde o mar chegou, a ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praiera! Segura bem forte a mão
E é praiera! Vou lembrando a revolução, vou lembrando a revolução
Mas há fronteiras nos jardins da razão
E na praia é que se vê a areia melhor pra deitar
Vou dançar uma ciranda pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor
Você pode pisar onde quer
Que você se sente melhor
Na areia onde o mar chegou
A ciranda acabou de começar, e ela é!
E é praiera! Segura bem forte a mão
E é praiera! Vou lembrando a revolução, vou lembrando a reolução
Porque há fronteiras nos jardins da razão?
No caminho é que se vê a praia melhor pra ficar
Tenho a hora certa pra beber
Uma cerveja antes do almoço é muito bom
Pra ficar pensando melhor




Abandonados Pelo Sistema (Babylon System) - Tribo de Jah

Nestes dias confusos
Vibrações negativas rolando pelo mundo afora
Como sentir-se feliz, sentir-se seguro
Se a realidade a cada dia piora
Todos os dias notícias explodem
Revelam um novo problema
Enquanto crianças padecem e morrem
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Vitimadas pelo sistema (babylon system)
Órfãos do sistema (babylon system)
Omisso sistema (babylon system)
Todos os dias novas notícias revolvem
Raízes de um mesmo e velho dilema
Mundo globalizado com tantas conquistas do homem
Crianças à mingua padecem com fome
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Esquecidas pelo sistema (babylon system)
Omisso do sistema (babylon system)
Corrupto sistema (babylon system)
Nestes dias confusos é tão difícil encontrar uma verdadeira razão para viver
Não confunda sua mente com as coisas que você ouve e vê pela tv
Veja jah, acima de todas as coisas, em primeiro lugar
E não se esqueça de lutar por seus irmãos e irmãs
Abandonados pelo sistema (babylon system)
Abandonadas pelo sistema (babylon system)
Babilônio sistema (babylon system)
Injusto sistema (babylon system)
Bandido sistema (babylon system)
Sistema babilônio (babylon system)
Capitalismo selvagem.




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1990

Depois de Cabral
Era preciso o paraíso conquistar
Mas o índio em pé de guerra
Manchou de sangue a terra
Flechando Estácio de Sá
Malandreou e não deixou se escravizar
Era um continente para se explorar
Aproveitar a natureza
Matas Virgens e o rio Carioca
Onde a nação Tamoio
Cultivou sua beleza
Ayimberê morreu no mar
Foi a glória o invasor, ô ô ô ô (bis)
Depois da casa de pedra
O branco cariocou
Dessa mistura de raça
A mulatinha gerou
Propagando esta massa
Com seu jeito gozador
Gente que é otimista, versátil, esportista
Festeira e feliz
Com talento e euforia
E um humor sem igual
Embaixador da alegria
Ensina ao mundo a fazer carnaval
Ah! Meu povo
Somos cariocas da gema do ovo (bis)
É tão feliz se sentir
O dono da festa na Sapucaí




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1991

De um raio de luz brilhou a vida
Gerando um paraíso sem igual
O homem primitivo não sabia
Desfrutar das regalias
Tecendo assim o irracional
E na ilusão do cavalgar
Guiado pelas mãos das ambições
Sufocando os direitos
Sem pudor com preconceitos
Construiu os seus brasões
Gafanhotos viram mísseis
Vírus bem alimentados (bis)
São os frutos da maldade
Pelo mundo espalhados
Da força fez a taça do poder
Galopando um horizonte irreal
Usando o vigor e a rebeldia
O que mais ele queria
A submissão universal
Ao perdurar as incertezas
Chora a Mãe Natureza
Uma sinfonia de amor
Despertando o sonhador
Pois o bem venceu o mal
Brindando nesta festa colorida
O florescer da nova vida
Sonhando com a paz universal
Gira baiana
Gira o Sol e gira a Lua (bis)
Gira o girar do tempo
E a Grande Rio kontinuaa




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1992

É hora de seguir com fé
E pedir axé, para o deus maior
Chega, de violência, sofrimento e dor
O Pelourinho ainda não findou
Para os ocultos opressores da nação
Há de vir um negro rei, para purificar
Nossa libertação com as águas de Oxalá
Sapucaí, meu quilombo (vou cantar)
Grande Rio é a bandeira (vou lutar)
Se é isto que nos resta
Vamos fazer nossa festa
Nos costumes de além-mar
Tem frutos da natureza
É bom demais (bis)
Vamos dar em oferendas
Para o rei dos Orixás
Todo mundo quer saber, quer saber
Da real libertação
O anseio de um povo
De nascer um Brasil novo
Livre dessa servidão
Será, que quem traçou nosso caminhos
Deixou outro pergaminho pra nova libertação
Voa divina pomba da paz, igualdade vê se traz
Para todos eu espero
E quando esse milagre então fluir
Todos vão se juntar se produzir
Nas cores verde e amarelo
(Porque)
Para ser livre
Nunca é tarde demais (bis)
Onde há fé e esperança
A crença não se desfaz




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1994

África... Misteriosa África
Magia, no rufar dos seus tambores se fez reinar
Raiz que se alastrou, por esse imenso Brasil
Terra dos santos que ela não viu
Da negra terra é lei
Veio o meu negro rei
Ogum de fé que neste solo se encantou
No mercado os ciganos lhe venderam ao senhor
Do tumbeiro à senzala seu lamento ecoou
Plantou caiana
Socou café (bis)
Pilou dendê
Pra benzer filho de fé
(E no culto de malê)
Viu no culto de malê (malê, malê)
Preto velho catimbó (catimbó)
De um povo morenado
Conheceu caboclo bravo
Fascinado por Tupã... (Yara)
Yara no rio, sereia no mar
É Janaína que seduz com seu cantar
Correu gira pelo norte
Cpoeira azar ou sorte
No Nordeste conheceu
Quem viveu na boemia
Malandragem, valentia e até hoje não morreu
Eu sou jongueiro baiana
Sapucaí eu vou passar
E a Grande Rio vem comigo, saravá
Quem sou eu... Quem sou eu?
Tenho o corpo fechado (bis)
Rei na noite sou mais eu!!!




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1995

Nessa história em verde e amarelo
A Grande Rio deu um toque tão sutil,
Nas terras do rei Amazonas
Do continente do imperador Brasil
Vamos viajar, nas matas de tantas riquezas
Entre rios e igarapés
Vivia Manaus, a linda princesa
Das lendas que os índios conviviam
O artista resolveu criar
Neste enredo de encantos e magias
Onde tem o boto rosa com o dom de conquistar
Um brinquedo de criança
Virou tesouro profundo (bis)
Despertando a cobiça
Do outro lado do mundo
Perguntou:
Espelho, espelho meu
Será que existe alguém mais rica do que eu?
Minha rainha poderosa,
Manaus é um tesouro muito maior que o seu
A Inglaterra mandou, um emissário pra cá
Tudo que viu ele voltou pra confirmar
Teatro, casa de chá, boemia,
Muito mais a fidalguia tinha aos seus pés
Os barões da borracha tinham ousadia
De acender os charutos com 500 mil réis
Um navio sorrateiro apareceu
Levando quase ao mundo inteiro
As seringueiras, com isso a princesa adormeceu
Entre fadas-madrinhas, no seu sono prosseguia
Pra despertar do berço da ecologia
E o príncipe encantado, Manaus ele beijou
Para tecnologia a princesa acordou
Embala eu, embala eu
Pátria mãe, gentil (bis)
No despertar deste sono
Encontrei meu sonhado Brasil...




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1996

Viajando no tempo eu vou eu vou
Eu sou a arte e vim brilhar nesta história
Na era dos Felipes o Brasil era espanhol
E lá vou eu
Desfolhando um livro de memórias
Os mensageiros da Coroa Imperial
Comunicam o domínio de Espanha em Portugal
Sangue na terra o seu filho derramou
Em defesa deste chão que a Espanha conquistou
Indo em busca de um tesouro
Procurei o Eldorado (bis)
Numa terra preciosa
Onde o solo é cobiçado
Interesses no poder
Aliam-se em busca de um reinado
Em cada crença uma fé
E continua o embate no mercado
(Mas o Índio)
Mas o índio se catequizou
Com braço forte o Maranhão se defendeu
Bahia envolvida nessa guerra
Holandeses nessa terra
Em solo fértil a liberdade então se deu
Imponho sou Grande Rio, amor
Dando um banho de cultura, eu vou (bis)
Pro abraço da galera, me leva
Lindo como o pôr-do-sol eu sou




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1997

Sonha, a Grande Rio é um sonho
Em águas claras eu quero sonhar
Enfeitar a vida de alegria
Pra quem um dia, o Sol não quis despertar
Chegaram cheios de esperança
Não sabiam dos mistérios que teriam de enfrentar
Essa mata tem segredos
Que o homem não consegue desvendar
É um mundo de encanto e magia, perfume e fantasia
Cicatriz que a Amazônia fez chorar
Olha o índio no caminho, é caçador
Meu cavalo é de fogo, eu vou que vou (bis)
Se a selva é perigosa, meu amor
Rondônia é alegria, esqueça a dor
Era o eldorado do látex no Brasil
A riqueza que a cobiça alimentou
Nessa história Tio Sam também entrou
No Tratado de Petrópolis tudo começou
O Acre da Bolívia ganhei
E a borracha para o mundo eu exportei
Cada dormente é uma vida, a vida uma flor
Na Maria Louca delirando eu vou
Em sucata o meu sonho terminou
Vou voltar pra onde não fui
O seu encanto é que me seduz (ai, iê, iê, ô)
Cacagibe, Orum de Oiá, Oiá, Oiá
O Guaporé está em festa (bis)
Os vudus vêm pra brincar




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 1998

Desperta, nasceu
Cem anos nos Pampas que Herança
Coração vermelho a palpitar
Cavaleiro da esperaça
Luis do proletário
Carleando a nação
Derrubou adversários
Fez do verbo seu canhão
Sonhos de "P" de coragem
Cheios de "C" de paixão
É!
Pelas trilhas dessas terras, dessas terras
Explosão de arte e guerra, não se encerra
Liberdade em seu pensar
Bolívia, Rússia, China o exílio que ensina
Proporciona um novo lar (2x)
Fruto de sua batalha
Fez-se a tropicália
E o Senado sorrir
E a coroa foi-se embora
Prestes sou e fez a hora, eperar
É perceber
Hoje, de cara pintada
Grande Rio hermanada
Com imenso prazer
Tocantins se manifesta
A hora é esta
Prestes a acontecer
Ah! Eu tô maluco amor!
Ah! Quero reformas já!
Ah! Quero paz e amar!
So Caxias vou marchar! (2x)




Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2000

Naveguei e cheguei
Bons ventos me trouxeram d'além-mar
Monstros marinhos, tempestades vieram pra me assustar
Ao chegar, festeja o dono da terra
Fui rezar, Primeira Missa e esse solo abençoar
Na Brasilindia melodia curumins
Terra Brasilis e o seu cantar feliz
Toca gaiteiro e espanta a tristeza
Que a festa é tupiniquim e portuguesa
E o cordão que não parava de aumentar
Quem vem pra conhecer, já não quer mais voltar
Margeando o Chico eu vou
Ouvindo a batucada de Sergipe
Bate bumbo, bate Zé Pereira
E sambando venha quem vier
Se deixar eu canto a noite inteira
Mas batuque no terreiro, meu sinhô não quer
Verdade
Se tornou realidade
Enfim o carnaval da liberdade
Pega o tambor, me leva que eu quero ir
Amor vem fazer sorrir
Abram alas Grande Rio vem aí, vem brindar
Lança-perfume pois o baile já vai começar
A praça é nossa e o povo quer sambar
Desperta Brasil!
Eu quero é paz, tristeza nunca mais
Se alguém cuidar da juventude
Oh, pátria mãe gentil
Outros 500 serão nos anos २०००




Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2002

Na França ficou o rei, menino !!!
No Brasil se viu chegar, p’ra conquistar ! Oh!!!
Merci Beaucoup au revoir
E o índio nada entendeu
De "papagaios amarelos" foi chamar
Tem missanga tem(hê,hê), tem espelho tem
Para o índio um presente, pros franceses um harém
De além-mar quem vem (hê, hê), Portugal meu bem
Expulsando o francês, e o bravo holandês também
No balaio tem a revolução, a balaiada!
Negro Cosme quer seu povo feliz
O imperador das liberdades bem-te-vis
Me leva que eu quero ver, eu quero ver
Touro Negro Coroado
Ele é Dom Sebastião
Que no mar fez o seu reino
Num palácio Iluminado
Hê, povo hê povo hê
Hê Maranhão, povo encantado
Nhá jança é assombração
No alto do divino eu vou
Com os caretas pro pato, pato pelado
Do poeta uma voz ecoou (uooo!)
Minha terra se ouve cantar (o sabiá!)
Grande Rio é samba, é amor
Bumba-meu-boi tua estrela vai brilhar




Acadêmicos do Grande Rio - Samba Enredo 2003

Valeu brasil
Terra onde o tempo é o senhor ô ô ô
Trago sonhos bordados em ouro
És um gigante na alegria, és meu tesouro
Nas matas viajei sou desse chão um rei
Onde pisei deixei meu coração aventureiro
Cheguei em minas o eldorado brasileiro
Andrei, criei cidades coloniais
A história o vento nos trás
Salve o barroco estilo igual jamais
Uma luz brilhou no céu eu vi (bis)
Um sol de bronze a reluzir
Nuvens de prata vão cobrir
As montanhas de ferro é o progresso a surgir
Vê meu bem quanta beleza
A mãe natureza tem pra dar
Tudo que o bom deus criou
O homem tem que preservar
O orvalho molha as flores
Pro vale do rio doce eu vou
Os passarinhos voando entoam um canto de paz
Enquanto danço com índios em carajás
Deixa o futuro chegar
Que a criançada vai ver
Quanta magia tem na arte no saber
Vem meu povo a festa começou (bis)
Vem que a voz da alegria eu sou
Solta o grito da garganta a grande rio chegou




Acadêmicos do Grande Rio - Samba-Enredo 2008

Da explosão, um novo planeta
Água berço da vida
Com a destruição
Das plantas e dos animais
Origem do petróleo e do gás
Surgiu na Pérsia
Bem usado no Japão
"Fogo eterno" adoração
Desprezado na Europa
Nova York iluminou
No Brasil, medo e deslumbramento
O gás é natural é nosso dia-a-dia
É energia desenvolvimento
Com todo gás vou te dar amor
Com muito amor vem me dar paixão
É tão brilhante nossa chama que clareia
Incendeia o meu coração

Lindo!!!
Como se fosse a primavera
O guardião da vida "pai-mãe-terra"
No ritual araueté
Repousa no lago senhor
Exala o perfume da flor
Na aldeia a paz do luar
Pássaros cantando, borboletas pelo ar
Então vamos cuidar, pra não se acabar
Em Urucu o amanhã é um novo dia
Onde o Brasil vai estudar!
Se formar e ensinar
Ecologia
Grande Rio vem cantar
Minha Escola




Acadêmicos Do Tatuapé - Samba-Enredo 2005

Terra encantada
Iluminada ao sol do Equador
Rica floresta, a fauna e a flora
seu grande valor
Chegou... o viajante então se encantou
com o nativo o povo se formou
se fez a miscigenação
Grão-Pará... de gente heróica sim senhor,
em busca da liberdade
a Cabanagem então lutou
Em Marajó arte cabocla
É berço cultural
Mãe-terra mãe, é o meu Pará
Lugar melhor não há
Herança... é cabocla a pajelança
é magia que encanta,
faz a ilha delirar
as águas dançam no rio mar
A Pororoca é beleza do lugar,
Cordão de Bichos, Çairé...
Alegria no ar, vem festejar
é Carimbó, Lundú e Siriá,
no Ver-o-peso açaí e tacacá
Oh! Virgem Santa de Nazaré ô...
Ilumina esta avenida
o Círio é festa de amor e fé
Quem é Tatuapé... vem sambar
eu sou arte, sou cultura
a pura emoção...
Tatuapé é tradição




Águia de Ouro - Samba-Enredo 2000

A minha Águia a brilhar......é ouro
E a bateria arrepiar....no couro
Nossa Pompéia tá que tá.....a mil
Eu vou zoar, vou gritar.....Brasil
Águia de Ouro na avenida
Vem.....e faz sonhar
Sou o povo brasileiro
Hoje feliz e festeiro
Divina foi a minha formação
Fui um bravo bandeirante.....conquistei
Vindo em busca de riqueza.....encontrei
Do além do mar cheguei
Formei uma nação
Um paraíso de fascinação
Índio canta, índio bate tambor
Índio caça, índio é arte......e amor

Em morena eu vi o sol e a lua
Nas missões novamente eu plantei
Sou rei Zumbi....ô ô ô
Sou força, sou graça ô ô ô
Guerreiro da raça ô ô ô
Um sonho de liberdade
Meu Brasil
Mistura e magia é é é
É minha alegria




Águia de Ouro - Samba-Enredo 2002

Quero ouvir toda galera... cantar
Com a nossa bateria... vibrar
Minha águia da pompéia festeja
E lá no céu uma estrela vai brilhar
Sob a luz do criador
Vi um futuro promissor
Pra esta cidade, que eu mario de andrade, me apaixonei
Chegaram, bandeirantes de aço
Imigrantes em teus braços
Acelerando a industrialização
"lembra da revolução?"
Pela constituição, calou-se um ditador... ôôôô
A democracia é a nossa diferença
Vamos a luta, vamos sem pedir licença
És grande pela própria natureza
Pólo cultural deste país
És o eldorado brasileiro
Terra do trabalho e do dinheiro
A tua moda traz fascinações
Em devaneios e ilusões
Festeira, tua noite é pioneira
Da tropicália a bossa nova e o rock nacional
Tem gente boa, olha a cinderela negra
Na terra da garoa
Vem anhembi, bate na palma da mão
Sou suburbano, paulistano, sou da gema
E neste samba vou mandando o meu poema




A HORA DA VIRADA - Vibrações Rasta


Assassinaram nossa cultura
Pelo menos é o que pensam
Fizeram nossa vida mais dura
Os invasores são praga, e não bênção
Trouxeram a imposição, condicionamento
A catequização, um mundo de cimento
A imposição, condicionamento
A catequização, e um mundo de cimento

O explorador já deu muita risada
Agora chegou a hora da virada
Subestimaram nossa inteligência
Somos frutos da resistência!

Saia-se das amarras
Não durma, irmão, fique esperto
Siga com paz e garra
Lute se quiser estar liberto

Assissanaram nossa cultura
Pelo menos é o que pensam
Fizeram nossa vida mais dura
Os invasores são praga, e não bênção
Trouxeram a imposição, condicionamento
A catequização, um mundo de cimento
A imposição, condicionamento
A catequização, e um mundo de cimento

O explorador já deu muita risada
Agora chegou a hora da virada
Subestimaram nossa inteligência
Somos frutos da resistência!

Saia-se das amarras
Não durma, irmão, fique esperto
Siga com paz e garra
Lute se quiser estar liberto




Akhenaton e Nefertiti - Olodum

Rei akhenaton
Foi um faraó da décima oitava dinastia
Que iniciou o culto de adoração ao sol
Fundando em tebas a religião monoteísta
Agradável para aton ele se permaneceu
Destruindo o clero de amon pra adorar um único deus
Construiu akhenaton horizonte do disco solar
Dividindo opiniões entre os povos de lá
Egito ê akhenaton
Olodum navega o nilo com os seguidores de aton
Ê karnak, ê karnak
Cidade do templo de amon-rá
Ê karnak, ê karnak
Santuário de um povo milenar
Nefertiti, nefertiti, nefertiti e akhenaton
O olodum vem apresentar o reino do casal solar
Segundo a história, o rei amen-hotep III
Preocupado com a invasão e o poder dos hititas
decidiu enviar um mensageiro pra conversar com o rei
Pra lhe pedir em casamento a sua filha
O rei dusratta aceitou e enviou a princesa taduhepa
Que chegou tão divina na corte do senhor das duas terras
Mas o encontro logo acabou e a princesa desapareceu
Tão misteriosamente
Ninguém sabe no que sucedeu
O pai de tutankamon casou-se com nefertiti
A bela que chegou a ser grande sacerdotisa
Tiveram o império arruinado a mando de horehmeb
Que fizera de tutankamon politeísta
E o amon-rá olodum
Unicidade ao destino onde aton e olodumaré tem o mesmo sentido”.




Alexandre - Caetano Veloso

Ele nasceu no mês do leão, sua mãe uma bacante
E o rei seu pai, um conquistador tão valente
Que o príncipe adolescente pensou que já nada restaria
Pra, se ele chegasse a rei, conquistar por si só.
Mas muito cedo ele se revelou um menino extraordinário:
O corpo de bronze, os olhos cor de chuva e os cabelos cor de sol.

(Refrão)

Alexandre,
De Olímpia e Felipe o menino nasceu, mas ele aprendeu | 2x
Que o seu pai foi um raio que veio do céu
Ele escolheu seu cavalo por parecer indomável
E pôs-lhe o nome Bucéfalo ao domina-lo
Para júbilo, espanto e escândalo do seu próprio pai
Que contratou para seu perceptor um sábio de Estagira
Cuja a cabeça sustenta ainda hoje o Ocidente
O nome Aristóteles - nome Aristóteles - se repetiria
Desde esses tempos até nossos tempos e além.
Ele ensinou o jovem Alexandre a sentir filosofia
Pra que mais que forte e valente chegasse ele a ser sábio também.
(Refrão)
Ainda criança ele surpreendeu importantes visitantes
Vindos como embaixadores do Império da Pérsia
Pois os recebeu, na ausência de Felipe, com gestos elegantes
De que o rei, seu próprio pai, não seria capaz.
Em breve estaria ao lado de Felipe no campo de batalha
E assinalaria seu nome na história entre os grandes generais.

refrão

Com Hefestião, seu amado
Seu bem na paz e na guerra,
Correu em honrra de Pátroclo
- os dois corpos nus -
Junto ao túmulo de Aquiles, o herói enamorado, o amor
Na grande batalha de Queronéia, Alexandre destruía
A esquadra Sagrada de Tebas, chamada e Invencível.
Aos dezesseis anos, só dezesseis anos, assim já exibia
Toda a amplidão da luz do seu gênio militar.
Olímpia incitava o menino do Sol a afirma-se
Se Felipe deixava a família da mãe de outro filho dos seus se insinuar.

(Refrão)
Feito rei aos vinte anos
Transformou a Macedônia,
Que era um reino periférico, dito bárbaro
Em esteio do helenismo e dois gregos, seu futuro, seu sol
O grande Alexandre, o Grande, Alexandre
Conquistou o Egito e a Pérsia
Fundou cidades , cortou o nó górdio, foi grande;
Se embriagou de poder, alto e fundo, fundando o nosso mundo,
Foi generoso e malvado, magnânimo e cruel;
Casou com uma persa, misturando raças, mudou-nos terra, céu e mar,
Morreu muito moço, mas antes impôs-se do Punjab a Gilbraltar.




Alívio Imediato - Engenheiros do Hawaii

O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
Holofotes iluminam
a libido e o vírus
o álibi perdido
o elo de ligação
Não há nada de concreto
entre nossos lábios
Só um muro de batom
e frases sem fim
É que tido se divide
tudo se separam
Uma república no pampa
com pompas circunstâncias
um muro nos divide
uma grade nos separa
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A noite cai de alturas clandestinas
Cai o aparelho
o espelho vai ao chão
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
que a noite caia de repente caia
tão demente quanto um raio
Que a chuva traga
alívio imediato

Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a chuva traga alívio imediato
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder e o pudor
os lábios e o batom

os lábios e o batom
O melhor esconderijo
a maior escuridão
Já não servem de abrigo
já não dão proteção
A Líbia bombardeada
a libido e o vírus
o poder e o pudor
os lábios e o batom

Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato

Há espaço pra todos
há um imenso vazio
Nesse espelho quebrado
por alguém que partiu
a noite cai
de alturas impossíveis
e quebra o silêncio
e parte o coração

Há um muro de concreto
entre nossos lábios
Há um muro de Berlim
dentro de mim
Tudo se divide
tudo se separam
duas Alemanhas
duas Coréias
tudo se divide
tudo se separam
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato
Que a chuva caia como uma luva
um dilúvio um delírio
Que a chuva traga
alívio imediato
Que a noite caia de repente caia
Tão demente quanto um raio
que a noite traga alívio imediato




Anjo Avesso - Alceu Valença

Safada era a cara do anjo
Que no quarto noturno pintou
No meu ouvido falou
Loucuras de amor
Pegou minha mão e saímos na troca de passos
Um beijo molhado escandalizado
Que até minha gata se escandalizou
E com um penacho de índio ele me coroou

Sou anjo avesso sou Tupã presente
Guerreiro sempre galho da semente

Do algodão do pau-brasil
Da serpentina que coloriu
Os olhos do cego a voz do anão
A vida e o meu coração de leão




Anos de Chumbo - Face da Morte

Anos sessenta no Brasil e mais de quinhentos mil;
Procurados, torturados, cassados e massacrados;
Por motivos políticos, não é conto de fada;
História pra criança, é o demônio de farda;
Promovendo a matança;
Aqui é Face da Morte resgatando as lembranças;
Desse passado sujo;
Escrito com sangue durante os anos de chumbo;
Os movimentos sociais, culturais;
Trabalhadores, estudantes e mais, artistas intelectuais;
Todos correndo atrás da democratização;
Da cultura e educação pensando no futuro;
Foi implantada a lei de remessa de lucro;
Durante a gestão do presidente João Goular;
Discutiu-se amplamente a reforma agrária;
Tendo como referência as ligas camponesas;
Então organizadas por Francisco Julião;
Isso causou o desespero da elite brasileira;
E o capital estrangeiro se sentindo ameaçado;
Resolveram revidar;
Implantando o terror da ditadura militar;
Que de cara permitiu dez mil funcionários públicos;
Prendeu quarenta mil, destruiu vinte e cinco mil livros;
Cassou os direitos políticos de dois mil e setecentos;
Malditos, nojentos, sem respeitar as condições humanas mano;
Bombas de gás, muitas armas, cavalos, espadas;
Dessa forma começava a ditadura da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Pra se consolidar no poder os militares malditos;
Destruíram treze partidos políticos;
Criaram as leis de imprensa e segurança nacional;
Mas ainda era pouco pros cavaleiros do mal;
Sem respeitar a dignidade destruíram sindicatos;
Jogaram a CGP na ilegalidade;
Enquanto isso aí sim se institucionava a desgraça;
Os centros de morte e tortura uma loucura realmente;
Mas não pense que o povo não lutou;
Por que o povo lutava através de passeatas, de greves;
Manifestações diversas acontecem;
A UNE assume a vanguarda do protesto;
O processo é mais que louco;
Em quanto isso no calabouço morre Edson Luiz;
Seu sangue foi a chama que acendeu o pavio da Passeata dos Cem Mil;
E na rua o povo clama;
Vem, vamos embora que esperar não é saber;
Simbolizações do PC o Partido Comunista, se liga nessa lista;
MR8, COLINA, POLOQUITA;
Logo mais ALN e o POC entre outras;
Fazendo dura a resistência contra a ditadura;
Assaltos á banco para financiar a luta revolucionária;
A invasão de rádios para a divulgação de manifestos;
Seqüestros de diplomatas para serem trocados por revolucionários;
Enquanto o Pelé fazia gol lá no México;
Nas ruas do Brasil o povo enfrentava um exército;
Choques idealistas vendidos pela mídia como terroristas;
Cassados, torturados, muitos deles pagaram com a vida;
Vítimas da ira;
Que morreram pela Pátria durante o massacre da farda.
(8x) Abaixo á Ditadura.
Em setenta e quatro ressurgem as passeatas, as greves e os atos;
Cada vez mais altos os clamores;
Donas de casa, estudantes junto com trabalhadores;
Sindicatos e setores progressistas da Igreja sem dar moleza;
CNBB, ABIOT, valeu UNE;
Todos juntos contra a fome e as espadas na era da farda;
As torturas e as mortes como a de Vladmir Herzog;
Jornalista de brilho, trabalhador Manoel Fiel Filho;
Coisa de louco, a luta pela anistia vai ganhando aos poucos;
Balançando a estrutura;
O governo acuado já fala em abertura;
Mas a elite se segura sangue bom;
Promove atentados á bomba contra jornais de oposição;
Personalidade se entidades democratas;
Não tem mais jeito ta acabando o regime da farda;
Finalmente em oitenta e quatro eles abaixaram suasarmas;
Um civil assumiu;
Mas muita gente que sumiu ainda não foi encontrada;
Paradeiros á desvendar, muitos mortos á enterrar;
As armas frias derramaram o sangue quente dessa gente da gente;
Esse sangue na terra nunca mais se apaga;
Essa ferida no peito no Brasil nunca vai sarar;
Será que um dia a gente apura;
Toda sujeira que rolou nos porões da ditadura.




Garotos Podres — Arriba! Arriba!

Arriba! el Subcomandante Marcos!
Arriba! el Ejercito Zapatista de Liberación Nacional!

Tenho algo a dizer
Sempre que ouço os lamentos
de um continente que geme de dor
"Tão longe de Deus... tao perto do Tio Sam"!
Pelas trilhas que rasgam a floresta
Caminham os sonhos, trilha a liberdade
De pés descalços, de armas na mão
Assim caminha a Revolução!

Arriba! el Subcomandante Marcos!
Arriba! el Ejercito Zapatista de Liberación Nacional!
Arriba!Arriba!Arriba!...




Babilônia Brasileira - Tribo de Jah

Como pode um país continente?
De extensas terras, incontáveis riquezas
Dominado por uma elite tão inconsequente,
Saqueando o povo, semeando a incerteza.
Empresários, políticos,corruptos, oportunistas
Constroem seus impérios manipulando a massa,
Prepotentes senhores escravagistas,
Tão hábeis em suas trapaças
A lei do mais forte é sua segurança,
Tornando pessoas mais e mais oprimidas,
Famílias inteiras sofridas , sem esperanças,
Carentes e subnutridas crianças.
Brasil babilônia,
Terra da pouca vergonha,
De que vale tamanha riqueza,
Terras boas. Tão bela natureza,
Se o povo não pode almejar,
Ao menor bem estar, de Ter o pão sobre a mesa.
Babilônia brasileira,
Paraíso dos safados,
Regime do Demônio,
Sugando a nação inteira,
Capitalismo selvagem, sistema babilônio,
Jamais irá suplantar,
O sistema e os desígnios de Jah.




Babilônia Em Chamas - Tribo de Jah

Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Os dias são esses
(Esses!)
Dias de hoje
(Hoje!)
O mundo é confuso
Hum! Hum!
Mundo imundo...
Todos têm suas verdades
Todos têm suas mentiras
Os sábios da iniqüidade
Não temem as chamas da ira
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Da ira de Jah!
(Jah! uh! uh! uh!)
Ninguém se lembra de Jah....
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição...
Olhe pr'os guetos
E veja a escravidão
As vítimas da pátria
Filhos da opressão
Vivendo, sofrendo, morrendo
Vivendo, sofrendo, morrendo
Prá alimentar
Os donos da situação
Quem são?
Os donos do poder!
O cérebro do sistema
Hum!
Donos da situação...
-"Jah-Jah, proteja meus filhos
Das Chamas da Destruição
faya, faya, faya faya inna babilon town
faya, faya, faya faya inna babilon town
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
Chamas da destruição
Babilônia em Chamas!
Babilônia em Chamas!
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição
(Chamas!)
Chamas da destruição...




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2004

A ambição cruzou o mar
Trazida pelo invasor
A Espanha veio explorar
Pilhar e semear a dor
Amazônia Terra Santa
Dos igarapés, mananciais
Alimenta o corpo, equilibra a alma
Transmite a paz
Brilhou o Eldorado no coração da mata as guerreiras
Belezas naturais, riquezas minerais
O reino de Tupã ergue a bandeira
Êh! Manôa
Minha canoa vai cruzar o Rio Mar
Verde paraíso é onde Iara me seduz com seu cantar
Força, mistério e magia
Fruto da energia o meu guaraná
A lágrima que o trovão derramou
A terra guardou semente no olhar
Maués, Anauê cultura milenar
Anauê, Manaus, Mamirauá
Viva a Paris Tropical
Água que lava minh´alma
Ao matar a sede da população
Caboclo ê a homenagem hoje é
A todo povo da floresta um canto de fé
Se Deus me deu vou preservar
Meus filhos vão se orgulhar
A Amazônia é Brasil, é luz do criador
Avante com a tribo Beija-Flor




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1962

Como é para o bem de todos
E felicidade geral da nação
Diga ao povo que fico
Isto aconteceu
No dia nove de janeiro de 1822
Data que o brasileiro
Jamais esqueceu
Data bonita e palavras bem ditas
Que todo o povo aplaudiu
Preconizando D. Pedro I
O grande defensor perpétuo do Brasil
Foi uma data de glória
Exuberante em nossa história
Esta marcante vitória deste povo varonil
Também exaltamos agora
Homens que lutaram pelo Fico no Brasil
José Clemente Pereira e José Bonifácio
Que entregaram no palácio a petição
Rogando a D. Pedro I
Que permanecesse em nossa nação




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1979

Ao ressoarem os clarins da folia
O sonho
Filho da noite e do infinito é o rei
No paraíso da loucura
Ao povo proclamou
A seguinte lei:
Esqueçam os problemas da vida
O trem, o dinheiro e a bronca do patrão
Não pensem em suas marmitas
E no alto preço do feijão
Joguem fora a roupa do dia-a-dia
E tomem banhos no chuveiro da ilusão
Olhem o céu que maravilha
Retalhos de nuvens, bordados de estrelas
Quando o Sol e a Lua brilham
A natureza vem mostrar sua beleza
Tudo neste mundo é encanto
Com o despontar da primavera
Tirem do passado a nobreza
E do futuro a magia da surpresa
Entrem no jardim das delícias
Pela porta da imaginação
Criem a fantasia mais linda
Delirem neste canto de emoção
Hoje sou livre
Sou criança Beija-flor
Amante da beleza
Sou um ser espacial
Ô ô ô ô ô ô ô brindando a vitória do amor




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1983

Ô ô ô Yaôs quanto amor )
Quanto amor )
As pretas velhas Yaôs ) BIS
Vêm cantando em seu louvor )
A constelação
De estrelas negras que reluz
Clementina de Jesus
Eleva o seu cantar feliz
A Ganga-Zumba
Que lutou e foi raiz
Do negro que é arte, é cultura
É desenvoltura deste meu país
Êh ! Luana
O trono de França será seu baiana
Pinah êêê Pinah
A Cinderela negra
Que ao príncipe encantou
No carnaval com o seu esplendor
Grande Otelo homem show
Em talento dá olé
E o mundo inteiro gritou, Gol !
(É gol)
Gol do grande Rei Pelé
Ô Yaôs




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1984

Navegando rumo as Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os Deuses, outros caminhos destinaram
Ecoou
Terra à vista um grito emocionante
Era o berço do gigante
Esbanjando esplendor
Índios, selvas, mitos
E os negros com a força e magia
Fizeram pulsar com alegria o coração
De uma criança nação
Mas na ânsia de crescer
Do berço fértil se afastou
O seu olhar marejou o sofrer
Em lágrimas que servem de lições
E o gigante é o nosso povo
Reconstruindo um Brasil novo
Cheio de vida organizando mutirões
E tem fuzuê alegrando o patropi )
No samba lê lê ) BIS
Vamos cantar e sorrir )




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1987

" As Mágicas Luzes Da Ribalta"
Ao descerrar a cortina
O palco se ilumina
Tudo é brilho, luz e cor
Mergulhei na poesia
Drama, riso e fantasia
Num cenário multicor
Surgiu de uma era distante
Esta arte fascinante
Que o mundo inteiro deslumbrou
Com encanto e magia
O teatro irradia
A mais pura emoção
E, hoje, esta beleza infinita
Acontece na Avenida
É a minha escola a sensação
(E lá no céu)
E lá no céu
Uma estrela brilhou
Anunciando a alegria BIS
Que a passarela contagia
Com beleza e esplendor
(Para que chorar)
Para que chorar
O que passou
Lamentar perdidas ilusões BIS
O meu povo vibra
Cheio de euforia
Extasiando os corações




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1988

Vem amor contar agora
Os cem anos da libertação
A história e a arte dos negros escravos
Que viveram em grande aflição
E mesmo lá no fundo das províncias do Sudão
Foram o braço forte da nação
Eu sou negro
E hoje enfrento a realidade
E abraçado à Beija-flor, meu amor
Reclamo a verdadeira liberdade (já raiou)
Raiou o Sol, sumiu
E veio a Lua (bis)
Eu sou negro, fui escravo
E a vida continua
Liberdade raiou
Mas a igualdade não (não, não, não)
Resgatando a cultura
O grande negro revestiu-se de emoção
(Ih! A Mãe Negra!)
Oh, Mãe Negra faz a festa
O povão se manifesta
Cantando para o mundo inteiro ouvir
Se faz presente a força de uma raça
Que pisa forte na Sapucaí
Dunga Tara Sinherê
Êre rê rê rê (bis)
Êre ré rê rê




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2000

Luz celestial que ilumina
Astros abrem a porta divina
Guiando a navegação
Descobrindo esta nova nação
Semente de uma nova era
Paraíso de belezas naturais
Índios guerreiros de pele dourada
E alma purificada
Habitavam este solo colossal
Corsários e aventureiros
Invadem Cruzeiro pela ambição
Lutaram e colonizaram
A pátria de todos os povos então
E o negro aqui chegou... chegou
O seu canto de fé ecoou... ecoou
Liberdade pra ser feliz... feliz
O braço forte que ergueu nosso país
Assim
São Vicente veio a encantar (obá, obá)
Berço da democracia
A primeira cidade do Brasil
Meu Rio, eu sonhei!
Que o Senhor havia nos dado a mão
Que havia ordem, progresso e perdão
E um ser de luz a iluminar
E hoje eu canto
Ó pátria amada! Me envolvo em seu manto
Por essa terra sem dono, sem leis
Pra ver o sonho que sonhei
Me abraça amor com seu calor
Faz pulsar meu coração
Sou Beija-flor e trago a paz
Nos olhos da geração




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1974

É estrada cortando
A mata em pleno sertão
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Sim chegou a hora
Da passarela conhecer
A idéia do artista
Imaginando o que vai acontecer
No Brasil no ano dois mil
Quem viver verá
Nossa terra diferente
A ordem do progresso
Empurra o Brasil pra frente
Com a miscigenação de várias raças
Somos um país promissor
O homem e a máquina alcançarão
Obras de emérito valor
É estrada cortando
A mata em pleno sertão
É petróleo jorrando
Com afluência do chão
Na arte na ciência e cultura
Nossa terra será forte sem igual
Turismo o folclore altaneiro
Na comunicação alcançaremos
O marco da potência mundial




Beija-Flor de Nilópolis - Samba-Enredo 1984

Navegando rumo as Índias
E sonhando com riquezas
Caravelas portuguesas
Os Deuses, outros caminhos destinaram
Ecoou
Terra à vista um grito emocionante
Era o berço do gigante
Esbanjando esplendor
Índios, selvas, mitos
E os negros com a força e magia
Fizeram pulsar com alegria o coração
De uma criança nação
Mas na ânsia de crescer
Do berço fértil se afastou
O seu olhar marejou o sofrer
Em lágrimas que servem de lições
E o gigante é o nosso povo
Reconstruindo um Brasil novo
Cheio de vida organizando mutirões
E tem fuzuê alegrando o patropi )
No samba lê lê ) BIS
Vamos cantar e sorrir )




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 1996

Ô... Ô... Ô... Ô...
"Mãe negra" África
Diga quem eu sou...
De onde vim
Pra onde vou...
A nossa "aurora" é assim
Começo... Desconheço... Que dirá o fim
Meu Beija-flor querido
Encontra o fóssil até então perdido
É carnaval... Que tal...
Falarmos da evolução... Que bom... Que bom
Meu ancestral é um "barato"
Daí surgiu a confusão
Pinta a pedra em "bacanal"
Ai... Que coisa sensual
É o macaco excitando o pessoal
No Piauí nasceu
Mãe de "mim" e de vocês
(Na serra da Capivara)
"Mim" quem fala é índio
A língua que falava os "Jês"
E hoje...
Dos gigantescos animais
Somos vestígios naturais
Da transformação da vida
Que da... Ai que emoção
Eu descobri enfim
O Brasil inteiro é meu irmão




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2010

Dison Marimba e André do Cavaco
Dádivas o criador concedeu
Fez brotar num sonho divinal o mais precioso cristal
Lágrimas, fascinante foi a ira de Tupã
Diz a lenda que o mito Goyás nasceu
O brilho em Jaci vem do olhar
Pra sempre refletido em suas águas
A força que fluiu desse amor é Paranoá... Paranoá
Óh! Deus sol em sua devoção
Ergueu-se no Egito fonte de inspiração
Pássaro sagrado voa no infinito azul
Abre as asas bordando o cerrado de norte a sul
Ah! Terra tão rica é o sertão
Rasga o coração da mata desbravador!
Finca a bandeira nesse chão
Pra desabrochar a linda flor
No coração do Brasil, o afã de quem viu um novo
amanhã
Revolta, insurreições, coroas e brasões
Batismo num clamor de liberdade!
Segue a missão a caravana em jornada
Enfim a natureza em sua essência revelada
Firmando o desejo de realizar
A flor desabrochou nas mãos de JK
A miscigenação se fez raiz
Com sangue e o suor deste país
Vem ver... A arte do mestre num traço um poema
Nossa capital vem ver ...
Legião de artistas, caldeirão cultural!
Orgulho, patrimônio mundial
Sou candango, calango e Beija-Flor!
Traçando o destino ainda criança
A luz da alvorada anuncia!
Brasília capital da esperança




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2003

Luz divina luz que me conduz
Clareia meu caminhar clareia
Nas veredas da verdade: cadê a felicidade
Aportei, num santuário de ambição
E o índio muito forte resistiu (bis)
A tortura implacável assistiu
Enquanto o negro cantava saudade
Da terra mãe de liberdade
Na frança é tomada a bastilha
O povo mostra a indignação
Revoltado com o diabo
Que amassou o nosso pão
Grito forte dos palmares... zumbi (bis)
Herói da inconfidência... tiradentes
Nas caatingas do nordeste... lampião
Todos lutaram contra força da opressão
Nasce então
Poderosa, guerreira
E desenvolve seu trabalho social
Cultural aos pobres, abrigou maltrapilhos
Fraternidade, de modo geral
Brava gente sofrida, da baixada
Soltando a voz no planeta carnaval
Eu quero: liberdade, dignidade e união
Fui lata, hoje sou pirata
Lixo ouro da região
Chega de ganhar tão pouco
Tô no sufoco: vou desabafar
Pare com essa ganância, pois a tolerância
Pode se acabar...
Oh!!! meu brasil (bis)
Overdose de amor nos traz
Se espelha, na família "beija-flor"
Lutando eternamente pela paz




Beija-Flor de Nilópolis - Samba Enredo 2005

Clareou...
Anunciando um novo dia
Clareou...
Abençoada Estrela-guia
Traz do céu a luiz menino
Em mensagem do divino
Unir as raças pelo amor,fraternizar
Acompanhia de jesus
Restaura a fé e a paz semear
Os jesuítas vieram de Além-mar
Com a força da fé catequizar...E civilizar
Na liberdade dos campos e aldeias
Em lua cheia,canta e dança o guarani
Com tubichá e o feitiço de crué
Na yvy maraey,aiê...Povo de fé
Surgiu
Nas mãos da redução a evolução
OÁSIS para a vida em comunhão
O paraíso
Santuário de riquezas naturais
Onde ergueram monumentos
Imensas catedras
Mas a ganância
Alimentada nos palácios de madri
Com o tratado assinado
A traição estava ali
OH,pai.olhai por nós
Nesse rincão brasileiro
Em nome do pai,do filho
A beija-flor é guarani
Sete povos na fé na dor
Sete missões de amor




Nas Veias do Brasil - Beth Carvalho

Os negros
Trazidos lá do além-mar
Vieram para espalhar
Suas coisas transcendentais
Respeito
Ao céu, à terra e ao mar
Ao índio veio juntar
O amor, à liberdade
A força de um baobá
Tanta luz no pensar
Veio de lá
A criatividade
Tantos o preto velho já curou
E a mãe preta amamentou
Tem alma negra o povo
Os sonhos tirados do fogão
A magia da canção
O carnaval é fogo
O samba corre
Nas veias dessa pátria - mãe gentil
É preciso altitude
De assumir a negritude
Pra ser muito mais Brasil.




Olho por Olho - Zé de Maranhão


A justiça dos homens
Condena a bigamia
Nenhuma mulher pode ter dois Josés
Nenhum homem ter duas Marias (por isso)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)

Você que se diz malandro
Malandro você não é
Porque não existe homem malandro pra mulher

Você já fez a primeira
Mas a segunda não faz
A partir de hoje os direitos são iguais (eu falei)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)

Diz o velho ditado
Com muita sabedoria
Gato escaldado sente medo de água fria

Meu amor vê se manera
Não é hora de brigar
Dançou fora do compasso eu pra lá você pra cá (e por isso)

Dente por dente
Olho por olho
Se tentar me enganar
Bota a barba de molho (eu falei)




Bibliotecas Públicas - Edson Gomes

As bibliotecas públicas andam cheias de coisas que nunca irei usar
Os seus livros andam cheios de histórias, são contos que nunca irei contar
Porque, brother, eu não quero...
Porque, brother, não eu não quero...

*Quero saber porque o povo vive assim
Eu quero saber porque a lei é tanto oprimida-a
Preciso saber porquê na mesa falta a comida
E quero saber se a gente vai ser feliz na vida *(BIS)

De que vale tanto saber, de que vale o homem ter tanto saber?




Black Bahia - Tribo de Jah

Paranauê, paranauê paraná
Paranauê, paranauê
Paraná
Capoeira!
Capoeira chegou na bahia
Fez escola e encontrou seu lugar
Primeiro com mestre pastinha
Que passou pra mestre bimba
Continuar
E o reggae também aportou
Na orla de salvador
Se entranhou e ganhou o recôncavo
Rolando por todo campo do interior
Black bahia
Bahia-ya-ya-ya-ya
Black bahia
Bahia-ya-ya-ya-ya
Formosura e cultura de um povo
Devagarinho, unindo o velho e o novo
No pelourinho, o grito de dor dá
Lugar ao rufar do tambor
Explendor tropical, caribe, africa brasileira
Poesia e magia na ladeira
Clamor de uma nação musical
De tanta beleza me vem a certeza
Que um dia aqui até os
Pobres eram felizes
Na riqueza de suas raízes
Até que a miséria tomasse a cidade
Gerando a violência como
Cruel consequência
Da absurda desigualdade
De uma falsa sociedade
Refrão
Eh capoeira!
Viva meu deus camará
Quem me ensinou camará
Eh capoeira!
Alô mestre jamaica, itacaré!
Capoeira!




BLACK IS BEAUTIFUL - ELIS REGINA

Hoje cedo, na rua Do Ouvidor
Quantos brancos horríveis eu vi
Eu quero um homem de cor
Um deus negro do Congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black I wanna a beautiful
Hoje a noite amante negro eu vou
Vou enfeitar o meu corpo no seu
Eu quero este homem de cor
Um deus negro do congo ou daqui
Que se integre no meu sangue europeu
Black is beautiful, black is beautiful
Black beauty so peaceful
I wanna a black I wanna a beautiful

Ébano e Marfim
Live Together In Perfect Harmony

REFRÃO:

Ébano e Marfim
Vivem juntos em perfeita harmonia,
Lado a lado no teclado do meu piano.
Oh, Senhor, por quê nós não?
Nós todos sabemos que as pessoas são iguais
onde quer que você vá,
Existe o bem e o mal em todos.
Nós aprendemos a viver, aprendemos a dar um ao outro
O que precisamos para sobreviver,
Juntos, vivos.

REFRÃO

Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia.
Ébano, Marfim...
Nós todos sabemos que as pessoas são iguais
onde quer que você vá,
Existe o bem e o mal em todos.
Nós aprendemos a viver, aprendemos a dar um ao outro
O que precisamos para sobreviver,
Juntos, vivos.

REFRÃO

Lado a lado no teclado do meu piano.
Oh, Senhor, por quê nós não?
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia,
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia,
Ébano, Marfim, vivendo em perfeita harmonia...




Bola de Meia, Bola de Gude - Fernando Brant / Milton Nascimento

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão...
Há um passado no meu presente
Um sol bem quente lá no meu quintal
Toda vez que a bruxa me assombra
O menino me dá a mão

E ele fala de coisas bonitas
Que eu acredito que não deixarão de existir:
Amizade, palavra,
respeito, caráter,
Bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo, não quero viver
Com o que toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar sossegado
Qualquer sacanagem,
Isso é coisa normal

Bola de meia, bola de gude
O solitário não quer solidão
Toda vez que a tristeza me alcança
O menino me dá a mão

Há um menino, há um moleque
Morando sempre no meu coração
Toda vez que o adulto balança
Ele vem pra me dar a mão...




Bora Bora - Olodum

E se viajo o mundo inteiro com o meu canto
Não paro num só momento é assim que eu chego
As Antilhas do meu novo pensamento
E se viajo o mundo inteiro com o meu canto
Não paro num só momento é assim que eu chego
As Antilhas do meu novo pensamento
É preciso pensar pra depois agir
Se você quer dançar, pois se junte a mim
Já fui a Ipanema e também ao Japão
Cogumelo Hiroshima, terror Cubatão
Se eu sei ou não sei você que vai dizer
Se meu canto satisfaz sua cabeça pra valer
Bora...bora, bora, dá-lhe Olodum !
Êeeeeeeeee bora bora, vamos embora, chegou a hora!!!




BURGUESIA - CAZUZA

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não tem charme nem é discreta
Com suas perucas de cabelos de boneca
A burguesia quer ser sócia do Country
A burguesia quer ir a New York fazer compras

Pobre de mim que vim do seio da burguesia
Sou rico mas não sou mesquinho
Eu também cheiro mal
Eu também cheiro mal

A burguesia tá acabando com a Barra
Afunda barcos cheios de crianças
E dormem tranqüilos
E dormem tranqüilos

Os guardanapos estão sempre limpos
As empregadas, uniformizadas
São caboclos querendo ser ingleses
São caboclos querendo ser ingleses

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

A burguesia não repara na dor
Da vendedora de chicletes
A burguesia só olha pra si
A burguesia só olha pra si
A burguesia é a direita, é a guerra

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

As pessoas vão ver que estão sendo roubadas
Vai haver uma revolução
Ao contrário da de 64
O Brasil é medroso
Vamos pegar o dinheiro roubado da burguesia
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Vamos pra rua
Pra rua, pra rua

Vamos acabar com a burguesia
Vamos dinamitar a burguesia
Vamos pôr a burguesia na cadeia
Numa fazenda de trabalhos forçados
Eu sou burguês, mas eu sou artista
Estou do lado do povo, do povo

A burguesia fede - fede, fede, fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia

Porcos num chiqueiro
São mais dignos que um burguês
Mas também existe o bom burguês
Que vive do seu trabalho honestamente
Mas este quer construir um país
E não abandoná-lo com uma pasta de dólares
O bom burguês é como o operário
É o médico que cobra menos pra quem não tem
E se interessa por seu povo
Em seres humanos vivendo como bichos
Tentando te enforcar na janela do carro
No sinal, no sinal
No sinal, no sinal

A burguesia fede
A burguesia quer ficar rica
Enquanto houver burguesia
Não vai haver poesia




Cabra da Peste - Olodum

Oh luar do meu sertão
Cabra macho lampião
Nordestino
Respeitosos tuaregues
Olodum cabra da peste do nordeste
Boiadeiro eu sou peão
A luz, reo do baião
Nordestino
Negro da tal formosura
Do terreiro a rapadura
Oh xente amor
A historia consagrou
Cangaceiro e trovador
Nordestino
É zumbi, é gangazumba
É a luta carnaxe do Pelô
Oh xente amor




Milagres do Povo - Caetano Veloso

Quem é ateu
E viu milagres como eu
Sabe que os deuses sem deus
Não cessam de brotar
Nem cansam de esperar
E o coração
Que é soberano e que é senhor
Não cabe na escravidão
Não cabe no seu não
Não cabe em si de tanto sim
É pura dança e sexo e glória
E paira para além da história

Ojú obá ia lá e via
Ojú obá ia
Xangô manda chamar
Obatalá guia
Mamãe oxum chora
Lágrima alegria
Pétala de iemanjá
Iansã oiá ria
Ojú obá ia lá e via
Ojú obá ia
Obá

É no xaréu
Que brilha a prata luz do céu
E o povo negro entendeu
Que o grande vencedor
Se ergue além da dor
Tudo chegou
Sobrevivente num navio
Quem descobriu o brasil
Foi o negro que viu
A crueldade bem de frente
E ainda produziu milagres
De fé no extremo ocidente

Ojú obá ia lá e via...




Pra Não Dizer que Não Falei das Flores - Geraldo Vandré

Caminhando e cantando, seguindo a canção
Somos todos iguais, braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Caminhado e cantando e seguindo a canção

| Vem, vamos embora, que esperar não é saber
| Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome, em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Inda fazem da flor o seu mais forte refrão
E acreditam nas flores, vencendo canhão

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de arma na mão
Nos quartéis lhes ensinam antigas lições
De morrer pela pátria e viver sem razão

Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando, seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição




Canção Nordestina - Tribo de Jah

Ê todo povo nordestino, esse povo esquecido, ainda é tempo de
lembrar, toda essa gente brasileira, essa gente hopitaleira, que
ilumina esse lugar.
Na chapada Guarari, no pé do cariri, nas margens do parnaíba que
pesei quere quere, no rasu da catarina, Arapiraca Itabaiana,
subindo o São Francisco na cerra pernambucana.
Caruaru, Cerra Talhada, Juazeiro, Pedrolina, Garanhuns, Campina
Grande, Mossoró, Arraialina, toda gente diz: alô, oprimida no
sertão, povo bom trabalhador mas não parece cidadão.
São anos de abandono e submissão, descaso dos governantes,
completa omissão, tanta terra desprezada e a miséria semeada
corroendo coração. A corrupção e a ganância, a incompetência
inoperância, praga que não se acaba e consome a cada um, tanto
dinheiro desviado e projetos enviáveis, interesse só de
alguns.`
É preciso dar mais atenção a causa do nordestino que segue o seu
destino à margem da nação, a causa do nordestino que segue o seu
destino sempre à margem.
E por falar em projeto... se o sertão fosse irrigado, seria o
novo El Dorado celeiro da federação, o nordestino não saía
emigrado, retirante humilhado pelo resto do país sem destino
são. Agora veja aí: transamazônica, ferrovia do aço, usina
nuclear, bilhões desperdiçados só em idéia infeliz, o geverno só
não fez por que não quis, até os Incas irrigaram boa parte do
celeiro quando o Brasil nem tinha sido ainda descoberto, não
havia carro, trem nem caminhão, até parece que querem manter o
nordestino na miséria para facilitar ainda mais a exploração.
Pra mim foi um capitão, Virgulino Lampião, verdadeiro rei,
cangaceiro do sertão, caiu no cangaço cedo, não topo por
desmazelo, do clientelismo assassino e opressor, e foi líder
guerrilheiro, Robin Hood brasileiro, homem de palavra cabra bom
e brigador, tocava um fole e dançava como ningué, ainda era
compositor e cantava muito bem, mulher rendeira de sua autoria,
implacou pelo sertão quando nem rádio existia, cantava o bom,
cantou que era mau essa ficou no sucesso nacional:
Olê mulé rendera, olê mulé renda, tu me ensina a fazê renda que
eu te ensino a namora.bis




Canto Ao Pescador - Olodum

Jogou sua rede
Oh pescador
Se encantou com a beleza
Deste lindo mar

É dois de fevereiro
É dia de Iemanjá
Levo-te oferendas
para lhe ofertar

E sem idolatria
o Olodum seguirá
É, como dizia Caymmi
Insigne o homem cantando a encantar
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar
meu bem querer
Sei que o mar da história
é agitado
E o Olodum a onda que virá
Em forma de dilúvio vem
me despertar amor
Em forma de dilúvio vem
Exterminar

Com sequelas racistas
E trazendo ideais de amor e paz
Com sequelas racistas
E trazendo ideais
Oloxum, Inaê
Janaína
E mara, mara, mara,
marabôcaiala, sobá
Viaja ê
Se baila
Me leva Olodum em sua onda
que eu quero ir (viajar...) (pro mar...) - 2a. vez
Viaja ê,
Se baila
Me leva Olodum em sua onda
Que eu quero ir
Olodum, Navio Negreiro
Atracou em Salvador
Trouxe a música emitindo
Ideais da negra flor
E hoje eu sou do mar
Condutor da embarcação
E hoje é sal do mar
Condutor da embarcação




Canto Das Três Raças - Clara Nunes

Ninguém ouviu
Um soluçar de dor
No canto do Brasil
Um lamento triste
Sempre ecoou
Desde que o índio guerreiro
Foi pro cativeiro
E de lá cantou
Negro entoou
Um canto de revolta pelos ares
No Quilombo dos Palmares
Onde se refugiou
Fora a luta dos Inconfidentes
Pela quebra das correntes
Nada adiantou
E de guerra em paz
De paz em guerra
Todo o povo dessa terra
Quando pode cantar
Canta de dor
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
ô, ô, ô, ô, ô, ô
E ecoa noite e dia
É ensurdecedor
Ai, mas que agonia
O canto do trabalhador
Esse canto que devia
Ser um canto de alegria
Soa apenas
Como um soluçar de dor




Canto Pro Senegal - Olodum

Sene Sene Sene Sene Senegal
Sene Sene Sene Sene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
A grandeza do negro, se deu quando houve este grito infinito
E o muçulmanismo que contagiava como religião
Ilê-Ayê traz imensas verdades ao povo Fulani
Senegal faz fronteira com Mauritânia e Mali
Os sere ê ê ê, a tribo primeira que simbolizava
Salum, Gâmbia, Casamance, seus rios a desembocar
Mandigno, Tukuler, Uolof, são os povos negros
E uma das capitais mais lindas hoje se chama Dakar, Ilê
Ilê ê ê ê, Dakar á á, obatalá
Agô iê ê ê ê
Esses são os meus sentimentos do antepassado
Senegal narrado como tema Ilê Ayê
(Refrão)
Sene Sene Sene Sene Senegal
Sene Sene Sene Sene Senegal
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região
Diz povão Senegal região



Capturados - Edson Gomes

Somos filhos dos escravos
Não temos vergonha, de assumir
Somos filhos dos capturados
Não temos vergonha de admitir
Somos filhos dos escravos
E estamos afim, de tirar essa máscara
Revelando a história
De um povo roubado, adulterado, e negado a ser feliz
Um povo castrado, lesionado, e negado a ser feliz
Somos filhos dos escravos
E estamos afim, de arrancar essa máscara
Revelando a história
De um povo que habita, lá dentro do gueto
Capital da miséria
Crianças que vivem, circulando os sinais
São, aprendizes de marginais
E estamos afim, de arrancar essa máscara
Revelando a história
Crianças que vivem, circulando os sinais
São, aprendizes de marginais
Somos filhos dos escravos...
Somos filhos dos capturados...
Somos filhos dos escravos
Somos filhos dos escravos, somos, somos, somos e somos...
Somos filhos dos capturados
Somos filhos dos escravos, somos, somos, somos e somos...




Caprichosos de Pilares - Samba- Enredo 2007

Sob a luz de um sonho
Caprichosos rasga a avenida
Se fez pioneiro o Barão de Mauá
E o gás brasileiro ganhou vida
O véu da noite se abriu
A corte sorriu ao se ver iluminada
Nas ruas lampiões
Profetas e seresteiros
Romantismo no meu Rio de Janeiro
Tudo se transforma
Ao sair da escuridão
O petróleo é nosso (bis)
São novos sonhos
Sonhos de um novo Barão
Essa nobre fonte de energia
Impulsiona e modifica o dia-a-dia
Dando novo gás à nossa vida
E hoje é o rei nessa folia
Enquanto nações companheiras
Disputam o poder da exploração
Pilares segue em frente
Abastece de alegria o seu coração
A Caprichosos vem com todo gás
E muito mais que você possa imaginar (bis)
Acendendo a chama do carnaval
Provando ser uma escola "especial"




Caprichosos de Pilares - Samba-Enredo 1985

Oh! Saudade, ô
Meu carnaval é você
Caprichosamente
Vamos reviver, vamos reviver...
"Saudadeando" o que sumiu no dia-a-dia
Na fantasia de um eterno folião
O bonde
O amolador de facas
O leite sem água
A gasolina barata
Aquela Seleção Nacional
E derreteram a taça na maior cara-de-pau
Bota, bota, bota fogo nisso
A virgindade já levou sumiço
(Quero votar!)
Diretamente, o povo escolhia o presidente
Se comia mais feijão
Vovó botava a poupança no colchão
Hoje está tudo mudado
Tem muita gente no lugar errado
Onde andam vocês, ô ô ô
Antigos carnavais?
Os sambistas imortais
Bordados de poesia
Velhos tempos que não voltam mais
E no progresso da folia...
Tem bumbum de fora pra chuchu
Qualquer dia é todo mundo nu...




Caprichosos de Pilares - Samba-enredo 1989

Vem de lá dos tempos de Cabral
A exploração do meu país (meu país)
Ganhavam no grito
Deram pro índio um apito (fiu-fiu)
Levaram todo o nosso pau-brasil
Eu já mandei buscar
A minha figa de Guiné (de Guiné)
Vou rezar não sei aonde
Pra espantar este olho grande
Da terra que o "mundo" todo quer
É só papo, é caô
Ninguém sabe, ninguém viu
Depositam na Suíça
O que levam do Brasil
(Caprichosos...)
Caprichosamente
Vai o meu grito de alerta pro povão (na Sapucaí)
Preservar este lugar
Tudo que se planta dá
Do Oiapoque ao Chuí
Estão matando jacaré no Pantanal
Pra virar bolsa e cinto
Na maior cara de pau
Vigie este olho negro que apareceu
Tem país de olho pequeno
Azarando o que é meu
Todos gostam do que é bom
Tira a mão do meu país
Se liga no que a história diz




Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 1996

Sabor de amor
Me leva de volta ao passado
Viajando em terras astecas
De um tesouro abençoado
Bebida de rei
Colombo provou
Foi numa caneca
Que um reino adoçou
É, bendito o solo que dá
Esse fruto dos deuses
O cacau brasileiro
Floresceu no Pará
Pisa forte no sequeiro
No gosto doce da vida
Que a minha Caprichosos
Pisa forte na avenida
Reinou na Bahia
É capixaba também
Fabricando alegria
No presente do meu bem
Na Suíça, virou barra
Dá prazer de coração
Me lambuza e me amarra
No inverno e no verão
Marrom, na cor da ginga da mulata
Com poesia e serenata
Me envolve no branco da paz
É campeão de energia
É chocolate, eu quero é mais
É bom, que bom, bombom
Gostoso é o que você me dá
Chora cavaco, bate bum bum
Vem no meu samba, vou comer mais um




Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2000

Brasil eu amo você
Meu país abençoado
Brasil de JK, JQ, JG
Memórias de um passado
Brasil virou o jogo na arena
Roubou a cena
O bom senso idolatrado
E a Caprichosos
Agradece e bate palma
Se Deus é brasileiro
O povo é a alma
O violão, a bossa nova
Uma canção do Rei
Um hippie sem compromisso
O coração, a lei
Nos caminhos da saudade
A esperança, a paz
Diretas a sua vontade
Na alegria dos carnavais
Vencemos, dançamos
De cara pintada tiramos
Deu pra ver
O que é amar
Nossa pátria mãe gentil
Hoje a festa é sua
É só comemorar
Meu Brasil
Capricha na virada, amor, amor
O futuro é todo seu
Teu Espírito é Santo, é guerreiro
Sou mais você, valeu




Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2002

Vem amor
Eu sou Porto Alegre na avenida
Índio jovem vim do sul, paraíso céu azul
Vou cantando a minha vida
Eu te chamei primeiro Porto dos Casais
Troquei fiquei prosa
Na guerra eu fui mui leal e valorosa
Liberta irmão essa escravidão
Sou orgulho da nação
Getúlio é macho é firme e forte! Amei!
Sou gaúcho e tenho sorte! Eu sei!
De bombacha e chimarrão sou alto astral
Sou sedução, sou trialegre e trilegal
Chora! O poeta hoje chora!
Ao fazer o poema que tchê faz ser assim
Tchê lembro canções de tantas paixões
Eterno canto de amor
Guaíba e o meu pôr do sol
Beleza que meu Deus criou
Gostosa, linda e cultural! Fácil de adorar!
Sou eu! Sou o grenal que faz o chão vibrar
Sou a paixão no jeito de gritar! Eu sou a voz do povo
Imperador! O teu vermelho me traz feliz cidade
O meu azul é bamba de verdade! Me faz vibrar de novo!
Eu posso até me declarar!
A Caprichosos vai te conquistar
Gauchei, caprichei, tô que tô
Parabéns pra você meu amor
Bate forte o meu peito varonil
Sou Caprichosos! Porto Alegre do Brasil




Caprichosos de Pilares - Samba Enredo 2003

África
Dos guerreiros de angola, de gege e yorubá
Na escravidão, que agonia
Ai, como o negro sofria
No destino de além-mar
O europeu no troca-troca conseguiu
Levar as "peças da guiné" para o brasil
Nesse comércio, a pirataria surgiu
Ilu-ayê, ilu-ayê, um canto triste ecoou ô ô (bis)
Ilu-ayê ô, na senzala, sofrimento e dor
Veja, ifá falou
Que os orixás vão enviar um libertador
Canta pilares
Zumbi foi rei lá no quilombo dos palmares
Na cultura o negro se agiganta
A fé da "terra mãe" é seu alento
Existe um grito preso na garganta
Só oxalá segura o fio da esperança
Quero ser livre
Esse lamento ressoou na sociedade
Que tem as chaves
Mas prende seus heróis na marginalidade
Vi nos olhos verdes do holandês outro país
Caiu palmares, liberdade não se mata na raiz
No batuque bateria, sou zumbi (bis)
Onde há paz e alegria, eu tô ai
Quero amar e muito mais dignidade
A caprichosos luta pela igualdade




Cara Pintada - Olodum

Muito tempo se passou
Voce nao cumpriu o que prometeu
Quatro anos no poder
Voce desapareceu
Chega de tanta conversa
Queremos educação
Queremos educação
Eu pintarei o meu rosto
Prá acabar com a corrupção
Prá que chorar
Pra que chorar
Se o futuro nos pertence
Então temos que lutar
Diga pra que
Pra que chorar
Pra que chorar
Se ficamos de braços cruzados
Nada vai adiantar
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Ideologia do Olodum
Se for pra pintar
Eu pintarei
Para conseguir educação
Eu pintarei o meu rosto
Prá acabar com a corrupção




Cara Preta - Olodum

A cara preta pintou na cidade
Com o som estridente do tambor
Levante, agite, não fique parado não
Vem bailar com o canto do Olodum
Bailar, bailar, bailar (amor)
Bailar, bailar, bailar (2x)
Poeira ô, olha poeira ai, ai, ai, ai
Acordou José e levantou Mari
A união vai nos fortalecer
Em busca da paz nessa sociedade
Avante Olodum não vá retroceder
Poeria ô, olha poeira ai, ai, ai, ai




Catedral - Biquini Cavadão

A igreja é ao mesmo tempo mãe e filha
Mas até hoje ninguém sabe quem é o pai
Catedral, isto aqui não é seu céu
Deuses não são maiores dentro de você
Em nome de um santo,
Um santo sem nome
Um monumento ao templo
Grande colosso
Que até me esqueço que seria tão bonito
Se fosse dito que cada cidadão,
Religioso em devoção
Tivesse em sua crença natal
A riqueza não material
Materializada em casa
E não em uma catedral
Catedral, a capela se humilha
A igreja é mãe e filha e ninguém sabe quem é o pai
Aos Deuses, o primor da arquitetura:
Paredes de ouro, metais em lingotes
E sumos sacerdotes,
Em sinal dos tempos,
Conservam seus templos,
Atraindo, aliciando,
Mas não quebrando o encanto
Daqueles que até hoje vivem
Rezando para terem um dia
A falsa sorte prometida
Pelos senhores dessas catedrais




Portuga - Cazuza

Eu sou um "portuga" burro
E tenho mil caravelas na cabeça
Juntou com preto e com índio
Mas no fundo é "portuga"
Com seus sonhos de mar
Seu destino de fado
A eterna espera na praia
E a coragem de enfrentar tormentas
Eu sou "portuga" com meu dinheirinho contado
E meu gosto pela desgraça
Pelo meu corpo peludo
Pelo meu amor pelo acaso
Vou ter um dia uma mulher valente
Que vai ser a leoa da casa
E Portugal, África e Brasil
Vão ser uma grande comunidade
Se fala mais português que japonês, sabiam?
Se fala mais português que japonês, sabia?
E a gente vai se impor no mundo
O vinho, o fado, o porto
Sou triste, quase um "portuga" triste
Mas as vezes bebo e danço
E sou doce como um toucinho do céu
Portugal, meu útero
Acorda com os teus filhos
E vamos embarcar de novo
Nas novas caravelas
Vamos dominar o mundo
Só que de um modo mais belo
Só que de um modo mais belo
A liberdade já chegou em Angola
E vai chegar no Brasil
Mistura a culpa do teu fado
Com a alegria que veio da África
Mas, "portugas", esqueçam
Esse destino de fado
Mas, "portugas", esqueçam
Esse destino de fado
É preciso mudar e lutar
Eu acredito na força do português
No mundo do português burro no mundo
Porque a grande piada é o Brasil…




João e Maria - Chico Buarque/Sivuca

Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você
Além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava um rock
Para as matinês

Agora eu era o rei
Era o bedéu e era também juiz
E pela minha lei
A gente era obrigado a ser feliz
E você era a princesa
Que eu fiz coroar
E era tão linda de se admirar
Que andava nua pelo meu país

Não, não fuja não

Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido

Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no meu mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim




Como Nossos Pais - Belchior

Não quero lhe falar, meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
E eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa
Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina!
Eles venceram e o sinal está fechado pra nós
Que somos jovens
Para abraçar seu irmão e beijar sua menina na rua
É que se faz o seu braço, o seu lábio e a sua voz
Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração
Já faz tempo eu vi você na rua cabelo ao vento gente jovem reunida
Na parede da memória essa lembrança é o quadro que dói mais
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais
Nossos ídolos ainda são os mesmos e as aparências não se enganam, não
Você diz que depois deles não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer que tou por fora ou então que tou inventando
Mas é você que ama o passado é que não vê
Mas é você que ama o passado é que não vê
Que o novo sempre vem
Hoje eu sei que quem deu me deu a idéia de uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus contando vil metal
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo tudo o que fizemos
Nós ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como os nossos pais




Conversando no Bar - Milton Nascimento/Fernando Brant

Lá vinha o bonde no sobe e desce ladeira
E o motorneiro parava a orquestra um minuto
Para me contar casos da campanha da Itália
E de um tiro que ele não levou, levei um susto imenso
Nas asas da Pan Air
Descobri que as coisas mudam e que o mundo é pequeno
Nas asas da Pan Air
E lá vai menino xingando padre e pedra
E lá vai menino lambendo podre delícia
E lá vai menino senhor de todo fruto
Sem nenhum pecado, sem pavor
O medo em minha vida nasceu muito depois
Descobri que a minha arma é o que a memória guarda
Dos tempos da Pan Air
Nada existe que não se esqueça, alguém insiste e fala ao coração
Tudo de triste existe que não se esquece, alguém insiste e fere o coração
Nada de novo existe neste planeta que não se fale aqui na mesa de bar
E aquela briga e aquela fome de bola
E aquele tango e aquela dama da noite
E aquela mancha e a fala oculta
Que no fundo do quintal morreu, morri a cada dia dos dias que vivi
Cerveja que tomo hoje é apenas em memória dos tempos da Pan Air
A primeira Coca-Cola foi, me lembro bem agora, nas asas da Pan Air
A maior das maravilhas foi voando sobre o mundo nas asas da Pan Air
Em volta dessa mesa velhos e moços lembrando o que já foi
Em volta dessa mesa existem outras falando tão igual
Em volta dessas mesas existe a rua vivendo o seu normal
Em volta dessa rua uma cidade sonhando seus metais
Em volta da cidade...




Corsário - João Bosco/Aldir Blanc

Meu coração tropical
Está coberto de neve, mas
Ferve em seu cofre gelado
E a voz vibra e a mão escreve: Mar
Bendita a lâmina grave
Que fere a parede e traz
As febres loucas e breves
Que mancham o silêncio e o cais
Roseirais! Nova Granada de Espanha!
Por você, eu, teu corsário preso,
Vou partir a geleira azul da solidão
E buscar a mão do mar,
Me arrastar até o mar,
Procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas
Mensagens por todo o mar
Meu coração tropical
Partirá esse gelo e irá
Com as garrafas de náufragos e as rosas
Partindo o ar
Nova Granada de Espanha
E as rosas partindo o ar!




INDÍOS - Edson Gomes

Cadê nossos índios?
Nossos índios estão morrendo, desaparecendo, sendo exterminados, pela ganância, pela prepotência,
Daquele que diz ser o melhor, oh!
Aquele que diz fazer tudo perfeito,
Aquele que diz fazer tudo direito
Aquele que diz ser o melhor, Oh! Oh! Ah!

Então devolvam a terra desses homens! (3 X)

Para que tudo fique direito
Para que tudo se torne perfeito
E a alegria retorne aquele lar
Em fim a paz se restabeleça

Aquele que diz fazer tudo perfeito,
Aquele que diz fazer tudo direito
Aquele que diz ser o melhor, Oh! Oh! Ah!

Então devolvam a terra desses homens!
(Devo, devolu, devo, devolução).




É Ladrão Que Não Acaba Mais - Bezerra da Silva

Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A lapidação do ambiente...
Roubaram o ouro
Roubaram o pau
Prá ficar legal
Ainda tiraram o couro
Do povo
Desta terra original...
E só deixaram
A má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente...
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(2x)
Hiiiiiii!
A terra boa
Mas o povo
Continua escravizado
Os direitos são os mesmos
Desde os séculos passados
O Marajá
Ele só anda engravatado
Não trabalha, não faz nada
Mas tá sempre
Endinheirado...
E se entrar no supermercado
Você é roubado!
E se andar despreocupado
Você é roubado!
E se pegar o bonde errado
Você é roubado!
E também se votar prá deputado
Você é roubado!
Certo!
Tem sempre 171 armando fria
Tem ladrão lá no congresso
Na quitanda e padaria
Ladrão que rouba de noite
Ladrão que rouba de dia
Dentro da delegacia
Ninguém entendia
A maior confusão
O doutor delegado
Grampeou todo mundo
Porque o ladrão
Roubou outro ladrão
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(2x)
Quando Cabral aqui chegou
E semeou sua semente
Naturalmente começou
A lapidação do ambiente...
Roubaram o ouro
Roubaram o pau
Prá ficar legal
Ainda tiraram o couro
Do povo
Desta terra original...
E só deixaram
A má semente
Presente de Grego
Que logo se proliferou
E originou a nossa gente...
É ladrão que não acaba mais
Tem ladrão que não acaba mais
Você vê ladrão
Quando olha prá frente
Você vê ladrão
Quando olha prá trás...(4x)




...E Você? – Gabriel, O pensador

Brasileiro é o que eu sou
Rapper brasileiro
Mas eu sou um brasileiro antes de ser rapper ou pagodeiro ou os dois ou nenhum
Posso assimilar a cultura do mundo inteiro
Mas sei que nasci no Rio de Janeiro - Brasil
Então não seja imbecil de pensar que eu não poderia cantar assim ou assado
Porque eu vou me expressar na forma e na hora que eu escolher
Aqui ou em qualquer lugar
Valorizando sempre as nossas
Raízes Costumes Cultura musical em geral
Então escuta o que eu digo pro americanizado débil mental
(Você é um burro e não vê a excelente cultura e os costumes do seu próprio país
E abre as pernas pro que os outros lhe impõe
Sem camisinha ou vaselina como o Tio Sam sempre quis)
Mas também não adianta o xenofobismo radical
Eu vou jogáforanolixo o que é ruim e usar o que é bom da cultura mundial
Vou ler assistir escutar e cantar
E nem por isso deixando de lado a produção cultural aqui do meu lugar
E no fundo no fundo todos os homens vieram da África
Principalmente alguns povos como por exemplo o nascido e formado aqui nessa pátria
E não (se) esqueça que cada cultura se forma de uma certa forma e cada sociedade cultiva suas normas mas junto nós todos formamos a Humanidade que engloba todos os seres humanos
Que podem se destacar dos outros animais pela sua capacidade de pensar
Capacidade que muitas vezes não é utilizada
E sendo assim não serve pra nada
Mas eu penso logo existo
Existo logo penso e tento utilizar essa capacidade de raciocinar a todo momento
Posso pensar na forma de Rap Livro Pintura ou Baião
Posso pensar certo mas também tenho o direito de errar
Vacilão
Mas eu tento enxergar tudo e se eu não enxergasse amigo eu usava óculos
Sou mais um inconformado sem partido feito a Denise Stoklos
E eu falo pra todos aquelesque querem me ouvir e vão concordar ou discordar
Talvez acordar
Talvez me seguir ou talvez me vaiar (mas eu vou defecar)
E eu falo pros meus conterrâneos mas posso falar pro estrangeiro
Mas "eu sou apenas um rapaz latino-americano"
Então em primeiro lugar o que eu falo é pros brasileiros
Inclusive pras "Lôrabúrras" pros playboys pros militares e pros crentes
Pra todos os fdp carentes que sofrem com a dominação cultural
Seja com a doutrinação social militar religiosa ou de origem internacional
Humanamente também tô do lado desses coitados que tão no caminho errado e por isso merecem e precisam ser esculachados
O brasileiro precisa fazer uma lavagem cerebral
Aproveitando o que vem lá de fora mas sem esquecer o nosso valor nacional
Cultural natural e da nossa história
É triste me olhar no espelho e saber que pertenço a um povo sem memória
E por culpa da gente é que nada muda no país
A miséria é permanente desde que os primeiros portugueses chegaram aqui
As deficiências dessa sociedade tão aqui desde cedo:
Fome Corrupção Desigualdade Povo covarde Desemprego...
Antigamente o sistema escravista não dava espaço ao trabalho livre
Hoje os problemas são outros
O espaço ainda é pouco e a superpopulação que o diga
E mesmo hoje em dia é bom que se lembre:
Os que trabalham não são homens livres e continuam escravizados como sempre
-Escravos- é isso o que somos
Escravos da própria falta de atitude
Alguns se iludem ficam esperando que alguma coisa mude...
Os mais afetados esquecem onde tão e aplaudem tudo o que for importado
Espero que tenha ficado bem claro de que lado eu tô
Apesar de ser um terráqueo
Gabriel O Pensador nunca vai se esquecer o pedaço do planeta de onde ele saiu:
Esse pedaço bonito cansado sofrido e explorado chamado Brasil
Então se você só dá atenção para o que vem de fora não me dê atenção
Me jogue fora
(Tchau! Vou embora)(Vai!)(Não! Fica aí)
Eu fico pra alegria e satisfação parcial da nação
Trazendo uma nova linguagem uma nova forma de comunicação que muitos brasileiros ainda não conheciam: O Hip Hop
Que não tinha Ibope porque muitos não entendiam
Mas hoje ele é universal e até no Japão ele é assimilado
E pra quem achava uma droga depois dessa dose cuidado pra não se tornar viciado porque eu aplico Hip Hop
Na veia Na mente Na frente Nas costas No peito
E não me esqueço que sou brasileiro então eu fabrico Hip Hop do meu jeito
Do nosso jeito
Desse jeito que você nunca conheceu
Com brasileiros tocando instrumentos ou mais Be Sample que a Fernanda Abreu (Rio 40')
É somente a capital cultural do território nacional que é o purgatório da beleza e do caos no verão ou no inverno
Purgatório que pra muitos é bem pior que o inferno
E ao mesmo tempo é o céu pra outros poucos sortudos
Brasileiros surdo-mudos que apesar de tudo estar sorrindo para eles continuam negando e cuspindo naqueles que tão pedindo e sentindo "o gosto amargo desse nosso egoísmo que destrói os nossos corações"
Será só imaginação?
Não Não Acho que não
E se você não quer realidade então vai ver televisão
Mas eu tô na vida real e não quero fugir dessa realidade
E eu acho que até passava mal se me olhasse no espelho e enxergasse um covarde
Então eu vou continuar o idealismo que parece arte
E se precisar mudo até de nome feito o Chico Buarque
E "apesar de você" não se mexer
Não sei porquê sua anta
Me escuta
De que adianta ser filho da Santa?
Melhor seria ser filho da luta
Seria bom se tudo fosse um sonho e quando eu acordasse estivesse tudo lindo e pronto
Mas isso nós não merecemos porque só vivemos dormindo no ponto
Então eu tento ficar acordado até na cama quando eu tô dormindo
E também não sou de nenhuma tribo urbana porque eu não sou totalmente índio
Eu tenho um pouco de índio no sangue mas não no sangue inteiro
Eu tenho um pouco de tudo no sangue porque eu sou brasileiro
Mas o que eu definitivamente não tenho no sangue é vergonha de ser o que eu sou
E não sei porque os brasileiros não têm auto-estima e não se dão valor
Mas eu me valorizo
Minha cabeça
Minhas idéias
Meus amigos
Minha liberdade de pensamento
Minha terra
O chão onde eu piso
Meu estilo
Minha cultura
Os costumes e o povo de onde eu vivo
Entre tantas outras coisas que eu valorizo e que depois você vai entender
E você amigo? Valoriza o quê?




É Pra Rir ou Pra Chorar? - Gabriel O Pensador/Liminha

O Brasil proclamou sua independência, mas o filho do rei é que assumiu a gerência.
O povo sem estudo não dá muito palpite, e a nossa república é só pra elite.
(E quem faz greve o patrão ainda demite).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil aboliu a escravidão, mas o negro da senzala foi direto pra favela.
Virou um homem livre e foi pra prisão.
Só que a tal da liberdade não entrou lá na cela.
(E a discriminação ainda é verde e amarela).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil foi parar na mão dos militares, que calaram o povo no tempo da ditadura.
Torturaram e prenderam e mataram milhares, mas ninguém foi condenado pelos crimes de tortura.
(E tem até torturador lançando candidatura).
É pra ri ou pra chorar?
O Brasil conseguiu as eleições diretas, mas a gente que vota ainda é semi-analfabeta.
O Collor foi eleito e roubou até cansar.
O povo deu um jeito de cassar o marajá.
Mas ele não foi preso e falou que vai voltar!
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem mais terra do que a china tem chinês, mas a terra tá na mão dos grandes latifundiários.
A reforma agrária, ninguém ainda fez.
Ainda bem que os sem-terra não são otários.
(E tudo que eles querem é direito a ter trabalho).
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem miséria mas tem muito dinheiro, na mão de meia dúzia, no banco suíço.
O rico sobe na vida feito estrangeiro, e o pobre só sobe no elevador de serviço.
(E você aí fingindo que não tem nada com isso?)
É pra rir ou pra chorar?
O Brasil tem um povo gigante por natureza que ainda não percebe o tamanho dessa grandeza.
Sempre solidário no azar ou na sorte, um povo generoso, criativo e risonho.
Poderoso, e tem um coração batendo forte que põe fé no futuro do mesmo jeito que eu ponho.
E vai ter que ser independência ou morte. Um por todos, e todos por um sonho.
É pra rir ou pra chorar?
É pra rir ou pra voltar?
Pra seguir ou pra parar?
Pra cair ou levantar?
É pra rir ou pra chorar?
Pra sair ou pra ficar?
Pra ouvi ou pra falar?
Pra dormir ou pra sonhar?
É pra ver ou pra mostrar?
Aplaudir ou protestar?
Construir ou derrubar?
Repetir ou transformar?
É pra rir ou pra chorar?
Pra se unir ou separar?
Agredir ou agradar?
Pra torcer ou pra jogar?
Pra fazer ou pra comprar?
Pra vender ou pra alugar?
Pra jogar pra perder ou pra ganhar?
Dividir ou endividar?
Dividir ou individualizar?
É pra rir ou pra chorar?!




Fato Consumado - Edson Gomes

Toda miséria que o povo passa
Quem vai pagar?
Toda essa fome que o povo passa
quem vai pagar?
por todo esse sangue derramado
nas pedras do pelo
de cada homem chicoteado
nas pedras do pelo
por todo esse sangue derramado
nas pedras do pelo
de cada homem chicoteado
por essa indigencia que o povo vive...
quem vai pagar?
por todo esse lixo que o povo divide...
quem vai pagar?
por todo esse leite derramado..
nas pedras do pelo
por esse fato consumado
nas pedras do pelo
por todo esse leite derramado
nas pedras do pelo
e por esse fato consumado...
agora nao há tempo pra voltar atrás
não há
agora não há tempo pra voltar atrás
não há
quando Deus vier vai eliminar...
o mal pela raiz
quando Deus vier vai separar...
o joio do trigo
quando Deus vier vai eliminar
o mal pela raiz
quando Deus vier vai separar
o joio do trigo
e o homem de boa vontade reinará
o homem de boa vontade governará
a nação
uiea ohh
agora nao há tempo pra voltar atrás...




Os Sertões (1976) - Em Cima da Hora

Marcados pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra e seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida e triste nesse lugar
Sertanejo e forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte
Dizia o Poeta assim
Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia
Os Jagunços lutaram
Ate o final
Defendendo canudos
Naquela guerra fatal




Embarcação - Francis Hime & Chico Buarque

Sim, foi que nem um temporal
Foi um vaso de cristal
Que partiu dentro de mim
Ou quem sabe os ventos
Pondo fogo numa embarcação
Os quatro elementos
Num momento de paixão

Deus, eu pensei que fosse Deus
E que os mares fossem meus
Como pensam os ingleses
Mel, eu pensei que fosse mel
E bebi da vida
Como bebe um marinheiro de partida, mel
Meu, eu julguei que fosse meu
O calor do corpo teu
Que incendeia meu corpo há meses
Ar, como eu precisava amar
E antes mesmo do galo cantar
Eu te neguei três vezes
Cais, ficou tão pequeno o cais
Te perdi de vista para nunca mais

Mais, mais que a vida em minha mão
Mais que jura de cristão
Mais que a pedra desse cais
Eu te dei certeza
Da certeza do meu coração
Mas a natureza vira a mesa da razão




Toda Forma de Poder - Engenheiros do Hawaii

Eu presto atenção no que eles dizem mas eles não dizem nada
Fidel e Pinochet tiram sarro de você que não faz nada

se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz
se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz

toda forma de poder é pura forma de morrer por nada
toda forma de conduta se transforma numa luta armada

se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz
se tudo passa
talvez você passe por aqui
e me faça
esquecer tudo que eu fiz




Era pra Durar - Guilherme Arantes/Paulinho Lima

No meu diário
Eu escrevi
A linda história dum País
Agora eu vou ter que apagar
Era pra dar certo
À esperança
De ninguém levar vantagem
Era bom demais
Pra gente acreditar
Num quarto negro
O que se escreve
É tão fácil de apagar
Palavras ao vento
São pra ir, o vento levar
No meu diário
O que eu escrevo
É pra perpetuar
A linda história dum País
Era pra durar
Era pra durar
Era pra dar certo, sim
Era pra durar




Era Um Garoto que como Eu Amava Os Beatles e Os Roling Stones - Engenheiros do Hawaii

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Roling Stones
Girava o mundo sempre a cantar as coisas lindas da América
Não era belo mas mesmo assim, havia mil garotas, sim
Cantava "Help and Ticket to ride, Oh, Lady Jean, Yesterday"
Cantava "Viva a liberdade" mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra o separou, fôra chamado na América
Stop com Rolling Stones, stop com Beatles'songs
Mandado foi ao Vietnam brigar com o Vietcong

Tá, tá...

Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rollings Stones
Girava o mundo mas acabou fazendo a guerra no Vietã
Cabelos longos ñ usa mais, nem toca sua guitarra e sim
Um instrumento que sempre dá, a mesma nota, ratatatá
Não vê amigos, nem mais garotas, só gente morta caindo ao chão
Ao seu país não voltará pois está morto no Vietnã
Stop com Rolling Stones, stop com Beatles' songs
No peito um coração não há
Mas suas medalhas, sim

Tá, tá...




O Espírito de 17 - Subversivos

O exército vermelho iniciou uma nova era,
Com armas em mãos gritaram "Paz, pão e terra"
Economias liberais criaram meninos de rua,
vamos logo, camarada, nossa luta continua!

O Espírito de 17,
Sempre será lembrado com os ventos do leste!
O Espírito de 17,
Nunca se curvará diante de cassetetes !
Operários em greve, unidos contra o estado
Abaixo a exploração e lucros saqueados.
Não ligue a TV, você já sabe o que vai ver
Mentiras e ilusões mascaram o seu sofrer
Essa força que existe em nossas veias,
é o que Impulsiona nossas bandeiras vermelhas!
Trabalhadores se levantam numa tarefa histórica,
Você tem que acreditar nessa luta tão heróica!




Esperanduquê – Gabriel, O Pensador

Eu nada posso esperar de uma raça que só tem filhadaputa
Se espalha por todo lugar mas tem mais em Brasília
Escuta
No Brasil já teve guerrilha
Com armas
Com tudo
Mas hoje só temos um bando de cego surdo burro e mudo
Ninguém faz nada
Nem os governantes nem a massa dominada
O povo é ignorante e o governo é uma piada
E se você não é um ignorante
Muito bem
Então pelamordeDeus venha se expressar também
A voz do povo é a voz de Deus
Quem disse isso não fui eu
Mas eu acho que quem escreveu essa frase era ateu
Porque esse povo tá sem voz
O povo tá calado
Tá parado esperando Deus batendo palma pro diabo
E enquanto o diabo-rato-porco vai se perpetuando
O povo fica parado debaixo
De quatro
Bobolhando
Bobolhando
Se matando
Sem dinheiro
Esperando deitado de bruços
Esse é o povo brasileiro
Bobolhando
Boboescutando
Boboescutando
É você
Boboesperando
Boboesperando...
Esperando...
Esperanduquê?




Estudo Errado - Gabriel O Pensador

Eu tô aqui Pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra aceitar, me acomodar e obedecer?
Tô tentando passar de ano pro meu pai não me bater
Sem recreio de saco cheio porque eu não fiz o dever
A professora já tá de marcação porque sempre me pega
Disfarçando espiando colando toda prova dos colegas
E ela esfrega na minha cara um zero bem redondo
E quando chega o boletim lá em casa eu me escondo
Eu quero jogar botão, vídeo-game, bola de gude
Mas meus pais só querem que eu "vá pra aula!" e "estude!"
Então dessa vez eu vou estudar até decorar cumpádi
Pra me dar bem e minha mãe deixar ficar acordado até mais tarde
Ou quem sabe aumentar minha mesada
Pra eu comprar mais revistinha (do Cascão?)
Não. De mulher pelada
A diversão é limitada e o meu pai não tem tempo pra nada
E a entrada no cinema é censurada (vai pra casa pirralhada!)
A rua é perigosa então eu vejo televisão
(Tá lá mais um corpo estendido no chão)
Na hora do jornal eu desligo porque eu nem sei nem o que é inflação
- Ué não te ensinaram?
- Não. A maioria das matérias que eles dão eu acho inútil
Em vão, pouco interessantes, eu fico pu..
Tô cansado de estudar, de madrugar, que sacrilégio
(Vai pro colégio!!)
Então eu fui relendo tudo até a prova começar
Voltei louco pra contar:
Manhê! Tirei um dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão!)
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Quase tudo que aprendi, amanhã eu já esqueci
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi
Decoreba: esse é o método de ensino
Eles me tratam como ameba e assim eu num raciocino
Não aprendo as causas e conseqüências só decoro os fatos
Desse jeito até história fica chato
Mas os velhos me disseram que o "porque" é o segredo
Então quando eu num entendo nada, eu levanto o dedo
Porque eu quero usar a mente pra ficar inteligente
Eu sei que ainda num sou gente grande, mas eu já sou gente
E sei que o estudo é uma coisa boa
O problema é que sem motivação a gente enjoa
O sistema bota um monte de abobrinha no programa
Mas pra aprender a ser um ingonorante (...)
Ah, um ignorante, por mim eu nem saía da minha cama (Ah, deixa eu dormir)
Eu gosto dos professores e eu preciso de um mestre
Mas eu prefiro que eles me ensinem alguma coisa que preste
- O que é corrupção? Pra que serve um deputado?
Não me diga que o Brasil foi descoberto por acaso!
Ou que a minhoca é hermafrodita
Ou sobre a tênia solitária.
Não me faça decorar as capitanias hereditárias!! (...)
Vamos fugir dessa jaula!
"Hoje eu tô feliz" (matou o presidente?)
Não. A aula
Matei a aula porque num dava
Eu não agüentava mais
E fui escutar o Pensador escondido dos meus pais
Mas se eles fossem da minha idade eles entenderiam
(Esse num é o valor que um aluno merecia!)
Íííh... Sujô (Hein?)
O inspetor!
(Acabou a farra, já pra sala do coordenador!)
Achei que ia ser suspenso mas era só pra conversar
E me disseram que a escola era meu segundo lar
E é verdade, eu aprendo muita coisa realmente
Faço amigos, conheço gente, mas não quero estudar pra sempre!
Então eu vou passar de ano
Não tenho outra saída
Mas o ideal é que a escola me prepare pra vida
Discutindo e ensinando os problemas atuais
E não me dando as mesmas aulas que eles deram pros meus pais
Com matérias das quais eles não lembram mais nada
E quando eu tiro dez é sempre a mesma palhaçada

Refrão

Encarem as crianças com mais seriedade
Pois na escola é onde formamos nossa personalidade
Vocês tratam a educação como um negócio onde a ganância a exploração e a indiferença são sócios
Quem devia lucrar só é prejudicado
Assim cês vão criar uma geração de revoltados
Tá tudo errado e eu já tou de saco cheio
Agora me dá minha bola e deixa eu ir embora pro recreio...




Etiópia - Edson Gomes

Quando Mussolini invadiu a Etiópia
Aquela batalha tão brutal
Sim o general invadiu a Etiópia
Batalha sangrenta desigual
Ahhhh Etiópia dos etíopes, massacrada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes
Lá na escola não contaram nada
Fizeram questão de esconder
Hoje eles passam como filhos do Deus bom
Agente vai passando como filhos do mau
Ahhhhhh
Ahhhh Etiópia dos etíopes, brutalizada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes
Quando Mussolini invadiu a Etiópia
Foi o rolo compressor esmagador
Com seu exercito poderoso
Contra inofensivos guerreiros nativos
Ah ahhhh
Ahhhh Etiópia dos etíopes, fuzilada.
Ahhhh Etiópia dos etíopes, Mussolini.
Conquistador da Etiópia (Mussolini)
Rolo compressor da Etiópia.




Etnia - Chico Science & Nação Zumbi

Somos todos juntos numa miscigenação
E não podemos fugir da nossa etnia
Índios, brancos, negros e mestiços
Nada de errado em seus princípios
O seu e o meu são iguais
Corre nas veias sem parar
Costumes, é folclore, é tradição
Capoeira que rasga o chão
Samba que sai da favela acabada
É hip hop na minha embolada
É o povo na arte
É arte no povo
E não o povo na arte
De quem faz arte com o povo
Maracatu psicodélico
Capoeira da pesada
Berimbau elétrico
Frevo, samba e cores
Cores unidas e alegria
Nada errado em nossa...




Eu digo Jah - Olodum

A realidade do negro
na Etiópia é muito dura
eles ferem nossos corações
então sofremos sem ter cura.
Negros a perecer
gente sem água para beber
como vão ficar
sem o pão pra se alimentar.
É de cortar o coração
crianças deitadas no chão
morrem de inanição
sem forças pra se levantar
Mas o Olodum, Grande Rei
teve um sonho, profecia
da esperança que mudará
o negro da Etiópia e da Bahia.
REFRÃO:

Eu digo Jah
Eu digo Jah
Eu digo Jah… ô Jah, Jah (repete)
Crianças vão ficar
elas vão sobreviver
e ao mundo alimentar
os que de fome irão morrer
Ganância impera
Chernobyl, Angra dos Reis
vamos falar de paz
parar com isso de uma vez
Firmar os pés no chão
alegria vamos ter
nasce uma nova geração
e o negro no poder

(REFRÃO)

Nas esquinas do pais o mundo pode ver
que tem gente abandonada e de fome vai morrer
preconceitos continuam na sociedade
pois quem tem dinheiro compra tudo com facilidade
os negros nos programas de televisão
quando não é doméstico, só pode ser vilão
e você preste atenção e leve fé no que eu digo:
ladrão no meu pais, só anda vestido

(REFRÃO)




Eu Nasci Há Dez Mil Anos Atrás – RAUL SEIXAS

Um dia, numa rua da cidade, eu vi um velhinho sentado na calçada,
com uma cuia de esmola e uma viola na mão. O povo parou pra ouvir.
Ele agradeceu as moedas e cantou essa música, que contava essa
história, que era mesmo assim:

Eu nasci há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais
É, eu nasci, há dez mil anos atrás
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba demais

Eu vi Cristo ser crucificado, o amor nascer e ser assassinado
Eu vi as bruxas pegando fogo prá pagarem seus pecados
Eu vi
Eu vi Moisés cruzar o Mar Vermelho
Vi Maomé cair na terra de joelhos
Eu vi Pedro negar Cristo por três vezes diante do espelho
Eu vi (Eu nasci ...)

Eu vi as velas se acenderem para o Papa
Vi Babilônia ser riscada do mapa
Vi Conde Drácula sugando sangue novo e se esconder atrás da capa, eu vi
Eu vi a Arca de Noé cruzar os mares
Vi Salomão cantar seus salmos pelos ares
Eu vi Zumbi fugir com os negros prá floresta, pro quilombo dos Palmares
Eu nasci ...

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda a Alemanha
O soldado que sonhava com a amada numa cama de
campanha, eu li
Eu li o símbolos sagrados de Umbanda
Eu fui criança prá poder dançar ciranda
E quando todos praguejavam contra o frio, fiz a cama na varanda
Eu nasci ...

Eu tava junto com os macacos na caverna
Eu bebi vinho com as mulheres na taberna
E quando a pedra despencou da ribanceira
Eu também quebrei a perna, eu também
Eu fui testemunha do amor de Rapunzel
Eu vi a estrela de Davi entrar no céu
E práquele que provar que estou mentindo, eu tiro meu chapéu
(Eu nasci ...)




Eu Sou Soteropolitano - Jorge Zárath/Dito

Quando bate o atabaque
A galera lá no Iraque
Canta um canto de paz

Quando rufa o repinique
A menina dá chilique
É bonito demais

Segue o mantra da alegria
Pelas ruas da Bahia
Explodindo amor

Essa gente tem magia
Que de cara contagia
Misturando a cor

Eu sou soteropolitano
Eu sou baiano
Eu sou de salvador

Eu sou soteropolitano
Eu sou baiano
Eu sou de paz e amor




Existem tantas moradas no reino do Senhor - Tribo de Jah

Há um caminho de pedras e espinhos
Há um caminho tortuoso de tormentas e transtornos
De dor e desconsolos, difícil de seguir
Há um horizonte frio, sombrio ao mesmo tempo árido e hostil
Se firmando irreversível
Sem solução a curto, médio, longo prazo
Ou qualquer prazo previsível
Não há solução pacifica, tecnologias especificas
Capazes de salvar a Terra e as nações
Da fome, da miséria, da guerra, e das convulsões
Há um mundo de intrigas crescendo ao redor
Mundo de ratos e cobras em briga
Onde vence o pior
Onde se vê a falsidade escondida em sorrisos
Onde um dia se pensou ter encontrado amigos
Há um mundo de intrigas e maldades evidentes
Intrigas secretas entre as potencias sob a calma aparente
Estratégias para abocanhar o mercado mundial
Dominar a opinião publica
Ou simplesmente eliminar o que dizem ser o mal
Ou seja lá quem for que quiser se opor
Falsos estados que concentram o poder e a riqueza em poucas mãos
Falsos por não defender nem garantir direitos aos seus cidadãos
Forjando guerras absurdas, desnecessárias
Revoluções descartáveis, mercenárias
Assim ruiu o sistema comunista, materialista e ateu
Por não conhecer, não temer e nem se ater à lei de Deus
Assim ruirá o capitalismo selvagem e toda iniqüidade
Até que se chegue a verdade, ainda que seja tarde
A estupidez de muitos não os deixa ver
A ganância inútil por margens de lucro, por fatias no poder
Não os deixa ver que todo mundo
Pequeno e precioso mundo
Está por se perder
Não se verá sinais de paz, nem mais a mais fugaz das alegrias
Não se verá jorrar o leite e o mel
Na travessia destes dias de inquietude e insônia
Apenas os tristes rios, tristes rios tardios da Babilônia
Rios de lágrimas e sangue rolarão
Quantos estiveram vivos, cedo se arrependerão
Não terão visto que está vida é só um segundo
Não valerá chorar a pena de um mundo
Que é só um grão perdido na imensidão
Há outras tantas paragens no universo
Outras dimensões, realidades
Mundos mais diversos
Sois maiores e menores
Planetas com tantas luas
Uma, quatro, cinco, três ou até duas
Imagens inimagináveis de esplendor
Existem tantas moradas no reino do Senhor




Face da Morte - Janeiro-Fevereiro-Março

Clik no seu rádio
Bum, volume máximo
Acesso ilimitado a internet da favela
Face da Morte.com você que faz parte dela
Minha missão é a informação, então se liga sangue bom
Que eu cheguei pra resgatar algumas datas importantes da memória popular
O povo que não foi herdeiro
Em 21 de Janeiro, 1984, realizaram o ator, fundando o MST, pode crer, fruto popular pela reforma agrária, hoje estar organizado em 24 Estados, empunhado suas bandeiras, levando seus estandartes.
Aproveito pra citar Manuel Calafates, Pacifico Licutan, isso sim é que é que é bambambam.
Ainda tem Belchior diz que lutar é bem melhor.
Enfim não esqueci GG Marrir, Luis Salin, me lembro de vocês na revolta do Malês.
Tenho respeito pelos cincos de 1835, pelos lados da Bahia, na terra do meu avô, lutaram pela honra e liberdade dos Magos.
Pedro Ivo, hum, inesquecível, quebrou correntes, lutou por nossa gente, não respeitou barreiras, o importante líder da Revolução Praieira, 1849, que a esperança se renova, em Pernambuco, no Recife, maluco acredite, que na terra do sol, um Manifesto exigia voto livre universal, mais uma vez nosso povo, lutando com arrocho em busca de dignidade, evadiram a cidade enfrentando a repressão na luta por trabalho e liberdade de expressão.
1874, revolução, feitas peste se espalhou pelo Nordeste, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Ceará, aumentaram os impostos, mudaram as medidas, não concordando com aquilo, surgiu então a Revolta chamada de Quebra-Quilo.
Beato Severino, discípulo de Padre Cícero, em 1937, pos lado de São Francisco, na Bahia, bateu de frente com a oligarquia dos Vianas, em pleno natal, fundou a comunidade chamada Colher de Pau ou Pau de Colher, chamem como quiser o importante é o brilho.
Manuel Fiel Filho funcionário da Metal, arte de São Paulo, é preso em seu lugar de trabalho, em 17/01/1976, vejam vocês, encontrado três dias depois, torturado e morto num dos muitos calabouços, onde calavam a voz do povo.
Brasileiro, e por aqui encerro janeiro.

Eu não sou daqui - Marinheiro só - Eu não tenho amor - Marinheiro só - Eu sou da Bahia - Marinheiro só - Em são Salvado - Marinheiro só

Fevereiro muito abalo
No eixo Rio - São Paulo
Na luta contra a escravidão e a matança, os povos indígenas formaram uma grande aliança – Confederação dos Tamoios – contou com apoio Tupiniquim, Tupinambá, Karijó e Goianá, liderados por Emberé e Curambebé, a luta segue, em 1562 a 1567.
Na Guerra das Missões, 1756, vejam vocês, no Rio Grande do Sul uma matança tão terrível quanto à do Carandiru, lutando contra as tropas Luso-Espanholas sob um saúdo negativo 2500 índios mortos de uma só vez, fora os que morreram de 1553 a 1556.
Não sei se você sabia, 1814, em Salvador, Bahia, outra rebelião explodiu famoso levante negro, futuro do desespero, ansiedade, cede de liberdade, justiça, de 1807 a 1830, cheio de luta e dor, além de Salvador, Santo Amaro, Nazaré, Itaparica, Cachoeirinha, Ilhéus, porque a liberdade não cai do céu se conquista no dia a dia.
1975, foi fundado o movimento feminino pela anistia formado por mães e filhas de presos políticos.
Aflitos, atritos greves no ABC, o sindicalismo moderno, a esquerda do MDB, em 1980, fizeram nascer o PT

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Começo março já citando arregaço
1981, a Greve da PM no governo ACM, o próprio órgão repressor padeceu com a repressão, convocados então os fuzileiros navais a fim de estabelecer a paz da elite, atiraram no piquete matando um tenente grevista.
Em 1922 é fundado o Partido Comunista do Brasil, quem te vê quem te viu, fruto da elevação do grau de organização e consciência da classe operaria a beira da falência.
Por ela que eu trabalho, sofro, choro e sinto, mas sinto que 1935, Aliança Nacional Libertadora nasceu pra luta contra a classe opressora.
A greve dos 300 mil, em 1953, contou com os testes, metalúrgicos, marceneiros, videiros e os gráficos.
Em 1979, 180 mil operários entraram em greve em São Bernardo dos Campos.
Revolta de Porecatú, em 1951, latifúndios pra lá, posseiros pra cá, lutando pela terra no Norte do Paraná.
1968, Edson Luis foi morto pela polícia do Rio, sua morte gerou a passeata dos cem (100) mil
1987 a maior greve dos bancários do Brasil, 750 mil mobilizados, por aqui encerro março.
Pergunta do Jornalista: Eu queria que o senhor falasse pra gente o nome do senhor, onde é que está acampado e por que o senhor esta participando desta caminhada?
Resposta do entrevistado: Muito bem, João Marciliano de Carvalo, João sem terra das mãos arrebentadas, to acampado em promissão na terra desapropriada pra nós trabanhador trabaia, nee, e hoje estou participando dessa caminhada porque o governo não quer liberar o que já é nosso, a terra já tá desapropriada, já tamos na área e ele que se arda, porque ele ou abra mão da terra ou vamos fica lá mesmo, por que trabaia pra nossos filhos comer, nos precisamos trabaia. Por que? Se nós somos trabaiador não presta, se nos fomos rouba não preta. E como agente é bom pro governo? Então. Então o negocio é esse agora agente tem que corre pra quebrar ou ele ache bom ou ache ruim, ele que se cuide. Por que agente estamos cuidado faz é muito tempo.
Pergunta do Jornalista: Você que terra pra que Silvana?
Resposta do entrevistado Pra planta e colher. Tô pra vê se vê se agente consegue um pedaço de terra pra pranta, pra gente não morre de fome, case as coisas tudo ta cara, todo dia que agente, vai no mercado o preço ta almetado, pra isso é melhor a gente pranta pra gente, mio que agente ir lá no mercado compra coisa cara. Quero a terra pra pranta, comer comida. É porque agente queremos terra.




Face da Morte - Abril-Maio-Junho

No mês de abril a casa caiu
Eu vou lembrar a vocês
1996, Eldorado dos Carajás, 200 polícias espalharam o medo, causaram tormento, invadiram o acampamento do MST, prontos pra bater e pra matar, 19 trabalhadores morreram por lá.
Guerrilha do Araguaia, no Pará, começou em 72, terminou em 1974, com a morte dos guerrilheiros muitos deles degolados, na luta contra a Ditadura, um grande movimento armado. 69 guerrilheiros contra 20 mil das Forças Armadas da pátria amada Brasil, ouviu?
1954, camponeses contra latifundiários e polícia militar do Estado de Goiás, Tombas e Formosos, eu sigo orgulhoso, o líder José Porfírio, de 1964 foi cassado, preso e torturado.
Já ouviu falar em Lamarca, mais um que deixou marcas, ex-capitão do exército, abandonou a patente pra lutar por nossa gente, revolução ele queria, fugiu do 4º Regimento de Infantaria com um caminhão cheio de armas, enquanto o país cantava Pra Frente Brasil, Lamarca metia bala, lutava nas trincheiras do Vale da Ribeira.
1959, saindo das trincheiras, já estamos em maio, Revolta da Cantareira, os grevistas enfrentavam a marinha brasileira.
1823 a 1831, o sentimento comum anti-colonial levou ao choque mortal, Matamarouto explodia no Estado da Bahia, depois das surras, das prisões das famosas rebeliões, 1888 abriram as portas das senzalas, forçosamente assinada Lei Aérea, que não veio de graça, mas do primeiro movimento político de massa que se viu na nossa amada pátria amada Brasil.
1978, no ABC Paulista, outra pagina era escrita, mais de 100 mil operários no dia 1 de Maio, na manifestação contra a prisão do Lula chague bom, Devanir Ribeiro, (...), Djalma Bom, entre outros, lideres do povo.
1998, o cacique Chucuru, Francisco de Assis Araujo, foi morto em Pesqueira, Pernambuco, lutando pelas terras ancestrais de seu povo.
Eu juro que em junho, 1893, mais uma vez, o sonho de liberdade se tornou realidade, Velho Antonio Conselheiro, guerreiro, fez da fé o seu escudo, fundou o Belo Monte, conhecido por Canudos.
Aproveito este mês pra citar a vocês algumas das proezas de nossa imprensa negra que trazia conteúdo realidade brasileira, Clarim da Alvorada, Chibata, O Exemplo, Quilombo, A Liberdade, O Alfinete, Medelique, A Raça, Alvorada e a Voz da Raça, levando informação em lar em lar.
Face da Morte.com é só clicar, primeiro semestre na história da memória popular.




Face da Morte - Julho-Agosto-Setembro

Em Julho de 1934, eu relato a morte do lendário Padre Cícero que continua vivo nas orações, nas preces, no coração dos irmãos lá do Nordeste.
Em 1938, 28/07, acontece a emboscada comanda por José Bezerra matando o capitão Virgolino Ferreira, o Lampião, que foi o rei do Cangaço no Sertão.
1969, o ano que levaram o cofre com 2 milhão e meio de dólares da casa de uma amante do governador Ademar, 13 homens da Vara Palmares realizaram a empreitada o dinheiro fortalece ainda mais a luta armada. No ano seguinte, nas escadas do Teatro Municipal, é lançado em Minibú, em São Paulo, capital.
Em 1926, no mês de agosto segue a luta do povo, vamos de novo pra Bahia, pois lá se constituía o Quilombo do Capula lugar de muita luta onde os negros seqüestrados filhos dos senhores brancos pra vendê-los aos ciganos, revidar o que aconteceu antes da morte dos irmãos do Quilombo de Abrantes.
União Nacional dos Estudantes nasceu no 7/08/1937 e até hoje segue na luta popular, coisa que me faz lembrar quebra-quebra dos ônibus da Bahia contra aumento de 61% das tarifas, mais uma patifaria, nunca se esqueça maluco sempre se lembre no mesmo ano apedrejaram ACM.
1983, parabéns a vocês fundadores da CUT, felicidade aos trabalhadores do campo e também os da cidade.
1897, 22 de setembro, eu me lembro da morte do velho guerreiro Antonio Conselheiro
1931, Frente Negra Brasileira
1971, a morte de Lamarca, mas que um homem uma bandeira que nunca mais se apaga da memória brasileira
A Ditadura fechou o acesso aos estandes, 1980, a greve dos estudantes promovida pela UNE, durante três dias mobilizou um milhão na luta contra a covardia.
Em 1999, não se viu, mas em Brasília aconteceu a Marcha dos 100 mil.




Face da morte - Outubro-Novembro-Dezembro

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Pesquisando, pesquisando olha só o que eu descubro em 1665, durante o mês de outubro Portugal proibiu a extração de sal no Brasil-Colonial, o povo se revoltou, incendiou, saqueou a casa dos contratadores, os lusos exploradores.
29/10/1925, então seja bendito o invicto Luis Carlos Prestes, o líder vitorioso da nossa Coluna Prestes que percorreu a pé ou a cavalo 25 mil Km em mais de 12 Estados, enfrentando oligarquias locais, as forças federais, tornando presos livres, pregando o voto livre, distribuindo terras, agindo contra a miséria, sacudiram a estrutura, onde passavam destruíam instrumento de tortura, por 24 meses ainda queimaram documentos anulando dividas dos camponeses.
Ainda esse mês, eu lembro a vocês, o Congresso da UNE em Ibiúna, olha só o que aconteceu, prenderam mais de 1000 estudantes, entre eles José Dirceu, Vladimir (o extravaso), um tremendo arregaço.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Caminhando contra o vento, começo novembro, dia 07/11/1837, se liga no que acontece, a Sabinada declarava a independência da Bahia.
Em 1910, no Rio acontecia a Revolta da Chibata maior da nossa marinha
Em 1912, o Contestado liderado pelo monge João Maria, em Santa Catarina, também já passei por lá.
1969, me lembra Mariguela figura lendária na luta pela causa, um grande militante pensador da luta armada
1936, vêm na memória outra vez, Caldeirão da Santa Cruz, louvado seja meu Jesus, comunidade que crescia, igualdade prevalecia, incomodou oligarquias que aliadas ao governo apontaram seus cachões, utilizaram aviões pra metralhar bombardear o povo de José Lourenço.
É muito triste, mas eu lembro e continuo dizendo que em 14 de novembro, 1991, aconteceu mais um ato em favor do bem, as entidades as entidades negras se reúnem no ENEN fundando o CONEN, pra quem não sabe Coordenação Nacional das Entidades Negras, firmeza.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força

Já chegamos em dezembro, daqui a pouco a letra acaba, mas dá tempo de lembrar a Revolta de Juriacaba, no Amazonas, as margens do Rio Negro, onde morreram milhares de índios, verdadeiros brasileiros
Não posso ir embora sem passar no Maranhão, mandar um çalve pra os meninos sangue B, nordestino e muitos outros camaradas dessa terra abençoada, onde ocorreu a tão famosa inesquecível Balaiada, em 1938, muita luta muito esforço acabaram derrotados pelo duque puxa-saco, conhecido por Caxias, quem diria que hoje em dia vira nome de pracinha, caquete traidor, metido a esperto, pior que hoje em dia ele é patrono do exercito, não poupou e fuzilou, e nem teve tempo de rezar, pobre Anjo Pomar, 1976, quando tinha 63 e Anjo Arroio que tinha 48 - em reunião do Comitê do PCdoB
É... Só pra lembrar a vocês, foi no dia 16 o massacre da Lapa, sem esquece de outro cara que foi muito valioso, 1988, foi morto outro líder de minha gente, meu registro é em memória deste homem competente, que Jesus guarde sua alma, glorioso Chico Mendes.
Foram três dias pra escrever, mas tenho orgulho de saber que estou passando pro meu povo um pouco de informações, de conscientização, auto-valorização, obrigado sangue bom pelo dom de me entender.
Face da Morte sempre, sempre, ponto com você.

Pisa nesse chão com força, sócia - Pisa nesse chão com força




Faraó Divindade do Egito - Olodum

Deuses!
Divindade infinita do universo
Predominante
Esquema Mitológico
A ênfase do espírito original
Exu!
Formará
No Eden um novo cósmico...
A Emersão!
Nem Osíris sabe
Como aconteceu
A Emersão!
Nem Osíris sabe
Como aconteceu...
A Ordem ou submissão
Do olho seu
Transformou-se
Na verdadeira humanidade...
Epopéia!
Do código de Gerbi
Eu falei Nuti
E Nuti!
Gerou as estrelas...
Osiris!
Proclamou matrimônio com Isis
E o mal Seth
Hiradu assassinou
Impera-ar
Horus levando avante
A vingança do pai
Derrotando o império
Do mal Seth
Ao grito da vitória
Que nos satisfaz...
Cadê?
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton
Hei Gize!
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton...
Eu falei Faraó
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Pirâmide da paz e do Egito
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Hum! Pelourinho
Uma pequena comunidade
Que porém Olodum um dia
Em laço de confraternidade
Despertai-vos
Para cultura Egípcia
No Brasil
Em vez de cabelos trançados
Veremos turbantes
De Tutacamom...
E nas cabeças
Enchei-se de liberdade
O povo negro pede igualdade
Deixando de lado
As separações...
Cadê?
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton
Hei Gize!
Tutacamom
Hei Gize!
Akhaenaton...
Eu falei Faraó!
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Pirâmide da paz e do Egito
Êeeeeh Faraó!
É!
Eu clamo Olodum Pelourinho
Êeeeeh Faraó!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Egito, Egito Êh!
É!
Que Mara Mara
Maravilha Êh!
Egito, Egito Êh!
Egito Egito Ê
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!
Faraó ó ó ó Ó!




Fazendo Escola - Face da Morte

A chama da liberdade se renova;
Face da Morte, MPB um som á toda prova;
Traz passo á passo, data á data a necessidade;
De se conhecer e amar o Brasil de verdade;
Crimes contra a humanidade, crimes de guerra;
Cabeças expostas nas praças, o povo acoitado nas janelas;
Choques, saques torturas;
Levando ao caixão lacrado ou á loucura;
Muitos morreram enxergando o futuro;
Mesmo trancafiados em solitárias cercados pelos mais altos muros;
É a chama da liberdade que está acesa, não no pavio;
E sim no coração de cada camarada revolucionário do Brasil;
Não só em Lampião, Mariguelo, Leomar, Oswaldão, Antonio Conselheiro;
Inspirações de GOG sim rapper guerrilheiro;
A chama da liberdade está acesa em você moleque;
É você que aí de esquina carrega a PT;
Está na hora de ir ao banheiro;
E dar descarga nos maus pensamentos parceiro;
O barraco é a trincheira, a inveja é a besteira;
Olhe ao seu lado, a senhora chega ensangüentada;
O médico diz não tem mais jeito, não tem mais leito;
Olhar a criança catando lixo;
Olha o abismo que separa o pobre e o rico;
A liberdade não pode ser algemada;
Deve sempre estar de mãos dadas com os homens de bem;
Veja as fotos da felicidade que está estampada na Passeata dos Cem Mil;
Sinta a força do rap nacional invadindo o Brasil;
GOG, Aliado G, Mano Ed, Viola;
Face da Morte idéia forte fazendo escola.




Feitiço da Vila - Noel Rosa/Vadico

Quem nasce lá na Vila
Nem sequer vacila
Em abraçar o samba.
Que faz dançar os galhos do arvoredo
E faz a lua nascer mais cedo
Lá em Vila Isabel
Quem é bacharel
Não tem medo de bamba
São Paulo dá café, Minas dá leite
E a Vila Isabel dá samba.
A Vila tem um feitiço sem farofa,
Sem vela e sem vintém
Que nos faz bem.
Tendo nome de princesa
Transformou o samba
Num feitiço decente que prende a gente.
O sol da Vila é triste,
Samba não assiste.
Porque a gente implora:
Sol, pelo amor de Deus,
Não venha agora que as morenas vão logo embora.
Eu sei tudo que faço
Sei por onde passo
Paixão não me aniquila.
Mas, tenho que dizer,
Modéstia à parte, meus senhores,
Eu sou da Vila.




G.R.E.S. Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 1995

Que felicidade !

Eu vim da França convidado pelo rei
Eu trouxe a arte e me espantei maravilhado
Quando aqui um paraíso encantado encontrei
Índios, brancos e negros
Em harmonia racial
Realçando a natureza deste país tropical

Todo o encanto em poesia, oi ...
Traduzi nos meus painéis, (eu pintei)
Pintei, bordei, aquarelei,
Coloquei amor nos meus pincéis
Iluminado parti,
No céu fui descansar
Tempos depois em Paris renasci
Um triste espanto me fez lamentar
Notícias más, de homens maus,
Perturbando a paz, criando o caos ...
Voltei, o que havia ?
Desigualdades da evolução
Quando um grito de alegria
Prenuncia a nova civilização
Brasil, Brasil, Brasil .... ô ô
É campeão !! É campeão !!

Vai raiar o dia,
O meu terceiro espanto aconteceu
Eu sou Debret, a minha arte é fantasia
Explode Viradouro, o carnaval sou eu




G.R.E.S Unidos do Viradouro - Samba-Enredo 2006

Arquitetando Folias
Brasil! Terra de encantos mil
Em que a miscigenação
Alterando os conceitos, incentiva a criação
Vindos do além-mar, não poderiam imaginar
Quanta beleza: a natureza
Pros nativos era um lar
Nas obras de pedra-sabão
Barroco, fé e devoção
Nas senzalas eu vi brotar
A nova raça brasileira
Com a moda de Paris
A burguesia faz seu carnaval
Resiste, reluz o samba
E o artista arquiteta o visual
Chega de ver tanto sonho desabar!
A humanidade deve mudar
Favela, ô, favela!
O teu passado me faz lembrar
Dos tempos em que a noite estrelada
Salpicava a morada
Obrigado, meu Senhor, por ter iluminado
A mente desse homem pelo mundo consagrado
Que fez cidade sem igual
Museu como nave espacial
Arquitetando folias
Na apoteose, sou astro principal!
De vermelho-e-branco, amor, vou sambar!
Seja onde for, terra, céu e mar
De braços abertos, que emoção!
A Viradouro mora no meu coração!

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