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sábado, 31 de dezembro de 2011

2011: Despertar coletivo frente à injustiça mundial (+ Vídeo)

As comunidades zapatistas podem ser um ponto de partida viável para que homens e mulheres nos atrevamos a experimentar a construção de outra civilização baseada na solidariedade e não na exploração.

San Cristóbal de las Casas, Chiapas, México.

Os movimentos de insubordinações que durante o ano de 2011 se manifestaram em diversos lugares do mundo como Túnis, Egito, Iêmen, Espanha, Grécia, Itália, Chile, Colômbia, Estados Unidos e Grécia “refletem um sentimento generalizado de injustiça e a possibilidade de que um despertar coletivo possa intensificar as reações de rechaço que temos visto até agora”, advertiu Jérome Baschet, doutor em Historia da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, durante a primeira jornada do segundo seminário internacional de reflexão e analise: “Planeta Terra: movimentos antisistemicos” que se celebra de 30 de dezembro a 2 de janeiro na Universidade da Terra, nos arredores de San Cristóbal. 



“A lógica de produção capitalista está fazendo com que percamos o controle de nossas vidas e é hora de recupera-la”, continuou Baschet. “O movimento mundial tem emergido como uma encruzilhada de todas as lutas: a luta contra o despojo de bens matérias, de terras, de formas de viver, de capacidade de decidir. É um movimento que convoca a todos os que se sentem despossuídos”.  

Por sua vez, a antropóloga feminista, Mercedes Oliveira, assinalou que por estar fora da lógica mercantilista, como têm feito às comunidades zapatistas, pode ser um ponto de partida viável para que “homens e mulheres nos atrevamos a experimentar a construção de outra civilização baseada na solidariedade e não na exploração, a experimentar a criação de sentido humano da existência, recuperar o sentido vital da terra e a sustentabilidade da produção para o consumo, a poder ensaiar novas formas de utilizar e cuidar os recursos naturais, e deste modo possamos mudar e orientar mossas estratégias até a construção de um novo paradigma de desenvolvimento e experimentar um processo civilizatório baseado na vida e não na distribuição, como tem feito os zapatistas em seu processo autônomo”.  

Provenientes de diversas cidades do México, de comunidades indígenas de Chiapas e do resto do país e de países como Argentina, Itália, Alemanha, França, Austrália, Iugoslávia, Porto Rico e Chile, centenas de trabalhadores se congregam no Centro Indígena de Capacitação Integral (CIDECI) para escutar as reflexões que intelectuais e investigadores expõem em torno dos movimentos antissísmicos mundiais.

Durante a sessão matutina da primeira jornada, se apresentou o livro de Jean Robert e Majid Rahnema, A potencia dos pobres, o qual foi comentado por Ana Valadez, Xuno Lópes, Carlos Manzo e Rafael Landerreche, os quais também debateram a respeito do verdadeiro significado epistemológico da pobreza e da riqueza.

“A potência dos pobres é um livro que não nos deixa inferentes e que faz pensar em torno da diferença que existe entre um homem de poder e um ser com potência. O poder corrompe, mas, a falta de poder (entendendo este como a potência revolucionária que existe em cada ser humano) corrompe ainda mais”, assegurou Rafael Landerreche durante sua participação.

Mais tarde, durante a sessão vespertina, Mercedes Oliveira, Xóchitl Leyva e Jérome Baschet refletiram em torno da importância do movimento zapatista e sobre as consequências que a repressão e a guerra de baixa intensidade tem feito ao desenvolvimento da autonomia dos povos indígenas, e sobre como as politicas de produção capitalista têm provocado os levantamentos na Europa, América Latina, Estados Unidos e os países árabes durante o ano de 2011.

O seminário de movimentos antissistemáticos se realiza no contexto do 18 aniversario da insurreição do Exercito Zapatista de Libertação Nacional (EZLN). Nesta ocasião participam também os representantes de movimentos sociais, reconhecidos intelectuais e investigadores, como Pablo Gonzáles Casanova, Boaventura de Souza, Fernanda Navarro, Javier Sicilia, Jean Robert, Paulina Fernández e Gustavo Esteva, entre outros.  
O encontro continuará nesse 31 de dezembro com a temática do movimento de indignados no mundo, e as diferentes experiências de resistências na América, com a participação de Paulo Oliveira, do Chile; Danay Quintana e Boris Nerey, de Cuba; Julieta Paredes, da Bolívia; Luis Andrango, do Equador: e do movimento Ocupa Wall Street e Movimento pela justiça do bairro; também de Marvish Ahmad, Paquistão.

Fonte:


Tradução:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)

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