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quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

As burocracias abortam processos revolucionários e libertadores

Por: José Justiniano Lijerón

Não é nem uma revelação, nem uma descoberta recente de que a pequena burguesia burocrática, herdada de regimes antinacionais ou a que vão criando, com crachá do partido de governos revolucionários ou progressistas (sem controle das bases), tem a capacidade e a astúcia de ir se convertendo em um risco iminente, similar ao perigo latente dos inimigos de classe de todo processo libertador e revolucionário.

É a imperiosa necessidade e as circunstâncias em que os povos, junto a suas direções políticas, tomam ou ganham o direito de governar um país, chegando a este momento culminante depois de intensas lutas, e dão de cara com a realidade concreta: de que são necessários especialistas, técnicos, economistas, engenheiros e peritos na gestão das coisas do Estado e, geralmente, o que está mais próximo é a burocracia pequeno-burguesa e viciada dos regimes anteriores.

Estas burocracias, sem nenhum ou pouco controle por parte do alto governo e principalmente pelos setores populares, começará seu trabalho contaminando os novos funcionários com o crachá do partido, para ir formando uma nova classe da pequena burguesia burocrática e conformar um espírito de corpo em defesa dos seus próprios interesses particulares.

Esta burocracia pequeno-burguesa prejudicial, foi com a que Lenin teve que se encontrar nos primeiros anos do governo dos soviets, em 1917, quando diante da carência de técnicos e especialistas nas filas do proletariado para administrar o novo Estado Socialista, produto de uma revolução, teve que recorrer à burocracia de fora do partido, mas não sem antes explicar para todas as bases a necessidade de ter que contratar e, além do mais, pagar bem esses burocratas, mas ao mesmo tempo de advertir ao perigo que significava para o processo esta medida do governo.

Também deu as pautas para controlar e vigiar esta necessária incursão ao governo, para agilizar as contas e mecanismos burocráticos do novo Estado nascente, assim mesmo começou os esforços para incentivar o conhecimento nas filas do proletariado, em busca de ter seus próprios quadros técnicos que tivessem o conhecimento para trabalhar nos mecanismos do Estado.

Com a morte de Lenin, a luta do Estado soviético continuou sendo intensa contra as tramóias estrangeiras, e ao mesmo tempo contra a pequeno-burguesia burocrática, nas filas do partido oficial e do Estado, para depois do golpe de Estado do revisionismo em 1956 de Kruschev, que em seu afã de lutar contra o "culto à personalidade", começou toda uma onda de desprestígio contra Stalin e os erros que ele sim cometeu, campanha utilizada para anunciar a revisão do marxismo-leninismo, e ao revisá-lo acabaram com um dos mais elementares princípios da revolução: a ditadura do proletariado, camuflando com o termo "Estado de todo povo" e reformas econômicas que não tinham nada a ver com um Estado Socialista.

Aqui começou a famosa "coexistência pacífica", como início de uma submissão ao capitalismo mundial, linha que foi obrigada a ser adotada por quase a maioria dos partidos comunistas do mundo, e aqueles que resistiram foram expulsos. Em defesa do verdadeiro marxismo-leninismo, fundaram seus próprios partidos para continuar sustentando os princípios e doutrinas que tinham sido revisados pelos novos burocratas da União Soviética.

Depois do XX Congresso do PCUS na URSS, a burocracia começou a abrir uma porta dos fundos para a restauração do capitalismo. Nesse momento foi o Grande Mao Tsé-Tung quem alertou o mundo todo, que a direção soviética "estava abandonando não apenas Stalin, mas também Lenin e os princípios revolucionários do marxismo", para logo depois da sucessão de acontecimentos nessa direção, chegar à conclusão em 1964 de que "o ascenso dos revisionistas antimarxistas ao poder significava o ascenso da burguesia ao poder".

O trabalho antimarxista de fora e de dentro da revolução para dividi-la, deu seus frutos finais na década de 80, quando se acelera o salto ao sistema capitalista com o colapso da União Soviética em 1991, com os dois personagens de tristes lembranças como Gorbachov e Yeltsin, como representantes e gestores que terminaram o trabalho dessa burocracia que revisou e abandonou os princípios fundamentais do marxismo-leninismo, para chegar ao que hoje é a Rússia: uma potência capitalista. A China se continuar transitando o caminho do revisionismo russo que o grande timoneiro Mao criticou, certamente vai terminar como a Rússia: uma potência capitalista com algumas contradições com o resto das potências capitalistas, pela hegemonia do mundo.

O que aconteceu na URSS e o que vem acontecendo em outros países onde houve verdadeiras revoluções populares com as armas em mãos, são os exemplos mais instrutores para levar em conta, e lutar permanentemente para evitar o sequestro das organizações sociais, partidos revolucionários ou governos progressistas e revolucionários, com o controle e vigilância permanente dos trabalhadores e seus aliados naturais, contra as burocracias pequeno-burguesas, que sempre estão sabotando e sonhando que é possível transitar para uma sociedade de iguais, sem afetar os interesses do capital, ou melhor dito, acreditando que é possível construir o socialismo, dentro dos moldes do capitalismo com o lema de que "tem que governar para todos" e que "aqui cabemos todos", mentira, não se pode governar para ir para o socialismo, fomentando também a direita (o capitalismo), em um processo revolucionário e de libertação nacional, tampouco cabe a burguesia exploradora, só cabem os que queremos revolução e libertação nacional.

Não há processo libertador nem revolução verdadeira sem a participação e condução dos trabalhadores e seus aliados naturais.

Para os que ainda acreditam com entusiasmo que o sistema socialista a caminho de uma sociedade comunista fracassou com o que aconteceu na União Soviética, se equivocam. Quem fracassou foi uma burocracia revisionista e não os princípios fundamentais do marxismo. E com o que está acontecendo hoje em várias partes do mundo, com a rebelião dos povos contra o sistema capitalista, reafirma a vigência do marxismo-leninismo como um guia para a ação e para a libertação das nações.

Os povos não pedem melhoras no capitalismo, exigem revolução social e direta. Sem burocratas nem conciliadores, árdua e difícil tarefa, mas para aí vamos.

Fonte:

http://multimedia.telesurtv.net/pt/opinion/as-burocracias-abortam-processos-revolucionarios-e-libertadores/

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