domingo, 18 de dezembro de 2011
“A liberdade de expressão tem sido reduzida a liberdade de empresa”: Rafael Correia
O presidente equatoriano, Rafael Correia, denunciou no interior da
Comunidade de Estados Latino-americanos e do Caribe (CELAC) “o gravíssimo
problema planetário”, que constitui o poder real, que a seu critério, “são os meios
privados de comunicação”.
O mandatário advertiu que a liberdade de expressão tem sido reduzida a
liberdade de empresa, e sustentou que, o que está no centro do debate não é o
direito a liberdade de expressar-se, a qual – disse – que é o primeiro em
defender, mas, a contradição ética, e até técnica, dos monopólios privados no fornecimento
de um bem público para a sociedade.
Na sessão plenária da Conferência, Correia expôs dois vídeos, um em
que evidenciou os insultos de jornalistas, e outro, no qual mostrou o vinculo
de empresas de impressa com bancos e negócios com o Estado.
Correia sustentou que igual que na época da colônia, criticar ao rei
era questionar a Deus, na atualidade “nos dizem que questionar aos negócios dedicados
as comunicações é atentar contra a liberdade de expressão”.
Isso é tão absurdo, agregou, como dizer que criticar a um presidente é
questionar a democracia.
Disse que, devido ao posicionamento da informação como negocio, a
liberdade de expressão tem sido reduzida a uma suposta liberdade de imprensa,
que sem ética nem profissionalismo, nem adequados controles sociais, está se
reduzindo, por sua vez, a uma simples liberdade de empresa.
Esta liberdade de empresa apenas busca lucro ou poder e eles são os
que decidem quem cala, o que dizemos, como dizemos: desta forma a liberdade de
expressão não é outra coisa que a vontade do dono da empresa (...), liberdade
para eles, não para as grandes maiorias, seguimos escravos dos que nos querem
dizer ou calar.
Falou que por temor ao poder real dos meios de comunicação, o
politicamente correto é dizer que preferem os excessos da liberdade de
expressão ao risco de impedi-las, o que é um falso dilema, que permite que
continue o engano social: a liberdade de expressão reduzida à manipulação de
uns quatros meios privados.
O mandatário equatoriano pediu ao foro latino-americano que é hora “de
fazer algo a respeito”, e reiterou que, ao menos no Equador “seguremos
enfrentando a esse ilegítimo e corrompido poder”.
Em outro tema, sustentou que a América Latina necessita de um Novo
Sistema Interamericano já que a Organização dos Estados Americanos “tem sido
sequestrada pelos interesses e visões” da América do Norte.
Neste contexto, expões que um grupo de jornalistas, que supostamente
foram defender a liberdade de expressão diante da CIDH, não informou o alto
grau de confrontação dos jornalistas contra o governo.
Neste ponto divulgou outro vídeo no qual se escuta a Emilio Palacio,
ex-chefe do Jornal El Universo, dizendo abertamente que Correia é um assassino.
Escuta-se também Carlos Vera, apresentador de notícias, referindo-se a
Correia e seu governo como “déspota de Carondelet”, “hipócrita”, “neonazista” e
“farsante”.
Mostrou manchetes de jornais, que considera como distorções, e
editoriais com títulos como “Acerta um tiro no ditador”, entre outros.
Fonte:
Tradução:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)
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