Em abril de 2009, o então auditor Julio César Turbay Quintero chamava a atenção sobre o interesse de investidores e algumas potências estrangeiras de comprarem grandes extensões de terras e títulos de propriedade e de exploração de recursos naturais: “Além da soberania, colocariam em perigo a segurança alimentaria da Colômbia”, disse o funcionário. Há algumas semanas, diversas organizações ambientalistas denunciaram, frente ao Ministério do Meio Ambiente, o que consideram uma “estrangerização” do território: grandes extensões de terras que formam parte dos rios, que nascem no originário Maciço colombiano, têm sido compradas rapidamente por estrangeiros em Putumayo, Huila, Cauca, Catetá, Nariño e no pé do monte da Cordilheira Oriental. “Estariam privatizando as cabeceiras dos rios mais importantes da Colômbia por parte de empresas estrangeiras”.
Segundo o informe ‘Terra e poder’, apresentado pela prestigiosa organização britânica Oxfam há uns dias, a “Colômbia, tanto pela qualidade de suas terras como por sua água, é um dos países mais vulneráveis do mundo” quanto à perda de domínio sobre seu território em termos de aquisição massiva de suas terras por parte de estrangeiros e para as quais não existe nenhuma regulamentação que limite, como a que se acaba de aprovar na Argentina. Um dos aspectos menos conhecido na conflitiva geopolítica, do ano que acaba de terminar, tem sido a corrida para a aquisição e o controle de terras férteis no planeta – uma boa parte do continente africano e grande áreas na América Latina – por parte de potências ricas ou emergentes, mostrando que será um problema crucial nas relações internacionais do século XXI.
Há um par de semanas, o Parlamento da Argentina, um dos líderes mundiais na produção de alimentos, aprovou uma lei para por corte na venda de seu território a estrangeiros, que já alcança 10% por cento, com o objetivo de que nunca supere os 15% por cento, e pondo limites a extensão de propriedades faraônicas em solo argentino. Segundo um recente informe da Organização para a Agricultura e a Alimentação (FAL), em 2011 se dispararam os preços dos alimentos e a febre pela aquisição multinacional de terras cultiváveis e de regiões ricas em água.
Segundo o documento, que acaba de divulgar a FAO sobre ‘O estado da insegurança alimentaria no mundo’, o aumento mundial dos preços nos alimentos como o arroz, trigo, milho e sementes oleaginosas seguirão aumentando para cerca de 50% por cento daqui a 2020, devido à especulação nos mercados, que levarão ao pânico os preços das matérias-primas nas bolças de valores. E essa, junto com as previsões futuras do gigante asiático e os países árabes mais ricos, é a causa das operações de compras invasivas dos territórios, que estão se produzindo na África e que se anunciam na América Latina.
Em 1991, o maior banco financeiro do mundo criou um novo instrumento especulativo, o Goldman Sachs Commodity Index, um índice de 18 produtos básicos – trigo, cacau, carne de porco, arroz e café, cobre e petróleo – para que os corretores pudessem jogar também no que até então era um mercado especializado. De acordo com o especialista da Conferência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (Unctad), Joerg Mayer, “o mercado dos alimentos se tem convertido em um casino”.
Fonte:
http://albatv.org/Potencias-ricas-buscan-adquisicion.html
Tradução de:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)
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