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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A América Latina constrói o porvir, afirma vice-presidente boliviano

Na América Latina se está construindo hoje o porvir do século XXI do mundo, afirmou o vice-presidente de Bolívia, Álvaro García Linera, de visita na Cidade de México.

Nunca antes tinham coincidido tantos governos progressistas na região. "É um momento único na história", sublinhou García Linera em diálogo com Prensa Latina.

O vice-mandátario apontou que nesta região do planeta "estamos buscando um horizonte para além do neoliberalismo e pudemos suportar como continente os embates da crise do capitalismo".

É uma boa situação, temos que a consolidar e expandi-la, apontou o dirigente boliviano para quem os exemplos de Cuba e Venezuela propiciaram que "surjam pequenos fios emancipativos, os quais podem chegar a se converter em torrentes".

Disse que a nação insular manteve a tocha no instante em que tudo parecia escuro, em referência à desintegração do campo socialista na década do 90 do século passado.

Igualmente ponderou sobre a possibilidade de que cada povo faça seu caminho a partir de sua própria experiência e mencionou não só os casos de Cuba e Venezuela, mas também os de seu próprio país, Nicarágua e Equador.

García Linera (Cochabamba, 19 de outubro de 1962), deu ontem uma conferência magistral no Instituto de Investigações Econômicas (IIE) da Universidade Autônoma de México (casa de estudos onde se formou como matemático). Ante um auditório repleto, o também ex-professor universitário ofereceu suas análises a respeito das conquistas e desafios do processo de transformação que vive a Bolívia.

Descreveu que dito processo se sustenta sobre a base do plurinacional (povos indígenas na condução do Estado), a economia plural e a autonomia.

Além disso, reconheceu que todo processo em formação gera contradições que são ao final fonte de desenvolvimento. "Decidimos cavalgar essas contradições", disse.

E destacou que se algo está claro é que a aspiração é atingir uma sociedade não capitalista, "se chame como se chame", baseada, entre outros aspectos na distribuição equitativa da riqueza.

O destacado sociólogo e crítico Pablo González Casanova, a economista Ana Esther Ceceña, assim como representantes do corpo diplomático, entre eles o embaixador de Cuba no México, Manuel Aguilera de la Paz, estiveram entre os assistentes à palestra.

O vice-presidente do país andino recebeu uma medalha comemorativa do IIE, entregue por sua diretora, a doutora Verónica Villarespe.


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