domingo, 19 de fevereiro de 2012
EUA-Irã: De quem será a culpa em caso de uma guerra atômica? (+Vídeo)
Na véspera de uma nova visita da delegação do
Organismo Internacional de Energia Atômica ao Irã, William Hague, ministro de
Relações Exteriores da Inglaterra, advertiu que as ambições nucleares de Teerã poderiam
arrastar o mundo para “uma nova Guerra Fria”, desta vez com epicentro no
Oriente Próximo. Segundo Hague, se o Irã não abandonar seu programa nuclear
outros países da região também irão desenvolver armamentos atômicos.
O mundo pode estar muito próximo frente a uma “corrida
mais séria de proliferação de armas nucleares desde que estas se inventaram,
com todos os efeitos desestabilizadores que isso acarreta”, sublinhou o chefe
da diplomacia britânica, segundo descreve o diário Daily Telegraph.
Ao mesmo tempo, a BBC informa, citando como fonte a
um diplomático destinado a Viena, que Teerã segue adiante com seus planos e que
se esforça para instalar novas centrífugas para enriquecer urânios, também, no
centro nuclear próximo da cidade de Kuma.
Se tiver a possibilidade de uma catástrofe nuclear
no Oriente Próximo, está provem de Israel, EUA, Grã Bretanha e França, opina,
por sua vez, o analista político Adrian Salbuchi. São potências nucleares e têm
forças armadas que, obviamente, portam armamentos atômicos, insiste. E uma
parte destas forças está presente no Golfo Pérsico, na região ‘quente’ do
Estreito de Ormuz e em toda região próxima do Irã, sublinhou o analista.
“Fala-se de buscar a paz por via diplomática. No
entanto, a esmagadora presença militar dos EUA, Grã Bretanha e França com
porta-aviões, com destruidores, com caças de bombardeio, insiste, com
armamentos nucleares nesta região, é obvio que vai intranquilizar um país como
o Irã. Cá, os que estão procedendo de uma forma irresponsável e agressivas são
as potências ocidentais”, comenta.
“Um dia depois de que os EUA e a UE confirmaram que
Teerã está disposto a negociar seu polêmico programa nuclear com a comunidade
internacional, Ehud Barak, o ministro de Defesa de Israel, chamou para se
acelerar a introdução de mais sanções contra Teerã. Tem insistido em que é necessário
fazê-las antes que o Irã entre em uma zona de invulnerabilidade”, quando seu
potencial atômico o permita não se preocupar diante da ameaça de um assalto armado
contra seus objetivos nucleares.
Por sua parte, Teerã responde ao aumento da
presença da marinha de guerra dos EUA, Grã Bretanha e França, em suas
proximidades, com o anúncio de novas manobras militares no Estreito de Ormuz e
o envio de dois buques de guerras – o destruidor Shahid Qandi e o barco de
abastecimento Kharg – ao Mar Mediterrâneo. Os buques iranianos navegam através do
Canal de Suez – sob a autorização das autoridades egípcias – para chegar sexta-feira
ao porto sírio de Tartus, a uns 220 quilômetros ao noroeste de Damasco.
Segundo o comandante da Armada iraniana, o
almirante Habibollah Sayari, a tarefa da missão é proporcionar formação
marítima as forças navais da Síria, em cumprimento do acordo bilateral assinado
há um ano. É a segunda, vez desde a
Revolução Islâmica de 1979, que os navios militares do país pisam as águas
internacionais do Mediterrâneo. A presença das embarcações iranianas na região
é uma mensagem de “paz e amizade” aos países da região e um manifesto de grande
poderio do Irã, declarou Sayari, sábado. As naves militares iranianas
atravessaram o Canal de Suez pela primeira vez em fevereiro de 2011, também,
com a missão de visitar alguns portos sírios. Naquela ocasião, Israel
qualificou o fato como uma “provocação”.
Para a semana que vem está programada uma nova
visita da delegação do Organismo Internacional de Energia Atômica (OIEA) ao
Irã, com o objetivo de avançar nas análises do programa nuclear do país. Salbuchi
não se mostra otimista tampouco a respeito desta missão. “Fica claro que a OIEA
já tem caído, praticamente, sob o controle das potências ocidentais,
notadamente, dos EUA, Grã Bretanha e França, que são as que realmente tomam as
decisões”, sublinhou.
“Estão buscando de uma maneira ou de outra ‘casus
belli’, uma desculpa para ficar contra ao Irã, o que na época fizeram com o
Iraque sem um ‘casus belli’ real, porque, logo se descobriu que as inexistências
armas de destruição em massa eram uma mentira. Parece que não querem voltar a repetir
o papelão e estão preparando um pouco melhor esta ingerência de demonstrar um
suposto plano nuclear por parte do Irã que não existe”, insistiu.
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na
luta faz história)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário