domingo, 5 de fevereiro de 2012
Irã se prepara para guerra
O Irã aumentará gastos de defesa quase duas vezes e
meia desde março de 2012, disse o presidente da Republica Islâmica Mahmoud
Ahmadinejad. Os EUA, entretanto, estacionaram no Qatar uma esquadrilha de
bombardeiros estratégicos. Especialistas acreditam que uma operação militar dos
países ocidentais e Israel contra o Irã está se tornando cada vez mais real, e suas
implicações para a região e para o mundo inteiro serão imprevisíveis.
Os EUA e seus aliados continuam a mover tropas e
equipamentos para a região do Golfo Pérsico. Os militares chegam à ilha de
Masirah ao largo da costa de Omã, onde a Força Aérea estadunidense se baseia
numa base militar. Mais de 10.000 soldados norte-americanos estão testando em
Israel o sistema de defesa antimísseis do país. Várias brigadas de até 15.000
militares estão estacionadas no Kuwait.
Centenas de bombas capazes de penetrar
fortificações foram transportadas para a base dos EUA na ilha de Diego Garcia
no Oceano Índico, enquanto que dois grupos de ataque norte-americanos com
porta-aviões estão patrulhando na região do Golfo Pérsico. Um outro
porta-aviões, o submarino nuclear Annapolis e o contratorpedeiro Momsen poderão
se juntar a esses grupos. Vários bombardeiros, aviões de transporte, aviões de
reabastecimento e aeronaves de alerta aéreo antecipado já estão estacionados na
base norte-americana no Qatar. Os aliados dos EUA – a França e o Reino Unido –
também estão movendo suas forças militares para os Emirados Árabes Unidos e a
Arábia Saudita.
Estas ações sugerem que os EUA e Israel estão
preparados para usar força contra o Irã, acredita o professor Serguei
Drujilovsky da Universidade de Relações Internacionais de Moscou.
Um conflito militar é bem possível. Se não houvesse
a experiência anterior de Afeganistão, Iraque e Líbia, poderia haver dúvida.
Mas agora os Estados Unidos sentem que já praticaram o suficiente os aspectos
militares de operações de ponto e ataques relâmpago. Há apenas um problema – no
Irã não existe uma “quinta coluna”, como era o caso no Iraque e no Afeganistão.
Quando há pessoas que estão dispostas a derrubar o regime juntamente com os
Estados Unidos, bombardeamentos de ponto não custam nada. Esses bombardeamentos
não têm qualquer efeito, não há nada para bombardear lá. Há apenas uma ideia –
derrubar o regime que é como um osso na garganta da América e do Ocidente em
geral. A questão é se o povo do Irã em sua maioria está pronto para resistir à
agressão ou não.
Entretanto, os chefes da inteligência de Israel
informaram que o Irã teria urânio enriquecido para a produção de quatro bombas,
e o caráter pacífico do programa nuclear da República Islâmica não é mais que
um blefe. Esse tipo de injeções de informação são necessárias para formar do
Irã uma imagem de inimigo e para justificar a possibilidade de uma operação
militar, disse o especialista do Instituto de Estudos Orientais Vladimir
Sotnikov em entrevista à Voz da Rússia:
A situação é explosiva. As chances de uma operação
militar de Israel ou Estados Unidos contra o Irã são grandes. Mas é apenas uma
possibilidade, porque nos Estados Unidos começa a fase ativa da campanha
eleitoral. E o presidente Obama não vai ter coragem de se envolver em outro
conflito quando ainda não foram resolvidos os conflitos no Iraque e no
Afeganistão. Mas o Irã é uma grande ameaça para Israel, e os líderes do país
podem chegar à conclusão que é necessário resolver o problema pela força.
As consequências econômicas são igualmente
imprevisíveis porque os preços do petróleo aumentarão fortemente. E o embargo
sobre importação do petróleo iraniano para a União Européia vai atingir não só
no Irã, mas também a própria UE.
No entanto, a possibilidade de evitar um novo
conflito militar ainda existe, embora seja cada vez mais elusiva. Por exemplo,
os peritos da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se deslocarão ao
Irã em 21 de fevereiro para discutir o programa nuclear do país.
Fonte: http://portuguese.ruvr.ru/2012/02/03/65247476.html
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