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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sindicatos espanhóis convocam mobilização contra reforma trabalhista

Os dois principais sindicatos da Espanha convocaram uma mobilização para o próximo domingo contra a reforma trabalhista aprovada pelo Governo de Mariano Rajoy. Consideram que a normativa é “um ataque sem paliativo” aos direitos dos trabalhadores.

O chamado a mobilização foi realizado pelos secretários gerais da Comissão Operaria (CC.OO), Ignacio Fernández Toxo, e da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Cándido Méndez, num multitudinário ato realizado terça-feira em Madri, (capital), por ambas centrais operarias.

Fernández Toxo e Méndez reiteraram seus rechaços a uma modificação do mercado de trabalho, que barateia e facilita a demissão e concede poderes aos empresários na hora de assinar convenções coletivas.

O máximo representante do CC.OO manifestou que “tem que acumular forças e que se tenha uma greve e que não vai depender dos passos, que a partir deste momento, dê o Governo”. 

“Temos que fazer um trabalho colossal para conseguir a força que alguns acreditam que não temos”, insistiu Fernández Toxo.

Por sua parte, Mendez explicou que a reforma trabalhista “atenta gravemente contra o modelo de convivência e representa um “garrote” nas mãos da classe patronal”.

“Esta lei vai restringir a classe média e aumentarão as famílias pobres, enquanto que no andar de cima haverá poucos com um imenso poder econômico”, considerou o líder da União Geral de Trabalhadores.

Os dirigentes exortaram aos espanhóis para “converter as ruas num autêntico clamor e um viveiro de luta durante a manifestação de domingo”.  

O governo espanhol aprovou sexta-feira passada uma reforma trabalhista que reduz a indenização para os trabalhadores fixos (empregados permanentes) que sejam demitidos de forma improcedente, dos 45 dias por ano atuais a só 33, com um máximo de 24 meses, reduzindo os custos pelas demissões.

Além disso, busca modificar as políticas ativas de emprego e diminuir as reformas antecipadas, salvo em casos excepcionais, ao tempo em que colocará freio ao uso das prestações (parcelas) de seguro desemprego, como mecanismo de reforma disfarçada.

Esta reforma é a terceira do governo conservador espanhol, enquanto a agitação social não deixa de crescer na Espanha, onde, em média, se leva a cabo uma manifestação por semana.  

Na semana passada, o chefe de Governo espanhol, Mariano Rajoy, reconheceu que a emenda “vai me custa uma greve”.

No final de 2011, o desemprego na Espanha havia afetado a 22,85% da população economicamente ativa. Esta taxa é quase três vezes mais elevada que em 2007, quando o desemprego alcançou uma taxa de 7,95%, por certo, graças ao crescimento do setor imobiliário.  

O Banco Central da Espanha, a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) tinham pressionado ao Governo espanhol para que reformasse quanto antes o mercado de trabalho, considerado demasiado “rígido”.

Fonte:

Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)

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