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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Canção Nordestina - Tribo de Jah

Eh todo o povo nordestino,

Esse povo esquecido,

Inda é tempo de lembrar,

Toda essa gente brasileira,

Essa gente hospitaleira,

Que vive nesse lugar...


Da Chapada do Araripe, do belo Cariri,

Às margens do Parnaíba, Picos e Piri-Piri,



Do Raso da Catarina, Arapiraca, Itabaiana,

Subindo o São Francisco, nas terras pernambucanas.

Caruaru, Serra Talhada, Juazeiro, Petrolina,

Garanhuns, Campina Grande, Mossoró, Araripina,

Toda a gente de valor oprimida no sertão,

Povo bom, trabalhador, mas não parecem cidadãos.

São anos de abandono e submissão,

Descaso dos governantes, completa omissão,

Tanta terra desprezada e a miséria acelerada

Corroendo o coração.

A corrupção e a ganância, a incompetência, a inoperância,

Pragas que não se acabam e consomem a cada um,

Tanto dinheiro desviado em projetos inviáveis,

Do interesse só de alguns.

É preciso dar mais atenção à causa do nordestino

Que segue seu destino à margem da nação,

À causa do nordestino que segue seu destino

Sempre à margem da nação.

E por falar em projetos, se o sertão fosse irrigado,

Seria o novo eldorado, o celeiro da Federação.

O nordestino não saía emigrado, retirante humilhado

Pelo resto do país, sem destinação.

Agora veja : Transamazônica, Ferrovia do Aço,

Usina Nuclear, bilhões desperdiçados,

Só idéias infelizes!

O governo só não fez por que não quis.

Até os Incas irrigaram boa parte do seu império

Quando o Brasil nem tinha sido descoberto e

Não havia carro, trem nem caminhão.

Até parece que querem manter o nordestino na Miséria

Pra facilitar ainda mais a exploração.

Grande foi o Capitão Virgulino Lampião,

Verdadeiro rei, cangaceiro do sertão,

Caiu no cangaço cedo, lutou contra os desmanzelos

Do clientelismo, assassino e opressor

E foi líder guerrilheiro, Hobin–Hood brasileiro,

Homem de palavra,

Cabra bom e brigador,

Tocava o fole e dançava como ninguém,

Inda era compositor e cantava muito bem,

Mulé rendeira de sua autoria,

Emplacou pelo sertão quando nem rádio existia,

Cantava o bom, cantou quem era mau,

Essa é que foi um sucesso nacional.

Olê mulé rendeira,

Olê mulé renda,

Tu me ensina a fazê renda

Que eu te ensino a namorar.

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