ESPERAMOS QUE VOCÊ DEIXE SUAS OPINIÕES, IDÉIAS E QUE VENHA PARTICIPAR CONOSCO DEIXANDO SUAS PROPOSTAS

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fé na utopia libertária

No poema Ideale, escrito por Pietro Gori (1912), há uma sena que se passa a bordo do vapor Vindice. No clímax do drama, Roberto, o herói, declara “com entusiasmo” sua fé na utopia libertária:


Ideal!... profundo

Céu pelo qual se eleva as árduas audácias do mundo!...

Qual é a meta, o ápice? Quem sabe? Vamos! Caminhemos

Por essa trilha infinita, combatendo

Diante do sol, vencedores, sem se importar com a multidão

De gente que ri, e que não tem bandeira.

Nós venceremos. E quando do cimo dos montes,

Vimos o sol resplandecer sobre novos horizontes

E do gênero humano, não mais besta de carga,

Chegar até nós o alegre e elevado idioma

Enaltecendo o amor para além do ódio e da guerra,

Bendizendo a imensa pátria do homem: a terra,

Elevar-se-ão as estrofes das mentes e corações amigos,

E os cantos das esposas, das mães felizes,

E dos velhos – sabedoria!... e das crianças – tesouro

De grandes olhos celestes e cabelos de ouro

Oh, volto então o olhar para a trilha percorrida,

Obscuros mas fatídicos apóstolos da verdade,

Militantes infatigáveis de uma santa utopia,

Talvez cansados e desalentados cairemos pela via,

Mas diante do porvir lançado a grande saudação

Nos sentiremos jovens, orgulhosos de ter vivido.


Escrito por Pietro Gori (1912).


Biografia

Hardman, Francisco Foot (2002: 48). Nem pátria, nem patrão!: memória operária, cultura e literatura no Brasil. São Paulo. Editora UNESP.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Página Anterior Próxima Página Home