Ideal!... profundo
Céu pelo qual se eleva as árduas audácias do mundo!...
Qual é a meta, o ápice? Quem sabe? Vamos! Caminhemos
Por essa trilha infinita, combatendo
Diante do sol, vencedores, sem se importar com a multidão
De gente que ri, e que não tem bandeira.
Nós venceremos. E quando do cimo dos montes,
Vimos o sol resplandecer sobre novos horizontes
E do gênero humano, não mais besta de carga,
Chegar até nós o alegre e elevado idioma
Enaltecendo o amor para além do ódio e da guerra,
Bendizendo a imensa pátria do homem: a terra,
Elevar-se-ão as estrofes das mentes e corações amigos,
E os cantos das esposas, das mães felizes,
E dos velhos – sabedoria!... e das crianças – tesouro
De grandes olhos celestes e cabelos de ouro
Oh, volto então o olhar para a trilha percorrida,
Obscuros mas fatídicos apóstolos da verdade,
Militantes infatigáveis de uma santa utopia,
Talvez cansados e desalentados cairemos pela via,
Mas diante do porvir lançado a grande saudação
Nos sentiremos jovens, orgulhosos de ter vivido.
Escrito por Pietro Gori (1912).
Biografia
Hardman, Francisco Foot (2002: 48). Nem pátria, nem patrão!: memória operária, cultura e literatura no Brasil. São Paulo. Editora UNESP.
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