terça-feira, 27 de dezembro de 2011
A morte de Kim Jong Il e a capitulação de Camila Vallejo
Por Gabriel Martinez (27.12.2011)
Com a morte do líder norte-coreano Kim Jong Il,
diversas organizações políticas comunistas prestaram condolências ao povo
norte-coreano e ao Partido do Trabalho da Coréia. No Brasil, partidos como
Partido Comunista do Brasil e o Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil)
publicaram notas declarando apoio e solidariedade ao governo da RPDC. No Chile,
o Partido Comunista do Chile e o Partido Comunista (Ação Proletária) declararam
apoio e solidariedade ao povo norte-coreano. Como não poderia deixar de ser,
nos dois países, suas classes dominantes reagiram, e de maneira hipócrita e
cínica passaram a denunciar os partidos que se mostraram solidários ao povo
norte-coreano e ao seu governo.
O caso onde a polêmica atingiu maiores proporções
foi no Chile, onde a imprensa burguesa partiu para ofensiva contra o Partido
Comunista do Chile, acusando-o de "apoiar ditaduras". Guillermo
Teillier, presidente do Partido Comunista do Chile, rechaçou as críticas
dirigidas ao seu partido e afirmou que "aqueles que nos criticam são os
que violaram sistematicamente os direitos humanos no Chile". Teillier tem
razão, pois os elementos nazi-fascistas, que acusam cinicamente a Coréia do
Norte acusando-a de praticar "sistemáticas violações contra os direitos
humanos" são aqueles que apoiaram Pinochet, no Chile, e no caso brasileiro
apoiaram a ditadura civil-militar brasileira.
O episódio lembra as acusações que eram feitas no
passado pela burguesia mundial aos partidos revolucionários que apoiavam a
antiga União Soviética e a "China comunista". É o velho
anti-comunismo primário surgindo com força na América Latina.
Para tentar de alguma forma desmoralizar o Partido
Comunista do Chile e as lideranças da juventude ligadas ao partido, que de
certa forma dirigem às diversas manifestações que estão ocorrendo no país, a
imprensa burguesa se aproveita da correta e necessária nota emitida pelo
Partido Comunista do Chile pela morte de Kim Jong Il. Porém, interessante
observamos como foi a reação dos jovens ligados ao Partido Comunista do Chile,
em especial a sua principal liderança, a estudante Camila Vallejo. Camila se
tornou conhecida mundialmente pela sua participação ativa nas manifestações
estudantis, sendo até mesmo eleita como "personalidade do ano" pelo
panfleto britânico The Guardian. Porém, em clara concessão a pressão exercida
pela imprensa burguesa, Camila declarou ao Canal 13 do Chile que a nota de
condolências pela morte de Kim Jong Il "foram um erro" sendo
necessário fazer uma "autocrítica". Camila Vallejo vai além e diz que
ficou "chocada" ao ler a nota. A declaração de Camila Vallejo
representa uma completa concessão ideológica às idéias da burguesia e revela o
seu caráter vacilante. Como Camila Vallejo deseja liderar as lutas estudantis
chilenas capitulando vergonhosamente frente a pressões e provocações tão primárias
feitas pelos setores reacionários da sociedade chilena? Quem precisa fazer uma
urgente auto-crítica é a sra. Camila Vallejo e não o partido em que milita, ou
ela acredita estar acima de seu partido?
Como diria um ditado anti-imperialista norte-coreano:
"Ainda que o cachorro late, o trem da revolução avança". Esperamos
que Camila Vallejo não se junte ao time dos cachorros pró-imperialistas, que
ameaçam o povo norte-coreano e sua república socialista há mais de 60 anos.
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