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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Barack Obama estabelece um Estado Policial dos EUA

Por Michel Chossudovsky*

Obama assina a ‘Lei de Autorização de Defesa Nacional’

Com um mínimo debate nos meio de comunicação, em um momento em que os americanos celebravam o ano novo com suas séries queridas, a “Lei de Autorização de Defesa Nacional” (National Defense Authorization Act), HR 1540, foi assinada pelo presidente Barack Obama. A assinatura teve lugar no Havaí, no dia 31 de dezembro.  

Segundo a “declaração assinada” de Obama, a ameaça da Al Qaeda a Segurança da Pátria constitui uma justificação para revogar os direitos e liberdades fundamentais, de uma só penada.

A polémica declaração assinada é uma cortina de fumaça. Obama disse que não está de acordo com a NDAA, porém, converteu-a em lei.

“[tenho] serias reservas com algumas disposições que regulam a detenção, interrogatório e julgamento de suspeitos de terrorismo”.

Obama implementou o “Estado Policial dos EUA”, embora, reconheça que algumas disposições da NDAA sejam inaceitáveis. Se tal é o caso, poderia ter vetado a NDAA (HR 1540) ou muito bem tê-la devolvido ao Congresso com suas objeções.

A “Lei de Autorização de Defesa Nacional” (HR 1540) é o “presente” do ano novo de Obama para o povo americano.

Ele justifica a assinatura da NDAA como um meio para combater o terrorismo, como parte de uma agenda “contra o terrorismo”. Porém, no fundo, qualquer americano oposto às políticas do governo dos EUA pode - segundo as disposições da NDAA – ser qualificado como “suspeito de terrorismo” e preso sob detenção militar.

“Também, quero esclarecer que minha administração não autorizará a detenção militar indefinida sem julgamento a qualquer americano. De fato, creio que ao fazê-lo se romperia com nossas mais importantes tradições e valores como nação. Minha administração interpreta o artigo 1021 de maneira que se assegure que qualquer detenção cumpra com a Constituição, as leis de guerra, e todas as demais aplicações”.

Barack Obama é advogado (um graduado da Escola de Leis de Harvard). Ele sabe muito bem que a assinatura desta declaração – onde carcareja seu compromisso com a democracia – é puramente estética. Não tem força de lei.

Sua administração “não autorizará” o quê? É uma aplicação de uma lei assinada pelo presidente dos EUA?

O artigo 1021 é muito claro. O executivo não pode negar-se a aplicá-la. A assinatura da declaração de nenhuma maneira invalida ou modifica a efetiva assinatura pelo Presidente Obama da NDAA (HR 1540). Não tem nenhuma incidência na implementação e/ou execução da lei.

“Ditadura Democrática” nos EUA.

A “Lei de Autorização de Defesa Nacional” (HR1540) revoga a Constituição dos EUA. Embora que a fachada de democracia prevaleça, com o apoio dos meios de propaganda, a república americana estará fraturada. A tendência é fazer o estabelecimento de um Estado totalitário, um governo militar vestido com o traje civil.

A aprovação da NDAA está intimamente relacionada com a agenda mundial militar de Washington. A busca da hegemonia militar de todo o mundo requer também a “militarização da Pátria”, isto é, a desaparição da republica americana.  

Em essência, a assinatura da declaração tem a intenção de enganar os americanos e oferecer uma “cara democrática” do Presidente, assim como, foi à implantação do aparelho militar de Estado Policial após 11 de setembro.

As “mais importantes tradições e valores” da Carta de Direitos e a Constituição dos EUA tem sido revogadas de fato e efetivada no dia de Ano Novo, 1 de janeiro de 2012.

A NDAA autoriza a detenção militar arbitraria e indefinida dos cidadãos americanos.

As lições da História

A assinatura da NDAA, as vésperas de Fim de Ano, 31 de dezembro de 2011, será recordado como um marco na historia dos Estados Unidos.

Se colocarmos isso num contexto histórico-comparativo, as disposições pertinentes da NDAA HR 1540 são, em muitos aspectos, comparáveis aos encontrados no “Decreto do Presidente do Reich para a Proteção do Povo e o Estado”, comumente conhecido como o “Reichstag Fire Decree” (Reichstagsbrandverordnung), promulgado na Alemanha sob a República de Weimar, em 27 de fevereiro de 1933, pelo presidente (o marechal de campo) Paul Von Hindenburg.

Estabelecida logo após o incêndio de Reichstag (quer serviu como pretexto), este decreto de Fevereiro de 1933 se utilizou para revogar as liberdades civis, incluindo o direito de Habeas Corpus.

O artigo primeiro de fevereiro de 1933, “Decreto do Presidente do Reich para a Proteção do Povo e o Estado”, suspendeu as liberdades civis com o pretexto de “proteger” a democracia: “Portanto, as restrições da liberdade individual, a livre expressão de opinião, incluindo a liberdade de imprensa, sobre o direito de associação e reunião, e violações de privacidade das comunicações postais, telegráficas e as comunicações telefônicas, ordem de busca em casas, as ordens de confisco,  assim como, as restrições sobre os direitos de propriedade estão permitidas para além dos limites legais a menos que especificado em outra forma” (Art. 1, ênfase adicionada)

A democracia constitucional foi anulada na Alemanha através da assinatura de um decreto presidencial.

O decreto de Incêndio do Reichstag foi seguido em março de 1933 pela “Lei de Habilitação” (Ermächtigungsgesetz), o que permitiu (ou ativou) o governo nazista do chanceler Adolfo Hitler, que invocou poderes ditatórios de fato. Estes dois decretos permitiram ao regime nazista introduzir uma legislação que estava em contradição clara com a Constituição de Weimar de 1919.

No ano seguinte, depois da morte do presidente Hindenburg em 1934, Hitler “declarou a cadeira do presidente vaga” e assumiu o cargo com Führer, a função combinada de chanceler e chefe de Estado.

O presente de Ano Novo de Obama ao povo americano

Dizer que o 1 dia de janeiro de 2012 é “um dia triste para os Estados Unidos” é um eufemismo.

A assinatura da NDAA (HD 1540) é equivalente à militarização da aplicação da lei, a revogação da Lei de Posse Comitatus e a inauguração em 2012 da Policia de Estado dos EUA.

Igual que na Alemanha de Weimar, os direitos e liberdades fundamentais são revogados, com o pretexto de que a democracia está ameaçada e deve ser protegida.

A NDAA é o “presente de Ano Novo de Obama” para o povo americano…

*Michel Chossudovsky, Professor, Canada, 1 de janeiro de 2012.

Nota: Este artigo inclui como anexo da assinatura da declaração de Barack Obama a Lei H.R. 1540, de 31 de Dezembro de 2011. Deixo ao leitor a tarefa de ler e traduzir esta declaração para que seja de domínio público a “justificação” a criminalização do protesto.

Fonte:


Tradução:

Luis Carlos (Redação do Blog o povo na luta faz história)

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