quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
“Com dinheiro do BNDES, até o Sindicato pode administrar aeroportos”
Empresas pagarão R$ 24,5 bilhões para administrar
três aeroportos. A previsão é que o BNDES possa financiar até 80% dos custos.
Com a concessão de três dos principais aeroportos
brasileiros para a iniciativa privada, a previsão é que o Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) possa financiar até 80% dos custos.
Os três grupos vencedores do leilão pagarão R$ 24,5 bilhões para administrar os
terminais de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF.
Juntos, eles respondem por 30% do fluxo de
passageiros e 57% da carga movimentada no país. O diretor do Sindicato Nacional
dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, questiona a participação do BNDES e
alerta que não foram oferecidas garantias por parte das empresas.
“Se fosse
para o BNDES financiar tanto, eu acredito que o próprio Sindicato poderia
administrar esses aeroportos. Em todas as privatizações e concessões no Brasil
tiveram a participação de dinheiro do BNDES. É um modelo neoliberal de
financiamento e lucratividade alta. E, em momento algum eu vejo as concessionárias
apresentarem algum plano de melhoria para o usuário, que é o principal
interessado.”
De janeiro a setembro de 2011, os três aeroportos
registraram 40 milhões de embarques e desembarques de passageiros. Lemos
destaca que o modelo de concessão representa lucro para o governo, empresas,
instituições e até mesmo para o BNDES. Ele defende mudanças que possam resultar
em melhorias para os trabalhadores do setor e usuários.
“O modelo ideal seria, primeiro, um marco
regulatório para o setor aéreo. Segundo, uma política de modernização
administrativa da Infraero. Terceiro, criar legislação específica, como a
Petrobras tem, para facilitar o processo de licitação para as obras de
investimento.”
Ao conceder os aeroportos à iniciativa privada,
entre outros objetivos, o governo pretende acelerar as obras de ampliação para
prepará-los para a Copa do Mundo de 2014.
De São Paulo, da Radioagência NP, Jorge Américo (08/02/12)
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