quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Rússia não aceitará ingerência alguma na Síria
O primeiro ministro russo, Vladimir Putin, afirmou
quarta-feira que a Rússia não aceitará nenhuma forma de ingerência na Síria, e
pediu aos países árabes e ocidentais “que não se comportem como um elefante
numa tenda de porcelanas” com esse país.
“Condenamos, evidentemente, toda forma de violência,
de onde quer que venha. Porém, não é necessário comporta-se como um elefante
numa tenda de porcelanas. É necessário deixar que os sírios decidam sua própria
sorte”, disse o primeiro ministro russo num encontro com dignitários
religiosos.
Desde o inicio das tensões internas na Síria, em
março de 2011, a Rússia expressou sua frontal oposição a toda ingerência externa,
ao tempo em que, os países ocidentais não cessam de exigir a saída do
presidente Bashar Al Assad.
Sobre a situação na Síria e Líbia, Putin estimou
fundamental “deixar a possibilidade de que estes países resolvam seus problemas
por si mesmo”.
Pouco ante, o chefe da diplomacia russa, Serguei
Lavrov, que retornou de Damasco, onde se reuniu com Al Assad – indicou que a saída
do presidente sírio deveria ser decidida pelos “próprios sírios”, como
resultado de negociações entre o poder e a oposição.
As conversações com Assad, que Lavrov considerou “muito
úteis”, se levaram a cabo depois do veto que a China e a Rússia impuseram no
Conselho de Segurança da ONU, sábado, a um projeto de resolução preparado pelos
países árabes e ocidentais condenando a Síria.
O veto de chineses e russos desatou a indignação de
países ocidentais e árabes, e foi qualificada pela oposição síria uma “permissão
para matar”.
O governo russo fez saber que não aceitaria um
cenário como o da Líbia na Síria, um ponto que Putin destacou quarta-feira.
Putin criticou a intervenção da coalizão internacional
dirigida pela OTAN na Líbia, que levou a caída, em outubro passado, do governo
de Muamar Gadafi.
Segundo Putin, em numerosas aldeias da Líbia, que aprovava
o governo do coronel Gadafi, “se produziram e prozem terríveis excessos, mas ninguém
fala disso”.
“Estas são as horríveis consequências da ingerência
estrangeira, sobretudo, a militar”, apontou.
A Rússia, membro do Conselho de Segurança da ONU, se
absteve em março de 2011, numa votação sobre as operações internacionais contra
as forças de Gadafi. Porém, considerou, uma e outra vez, que os ataques de
aviões da OTAN contra a Líbia estavam fora do marco dessa resolução.
A três semanas da eleição presidencial russa, na
qual Putin se perfila como favorito, “Rússia mantém uma posição clara e firme,
ditada pelos interesses do Estado”, disse para a AFP, o analista Boris Dolgov.
Fonte:
Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na
luta faz história)
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