Cornel West, conhecido cientista e catedrático da Universidade de Princeton, foi em 2008 um dos mais incondicionais partidários do atual presidente dos EUA. “Acredito que ele tem visão, frescura e ademais é também novo”, disse West durante seu discurso diante dos eleitores do então candidato Obama.
O professor participou de mais de cem atos de campanha, mas no mês de abril passado, este reconhecido intelectual, compartilhou com RT sua opinião sobre a transformação do Presidente americano: “Ele é o rosto amigável do império americano no estrangeiro. Agora se fala em um processo, muito triste por sinal, de transformação em um pião dos grandes grupos financeiros, em um fantoche dos homens de negócios”, lamentou o catedrático.
Como candidato, Obama conseguiu um apoio sem precedentes, obtendo 52,7% dos votos. Também alcançou a simpatia da comunidade internacional, que lhe premiou com o Nobel da Paz. Dentro do país Obama se converteu em um recorde de bilheteria com mais de 660 milhões de dólares em doações de campanha. Há três anos, aquela histórica campanha transformou a política americana em um verdadeiro fenômeno da cultura popular.
“Todos começa com você, decida e participe”. Assim inspirou Obama aos cidadãos americanos, que vincularam a ele suas esperanças de ter uma vida melhor.
Porém, esta retórica não tem sido suficiente para recuperar seus partidários, sobretudo, os mais adultos. “Ele não tem feito o que a gente queria que fizesse”, opina Carl Watson, editor do periódico nova-iorquino “Williamsburg Observer”.
As mesmas pessoas que em 2008 celebraram em Nova York a vitória de Obama debaixo de uma grande bandeira americana, se sentem agora desesperados pelo que passou os EUA, e cada vez são mais os que acusam ao presidente de submeter o poder aos chefes de Wall Street, sensação reforçada pelas dezenas de milhões de pessoas que sobrevivem sobre o umbral da pobreza e turbulências do mercado de trabalho.
David Mafouda, um dos organizadores daquelas celebrações em Nova York, tem claro que a retorica do Presidente são apenas palavras vazias. “Agora o que me inspira é o movimento de ‘Ocupe Wall Street’. Por isso que eu levei a bandeira. Creio que é algo notável e que se trata de um movimento popular, que tem surgido de maneira muito clara e transparente”, assegurou Mafounda.
Artistas e atores de Hollywood dão as costas para Obama
Inclusive Shepard Fairy, o artista que criou o famoso pôster de Obama com a palavra ‘Esperança’, também parece desencantado. De fato, tem atualizado a versão do banner substituindo a figura do Presidente americano por outra que mostra seu apoio a ‘Ocupa Wall Street’, a gente comum e corrente que a polícia dispersa por se manifestar contra a desigualdade econômica nos EUA.
O certo é que a economia, todavia, está em crise, o setor financeiro parece longe de regular-se e os programas sociais são cortados. Tudo isso enquanto 45 milhões de pessoas nos EUA usam cupões de comida.
Todos os políticos nos EUA sabem que sua popularidade está em questão quando as estrelas de Hollywood, que os apoiaram, decidem dar-lhes as costas. Este é o caso de famoso ator de Hollywood Matt Damon, considerado já um ex-partidário de Obama.
Em uma recente intervenção televisiva, quando foi interpelado sobre se estava satisfeito com a administração de Obama, Damon respondeu: “Não. De verdade creio que tem mal interpretado seu mandato”.
O presidente Obama terá que voltar a seduzir a um crescente número de democratas decepcionados por sua gestão. No entanto, é provável que o sigam apoiando em 2012, por não ter outra opção frente a seus rivais republicanos, que, ao contrário, tem uma grande lista de candidatos a presidência pronta para disputar as eleições com Obama.
Nesta terça-feira o ex-governador de Utah, Jon Huntsman, considerado como o rival mais perigoso para Obama, renunciou a carreira presidencial. O favorito republicano a ser eleito como candidato segue sendo o ex-governador do Estado de Massachusetts, Mitt Romney, cujo um dos lemas é: “Obama tem decepcionado a América”.
Já se passou vários anos desde o surgimento de Obama como candidato da esperança de seus eleitores. Agora esse entusiasmo tem diminuído: a popularidade do presidente experimentou importante declínio ao longo do verão passado (40%), embora que em dezembro tenha se recuperado um pouco, situando-se entre 41 a 46%. Tudo parece indicar que se Obama é reeleito não será tanto por convicção que desperta seu discurso sobre a cidadania, mas, porque representa o mal menor.
Fonte:
http://actualidad.rt.com/actualidad/ee_uu/issue_34875.html
Tradução de:
Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)
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