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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Líder comunista russo: para “a crise financeira global” “só tem uma alternativa. O reino da justiça, do trabalho e do socialismo, ou o planeta está condenado” (+ Vídeo-Entrevista)

“A crise financeira global tem demonstrado que o sistema do capitalismo especulativo americano não é eficaz. Hoje esta crise do capitalismo reina em todo o planeta”, sustentou Guennadi Ziugánov, líder do Partido Comunista da Russia e candidato a presidência nas eleições de 2012.

“Só tem uma alternativa. O reino da justiça, do trabalho e do socialismo, ou o planeta está condenado”, comentou o político no programa A Solas. Segundo Ziugánov, a única solução possível é a socialização da vida, o fortalecimento do papel do Estado e o aumento da produtividade do trabalho. Acentua que a economia mais eficaz no meio desta crise, com um crescimento entre 10% ou 12%, é a China que não soltou a bandeira vermelha das mãos.

Insiste em que na Rússia pode renascer apenas se movendo na direção do socialismo renovado, tomando em conta a experiência chinesa. Segundo Ziugánov, o socialismo do século XXI é uma correção justa entre a propriedade estatal, a propriedade coletiva e a propriedade individual. “O Estado deve controlar os recursos, as ferrovias que influem no processo das mercadorias, das redes elétricas, dos sistemas de segurança e de comunicação. O resto deve entregar-se a iniciativa privada, individual e coletiva, e então, um complementará o outro”, opina o líder comunista russo. Para ele, um sistema, assim, permitirá regulamentar a concorrência e evitar as “habituais guerras pela partilha do mercado”.

“Encontrar este equilíbrio é uma tarefa muito difícil e muito sabia”, admite o político e acentua que em cada caso a produção dependerá de muitos fatores, como a historia do país em particular, a psicologia, o clima.

Uma globalização tipo americana entrou em colapso

“Depois da ruptura do sistema bipolar, a URSS e seus aliados frente aos EUA, os EUA declararam que os que não estavam com eles, estavam contra. Não lhes agradou a Yugoslávia, e a bombardearam. Não gostavam de Saddam Hussein, porque não lhes entregou seu petróleo (…) e o enforcaram. Não gostavam de Muammar Gaddafi e o executaram”, enfatizou Ziugánov. Segundo o político, o que querem os americanos é sempre “dar socos na mesa, mandar as armas da OTAN e comer a parte principal com a ajuda da CNN e seus sistemas de informações”.

“Levaram-se a cabo as exemplares revoluções laranja, mas, isso não ajudou nem ao Egito, nem a Líbia, muito menos a Israel, que está radiado por uma frigideira quente e agora olha ao redor sem saber quem virá, e o mais seguro é que cheguem os fundamentalistas islâmicos. Agora já se aproximaram de um limite, no qual está claro, que uma globalização, tipo americana, se tem vindo abaixo, tem entrado em colapso e não podem lhe dá com isso”, insistiu.

Segundo o político, hoje em dia, não existe outra alternativa que não seja sentar-se a mesa das negociações, e “recorda que é um socialismo justo”. O mundo já não é mais bipolar, é multipolar: os EUA seguem sendo um líder na arena política mundial, mas também, são a União Europeia e os países BRICS (Brasil, Índia, China e África do Sul), apreciou. Com o qual, na mesma mesa, têm que equilibra os interesses de muitos sujeitos. Para fazê-lo, será necessário reforçar o papel da ONU e do Conselho de Segurança, em particular, opina.

América Latina se despertou

Para América Latina existe um bom futuro, acentuou Ziugánov. Segundo ele, o sucesso da região se deverá a popularidade que tem ali a ideia do socialismo do século XXI. “América Latina se despertou. Protege os interesses nacionais e não se esquece da justiça”.

O comunista russo vê várias razões para isso. “Por um lado, a psicologia de muitos latinos americanos tem um caráter coletivo. Por outro, os que experimentaram a pobreza e a vida dura reagem mais agudamente aos problemas de injustiça”, detalha. Apreciou que na região, o movimento social é bastante forte e obriga ao poder e ao capital a repartir seus lucros. Frisou que em muitos países da região, como Venezuela, Brasil, Argentina e outros, lhes obrigam a ajudar aos que têm uma vida mais difícil.

É a humanidade que combate pelo socialismo

Para resolver sua crise a humanidade necessita transforma todo o sistema, considera e aprecia Ziugánov, líder do Partido Comunista da Russia. O único caminho possível para ele é a socialização da vida, “que o interesse não seja individual, senão da sociedade, coletivo; que o interesse não seja de um especulador, senão de um trabalhador que com suas mãos faz o pão; que o interesse nãos seja de um bandido, senão de um humanista que predica o bem, a justiça e o amor pelo planeta”.

“O socialismo é a prioridade da justiça sobre a mentira, de uma educação de qualidade e um serviço de saúde acessível para todos, ao invés das cobranças de dinheiros para tudo”, detalhou o comunista. Admite que se trata de um problema complicado, sem respostas fáceis. “O maior problema agora mesmo no mundo é o nível intelectual e profissional dos governantes atuais, de Moscou até Washington, Berlin a Paris. Não corresponde a complexidade dos problemas que já foram salientados. As contradições aumentam mais rápido do que as soluções”, insiste Ziugánov.

Mas, está seguro de que a saída existe: “Principalmente, se é a humanidade quem esta lutando pelo socialismo, vem do capital por um tratamento sem vergonha e irrazoável para com ela”.



 

Tradução de Luis Carlos (Redação do blog o povo na luta faz história)

Postado em 15 de fevereiro de 2012 [Repostado em 22 de fevereiro]

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